Pesquisar este blog

Mostrando postagens com marcador HORST KUCHENBECKER. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador HORST KUCHENBECKER. Mostrar todas as postagens

A VIA DOLOROSA

clip_image002

Igreja Evangélica Luterana do Brasil – IELB

Congregação Ilha de Florianópolis. Tel: 233-2991

A VIA DOLOROSA

clip_image004

Meditações de fé para a Semana Santa

Por: Pastor Horst Kuchenbecker

.

Introdução

Estamos novamente na época quaresmal. Com profunda reverência voltamos nossos olhos para a Via Sacra, a paixão de nosso Senhor Jesus Cristo.

Suplicamos a Deus Espírito Santo que nos guie ao meditarmos sobre a paixão de Jesus Cristo. Queremos compreender cada vez melhor a causa e as bênçãos deste sofrimento. Queremos crescer na consolação e esperança da vida eterna, bem como na habilidade de testemunhar do Salvador Jesus.

Desde o segundo século, o povo de Deus reservou para si o período quaresmal, estes quarenta dias antes da páscoa, para meditação e cultos especiais. Durante este período, procuravam evitar tudo o que pudesse estorvar esta devoção. Eles não faziam festas e nos lares não se ouvia música estridente. O tempo do descanso e de lazer era aproveitado para meditação e oração. Assim, após o trabalho no fim do dia, as pessoas se dirigiam diariamente às suas igrejas para as meditações quaresmais. Alguns preferiam fazer sua devoção em casa. Nos anos 50 isso ainda se fazia sentir de forma palpável em Porto Alegre. As programações radiofônicas refletiam o tempo da paixão. Também não se realizavam competições esportivas. Hoje vivemos em tempos diferentes. Mesmo assim, cada cristão, cada família cristã e cada congregação deveria lutar por encontrar tempo para a meditação e os cultos quaresmais.

clip_image006Compreendemos ainda o que aconteceu no Gólgota e o que isto significa para o nosso dia-a-dia, para nossa vida aqui e na eternidade? Mesmo com tantos filmes e vídeos sobre a paixão de Cristo, importa ler e reler os relatos bíblicos.

Oração: “Quero, ó Cristo, meditar no teu sofrimento; do teu trono vem guiar o meu pensamento. Possa eu ver, ó meu Jesus, quão atroz tormento exigiu na infame cruz nosso salvamento.” Amém. (Hinário Luterano (HL) 85.1)

I - GETSÊMANI

Leia os textos de: Mateus 26.1-56 / Marcos 14.1-50 /
Lucas 22.1-53 / Jo 11.45-18.11

Jesus trabalhou três anos em Israel. Ele mostrou ser o Filho de Deus, profetizado no Antigo Testamento, que veio cumprir tudo o que estava escrito a seu respeito (Lc 18.31). Ele veio não para julgar, mas para salvar a humanidade. Ele ensinou sobre o reino de Deus e chamou as pessoas ao arrependimento e à fé (Mt 4.17). Ele proclamou: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Na medida em que se aproximava sua hora crucial, ele falou com mais clareza a respeito de sua paixão, morte e ressurreição. Lemos em Mateus: “Desde esse tempo, começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto, e ressuscitado no terceiro dia” (Mt 16.21). Pedro ficou chocado com esta declaração, tomou Jesus de lado e lhe disse: “Tem compaixão de ti, Senhor!” Jesus lhe respondeu: “Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e, sim, das dos homens.” (Mt 16.22-23). Nossa razão não compreende o sofrimento de Cristo. O Cristo crucificado é “escândalo para os judeus e loucura para os gentios” (1 Co 1.23). Em outras palavras, nossa razão não aceita a solução que Deus encontrou para a nossa miséria, a nossa pecaminosidade. O amor de Deus é escândalo para a nossa razão corrompida pelo pecado. Por isso, quando alguém chega a fé na graça de Cristo e é conservado nesta fé, isto é, ainda hoje, o maior milagre que acontece debaixo do céu. “Pois ninguém pode dizer (isto é, confessar com fé) Senhor Jesus (reconhecer Jesus como Salvador e vencedor do pecado, da morte e do poder de Satanás), senão pelo (poder do) Espírito Santo” (1 Co 12.3). Por isso Jesus disse a Pedro, quando este confessou: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo,” “Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai que está nos céus” (Mt 16.16,17). Sim, “a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; a saber: aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1.12,13).

A humilhação de Cristo

Jesus é o eterno Filho de Deus, gerado do Pai desde a eternidade. Na plenitude do tempo (Gl 4.4), Jesus veio ao mundo e assumiu da virgem Maria nossa natureza humana, mas sem pecado. Isso é o mistério de sua encarnação. O Filho de Deus humilhou-se profundamente. “Ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Fp 2.6-8). O que significam essas palavras em sua profundidade, vemos na história de sua paixão.

Ao entrar no jardim do Getsêmani, Jesus disse a seus discípulos: “A minha alma está profundamente triste até à morte; ficai aqui e vigiai comigo” (Mt 26.38). Por que Jesus estava tão triste? Porque os pecados de toda a humanidade foram colocados sobre sua alma santa. E ele os tomou sobre si, como se fossem seus. O profeta afirma: “Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades” (Is 53.4,5). Então Jesus foi orar. Ele orou três vezes. O seu suor tornou-se em gotas de sangue. Ele suplicou: “Meu Pai: Se possível, passe de mim este cálice! Todavia, não seja como eu quero, e, sim, como tu queres.” (Mt 26.39). Que oração! Não haveria mesmo outro caminho para salvar a humanidade do que pelo amargo sofrer e morrer de Jesus? Não, não havia. O amor não anula a justiça. A lei precisou ser cumprida e a culpa precisou ser paga, para que Deus pudesse perdoar. Então vieram os fariseus e os soldados, guiados por Judas para o prenderem. Por amor a toda a humanidade, por amor a ti e a mim, Jesus se entregou voluntariamente a eles.

Em profunda adoração dizemos com o poeta sacro: “Oh! ide ao Getsêmani, quando assalta a tentação; com o Redentor ali vigiai em oração; no sofrer e no penar, aprendei de Cristo a orar” (HL 76.1).

Oração: “Se o pecado me acusar que mereço o inferno, vem minha alma sossegar, Mediador eterno. Oh! que eu possa sempre crer que por mim sofreste! E jamais vá me esquecer que por mim morreste” (HL 85.5).”

II - DIANTE DO TRIBUNAL ECLESIÁSTICO.

Leia os textos de: Mateus 26.57-75 / Marcos 14.53-72 / Lucas 22.55-71 / João 18.15-27.

clip_image008No culto do Antigo Testamento Deus instituiu, para o povo de Israel, o cargo de sumo sacerdote. O sumo sacerdote deveria ser o intermediário entre Deus e o povo. Era figura e sombra de Jesus, o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5). O sumo sacerdote deveria zelar pelo ensino e o cumprimento da lei, sacrificar pelos pecados do povo e interceder por ele (Êx 28).

No tempo de Jesus, esse cargo estava sendo ocupado por Caifás, homem culto, mas incrédulo. Caifás deveria ter sido o primeiro a receber a Jesus. Mas ele e os sacerdotes procuraram matá-lo (Mt 26.3; Jo 12.10). Mesmo assim, Jesus respeitou o cargo. Caifás mandou prender a Jesus e convocou o Sinédrio para formularem a sentença condenatória de Jesus. O sinédrio era o mais alto tribunal eclesiástico em Jerusalém, composto por 70 homens dos mais fiéis à religião e honrados em Jerusalém. Não tendo provas para condenarem a Jesus, pagaram falsas testemunhas. Mas estas caíram em contradições diante do Sinédrio. Desesperado, Caifás dirige a Jesus a tão temida pergunta: “Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o Cristo, o Filho de Deu.” Jesus respondeu: Tu o disseste; entretanto, eu vos declaro que desde agora vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso, e vindo sobre as nuvens do céu. Então o sumo sacerdote rasgou as suas vestes, dizendo: Blasfemou! que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes a blasfêmia! Que vos parece? Responderam eles: É réu de morte! Então uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davam murros, e outros o esbofeteavam, dizendo: Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!” (Mt 26.63-68). Que igreja? “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Que quadro chocante. Mas somos melhores? Muitas vezes nossa razão traz à tona as mesmas reações.

O mais alto tribunal eclesiástico condenou Jesus à morte, porque ele disse ser o Filho de Deus. Quão profunda foi a queda do homem, a ponto de a criatura condenar o seu próprio Criador e Salvador. Mesmo em coisas espirituais somos totalmente cegos. Esse é o estado de todos as pessoas até hoje. Em Adão e Eva queríamos ser iguais a Deus. Nos rebelamos contra Deus. Esta revolta está ainda hoje em nossos corações. Constantemente brotam dúvidas, questionamentos e incredulidade em nosso coração. A palavra de Deus, pela qual Jesus ainda hoje vem a nós e se revela, fala e chama, é rejeitada, questionada e distorcida. Não deveríamos, pelo menos como povo de Deus, reverenciá-lo e confessar o seu nome ousadamente? Não deveriam todos os cristãos, no domingo, esquecer tudo e reunir-se como uma só família para adorar a Jesus? E neste período quaresmal ler e meditar sobre a paixão de Cristo? Mas ai de nós! Nossos jovens conhecem as canções do mundo melhor do que os salmos e hinos de verdadeiro louvor a Deus e a vida de alguns artistas e esportistas melhor do que a história da paixão de Cristo. Que tristeza!

clip_image010O tribunal eclesiástico, como representante de Deus na terra, condenou Jesus como blasfemador. Jesus aceitou a condenação. Nisto carregou a nossa culpa. Carregou todos os nossos pecados cometidos contra a primeira tábua da lei de Deus, os primeiros três mandamentos. Não tememos, amamos e confiamos em Deus como deveríamos. Por seu sofrer, Jesus pagou a nossa culpa. Ele “nos amou quando nós ainda éramos seus inimigos” (Rm 5.10). Agora ele nos chama ao arrependimento e à fé e nos oferece sua graça, por sua palavra e seus sacramentos. E todos os que, arrependidos de seus pecados, confiam em sua graça, têm o que as palavras oferecem, dão e selam: perdão dos pecados, paz com Deus e vida eterna. Aos que nele crêem, “deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus” (Jo 1.12). Sua graça nos tira da escravidão e do poder de Satanás e nos faz renascer, transforma-nos em filhos de Deus e herdeiros da vida eterna.

Oração: “Deus na cruz é meu amado. Tu, consciência, vais calar. Pela Lei atormentado, ouço Deus me consolar; com seu sangue redentor resgatou-me o Fiador. Deus na cruz é meu amado, pois na fé sou confirmado” (Hinário Luterano - HL 82.4).

III - JESUS DIANTE DO TRIBUNAL CIVIL

Leia os textos de: Mt 27.1-26 / Mc 15.1-15 / Lc 23.1-25 /
João 18.28-40.

A noite de quinta-feira santa foi terrível. Após a condenação, a assembléia dos homens mais nobres de Jerusalém gritaram: É réu de morte! É réu de morte! Tomaram-no, cuspiram nele e bateram nele. De repente, deram-se conta de que eles não tinham o direito de matar a ninguém, porque eram dominados pelos romanos. Apressaram-se e correram ao tribunal de Pôncio Pilatos. Foram cedo. Queriam evitar tumulto, pois temiam o povo. Mas Deus pensou diferente. Pilatos perguntou a eles: “Que acusação trazeis contra este homem?” (Jo 18.29). A lei romana primava por justiça (At 25.16). Na pressa, os fariseus haviam esquecido de formular a acusação. Pois a acusação de blasfêmia não tinha valor diante do tribunal romano. Eles respondem: “Se este não fosse malfeitor, não to entregaríamos. Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-o vós e julgai-o segundo a vossa lei”. (Jo 18.30). Refazendo-se do seu susto, começaram a acusá-lo: “Ele alvoroça o povo” (Lc 23.5). Interessante, ao longo da história da humanidade, a mesma acusação (Cf.: 1 Rs 18.17; Jr 38.4; At 21.38). Mas os perturbadores da paz não foram os profetas de Deus, nem Jesus, nem os apóstolos, nem o são os ministros fiéis de hoje; mas o perverso coração humano, que é inimigo de Deus e que teme a luz da palavra de Deus (Jo 3.19; Rm 8.6).

