ÚLTIMO DOMINGO DO ANO ECLESIÁSTICO
26 de novembro de 1995
Malaquias 3.14-18
Leituras do dia
Salmo 130 - É o cântico de alguém que reconhece a sua situação de pecador perdido e condenado. Seus pecados e iniqüidades o fazem merecedor de estar nas profundezas. E é de lá que clama, com esperança e confiança, aos ouvidos de um Senhor cheio de graça e perdão. Graça e perdão estão também ao alcance de Israel, e da mesma forma ao alcance de todos. Nisto se pode crer.
Apocalipse 22.6-13 - As profecias deste livro são verdadeiras. Não haverá tempo para dúvidas e incertezas. Não esperem primeiro ver, para só então crer. "Eis que venho sem demora" (v. 6). Enquanto isso trigo e joio estarão crescendo juntos. Por ora ainda haverá imundos e injustos ao lado de santos e justos. Mas no - tempo da colheita, que está próximo, acontecerá a justa recompensa. É então que ficará bem claro, bem visível, qual a diferença entre maus e bons, entre justos e injustos.
Lucas 12.42-48 - O texto de Lucas, especialmente os vv. 47 e 48, não é um incentivo à falsa modéstia, humildade, ignorância, pobreza, com o intuito de sofrer menos exigências e menor castigo. Pelo contrário, o Senhor agirá com justiça com aqueles que imaginam que o senhor tarda em vir, e passam a espancar os criados e as criadas, a explorar o próximo e a só pensar em festas (v. 45). Bem diferente, porem, será sua atitude para com aqueles que esperam sempre prontos, vigilantes e ativos. Estes serão bem-aventurados, terão lugar à mesa, e até serão servidos (v. 37).
Contexto
Coincidência ou não, a leitura do AT para o último domingo do Ano Eclesiástico é tomada do último livro do AT. Malaquias anuncia mensagens de Deus a um povo que não estava obedecendo às leis de Deus. Era necessário que pecados e maldades fossem abandonados, se arrependessem e voltassem para Deus.
Texto
Malaquias registra várias perguntas que o povo faz com freqüência. Em geral são parecidas com aquela que consta no início da leitura indicada (vv.14 e 15). Na verdade não é bem uma pergunta. É mais uma afirmação: "Não vale a pena servir a Deus". Até se tenta apresentar provas um tanto concretas (v.15).
Desde então muitos séculos se sucederam. Coisas novas surgiram. Outras envelheceram e desapareceram. Mas esta dúvida, esta pergunta, esta afirmação, continuam iguais e bem atuais.
É preciso ter o maior cuidado com isto. Pode ser simples desculpa. Pode ser ignorância. Pode ser inveja da prosperidade dos maus. Pode ser fraqueza de fé. Pode ser descontentamento com as bênçãos - ingratidão. Pode ser pressa para que a justiça seja feita logo. Pode ser visão distorcida: ver o cisco no olho dos outros e não reparar no pedaço de madeira que está no olho da gente (Mt 7.3). Pode mesmo ser uma atitude parecida com a dos servos do dono da casa na parábola do joio (Mt 13.28) que sugeriram arrancar logo todo o joio. Como resposta ouviram um sonoro "não", "mas deixai-os crescer juntos até a colheita". Então é que a diferença ficará clara. Deus não prometeu livrar-nos, agora, de todo o mal e de todos os maus. Mas, enquanto estamos no mundo, garante amor, segurança e recompensa para todos os que temem ao Senhor e se lembram do seu nome (v. 16).
Sugestão de tema e partes
Sede firmes e inabaláveis
A - Uma falsa visão quanto ao que é proveitoso ou inútil pode ser uma perigosa tentação.
1 - tentativa de nos afastar de Deus
2 - de tirar a coroa da vida
3 - de nos transformar em pessoas inúteis
B - A prosperidade dos maus de nada lhes aproveitará
1 - nada trouxemos a este mundo
2 - nada levaremos dele
C - Proveitoso é ser cooperador de Deus
1 - temendo ao Senhor
2 - lembrando do seu nome
3 - sabendo da graça divina
4 - servir desinteressadamente com alegria
5 - olhar menos para tesouros terrenos
6 - ter os olhos voltados para os tesouros celestiais.
Arno Elicker