Nossa queda em pecado foi tão profunda, que não entendemos a vontade de Deus. Julgamos que a lei de Deus é a causa da perturbação da paz. Recentemente ouvi um psicólogo dizer: “Temos que nos libertar das amarras do cristianismo, das leis, que só sabem dizer: Não, não, não! e são a causa de tantos problemas.” Jesus é julgado como perturbador da paz. Aquele que roubou a paz aos homens. Aqui Jesus toma sobre si todos os pecados da humanidade contra a segunda Tábua da lei de Deus, do 4° ao 10° mandamento. Os nossos pecados contra o próximo perturbam a paz. Esses pecados têm crescido em intensidade nos últimos tempos. O apóstolo Paulo escreveu: “Nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis; pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder” (2 Tm 3.1-5).

clip_image012O tribunal eclesiástico e o tribunal civil condenaram Jesus à morte. O apóstolo Paulo diz: “Cristo me resgatou da maldição da lei (Gn 2.17; Ez 18.20), fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar, porque está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro” (Gl 3.13). A lei de Deus precisou ser cumprida e a culpa paga, pois Deus é santo e justo. Jesus cumpriu a lei em nosso lugar e pagou a nossa culpa por seu sacrifício. Kyrie eleison! (Senhor, misericórdia).

Eis o homem... o Filho de Deus... o rei Jesus

Humilhado, coroado com uma coroa de espinhos, o corpo dilacerado pelos açoites, Pilatos apresentou Jesus ao povo e disse: “Eis o homem!” E a multidão gritou: Crucifica-o! Crucifica-o!... Ele deve morrer, porque a si mesmo se fez Filho de Deus ... Disse-lhes Pilatos: Hei de crucificar o vosso rei? Responderam os principais sacerdotes: Não temos rei, senão César!” (Jo 19.6,7,15). Pilatos estava visivelmente perturbado. Há algo de diferente neste homem. Algo incomum. Não fez nada de mal. Ninguém pôde acusá-lo de um erro sequer. Ele se diz Filho de Deus. E tudo indica que ele o seja. A conversa sobre verdade e sobre o reino de Deus impressionou a Pilatos profundamente. Mas sua razão não consegue harmonizar essas verdades. Seu reino! Sim, seu reino não é um domínio de força, não é luta por justiça social, não é luta por uma ética melhor, nem ecologia ou felicidade material, é paz no coração, paz com Deus, “uma paz que o mundo não pode dar” (Jo 14.27). É o reino da verdade (Ef 1.13; Jo 8.32). Pilatos procurou soltá-lo, mas temia por sua reputação junto ao povo, temia pelo seu trono. Finalmente entrega o Autor da Vida à morte. Tenta desculpar-se e lançar a culpa em outros, lavando suas mãos em água. Em vão! Não conseguiu paz de consciência. Ele estava diante do Salvador Jesus, do rei da paz, do autor da vida e o rejeitou. Alguns anos mais tarde perdeu o seu tão amado trono e morreu miseravelmente. Seu nome consta no Credo Apostólico para advertência a muitos que, como Pilatos, estiveram frente a frente com Jesus, no batismo, na confirmação, nos cultos, na santa ceia, mas terminaram amando mais as trevas do que a luz (Jo 3.19), vindo a perecer.

Contemplando as cenas dos dois julgamentos e observando as reações e o comportamento das pessoas envolvidas nesse episódio, bem como toda a crueldade contra Jesus, só nos cabe bater no peito e exclamar: Senhor tem compaixão de nós. Porque não há pecado na história da paixão de Cristo que de uma ou de outra forma não esteja também em nosso coração. Tudo isso Jesus tomou sobre si e sofreu em profunda humilhação, por ti e por mim. Ele disse: “Tu me deste trabalho com os teus pecados” (Is 43.24). E agora ele nos convida a recebermos dele o perdão, porque “o seu sangue nos purifica de todos os pecados” (1 Jo 1.7).

clip_image014Oremos humildemente: “Eu, eu e meu pecado havemos motivado a tua grande dor, os murros violentos, mil outros sofrimentos, que te enchem a alma de pavor” (HL 94.4). “Oh! Não seja em vão, Senhor, teu martírio expiador!” (HL 81).

IV - A VIA DOLOROSA
Leia os textos de: Mateus 27.27-32 / Marcos 15.16-21 /
Lucas 23.26-31 / João 19.1-17.

Tendo sido entregue aos soldados, estes tomaram a Jesus e fizeram os preparativos. Eles impuseram-lhe a pesada cruz de madeira e o conduziram, com outros dois apenados, pelas estreitas ruas de Jerusalém, rumo ao Gólgota, chamado lugar da caveira. Isto era por volta das nove horas da manhã. Numerosa multidão seguiu a Jesus. A mesma multidão que no início da semana recebeu a Jesus cantando Hosana (Senhor, ajuda), agora grita: Crucifica-o! Assim é o coração humano. O profeta Jeremias escreveu: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” (Jr 17.9). E Jesus afirmou: “Do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mt 15.19). Por isso exclamamos com o apóstolo Paulo: “Desventurado homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte? Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor” (Rm 7.24).

Chorai por vós...

Entre a multidão que acompanhava o cortejo encontravam-se algumas mulheres. Comovidas, choravam diante de tão grande injustiça e sofrimento. Em determinada altura, Jesus dirigiu-se às mulheres e lhes disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos. Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram nem amamentaram. Nesses dias dirão aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos. Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?” (Lc 23.27-32). Com estas palavras, Jesus estava dizendo: Não sofro isto por causa de meus e sim de vossos pecados. Por isso reconhecei e chorai sobre vossos pecados em verdadeiro arrependimento, segundo a tristeza que o Espírito Santo opera (2 Co 7.10). Pois em breve virá o juízo de Deus sobre Jerusalém. Serão dias terríveis, como será terrível o dia do juízo final, para todos os que não se arrependeram e creram em Cristo. Pois se Deus castiga tão cruelmente seu próprio, unigênito e amado Filho, o lenho verde, que carrega culpa alheia, o que será do lenho seco, de nós pecadores, se cairmos nas mãos do Deus vivo e não tivermos “advogado junto ao Pai, Jesus Cristo o justo” (Hb 10.31; 1 Jo 2.1)? Queira Deus abrir nossos olhos em tempo (Ap 3.18).

Defrontamo-nos hoje com um quadro distorcido de Deus. Fala-se muito do amor de Deus desvinculado da justiça de Deus. Como se Deus, por ser amor, não castigasse ninguém. Dizem que a doutrina do inferno é invenção da igreja para amedrontar. Mas que Deus é uma energia positiva, que não pune ninguém. Por isso muitos não entendem mais a história da paixão de Cristo. Precisamos buscar o conhecimento de Deus conforme o encontramos na Bíblia. Ali Deus se revela como um Deus santo e justo, que deu a sua lei, que exige cumprimento da lei e ameaça e castiga a todo o transgressor, e diz: “Pois qualquer que guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2.10). E quanto à sua lei afirma: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4). O amor não anula a justiça de Deus, por isso Jesus veio e pagou a culpa da humanidade por sua amarga paixão e morte. O apóstolo Paulo afirma: “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos deixeis reconciliar com Deus” (2 Co 5.19,20). E aos que têm uma visão distorcida de Deus e acham que serão aceitos por Deus por sua própria justiça, Jesus admoesta pelo apóstolo João: “Dizes: Estou rico e abastado, e não preciso de cousa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os teus olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso, e arrepende-te. Eis que estou a porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3.17-20).

clip_image016Oração: “Faze-mo reconhecer muito arrependido. Já não quero te ofender, pois me tens remido. Como poderia amar este meu pecado que te fez por mim penar sobre a cruz pregado?” (HL 85.4).

V - O CALVÁRIO

Leia os textos de: Mateus 27.33-53 / Marcos 15.22-38 /
Lucas 23.32-46 / João 19.18-30

Chegando ao Gólgota, os três condenados foram pregados na cruz e erguidos. Não vale a pena dar ouvidos às muitas especulações humanas sobre a crucificação. Os textos bíblicos são claros. A crucificação era algo horrível. Os crucificados ficavam, por vezes, horas berrando de dor. Amaldiçoavam a Deus, a si próprios e a seus algozes. Jesus, o Filho de Deus, sofreu calado. E, ao abrir de repente sua boca, eis que dela brotou uma oração: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23.34).” Isto é, não castigues a meus inimigos agora. Concede-lhes, graciosamente, mais um tempo para arrependimento. Estão cegos pelo ódio. Não sabem o que fazem. Talvez, mais tarde, reconheçam seus erros, se arrependam e vivam.

Ainda hoje essa oração nos beneficia. O que seria de nós, se Deus nos castigasse de imediato toda vez em que nos surpreende em pecados. “Ó Senhor, tem compaixão de nós.”

Densas trevas...

Ao meio dia, densa escuridão envolveu toda a terra. A natureza encobriu seu rosto diante do profundo sofrimento de seu Criador. No fim das três horas de trevas, Jesus exclamou: “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste (Mt 27.46)?” Um brado terrível das profundezas do inferno! Mesmo assim, não é uma exclamação de desespero, nem de queixa, antes uma confissão daquilo que estava lhe acontecendo. Esta frase é profundo consolo para todos nós. “Por que me desamparaste?” Quantas vezes exclamações idênticas subiram aos céus e ecoam ainda hoje neste mundo. A causa de tudo isto é uma só: O pecado. Os homens abandonaram a Deus e não Deus aos homens. Deus diz pelo profeta: “A mão de nosso Deus ... e a sua ira é contra todos os que o abandonam” (Ed 8.22; Is 59.2). E para nos abrir o caminho de volta para o Pai e remover o pecado, Jesus, o Filho de Deus, como substituto de toda a humanidade, sofreu a ira de Deus e reconciliou o mundo com Deus (2 Co 5.19,20; Jo 3.16). Aqui ele sofre o que palavras humanas não podem expressar. Ele sofre em sua alma santa os horrores do inferno. Tão cruel é o pecado. Tão santa a justiça de Deus. Tão imenso o amor de Deus em seu Filho Jesus. Lutero, ao meditar sobre estas palavras, exclamou: “Deus por Deus desamparado, quem o compreenderá?” Sim, “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O significado do verbo “deu”, aqui é: Deus o entregou por nós aos sofrimentos do inferno.

Jesus sofreu voluntariamente para que ninguém mais fosse abandonado por Deus (Ez 18.32; Jo 3.16-19), exceto aqueles que rejeitam o amor de Cristo. Porque “o que não crê, já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18). Os cristãos, mesmo enfrentando situações de dor, exclamam por vezes: Meu Deus, por quê? Mas são confortados pelo Espírito Santo e se consolam com a graça de Cristo. Dizemos com o apóstolo Paulo: “Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? ... Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.35-37). Sabemos que Deus Pai está ao nosso lado com todo o consolo e poder.

Está consumado...

Finalmente soou na cruz o brado de vitória. Vendo Jesus que tudo já estava consumado, exclamou em alta voz: “Está consumado!” O grande plano da salvação da humanidade, planejado na eternidade (Ef 1), anunciado a Adão e Eva logo após a queda destes em pecado, proclamado por boca de muitos profetas (Hb 1.1,2) e executado pelo próprio Filho de Deus estava consumado. Jesus bebeu o amargo cálice até à última gota. A lei foi cumprida. A culpa da humanidade foi paga. Os inimigos: pecado, morte e Satanás vencidos. Esta salvação só poderia ser executada pelo unigênito Filho de Deus e por mais ninguém. Pois, o salmista afirma: “Ao irmão, verdadeiramente, ninguém o pode remir, nem pagar por ele a Deus o seu resgate (pois a redenção da alma deles é caríssima, e cessará a tentativa para sempre)” (Sl 49.7,8).

Em profunda adoração, inclinamos nossa cabeça, com o centurião ao pé da cruz, para confessar: Verdadeiramente este é o Filho de Deus.”

Oração: “Devo agradecer-te tanto, ó Jesus, tamanha dor: chagas, agonia, pranto, penas e mortal horror. Vivo e morro consolado, por teu sangue perdoado. Grato sou por tanto amor, meu bendito Redentor” (HL 93.5).

VI - O FRUTO DO PENOSO TRABALHO
Leia os textos de: Mt 27.54-61 / Mc 15.39-47 / Lc 23.47-50 / Jo 19.31-42 / Is 53; At 2

clip_image018

Pelas três horas da tarde, “Jesus clamou em alta voz: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” E, dito isto, expirou.” (Lc 23.46). Tendo Jesus falecido, houve um forte terremoto. O véu do santuário no templo “rasgou-se pelo meio” (Lc 23.45). Agora, o caminho para o Pai estava aberto. “Abriram-se os sepulcros e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era o Filho de Deus” (Mt 27.52-54). “E todas as multidões reunidas para este espetáculo, vendo o que havia acontecido, retiraram-se a lamentar, batendo nos peitos (Lc 23.48).” O profeta Isaías escreveu: “Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma, e ficará satisfeito” (Is 53.11). Na explicação do Segundo Artigo do Credo Apostólico, confessamos: “Pois me remiu a mim, homem perdido e condenado, me resgatou e salvou de todos os pecados, da morte e do poder do diabo; não com ouro ou prata, mas com seu santo e precioso sangue e sua inocente paixão e morte, para que eu lhe pertença e viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança.” (Cat. Menor, 2° Artigo). Que palavras cheias de vida, consolo e poder. Deus nos oferece este precioso fruto da salvação: perdão dos pecados, vida e eterna salvação em sua palavra e seus sacramentos. Quem se apega a esta graça de Cristo pela fé, não se cansa de ler e meditar nestas palavras de dia e de noite (Sl 1.2), para delas receber consolo, paz, força e esperança.

“Para que eu lhe pertença.” Este é o fruto do seu penoso trabalho, “para que eu lhe pertença.” Quando? Agora! Aquele que confia na graça de Cristo, Deus lhe concede o poder de ser filho de Deus (Jo 1.12,13). O pertencer a Deus é descrito na Bíblia de muitas formas. Confira os seguintes versículos: membros do corpo de Cristo (1 Co 12.13), filhos de Deus (Rm 8.16), herdeiros do céu (Tt 3.7), templos do Espírito (1 Co 6.19), sacerdotes reais (1 Pe 2.9). Ser propriedade de Cristo inclui em primeiro lugar o consolo. A lei não pode mais nos acusar, Cristo a cumpriu por nós. Satanás não tem mais poder sobre nós, Cristo o venceu. A morte eterna não tem mais poder sobre nós e a morte temporal, pela qual ainda teremos que passar - exceto se o juízo final nos colher em vida, então seremos imediatamente transformados, 1 Co 15.51,52) - Jesus a transformou em porta para o céu. Sim, Jesus nos libertou: a) do pecado, isto é, da dívida, do castigo e do domínio do pecado (1 Pe 2.24; Cl 3.13; 1 Pe 1.18,19); b) da morte, isto é, não preciso temer a morte temporal, porque a morte eterna não tem mais poder sobre mim (Hb 2.14,15; 2 Co 1.10; 1 Co 15.55,57); c) do poder de Satanás, isto é, Satanás não pode mais me acusar e eu posso resistir-lhe vitoriosamente (Gn 3.15; l Jo 3.8).

Oração: “As feridas tão cruentas são vertentes que nos dão água viva, com que alentas o sedento coração. Teu amor divino e terno nos conduz ao lar paterno. Oh! Não seja em vão, Senhor, teu martírio expiador!” (HL 81.4).

CONCLUSÃO

Viva submisso a ele

“E viva submisso a ele, em seu reino, e o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança.” Somos, pela fé na graça de Cristo, filhos de Deus. Somos novas criaturas e templos do Espírito Santo. Temos uma mente nova, uma nova visão da vida, e novas forças. Temos alegria em servir a Cristo (Sl 119.77). Vivemos “em novidade de vida” (Rm 6.4; 7.6). Isto se expressa pelo apego à Palavra de Deus e aos cultos, pelo orar sem cessar (1 Ts 5.17), bem como na luta diária contra o pecado (Gl 5.16-26). Jesus nos governa. No seu reino impera a graça, o perdão dos pecados. “Para que eu o sirva em eterna justiça, inocência e bem-aventurança.” O sirva sem medo, sem coerção da lei, voluntariamente e com alegria. Não com minha justiça própria, porque esta é imperfeita, mas vestidos com a justiça de Cristo. A graça de Cristo cobre nossas imperfeições “abundante e diariamente”. O seu sangue nos lava continua e completamente de nossos pecados. Assim servimos vestidos com a justiça de Cristo. A tônica da teologia bíblica está no “Cristo por nós”. Este é o consolo e a força, e não o “Cristo em nós”. O Cristo “em nós” é o resultado do Cristo “por nós”. A partir disto, Lutero mostrou que a vida santificada do cristão não é exercida em ações na igreja, mas no exercício dos deveres na vida diária (Tábua dos Deveres). Na igreja e nos departamentos nos reunimos para o estudo da palavra de Deus e para planejarmos juntos o trabalho de levar a palavra de Deus a todas as nações e somar forças para tanto.

A vida sob a cruz...

Esta vida, enquanto aqui na terra, envolve luta diária. A imagem divina foi parcialmente restituída em nós. “E vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24). Temos ainda nossa natureza carnal, que “milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si” (Gl 5.17). Assim somos “simul justus et peccator, totaliter” (Somos simultânea e totalmente justos e pecadores). Este “simultaneamente” precisa ser lembrado e compreendido. Não é assim que na hora do culto sou mais santo e na hora do meu trabalho sou mais pecador. Não! Somos, pela fé na graça de Cristo, e enquanto na fé, diante dos olhos de Deus totalmente santos, porque Deus nos perdoa abundante e diariamente todos os pecados. E ao mesmo tempo, conforme nossa natureza carnal, que não muda, somos totalmente pecadores. Tudo o que fazemos, sim, nossas melhores obras são ainda imperfeitas, manchadas de pecado e precisam ser purificadas e lavadas pelo sangue de Cristo. Assim servimos a Deus jubilando em sua graça e ao mesmo tempo chorando sobre nossas fraquezas, imperfeições e pecados diários. Assim servimos a Deus em “eterna justiça, inocência e bem-aventurança.” Isto é, vestidos com a eterna justiça e inocência de Cristo que nos é atribuída por fé, temos acesso ao Pai e somos agradáveis a ele. Esta eterna justiça e inocência é que purifica todos os nossos atos e nos torna agradáveis a Deus. Esta eterna justiça e inocência é nossa permanente vestimenta. É dela que temos toda a alegria e bem-aventurança, a certeza do perdão e a esperança da vida eterna. Dela nos advém também, diariamente, a força para a luta e o servir a Cristo, bem como toda a saudade de estar com Cristo. Ansiamos por ser transformados e estar com Cristo. Não simplesmente libertos da matéria. Não. A simples libertação da matéria é uma idéia espírita. Nosso corpo material é um dom precioso. E Deus não nos criou para a morte, mas para a vida. Em breve o pecado será totalmente afastado de nosso corpo, pois aguardamos a ressurreição. Então viveremos de corpo e de alma, pela graça de Cristo, com o nosso Senhor e Salvador Jesus, no seu reino, eternamente. Mas enquanto Deus nos deixar aqui, nosso principal propósito de vida é aquele que confessamos ao sairmos da mesa da santa ceia, quando o pastor nos diz: Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice: - Anunciais a morte do Senhor até que ele venha.

clip_image020

Oração: “Jesus, Senhor amado, fizemos-te sofrer; tu foste condenado, sem mal algum fazer. Pois tudo suportaste, pensando sempre em mim. Por mim à cruz levaste o meu pecado assim. ... Perder não quero agora a minha salvação; arrependida, implora minha alma o teu perdão. Pecado, inferno e morte não podem me magoar; em ti, bendita sorte terei no eterno lar” (HL 98.1,4).

Pastor Horst Kuchenbecker – IELB POA

Quaresma, 2001

BATISMO DE EMERGÊNCIA

Batismo de Emergência e Reconhecimento

Estes dias presenciei um culto com a cerimônia de um Reconhecimento do Batismo de emergência. Isto me levou a refletir sobre este tema:

Batismo de emergência. O Batismo de emergência é feito quando uma criança nasce com saúde precária, correndo risco de falecer prematuramente, o que leva os pais a fazerem ou pedirem que alguém faça o batismo de emergência.

Este batismo poderá ser feito pelo pastor ou por um leigo. O leigo pode ser a própria mãe, alguém dos familiares ou uma enfermeira. O leigo o fará a pedido da mãe. O batismo é válido, independente da fé da pessoa batizou a criança, isto é, mesmo se a enfermeira, suponhamos, é espírito. Se ela o realizou como a mãe pediu: derramando água em nome de Deus Pai, filho e Espírito Santo, na criança está batizada.

Este batismo de emergência poderá ser feito com ou sem ou com testemunhas, mesmo que estas estejam atrás do vidro da sala de Recolhimento.

Se a criança vier a falecer, os pais sabem que ela, devido ao batismo, faleceu na graça de Cristo e está no céu. – Mesmo se a criança de pais cristãos, que a receberam com oração e oraram por ela durante a gravidez, vier a falecer no parto ou após o parto e não foi possível realizar o batismo, podem estar consolados de que a criança está na graça de Deus à qual foi entregue pelas muitas orações dos pais.

A criança sobrevive, qual o procedimento.?

1) O pastor batizou a criança com testemunhas. Elabora a certidão de Batismo e a notícia pode ser publicada no boletim da Congregação. Não há mais nada de fazer, nem reconhecimento, nem novo batismo.

2) O pastor batizou a criança, mas sem testemunhas. Não se diz nada sobre o batismo de emergência. A criança será batizada normalmente na igreja, sem falar em rebatismo, etc. A razão deste batismo é para que a criança, quando crescida, tenha testemunhas do seu batismo, para a certeza do seu batismo.

3) Um leigo(a) batizou a criança com testemunhas. Neste caso, visto o batismo ser um direito da congregação, para não dar a impressão de que o leigo(a) agiu por contra própria, é feito o reconhecimento do batismo. O pastor anuncia na congregação que dia tal, a pedido dos pais (ou da mãe), na presença das seguintes testemunhas, foi realizado no local tal e tal, o batismo de emergência da criança, que graças a Deus sobreviveu. Não é necessário batizar a criança novamente, pois ela foi batizada corretamente com testemunhas.

4) Um leigo(a) batizou a criança sem testemunhas. Não se fala nada do batismo de emergência e a criança será batizada normalmente na igreja.

Resumo: Reconhecimento do batismo somente será feito somente quando uma criança é batizada por um leigo(a) corretamente com testemunhas. A finalidade é simplesmente para reconhecer o ano correto do batismo, para não dar a impressão de que a pessoa agiu sozinha, por um direito próprio, mas em nome da comunidade. Quando o pastor faz o batismo de emergência não há necessidade do reconhecimento, pois ele é o encarregado oficial da comunidade.

Mas quando não há testemunhas, quer o batismo tenha sido feito pelo pastor ou um leigo, então se faz o batismo novamente na igreja, (não reconhecimento) sem mencionar o batismo de emergência. Abraço, Horst R. Kuchenbecker

VÉSPERAS DE ADVENTO

VÉSPERAS DE ADVENTO

1998

2. Salmodia - responsivo

1) M - Eis que o Senhor virá e todos os santos com ele,

C - naquele dia brilhará uma grande luz. Aleluia.

M e C - Salmo 24.7-10 (p.576) - responsivo

2) M - O Filho do homem virá entre nuvens,

C - com grande poder e majestade. Aleluia

M e C - Salmo 50.1-6 (p. 595) - responsivo

3) M - Eis que envio o meu mensageiro,

C - ele preparará caminho diante de mim. Aleluia

M e C - Salmo 30.2-8 (p. 578) - responsivo

4) M - Para vocês resplandecerá o sol da justiça,

C - e a salvação sobre vossa vida. Aleluia

M e C - Salmo 19.2-7 (p.573) - responsivo

3. LEITURAS BÍBLICAS

1) Sacarias 9.9-10 (p.923): Apocalipse 1.4-8 (p.291)

2) Malaquias 4.1-6 (p.929); Apocalipse 19.6-16 (p.306)

3) Isaías 45.1-8 (p.73)); Apocalipse 3.14-22 (p.294)

4) Isaías 63.15-64.4 (p.744); Apocalipse 22.1-13 (p.309)

4) MENSAGENS

HINO

Mensagens: 1) O santo silencioso, Mt 1.18-25 (p.5)

2) A mensagem dos anjos. Lc 2.8-17 (p.72)

3) Natal, no espírito de Maria. Lc 15-20 (p.72).

COROA DE ADVENTO

Coroa de Advento. Forma

Advento e Natal estão hoje dominados pela figura do Papai Noel e o comércio. A nós cristãos cabe, no entanto, dirigir toda a atenção a Cristo, especialmente em meio à nossa família.

Durante o tempo de Advento é preciso focalizar as profecias do Antigo Testamento para acompanhar o povo de Deus no seu tempo de espera de quatro mil anos, da primeira promessa de um Salvador (Gn 3.15) até o seu cumprimento (Lc 2.10,11).

Advento não é em primeiro lugar um tempo de compras e festas. Isto pode acontecer, mas não deve ofuscar o motivo principal, pois Advento é tempo de penitência e oração.

Um dos belos costumes no tempo de Advento é a confecção da Coroa de Advento, que pode ser usada eficientemente em conexão com a devoção familiar.

Formas

A Coroa de Advento, como conhecida em nosso meio, foi trazida pelos imigrantes alemães. Ela provém de um costume pagão dos antigos germanos, adoradores do sol.

Eles tomavam a roda de uma carroça e a enfeitavam com ramos verdes, no meio da qual colocavam tochas que eram acessas no dia mais longo do ano (24 de junho), no por do sol, junto com fogueiras grandes, em homenagem à vitória do sol.

Quando foram cristianizados, assim como outros costumes, passaram para o cristianismo com novo conteúdo. Em lugar da espera da bênção da luz e vida do deus sol, os cristãos relembrar os anos de espera do povo de Deus pelo nascimento do Salvador Jesus, o Sol da justiça, que lhes trouxe verdadeira vida e a esperança da vida eterna.

A Coroa de Advento é enfeitada com ramos de pinheiros verdes (únicos ramos que permanecem verdes na Europa sob neve), e simbolizam a esperança. A fita vermelha simboliza o sangue de Cristo que nos purifica de todos os pecados. As quatro velas vermelhas ( ou roxas) lembram os quatro mil anos de espera, da primeira promessa de um Salvador até seu cumprimento.

Os costumes são diversos. Aqui queremos apresentar uma coroa para o uso na devoção familiar. Ela consiste numa coroa com quatro velas rochas e entre as velas grandes sempre seis velas brancas, ao todo 24 velas brancas, para todos os dias do advento.

Convecção: Tome uma base redonda de madeira. Perpasse quatro pregos (num círculo com a mesma distância uma da outra) um pouco maiores para fixar nelas as 4 velas grandes, roxas. Entre as velas grandes perpasse seis pregos menores para fixar nelas as seis velas brancas menores, ao todo 24 velas brancas. Enfeite com ramos de pinheiros e uma fita vermelha.

Uso na devoção familiar. A primeira vela é acesa no primeiro domingo de Advento. Na segunda feira, no momento devocional da família, à noite (ou quando melhor convém) será acesa com a vela do domingo a vela branca na segunda feira e assim por diante até a véspera de Natal, quando todas as velas estão acesas.

Devocional

Aqui uma sugestão para o momento devocional:

1) Invocação do Deus triúno

2) Hino de Advento

3) Oração do dia

4) Leitura de uma profecia

5) Pai Nosso

6) Última estrofe do hino começado.

Exemplo:

1° Advento

Domingo

- Em nome de Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Amém

- Hino

Oração: Levanta-te, ó Senhor, nós suplicamos, e vem para que por tua proteção possamos ser resgatados dos perigos que nos ameaçam, de nossos pecados, e sermos salvos por tua poderosa libertação. Tu que vives e reinas com o Pai e o Espírito Santo, um só Deus, eternamente. Amém. (Esta oração poderá ser também livre, feita por um dos integrantes da família).

- Profecia: Mt 21.5 – Com pequeno comentário entre a família.

- Pai Nosso

- Última estrofe.

Segunda feira (só citaremos a profecia e oração)

- Gn 3.1-15

- Oração: Amado Salvador, descendente prometido a Adão e Eva, vem; e por tua vinda restaura em nós a unidade contigo, que perdemos em Adão. Amém.

Terça feira

- Gn 12.1-7

- Amado Salvador Jesus, Filho unigênito de Deus Pai, esteja com nossa família e ajuda-nos a compreender que em ti temos a maior de todas as bênçãos. Amém.

Quarta feira

- Gn 49.8-12

- Amado Redentor Jesus, leão de Judá, concede a teu povo o teu Espírito Santo para que por fé genuína façamos parte dos que a ti pertencem. Amém

Quinta feira

- Nm 24.1-19

- Amado Salvador Jesus, estrela de Jacó, a quem todos os fiéis verão um dia, firma-nos na fé para confiarmos em ti de todo o coração. Amém.

Sexta feira

- Dt 18.15-22

- Cristo, o ungido profeta de Deus, abre nossos corações e ouvidos por teu Espírito para podermos ouvir corretamente e confiar plenamente em tua Palavra, que é a verdade. Amém.

Sábado – Is 9.1-7

- Jesus, filho de Maria e filho de Deus, ajuda-nos a carregar pacientemente as aflições desta vida na força que tu concedes. Amém.

Obs.: Confira a lista das profecias que poderão ser usadas nas outras semanas.

ISRAEL NAS PROMESSAS BÍBLICAS

Israel nas Promessas Biblicas

de John Wilch[1] , tradução Horst Kuchenbecker, junho, 2002

1. O problema que nos é colocado com a formação do atual Estado de Israel.

Lemos: “Mudarei a sorte do meu povo de Israel; reedificarão as cidades assoladas e nelas habitarão, plantarão vinhas e beberão o seu vinho, farão pomares e lhes comerão o fruto. Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o SENHOR, teu Deus” (Amós 9.14-15). “E há de ser que, naquele dia, os montes destilarão mosto, e os outeiros manarão leite, e todos os rios de Judá estarão cheios de águas; sairá uma fonte da Casa do SENHOR e regará o vale de Sitim. O Egito se tornará uma desolação, e Edom se fará um deserto abandonado, por causa da violência que fizeram aos filhos de Judá, em cuja terra derramaram sangue inocente. Judá, porém, será habitada para sempre, e Jerusalém, de geração em geração. Eu expiarei o sangue dos que não foram expiados, porque o SENHOR habitará em Sião” (Joel 3.18-21).

Será que a volta do povo judaico à sua terra , “á terra prometida” e a formação do novo Estado de Israel em nossos dias é o cumprimento dessas profecias de Amos, de Joel e de muitas outras similares? É este desenrolar dos fatos um sinal de que a volta de Cristo está às portas? Hal Lindsey afirmou que sim. Ele escreve: “Desde a formação do novo Estado de Israel no ano de 1948 vivemos no período mais importante das revelações bíblicas. [2] Walther C. Kaiser Jr. afirmou: “Israel é e permanecerá a chave de Deus tanto para seu próprio futuro como nação[3], como para o futuro dos gentios .”

Tais exegetas tem a Terra Santa, Jerusalém e o Templo, que pertencem aos tempos do Antigo Testamento, no qual tinham sua importância como bênção para Israel, e os consideram ainda hoje como importante portadores de bênçãos para o povo judeu, para o cristianismo e como indicadores para os tempos finais da igreja[4].

2. A pergunta hermenêutica

Muitos daqueles que vêem na fundação do Estado de Israel o cumprimento das profecias bíblicas, parece que estão seguindo os princípios hermenêuticos corretos na interpretação da Bíblia. A afirmação do Dr. Kaiser: “ Israel não pode ser reduzido a uma terra mística, na qual toda a realidade espiritual atual esteja só além das fronteiras geográficas e políticas,” [5] baseia-se em regras hermenêuticas, de que a Escritura deve ser interpretada conforme seu sentido gramatical teológico, histórico e que ela é confiável, sem erro e clara. Ao afirmar que “a relatividade na participação de cada geração individual nas bênçãos, com o testamento davídico oferece, não está em contradição com a promessa ilimitada [6] – refere-se ao princípio da validade da palavra de Deus. Quando tais exegetas fazem uso do princípio sólido dos reformadores, então parece muitas vezes difícil a luteranos confessionais reconhecerem onde está o erro nos argumentos e suas conseqüências na interpretação – mesmo quando Kaiser levanta a esperança de que o povo de Israel voltará a habitar alegremente sua terra durante o milênio [7].

Mas será que estes interpretes estão seguindo fiel e corretamente todos os princípios luteranos da hermenêutica? Martinho Lutero reforça: “Toda a Escritura de começo ao fim aponta somente para Cristo como fonte da graça e verdade para nós".[8] A própria Escritura afirma que a cruz de Cristo é o centro da Escritura (teologia crucis). A chave para a compreensão de toda a Escritura é somente Crito, o Filho de Deus, que se humanou, nosso Salvador, e aqui foi crucificado, ressuscitado e exaltado (Lc 24.25; Jo 5.39; 2 Co 1.20).

Ole Chr. M. Kvarme trouxe colaboração para o nosso tema: “O corpo de Cristo neste mundo segue as pisadas do crucificado, sob o sinal da cruz. Nenhum acontecimento visível justifica, o que cremos ou tornam o reino de Deus visível para o mundo, até que Cristo venha em glória para o juízo final e a libertação final, então inicia a teologia da glória. [9]

De outra forma, a justificação do pecador e o apropriar-se da salvação poderia acontecer por forma racional do aceitar certos fatos como prova concreta. Entusiastas da atualidade, no entanto, herdeiros dos entusiastas do tempo da Reforma, dos Pietistas e dos Puritanos, vêem a fundação do Estado de Israel como um sinal escatológico [10] dos tempos do fim, atribuindo-lhe não só um caráter revelador, mas também caráter salvífico. Em lugar de Cristo, Salvador de Israel e dos gentios, está o povo e a terra dos judeus, também como chave hermenêutica e como um fator co-redentor. Da hermenêutica cristológica, da teologia crucis vemos claramente, que o Novo Testamento aponta fundamentalmente para a interpretação do Antigo Testamento. Citações do Antigo Testamento não são sede de doutrina pelas quais o Novo Testamento deva ser orientado.

3. Israel nas profecias e seu cumprimento

Vamos analisar algumas profecias que são relacionados com o novo Estado de Israel.

3.1 - A terra prometida para todo o sempre.

A palavra hebraica “eterna” ou “para todos os tempos”, “olam”, têm como a maioria das palavras abstratas diversos significados. Esta palavra, na verdade, é um substantivo e significa “permanente” (Dt 15.17), ou “futuro distante” (Pv 1.10), ou “eterno”, (Sl 90.2; Dn 12.2)[11]. Por isso, “olam” no Antigo Testamento pode ser aplicado a situações que não sejam absolutamente eternas, mas que se encontram dentro de relativos limites históricos, que se estendem a um futuro histórico previsível, ou permanente. Este significado se aplica à promessa de Deus feita aos patriarcas do povo de Israel (Gn 13.15; 17.8; 48;4)[12].

Quatro profecias referem-se direta ou indiretamente à nova formação de Israel na própria terra “para sempre”, “enquanto durar” (Is 6.1,7-8; Jr 32.37-41; Ez 37.24-36; Am 9.15.[13] O contexto aponto, em todo o caso, que o cumprimento dependerá de certas condições. Isaías condena a injustiça e a incredulidade (Is 59.1-15; Jr 32.23,29-35; Ez 37.23), e requerem fé e obediência. Amós requer justiça e misericórdia (Am 5.12-24; 8.4-12). Miquéias resume estas condições da seguinte forma: “Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus” (Miquéias 6.8). Jesus afirma: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23.23). O profeta Jeremias destaca que cada promessa está condicionada à fé: “No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir, se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe. E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria” (Jeremias 18.7-10). Isto mostra que todas as promessas divinas estão condicionadas à fé. Isto já é afirmado em Levíticos 26 e Deuteronômios 28, com todos os detalhes e encontra-se nos profetas [14]. Esta foi a premissa básica também para o concerto que Deus fez por Moisés com o povo de Israel, o concerto de fé para com Deus: justiça e misericórdia com o próximo.

Se Israel tivesse cumprido seu concerto, Deus os teria abençoado e teriam habitado nas terras de Canaã em fartura como Deus o tinha prometido por Moisés: “Se atentamente ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que hoje te ordeno, o SENHOR, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra... Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR, teu Deus, não cuidando em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos que, hoje, te ordeno, então, virão todas estas maldições sobre ti e te alcançarão: Maldito serás tu na cidade e maldito serás no campo” (Deuteronômio 28.1-16). Por não terem obedecido a Deus foram levados cativos pelos assírios e o resto pelos babilônios, como Deus o disse em Dt. 28.15-48). Mas se, no cativeiro se arrependessem, Deus os conduziria devolta à terra prometida, para que vivessem conforme a ordem de Moisés. Conforme o prometeu, dizendo: “Quando o teu povo de Israel, por ter pecado contra ti, for ferido diante do inimigo, e se converter a ti, e confessar o teu nome, e orar, e suplicar a ti, nesta casa, ouve tu nos céus, e perdoa o pecado do teu povo de Israel, e faze-o voltar à terra que deste a seus pais” (1 Reis 8.33-34). Isto aconteceu sob a autoridade persa. Mas por não terem guardado o concerto e, especialmente, por a maioria deles ter rejeitado o Messias e a salvação que ele trouxe, Jesus anunciou ao seu povo na carne a segunda grande destruição (Mt 23.37; Lc 21.6,20-24; Dt 28.46-48). Isto se cumpriu com a destruição de Jerusalém pelos romanos, nos anos 70, entre 66 a 135 AD).

Os compromissos com o concerto devem ser mantidos: fé, justiça e misericórdia para que as promessas possam ser cumpridas e o povo de Israel pudesse viver em sua terra, conforme a palavra de Salomão: “Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2 Crônicas 7.14). Desde a vinda do Messias, no entanto essas profecias, pelo concerto do Novo Testamento, receberam uma dupla e nova forma: aqui “fé”, significa fé em Jesus de Nazaré, como o rei vindo da descendência de Davi, por outro: por lhe ter sido entregue o domínio sobre todo o mundo e por ele não governar de um trono material (Mt 28.18; Jo 18.36), nenhuma terra, nem Israel é sua terra, ou tem uma importância destacada. A terra do Messias é o mundo todo [15].

3.2 - A segunda volta de Israel “dos quatro cantos do mundo.”

“Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate e das terras do mar” (Isaías 11.11).

O contexto no qual esta profecia se encontra, deixa claro que o profeta se refere à saída do Egito sob a direção de Moisés, como a primeira volta: “Haverá caminho plano para o restante do seu povo, que for deixado, da Assíria, como o houve para Israel no dia em que subiu da terra do Egito” (Isaías 11.16).[16] No entanto, o novo retorno não precisa, necessariamente, referir-se ao retorno do cativeiro babilônico. Esta o profeta anuncia repetidas vezes [17]. Os versos 11 a 16 pertencem claramente às profecias messiânicas, dos versos 1 a 10: “Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo... Levantará um estandarte para as nações, ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de Judá recolherá desde os quatro confins da terra. (Isaías 11.12), e coloca o mesmo como um sinal para todos os povos (v.10). A última expressão: “...o renovo da raiz de Jessé” (v.10), esclarece que “a raiz de Jessé” tem seu paralelo no “tronco de Jessé”. Isto só pode referir-se ao Messias, que conduzirá o seu povo da dispersão de volta “dos quatro cantos da terra” (v.12). Interessante que no tempo do profeta Isaías o povo de Israel, ainda não disperso, conhecia a diáspora para outros países, além da Assíria (v.11) [18]. Também merece ser notado que a esse retorno está relacionada à revelação do Messias diante de todos os povos. Isto aconteceu no dia de Pentecostes (v.10), com a evangelização dos povos pagãos (Rm 11.11,14). O resto é idêntico com os judeus, que aceitaram a Jesus como Messias e Salvador, conforme a terminologia do apóstolo Paulo: “os verdadeiros israelitas” (Rm 9.6-8).

3.3 - Algumas objeções a esta interpretação:

1.Não deveria Jesus reconduzir os salvos de Israel de volta à terra prometida, a Israel? – Precisamos dizer que isto não está na proferia. A profecia fala em “resgatar o restante do seu povo, ajuntará os desterrados de Israel.” Não menciona que os ajuntará em Israel, e mesmo se mencionasse “Israel”, não seria problema. A pergunta não é: “Como Jesus cumprirá literalmente esta promessa? Literalmente ele não precisa cumprir nenhuma promessa, muito menos esta que está cheio de quadros figurativos e poéticos. A pergunta que precisa ser feita é: “Qual o papel de Cristo nesta profecia? (ou: Como Cristo cabe no cumprimento desta profecia?). Do ponto de vista da história precisamos responder o seguinte: No sentido de ter levantado a cruz do seu evangelho entre as nações, pelo qual levou muitos judeus entre muitas nações à fé no Messias. O cumprimento, portanto, não é o retorno à terra judaica, a Israel, mas o conduzir devolta ao Filho de Davi [19]. Aqui se aplica o princípio hermenêutico da centralidade de Cristo. Para a compreensão destas profecias isso significa que não nos cumpre olhar para o desenvolvimento de certos acontecimentos na história para o cumprimento literal, mas em que se pergunte como Cristo conduziu o cumprimento. Do contrário, a salvação de Cristo na cruz para judeus e gentios perderia o significado e os acontecimentos correlatos na história teriam significado maior do que a revelação da salvação.

3.4 - A volta de Israel “nos últimos dias” (Jr 30.24; Ez 38.16).

Em hebraico esta expressão significa literalmente “no fim dos dias.” Com estas palavras indica-se, simplesmente, uma situação após uma outra situação indefinida ou desconhecida, como por exemplo: “...há de acontecer nos dias vindouros” (Gênesis 49.1). “ ...nos últimos dias, entendereis isso claramente” (Jeremias 23.20) [20] . A expressão pode referir-se também ao tempo messiânico: “Nos últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no cimo dos montes e se elevará sobre os outeiros, e para ele afluirão todos os povos” (Isaías 2.2; Cf.: Jr 30.24; 48.47; 49.39; Ez 38.16; Os 3.5; Mq 4.1), ao tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, no qual vivemos. Cristo cumpriu estas profecias na mesma forma em que cumpriu a profecia de Isaías: “Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o restante do seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate e das terras do mar. Levantará um estandarte para as nações, ajuntará os desterrados de Israel e os dispersos de Judá recolherá desde os quatro confins da terra” (Isaías 11.11-12). Esta expressão: “...no tempo do fim” (Dn 11.40), deve ser claramente distinguida. Ela se refere ao juízo final com a ressurreição geral. Alguns interpretes ignoram completamente o contexto e ligam esta expressão a outros textos que não se referem ao fim, ao juízo final [21] .

3.5 - A volta das 12 tribos (Ez 37.11, 19-22; 47.13-48.35.

Não somente da tribo de Judá. Os israelitas que voltaram após a primeira destruição de Jerusalém, não foram somente os da tribo de Judá. É comprovado que também descendentes da tribo de Levi, Benjamin, Efraim e Manassés tinham sido levados para o cativeiro babilônico e também desses, sem dúvida, voltaram alguns [22]. Muitos descendentes das “10 tribos” nem foram levados ao cativeiro, mas continuaram residindo ali; que conhecemos no Novo Testamento como a região da Samaria e da Galiléia, 2 Cr 30.1-11. Estas províncias foram conquistadas pelos reis judaicos da linhagem dos hasmoneus e seus moradores forçados a passarem para a religião judaica [23]

Importante é notar que os israelitas que voltaram do cativeiro babilônico, no tempo de Esdras, julgavam serem os legítimos representantes das doze tribos de Israel. E traziam os sacrifícios correspondentes: “Para a dedicação desta Casa de Deus ofereceram cem novilhos, duzentos carneiros, quatrocentos cordeiros e doze cabritos, para oferta pelo pecado de todo o Israel, segundo o número das tribos de Israel” (Esdras 6.17). Também no Novo Testamento os judeus em Jerusalém julgavam-se os legítimos representantes de todo o Israel, das doze tribos (At 26.7; Tg 1.1) Por no Novo Testamento a expressão “doze tribos de Israel” ser expressão para designar toda a igreja [24], a promessa de Ezequiel não tem, em última análise, nada a ver com a volta de Israel do cativeiro babilônico, mas do conjunto de judeus e gentios, como verdadeiros “filhos de Abraão”, a igreja de Cristo (Rm 11.17; Gl 3.29).

3.6 - A reconstrução física da terra de Israel

Os judeus que voltaram do cativeiro babilônico só ocuparam e povoaram uma pequena parte, em torno de Jerusalém. Permaneceram politica e economicamente fracos e foram incapazes de reconquistar e ocupar toda a terra. Será que as profecias que falam de um deserto florescente e da reedificação das cidades se referiam àquele tempo ou devemos considerá-los cumpridas hoje? [25]

Realmente aquela pequena província persa no ano 538 a.C. era um povoado pequeno. Mas, mais tarde a situação se modificou. Nos anos seguintes, sob a liderança de Esdras e Neemias houve um avanço, tanto espiritual como material. Nos 250 anos que se seguiram, Judá floresceu mais e mais, especialmente sob a regência dos Ptolomeus. Sob o domínio dos hasmoneus (1 Mac. 14.4-15) e sob Herodes o Grande no último século antes de Cristo. Apesar das guerras e dos altos impostos, Judá alcançou grande poder e força em todos os domínios internos e externos: na política, na agricultura, em construções e um bem estar material, bem como crescimento populacional. A reconstrução da agricultura que estava abandonada por mais de 300 anos, tornou-se possível devido as fortes chuvas [26]. A chuva do cedo e do tarde cobria o deserto de verde e as montanhas com flores.

A prometida reconstrução de Israel e de suas cidades, o crescimento populacional mostra-se cumprida, historicamente, nos últimos 400 anos. Teologicamente ela se cumpriu no sentido de o Messias ter trazido paz (shalom), que por seus discípulos foi levada missionariamente aos outros países.

3.7 - A terra no Novo Testamento

Jesus anunciou a Jerusalém e ao povo de Israel a destruição (Lc 21.6-24). Mas o que a palavra de Deus diz a respeito de Israel e de sua volta à terra prometida? Nada. O Novo Testamento não fala de uma volta à terra, nem de uma reconstrução de Jerusalém, nem da reconstrução do templo. É impressionante que no Novo Testamento, nem no Apocalipse se fala disso.

Em oposição a isso, Cristo anunciou a reunião dos eleitos. “E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mateus 24.31). Neste chamado para a reunificação ecoa a volta de Israel para sua terra (Dt 30.4; Zc 2.6). Mas são mencionados somente os seguidores do Messias, não todo o Israel, nem para sua terra. A descrição simbólica do governo de Cristo, junto com os mártires, durante o milênio (Ap 20.1-6), não contém a indicação do local. Também a vinda da nova Jerusalém não desce para Sião ou na terra de Israel, mas no novo céu e na nova terra (Ap 21.1ss). O Novo Testamento não tem mais em mente o Israel nacional, mas os fiéis seguidores de Cristo, não mais a terra de Israel, mas a presença do Messias, no centro está única e somente Cristo.

Tal compreensão o Antigo Testamento já continha? Sim, o profeta Isaías afirma que Israel não seria mais famoso por causa do seu templo, mas por o seu povo oprimido encontrar consolo ali (Is 51.11), e que será colocada a pedra angular messiânica (Is 28.16), e que o Senhor consolará ali os humildes e despedaçados (Is 57.15). Para Jeremias a centralidade será o domínio do Senhor sobre o povo, que ocupará o lugar da arca do concerto (Jr 3.14-17), por isso não precisaremos mais perguntar por ela. Por isso, não nos surpreende que a nova Jerusalém não tenha mais um templo, mas somente a presença de Deus e do Cordeiro (Ap 21.22; Is 60.19; Mt 18.20; 28.20; Jo 4.21). Por o Milênio (Ap 20.2-7) simbolizar o tempo atual, desde a encarnação de Jesus (Ap 12.1-6) e por este texto não se referir especificamente ao povo de Israel, não podemos desenvolver, a partir deste texto, como se a formação do Estado de Israel indicasse o primeiro degrau para o erguimento do reino de Deus no mundo [27].

Mesmo assim, o Novo Testamento não silencia completamente sobre a terra de Israel, como se, após a vinda do Messias, a terra não tivesse mais nenhum significado para o povo. Por um lado, é colocado como ponto de saída do evangelho para todas as nações (Lc 24.47; At 1.8); por outro, serve como tipo

para a nova Jerusalém, que no fim é a herança para todos os fiéis, tanto judeus como gentios (Jo 14.2; Gl 4.26; Hb 11.13-16; 12.22-24; 13.14) Ela nos lembra , pela carta dos apóstolos, dos poderosos juízos bem como ações da salvação que Deus executou em Israel, e das promessas da glória futura, mas por estas promessas finais não incluírem a terra de Israel, ela não é terra santa.

3.8 - A reedificação de Israel como nação

Em algumas promessas consta que Israel permanecerá para todos os tempos como nação, vencerá todos seus inimigos e tomará posse, novamente de Jerusalém [28]. Mas os judeus tornaram-se por mais de 101 anos, do ano de 164 a 63 a. C. nacionalmente dependentes, a saber sob o domínio dos hasmonitas. Naquele tempo Judá venceu seus inimigos, os filisteus, os edomitas, os moabitas e amonitas e alcançou quase a mesma grandeza e bem-estar material como nos dias do rei Davi e Salomão [29].

Em Jr 31.36 e Mq 4.7 Israel é chamado de “goj”. Esta palavra hebraica significa uma nação política com fronteiras estabelecidas. Mas a expressão “am”, ao contrário, significa uma raça homogênea. Por estas duas expressões serem usadas no AT de forma alterada [30], não se pode provar pela palavra “goj” que ela sempre se refere a uma nação política independente e com fronteiras estabelecidas, em vez de uma nação étnica. O contexto de Jeremias não requer a palavra “nação em lugar de povo”. Os versos que antecedem v.31-34 e Mq 4.6-8, são profecias messiânicas, que começaram a cumprir-se com o Novo Testamento por Cristo e seu domínio como Filho de Deus.

A promessa de Cristo: “Jerusalém será destruída pelos gentios, até que o tempo dos gentios se cumpra” (Lc 21.24), não profetiza a restauração de Jerusalém e de Israel. Mesmo os interpretes schiliastas admitem que o “tempo dos gentios” não se cumpre antes da vinda de Cristo [31]. Também não é possível alegrar-se na nova Jerusalém à base de Apocalipse, pois isto não será uma Jerusalém material reedificada, mas uma nova criação (Ap 21.2,20). Temos aqui ainda outro sinal, para isso, de que a visão de Ezequiel de um novo templo (Ez 40-48), refere-se historicamente aos anos 520 até 515 a. C.. O templo messiânico é o próprio Messias (Jo 2.19-21; Ap 21.22). Assim, nem a reconstrução de Jerusalém, nem a nova forma do Estado de Israel em 1967, nem a esperada reedificação do templo em Jerusalém são indicações do cumprimento da profecia [32].

3.9 - O domínio do Filho de Davi

O reerguimento de Israel como nação é muitas vezes mencionado como renovação do domínio da dinastia de Davi (Jo 223.5; Ez 34.22-31; 37.21-26; Am 9.11-15; Mq 4.7; 5.2-4). O atual e moderno Estado de Israel não tem um domínio monárquico, muito menos de alguém da linhagem de Davi. Por outro, nenhum judeu pode hoje, com certeza dizer ser descendente do rei Davi. Cristo explicou a seus discípulos ser ele o profetizado rei e filho de Davi. Ele cumpriu as profecias de forma espiritual e não de forma terreal com fronteiras materiais. Ele governa pela presença de sua natureza divino-humana e pelo Espírito Santo (Mt 18.20; 28.18-20; Lc 17.21; Jo 14.16-27; 18.36). Nisto cumprem-se as palavras do anjo Gabriel a Maria (Lc 1.32), como os apóstolos o afirmaram no concílio em Jerusalém (At 15.14-21) [33]. Isto os profetas não indicam com clareza, mas agradou a Deus mostrar que estas profecias se cumpriram no domínio do Filho de Davi, Jesus (Jo 2.2-4; 9.6; 11.1-5; 42.1-9; 49.6). Com sua ascensão, Jesus iniciou o eterno domínio do Filho de Davi (At 2.33-36; 13.33-37; Ef 1.20-23; Ap 1.5-6). Com isso todas as profecias se cumpriram (2 Sm 7.16; Sl 89.3,18-37). Mas parece, se tomarmos a palavra ao pé da letra, limitado a mil anos.

3.10 - A guerra nos tempos finais

Muitos, que se dizem profetas em nossos dias, gostam de excluir Ez 38-39, e identificam Magog, Rosch, Meschech e Tubal com a união com o Vaticano e Gomer com a DDR, unidos com Irã e África do Norte (38.2-6). Associam isso com passagens semelhantes de Daniel 11.40-43; Sc 12-14 e Ap 4 19 e pintam de forma grandiosa o fim. O Anticristo, um líder carismático de Roma, que se unirá com Israel e cuidarão da reconstrução do Templo. A partir daí os egípcios e os africanos do norte, mais tarde os russos e seus aliados vão derrotar e ocupar Israel, mas serão finalmente derrotados pela intervenção direta de Deus. Então os 200.000.000 de chineses vão lutar contra o anticristo e seus aliados europeus. Será a terceira guerra mundial. O auge da mesma será a batalha do Armagedon. Então Cristo voltará para o Milênio. Os sinais que indicam a proximidade desse dia são a constituição e o florecimento do Estado de Israel em sua terra, bem como a crescente inimizade dos povos contra Israel [34] [35].

Todas estas passagens, a que tais interpretes se apoiam, são textos bíblicos. Eles se referem a povos no tempo de Ezequiel 38.2,6, povos que não têm nada a ver com os povos europeus de nossos dias [36].

Por outro, a passagem em Daniel 11.1-5 que se refere aos Ptolomeus e Seleutas e suas disputas com Judá no terceiro e segundo séculos antes de Cristo. Daniel 12.1-3, falam dos tempos finais. Mesmo que os versículos no meio falem da conquista de orientais pelos romanos, são demasiadamente gerais para dali se extrair com certeza acontecimentos atuais ou vindouros. Em conseqüência disso, interpretar a afirmação do apóstolo Paulo em 2 Ts 2.3-4 como sendo o reino mau do norte, cujo retrato histórico foi rei Antíoco IV, como cumprimento da vinda do anticristo[37] é completamente falho.

Em terceiro lugar, o próprio Cristo informou que diversas profecias se cumpriram nele, tais como Zc 12 –14, cumprido em Zc 12.10; 13.7). Outras profecias, que afirmam coisas semelhante, devem ser compreendidas assim também. O lamento de muitos judeus sobre a morte de Jesus (11.3). O resto se refere aos tempos do fim, sem referir-se a inimigos específicos de Israel[38]. Pode referir-se também aos juízos de Deus sobre nações que perseguiram a Israel. Nisto se cumpriria a profecia dada a Abraão: “Eu quero amaldiçoar... aos que te amaldiçoam!” (Gn 12.3).

Em quarto lugar, as revelações de Apocalipse 4-19 exortam, por meio de quadros bíblicos, os fiéis a resistiram aos poderes do mal. Alguns trechos podem ser interpretados quase literalmente (Ap 14.8; 18.2-20), que apontam para a derrota de Roma, 14,13 e 19.9, as bem-aventuranças aos fiéis. Disso concluímos que estas capítulos não apontam os tempos finais, mas aos bastidores do tempo daquela época, a perseguição aos cristãos sob o domínio romanos, do Cesar Domiciano (93-96 AD), do sofrimento dos cristãos em toda a parte do mundo que se estende até ao fim [39]. Mas salvará os fiéis e lhes fará justiça, e destruirá os inimigos (19.1-9). Isto é um consolo para todos os cristãos que sofrem perseguições, e não aponta para outras circunstância materiais.

3.11 - O significado da restauração de Israel

Mesmo assim levanta-se sempre de novo a pergunta: Será que não foi Deus que restabeleceu o atual Estado de Israel? Lembramos a forma maravilhosa em que isto aconteceu. Somente alguns anos após o holocausto, Israel conseguiu-se organizar. Foi vitorioso em quatro guerras. Construi cidades, desenvolveu a indústria, cultivou o hebraico, reergue sua cultura, uma vez que os judeus vieram das mais diferentes nações e culturas [40].

O salmista canta: “O Senhor não há de rejeitar o seu povo, nem desamparar a suja herança” (Sl 94.14)[41]. O apóstolo Paulo afirma que mesmo os judeus não convertidos ainda possuem o concerto e as promessas (Rm 9.4).“Terá Deus rejeitado o seu povo? De modo nenhum” (Rm 12.2; 11.1). A maior parte de Israel rejeita o Messias (Rm 9.32-40; 4.16; 11.15) e com isso rejeitaram a riqueza das bênçãos, pois o cumprimento está em Cristo e no Novo Testamento. Por um lado, eles podem tornar-se herdeiros das promessas se aceitarem o seu Messias (Rm 11.12-15, 23; 10.12-18). O apóstolo deseja isto ardentemente (Rm 9.1-3; 10.1; 11.14). Por outro, pode se esperar de Deus que ele honrasse pelo menos os compromissos do concerto do Antigo Testamento que não são opostos aos concertos messiânicos do Novo Testamento. Com isso as bênçãos espirituais e eternas que Cristo trouxe e confere estão excluídas. Também o domínio do Filho de Deus e de um novo Templo com os cultos que são obsoletos, uma vez que Cristo cumpriu a lei. Mesmo assim, Deus tem a liberdade de conceder aos judeus não cristãos as bases do antigo concerto, a saber, a existência como povo reconhecido (Jr 31.35-37). A história nos mostra como Deus, muitas vezes, foi fiel ao povo infiel. Apesar das muitas perseguições, deportações e massacres, mais de 1900 anos na diáspora, o povo sobreviveu. Também sobreviveu nesses últimos 30 anos, no moderno nacionalismo atacado por muitos inimigos sobreviveu.

Não Satanás, nem o destino, nem a casualidade, mas unicamente Deus determina os destinos da história da humanidade, por seu Filho Jesus Cristo. Contra as investidas de Satanás e contra o ódio anti semítico. Deus conservou Israel em vida e castiga os que odeiam o povo de Israel e o perseguem. Que Deus permitiu que em nossos dias Israel voltasse a sua terra, mostra que ele o único e verdadeiro Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo. Fora dele não há Deus nem salvação. Por isso, nós cristãos, podemos dizer: Se Deus, firmado no concerto do Antigo Testamento mostra tanta fidelidade, com quanto mais fidelidade cumprirá o que foi prometido por Cristo no Novo Testamento.

A reconstrução de Estado de Israel, em nossos dias, não aconteceu em cumprimento de uma promessa bíblica, como muitos entusiastas o colocam. Mas mostra que Cristo, o Senhor do universo e Filho de Davi, não esqueceu o seu povo. Por isso também o seu chamado ao povo de Israel ainda é válido, para que o aceitem como Messias e Salvador. Os cristãos, dos povos gentílicos, têm o dever de anunciar aos judeus o evangelho (Rm 10.12-13) e viver de tal forma, como seguidores de Cristo, para que os judeus sejam por eles estimulados a aceitarem a Jesus (Rm 11.11-14) [42].

Resumo. Por fim, queremos resumir aqui as diferentes interpretações erradas referentes à terra santa e ao Estado de Israel:

1.Em primeiro lugar os princípios hermenêuticos em relação à gramática, o conjunto e os fatos históricos aqui aplicados.

2.Muitas vezes são usadas afirmações do Antigo Testamento como versículos do Antigo Testamento são usados como chave para a compreensão do Novo Testamento, em lugar do inverso.

3.E aqui o ponto principal: Tudo deve ser analisado na centralidade de Cristo. Em vez de usarem os versículos para a honra de Cristo, as usam para a honra de Israel, dando ao povo e à terra a primazia. Como, no passado à comunidade de Quamran e sectários de todas as cores, assim os entusiastas de nossos dias não praticam verdadeira exegese (análise) dos textos bíblicos, mas fazem uma eisegese, isto é, lêem para dentro da Bíblia seus próprios pensamentos e idéias. Com isto Cristo é reduzido a um salvador vulgar e substituído por jornalistas sensacionalistas e pela fé em acontecimentos históricos. Sem dúvida, certos acontecimentos atuais podem servir de sinais para nos lembrar de que Cristo é o Senhor da história, que chegará ao seu fim. Mas nenhum cristão que interpreta a Escritura, tanto o passado como o presente, pode obscurecer a Cristo. Jesus é o único Salvador, não qualquer circunstância e acontecimento. Citemos uma palavra de Lutero: “Tire Cristo da Escritura, e o que acharás?... A Escritura precisa ser interpretada a partir de Cristo, não contra Cristo [43].

--------------------------


[1] John R. Wilch, Concordia Journal, 5/1982. Traduzido do inglês para o alemão, por Matthias Krieser e publicado em Lutherische Theologie und Kirche, 1/1984.

O professor John Wilch atuou como missionários entre judeus. Atualmente é prof. do Antigo Testamento, Concordia Theological Seminary, em Saint Catharines, Ontário, Canadá. Traduzido do alemão para o português, por Horst Kuchenbecker, junho, 2002.

[2] Hal Lindsey C. C. Carlson: The Late Great Planet Earth , Zondervan, Grand Rapids, 1970, 1970, p. 62, cf.: Richard Wolff: Israel Art III Tryndade, Wheaton Illenois, 1967, p. 62.

[3] Walther C. Kaiser jr.: The Promised Land. A Bíblical Historical Niew (Bibliotheca Sacra vol. 138, O]outubro 1981), p. 310.

[4] Kaiser Jr., p. 309-312: Jerry Falwell: Jerry Falwell Objects (Christianity Today vol. 26,22, jan. 1982, p. 16ss.: Bispo Erling Utnem da Noroega defende uma posição intermediária. A volta de Israel para sua terra assinala um novo tempo da graça, e tem uma função tipológica. Deus prepara a Israel para o seu reino por meio de acontecimentos políticos, sua provável conversão por meio de arrependimento e fé serão uma poderosa demonstração da grande e ilimitada graça de Deus ( Ole Chr. M. Kvarme: The Theological implication of the State of Israel, The Hebrew Christian, vol 54, outono 1981, p. 83). Uma outra posição intermediária encontramos em Mark H. Hanna: Israel Today: What Place in Prophesy? Christianity Today, vol. 26,22, janeiro 1982, p. 14-17.

[5] Kaiser Jr. op. cit. p. 302

[6] Kaiser Jr. op. cit. p. 307

[7] Kaiser Jr. op. cit. p. 312

[8] WA 46, p. 64, 274 (Luther´s Works, vol. 22, p. 124.

[9] Kvarme: The Theological Implication of the State of Israel (The Hebrew Christian, vol. 55, Inverno 1981), p. 119, zu den hermeneutischen Prinnzipien, p. 117ss.

[10] Kvarme, Hebrew Christian vol. 54, p. 83.

[11] Hermann Sasse: aion (Theological Dictionary of the New Testamento): John R. Wilch; Time and Event (E.J. Brill, Leiden, 1969), p. 17-19; Ernst Jeni, olam (THAT).

[12] H.C. Leupold: Expostion of Genesis (Warthburg Columbus/Ohio, 1942), p. 441

[13] “No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo... com a brasa tocou a minha boca e disse: Eis que ela tocou os teus lábios; a tua iniqüidade foi tirada, e perdoado o teu pecado. Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Isaías 6.1,7-8).

“Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei que nele habitem seguramente. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos. Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma” (Jeremias 32.37-41).

“O meu servo Davi reinará sobre eles; todos eles terão um só pastor, andarão nos meus juízos, guardarão os meus estatutos e os observarão. Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, na qual vossos pais habitaram; habitarão nela, eles e seus filhos e os filhos de seus filhos, para sempre; e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente. Farei com eles aliança de paz; será aliança perpétua. Estabelecê-los-ei, e os multiplicarei, e porei o meu santuário no meio deles, para sempre. O meu tabernáculo estará com eles; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. As nações saberão que eu sou o SENHOR que santifico a Israel, quando o meu santuário estiver para sempre no meio deles. Veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Filho do homem, volve o rosto contra Gogue, da terra de Magogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal; profetiza contra ele e dize: Assim diz o SENHOR Deus: Eis que eu sou contra ti, ó Gogue, príncipe de Rôs, de Meseque e Tubal. Far-te-ei que te volvas, porei anzóis no teu queixo e te levarei a ti e todo o teu exército, cavalos e cavaleiros, todos vestidos de armamento completo, grande multidão, com pavês e escudo, empunhando todos a espada; persas e etíopes e Pute com eles, todos com escudo e capacete; Gômer e todas as suas tropas; a casa de Togarma, do lado do Norte, e todas as suas tropas, muitos povos contigo. Prepara-te, sim, dispõe-te, tu e toda a multidão do teu povo que se reuniu a ti, e serve-lhe de guarda. Depois de muitos dias, serás visitado; no fim dos anos, virás à terra que se recuperou da espada, ao povo que se congregou dentre muitos povos sobre os montes de Israel, que sempre estavam desolados; este povo foi tirado de entre os povos, e todos eles habitarão seguramente. Então, subirás, virás como tempestade, far-te-ás como nuvem que cobre a terra, tu, e todas as tuas tropas, e muitos povos contigo. Assim diz o SENHOR Deus: Naquele dia, terás imaginações no teu coração e conceberás mau desígnio; e dirás: Subirei contra a terra das aldeias sem muros, virei contra os que estão em repouso, que vivem seguros, que habitam, todos, sem muros e não têm ferrolhos nem portas; isso a fim de tomares o despojo, arrebatares a presa e levantares a mão contra as terras desertas que se acham habitadas e contra o povo que se congregou dentre as nações, o qual tem gado e bens e habita no meio da terra. Sabá e Dedã, e os mercadores de Társis, e todos os seus governadores rapaces te dirão: Vens tu para tomar o despojo? Ajuntaste o teu bando para arrebatar a presa, para levar a prata e o ouro, para tomar o gado e as possessões, para saquear grandes despojos?” (Ezequiel 37.24-38.13).

“Plantá-los-ei na sua terra, e, dessa terra que lhes dei, já não serão arrancados, diz o SENHOR, teu Deus” (Amós 9.15).

-Is 61.7: Eduard Yung: The Book of Isaiah (vol 3, Eerdmans, Grand Rapids/Michigan, 1972, vol. 5, p. 463ss; o “nicht mehr” em Amós 9.15, ist in derselben Weise zu versthen, cf. C.F.Keil/Franz Delitzsch: Commentary on the Old Testament (vol 10, nachdruch, Eerdmansm, Grand Rapid´s/Michigan, 1978), vol. 10 (Keil: Minor Prophets, p. 336.Ein absolutes Verständniss dieser Angebe findet sich dagegen bei Merril F.Unger: Ezekiel´s Vision of Israel´s Restoration (Bilbioteca Sacra, vol. 106, outubro/1949, p. 438.330 e vol. 107, janeiro 1950, p. 57, 60; John F. Walvoord: Does the Church Fulfill Isral`s Program? (Bilbioteca Sacra, vol. 137, janeiro, 1980, p. 23-28; Kaiser Jr., op. cit. p. 303,307, 310).

[14] Cf. Kaiser Jr. op. cit. : Toward na Evangelical Theology (Baker, Grand Rapids/Michigan, 1981, pág. 193-195. Ex 23.6; Lv 19.18; Dt 4.1-19; 11.8-28, 30; Is 65.1-16; Jr 32.39; Ez 18.34,30; 36.23-32.

[15] Cf.: Gn 13.15, Keil Delitzsch, vol. 1 (Keil: The Pentateuch), p. 200.

[16] Is 11.15 e Is 11.11, cf.: Young, vol. 1, p. 394ss. e Leupold: Exposition of Isaiah (vol 2, Baker, Grand Rapids/Michigan, 1968, vol. 1, p. 223.

[17] Cf.: Is 11.15ss e o grande contexto também em 14.1-3. Young, op. cit. vol. 1, pág. 400 e 431ss.

[18] Cf. Is 11.11, Keli Delitzsch , op. cit. vol. 7 (Delitzsch Isaías, pág. 288 e Young , op. cit. vol. 1, pág. 394ss. .

[19] Contra isso Unger, Biblioteca Sacra vol. 10, pág. 440; Walvoord: The Abrahamic Convenant and Premillennialiam (Bibliotheca Sacra, vol 109, Juli, 1052, ág. 221; Wolf, op.cit. pág. 43.; Kaiser Jr. Biblioteca Sacra, vol 138, pág. 309, cf. Keil Delitzsch, vol 9 (Kail Ezekiel, Daniel, pág 425.

[20] Gerhard Delling: telos (Theological Dictionary of the New Testament); Wilch, op. cit., p. 19; Ernst Jenni: jom (THAT).

[21] Cf.: Wolff, op. cit.,p. 71-73; Lindsy, op. cit., p. 51; Harold ª Sever: Where is Modern Israel in Prophesy? (The Choren People, vol. 88, fevereiro, 1982, p. 9.

[22] Esdras 2.36-42; 2Cr 34.9; Rm 11.1 cf.: Lc 2.36. Cf.: William Hendriksen: Israel in Prophecy (Baker, Philadelphia/Penssylvania, 1968), p. 67-73; Raymund F. Surburg: Introduction to the Intertestamental Period (Concordia, St. Louis/Missouri, 1973, p. 41.

[23] Josephus: Judische Altetümer 13.318. Cf.: Bo Reicke: The New Testamento Era, übers v. David E. Green (Fortress, Philadelphia/Pennsylvania, 1968, p. 67-73; Raymund Surburg: Introduction to the Intertestamento Period (Concordia St. Louis, Missouri, 1975, p. 41.

[24] Mt. 19.28; Ap 7.4-8; 21.22; para Ap 7.8 confere R.C.H. Lenski: The Interpretation of St. Johns Revelation (Lutheran Book Concern, Columbus Ohio, 1935, p. 250-255.

[25] Cf.: Is 35.55; 12.1; 61.4; 65.21; Jl 3.18; Am 9.13. Unger Biblioteca Sacra, vol. 107, p. 58; Lindsey, op. cit., p. 50, 52.

[26] Cf.: Reicke, op. cit., p. 67-73; Martin Hengel: Judaismo e Hellenism (vol. 2, sobre John Bowden, SCM, London, 1974, vol. 1, p. 42-47.

[27] Kvarme, Hebrew Christian, vol. 55, p. 120. Cf.: Lenski, op. cit.., p. 359,568; Keil Delitzsch, vol 9, p. 413-416.

[28] Is 11.14; Jr 31.36-40; Mq 4.7. Cf.: Is 14.2; Jr 23.5-8; 32.37; Ez 34.14-16; 37.14,22-26; 38.16; 39.26; 40.1-3; Dn 12.2; Os 1.11; Am 9.11-15; So 3.20; Lc 1.32; At 15.16; Rm 11.26-29; Unger Biblioteca Sacra, vol. 106, p. 434-444. Unger Biblioteca Sacra, vol. 107, p. 52. Walvoord Biblioteca Sacra, vol. 109, p. 222. Wolff, op. cit., p. 44. Lindsey, op. cit., p. 50, 60-62. Milton B. Lindberg: The Jew and Modern Israel in the Light of Profhecy(übertarbeitet von arthur ªMacKinnev, Moody Chicago Illenois, 1973), p. 27,52; Farvell, op. cit., p. 16.

[29] Cf.: 1 Macabeus 3.41; 5.1-8,68; 10.83-89; Reicke: op. cit., p. 67-73; Hedriksen: op. cit., p. 21-27.

[30] Cf.: A. R. Hulst: am/goj (THAT), Ronald F. Clements: goj (Theological Dictionary of the Old Testamento; Keil Delitzsch, vol 8 (Keil: Jeremiah, Lamentations) p.. 41.

[31] Lindberg, op. cit., p. 83; Sevener: The Times of the Gentiles – Is Time Running Out? (The Chosen People, vol 87, fevereiro 1981), p. 6; cf: Hendriksen, p. 27; Lucas 21-24 aponta para a limitação no tempo das ações dos inimigos contra o povo judeu por povos gentilicos; Karl Heinrich Rengstort: Das Evangelium nach Lucas (NTI), vol. 3,16, editora Vandenloeck &Ruprecht, Göttingen, 1975, p. 237; Lenski: The Interpretation of St. Luke`s Gospel (Lutheran Book Concern, Columbus Ohio, 1934, p. 642.

[32] Contra isso Unger, Biblioteca Sacra, vol. 107, p. 61. Wolff, op. cit., p. 69. Lensey, op. cit., p. 51; Se o povo de Israel tivesse ficado na fé, na justiça e no servir a Deus, como Ez 34.37 e 40-48 o mostram, então as respectivas profecias teriam se cumprido após ao cativeiro babilônico. Por isso não ter sido o caso, estas promessas só se cumpriram em Cristo e a igreja cristã. Cf.: Keil/Delitzsch, vol. 9, p. 92, 127, 136-157, 144 e Rm 4.13.

[33] Cf.: Kvarme, Hebrew Christian, vol. 54, p. 119.

[34] Cf.: Wolff, op. cit., p. 69-85. Lindsey, op. cit., p. 42,48, 52-54, 62-77, 81, 109, 151-154, 156-170.

[35] Nota do tradutor: Este artigo foi escrito em 1982. Naquela época os acontecimentos políticos levavam os entusiastas a uma interpretação, a que está aí. Hoje, com novos ventos políticos os entusiastas interpretam diferente. Assim já houve, ao longo da história muitas interpretações. E há, entre os entusiastas, inúmeras interpretações de antes do milênio, no milênio, após o milênio, etc.

[36] Cf.: Bnedikt Otzen: gog/magog (Theological Dictionary of the Old Testamento), Keli Delitzsch, vol. 9, p. 158, 418, 423, 432-434.

[37] Cf.: Keil Delitzsch, vol. 9, 462ss; Leupold, Exposition of Daniel (Warthburg, Columbus?ohio, 1949), p. 510-524.

[38] Contra isso Lindberg, op. cit., p. 38; Lindsey, op. cit., p. 54, 62, 167; Erroll Huylse: The Restoration of Israel (2ª edição H. E. Walter, Worthing Sussex, 1971) p. 63, referente a Zacarias 12.10-14; 13.17; cf. Keil Delitzsch, vol 10, p 386-392, 396-400.

[39] Cf.: Lenski, Revelation, p. 216, 356. Keil Delitzsch, vol. 9, p. 406; contra Charles L. Feinberg: The State of Israel (Biblioteca Sacra, vol 112, outubro 1955, p. 319. Lindberg, op. cit., p.. 61, 85. Lindsey, op. cit., p. 110-112, 153, 162-166.

[40] Cf.: Lindberg: op. cit., p. 51; Sevener: How to Destroi Israel (The Chosen People, vol. 87, julho 1981, p. 9.

[41] Cf.: Sl 77.1; Dt 31.7,8; 1 Sm 12.22; 1 Rs 6.13; Is 54.10; Jr 20.11; 31.35-37; 33.25; 46.28. Lm 3.3; Am 9.8.

[42] Se refletirmos sobre as citações bíblicas, mencionadas na nota anterior e também At 1.8 e Rm 1.16, então a execução da ordem missionária é degenerada, se não se destinar também e principalmente aos judeus.

[43] WA, vol 18, pág. 606-629.

Marcadores

1 CO 1.18-25 1 CO 12.2 1 CO 15.20-28 1 CO 15.50-58 1 CO 2.1-5 1 CO 6.12-20 1 CO2.6-13 1 CORÍNTIOS 1 CR 28.20 1 JO 1 JO 1.1-10 1 JO 4.7-10 1 PE 1.13-21 1 PE 1.17-25 1 PE 1.3-9 1 PE 2.1-10 1 PE 2.18-25 1 PE 2.19-25 1 PE 2.4-10 1 PE 3.13-22 1 PE 3.15-22 1 PE 3.18-20 1 PE 4.12-17 1 PE 5.6-11 1 PEDRO 1 RS 19.4-8 1 RS 8.22-23 1 SM 1 1 SM 2 1 SM 28.1-25 1 SM 3 1 SM 3.1-10 1 TIMÓTEO 1 TM 1.12-17 1 Tm 2.1-15 1 TM 3.1-7 1 TS 1.5B-10 10 PENTECOSTES 13-25 13° APÓS PENTECOSTES 14° DOMINGO APÓS PENTECOSTES 15 ANOS 16-18 17 17º 17º PENTECOSTES 1CO 11.23 1CO 16 1º ARTIGO 1º MANDAMENTO 1PE 1PE 3 1RS 17.17-24 1RS 19.9B-21 2 CO 12.7-10 2 CO 5.1-10 2 CO 5.14-20 2 CORINTIOS 2 PE 1.16-21 2 PE 3.8-14 2 PENTECOSTES 2 TM 1.1-14 2 TM 1.3-14 2 TM 2.8-13 2 TM 3.1-5 2 TM 3.14-4.5 2 TM 4.6-8 2 TS 3.6-13 2° EPIFANIA 2° QUARESMA 20º PENTECOSTES 24º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 25º DOMINGO PENTECOSTES 27-30 2CO 8 2º ADVENTO 2º ARTIGO 2º DOMINGO DE PÁSCOA 2TM 1 2TM 3 3 3 PENTECOSTES 3º ARTIGO 3º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 3º DOMINGO DE PÁSCOA 3º DOMINGO NO ADVENTO 4 PENTECOSTES 41-43 4º DOMINGO APÓS PENTECOSTES 4º DOMINGO DE PENTECOSTES 4º FEIRA DE CINZAS 5 MINUTOS COM JESUS 5° APÓS EPIFANIA 500 ANOS 5MINUTOS 5º DOMINGO DE PENTECOSTES 5º EPIFANIA 5º PENTECOSTES 6º MANDAMENTO 7 ESTRELAS Abiel ABORTO ABSOLVIÇÃO ACAMPAMENTO AÇÃO DE GRAÇA ACIDENTE ACIR RAYMANN ACONSELHAMENTO ACONSELHAMENTO PASTORAL ACRÓSTICO ADALMIR WACHHOLz ADELAR BORTH ADELAR MUNIEWEG ADEMAR VORPAGEL ADMINISTRAÇÃO ADORAÇÃO ADULTÉRIO ADULTOS ADVENTISTA ADVENTO ADVERSIDADES AGENDA AIDS AILTON J. MULLER AIRTON SCHUNKE AJUDAR ALBERTO DE MATTOS ALCEU PENNING ALCOOLISMO ALEGRIA ALEMÃO ÁLISTER PIEPER ALTAR ALTO ALEGRE AM 8.4-14 AMASIADO AMBIÇÃO AMIGO AMIZADE AMOR André ANDRÉ DOS S. DREHER ANDRÉ L. KLEIN ANIVERSARIANTES ANIVERSÁRIO ANJOS ANO NOVO ANSELMO E. GRAFF ANTHONY HOEKEMA ANTIGO TESTAMENTO ANTINOMISTAS AP 1 AP 2 AP 22 AP 22.12-17 AP 3 APOCALIPSE APOLOGIA APONTAMENTOS APOSTILA ARNILDO MÜNCHOW ARNILDO SCHNEIDER ARNO ELICKER ARNO SCHNEUMANN ARREBATAMENTO ARREPENDIMENTO ARTHUR D. BENEVENUTI ARTIGO ASAS ASCENSÃO ASCLÉPIO ASSEMBLEIA ASTOMIRO ROMAIS AT AT 1 AT 1-10 AT 1.12-26 AT 10.34-43 AT 17.16-34 AT 2.1-21 AT 2.14a 36-47 AT 2.22-32 AT 2.36-41 AT 2.42-47 AT 4.32-37 AT 6.1-9 AT 7.51-60 ATANASIANO ATOS AUDIO AUGSBURGO AUGUSTO KIRCHHEIN AULA AUTO ESTIMA AUTO EXCLUSÃO AUTORIDADE SECULAR AVANÇANDO COM GRATIDÃO AVISOS AZUL E BRANCO BAIXO BATISMO BATISMO INFANTIL BELÉM BEM AVENTURADOS BENÇÃO BENJAMIM JANDT BIBLIA ILUSTRADA BÍBLIA SAGRADA BÍBLICO BINGOS BOAS NOVAS BOAS OBRAS BODAS BONIFÁCIO BOSCO BRASIL BRINCADEIRAS BRUNO A. K. SERVES BRUNO R. VOSS C.A. C.A. AUGSBURGO C.F.W. WALTHER CADASTRO CAIPIRA CALENDÁRIO CAMINHADA CAMPONESES CANÇÃO INFANTIL CANCIONEIRO CANTARES CANTICOS CÂNTICOS CANTICOS DOS CANTICOS CAPELÃO CARGAS CÁRIN FESTER CARLOS CHAPIEWSKI CARLOS W. WINTERLE CARRO CASA PASTORAL CASAL CASAMENTO CASTELO FORTE CATECISMO CATECISMO MENOR CATÓLICO CEIA PASCAL CÉLIO R. DE SOUZA CELSO WOTRICH CÉLULAS TRONCO CENSO CERIMONIAIS CÉU CHÁ CHAMADO CHARADAS CHARLES S. MULLER CHAVE BÍBLICA CHRISTIAN HOFFMANN CHURRASCO CHUVA CIDADANIA CIDADE CIFRA CIFRAS CINZAS CIRCUNCISÃO CL 1.13-20 CL 3.1-11 CLAIRTON DOS SANTOS CLARA CRISTINA J. MAFRA CLARIVIDÊNCIA CLAÚDIO BÜNDCHEN CLAUDIO R. SCHREIBER CLÉCIO L. SCHADECH CLEUDIMAR R. WULFF CLICK CLÍNICA DA ALMA CLOMÉRIO C. JUNIOR CLÓVIS J. PRUNZEL CODIGO DA VINCI COLÉGIO COLETA COLHEITA COLOSSENSES COMEMORAÇÃO COMENTÁRIO COMUNHÃO COMUNICAÇÃO CONCÓRDIA CONFIANÇA CONFIRMACAO CONFIRMAÇÃO CONFIRMANDO CONFISSÃO CONFISSÃO DE FÉ CONFISSÕES CONFLITOS CONGREGAÇÃO CONGRESSO CONHECIMENTO BÍBLICO CONSELHO CONSTRUÇÃO CONTATO CONTRALTO CONTRATO DE CASAMENTO CONVENÇÃO NACIONAL CONVERSÃO CONVITE CONVIVÊNCIA CORAL COREOGRAFIA CORÍNTIOS COROA CORPUS CHRISTI CPT CPTN CREDO CRESCENDO EM CRISTO CRIAÇÃO CRIANÇA CRIANÇAS CRIOULO CRISTÃ CRISTÃOS CRISTIANISMO CRISTIANO J. STEYER CRISTOLOGIA CRONICA CRONOLOGIA CRUCIFIXO CRUZ CRUZADAS CTRE CUIDADO CUJUBIM CULPA CULTO CULTO CRIOULO CULTO CRISTÃO CULTO DOMESTICO CULTO E MÚSICA CULTURA CURSO CURT ALBRECHT CURTAS DALTRO B. KOUTZMANN DALTRO G. TOMM DANIEL DANILO NEUENFELD DARI KNEVITZ DAVI E JÔNATAS DAVI KARNOPP DEBATE DEFICIÊNCIA FÍSICA DELMAR A. KOPSELL DEPARTAMENTO DEPRESSÃO DESENHO DESINSTALAÇÃO DEUS DEUS PAI DEVERES Devoção DEVOCIONÁRIO DIACONIA DIÁLOGO INTERLUTERANO DIARIO DE BORDO DICOTOMIA DIETER J. JAGNOW DILÚVIO DINÂMICAS DIRCEU STRELOW DIRETORIA DISCIPLINA DÍSCIPULOS DISTRITO DIVAGO DIVAGUA DIVÓRCIO DOGMÁTICA DOMINGO DE RAMOS DONS DOUTRINA DR Dr. RODOLFO H. BLANK DROGAS DT 26 DT 6.4-9 EBI EC 9 ECLESIASTES ECLESIÁSTICA ECUMENISMO EDER C. WEHRHOLDT Ederson EDGAR ZÜGE EDISON SELING EDMUND SCHLINK EDSON ELMAR MÜLLER EDSON R. TRESMANN EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ EF 1.16-23 EF 2.4-10 EF 4.1-6 EF 4.16-23 EF 4.29-32 EF 4.30-5.2 EF 5.22-33 EF 5.8-14 EF 6.10-20 ÉFESO ELBERTO MANSKE Eleandro ELEMAR ELIAS R. EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12