INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO
Escola Superior de Teologia
Disciplina: Aconselhamento Pastoral
Professor: Dr. Erni Walter Seibert
Aluno: Álister Jones Pieper
Turma: 5o. Teológico
RECENSÃO
Livro:
SCHEEFFER, Ruth. Aconselhamento Psicológico. 7a. Edição, São Paulo: Atlas,
1990.
Por meio desta obra, vemos que ter conhecimento do aspecto psicológico do ser humano auxilia de forma surpreendente no aconselhamento pastoral. Afinal, sem conhecer e saber interpretar o ser humano com suas fraquezas, limitações e problemas, como pode o pastor aconselhar? E não é somente na área pastoral. A arte do aconselhamento está inserida dentro dos princípios e das práticas mais atuais. No mundo em que vivemos, de fato, existe uma necessidade muito grande das pessoas receberem aconselhamento. Na igreja esta prática, sem dúvida, também é muito exigida.
Visando uma melhor instrução dos orientadores, Scheeffer nos escreveu esta obra, tendo como base estudos aprofundados, grandes conhecimentos dos princípios em situações concretas e larga experiência tanto em psicologia quanto em Educação. A professora Ruth Scheeffer, portanto, “escreveu este livro para estudantes de Psicologia, de Orientação Educacional e de Serviço Social, bem como para outros profissionais que estejam interessados em se familiarizar com os métodos utilizados na prática do aconselhamento psicológico[1]”. Sem dúvida nós, futuros pastores e orientadores na arte do aconselhamento, teremos enorme utilidade ao ler e estudar esta obra, por termos a necessidade de saber cada vez mais sobre este assunto.
Segundo a autora Ruth Scheeffer, a palavra aconselhamento foi empregada em nosso contexto social para definir as atividades de punição e coerção (realizada por muitos que se utilizam dos métodos exortativo e autoritário), até para definir a relação permissiva dos orientadores que proporcionam a liberação emocional do indivíduo, facilitando assim o seu desenvolvimento. Sem dúvida o aconselhamento Psicológico que a autora quer passar se enquadra mais com a liberação emocional de sentimentos, dificuldades e problemas, visando a resolução e o desenvolvimento do aconselhado.
O Aconselhamento Psicológico, procura facilitar um melhor ajustamento do indivíduo, levando-o a tomada de uma decisão e a uma melhor utilização de seus recursos pessoais, ou seja, de suas próprias capacidades. O aconselhamento leva então a pessoa orientada a ganhar um equilíbrio maior de sua mente e de suas atitudes para se possível superar ou pelo menos administrar melhor as dificuldades enfrentadas. Sua aplicação pode se encaixar na orientação de estudantes, professores, na orientação matrimonial, pastoral e assistência psicológica em indústrias e fábricas.
De acordo com o livro, a psicologia do aconselhamento, assim como a psicologia experimental, social, industrial, abrange uma importante área de especialização da ciência psicológica. Neste contexto, representa um conjunto de inúmeras diretrizes correlatas que se desenvolveram nos campos da orientação educacional, higiene mental, psicometria, serviço social de caso e psicoterapia[2]. Sendo assim, aconselhamento psicológico envolve um conjunto de técnicas para que o trabalho daqueles que orientam seja mais eficaz.
Nesta obra, nos é trazido referências das principais teorias e contribuições dos autores mais importantes no campo do Aconselhamento Psicológico (Bingham, Erickson, Rogers, Darley, Williamson, etc) e, em conformidade, essas teorias e práticas foram agrupadas em três métodos distintos: Método diretivo, não-diretivo e eclético.
No método diretivo, o orientador é o dirigente. Ele seleciona os assuntos que serão discutidos, define os problemas, investiga as causas, diagnostica e sugere soluções ou planos de ação. A responsabilidade está totalmente voltada ao orientador. Aí a autora vê certa dificuldade neste método, pois pode criar situações de dependência, já que a responsabilidade das soluções está no orientador.
Ao contrário do método diretivo, no não-diretivo a responsabilidade da entrevista está centrada no aconselhando. Seu objetivo é atingir a pessoa aconselhada. Neste método o orientador deve lidar com o orientando como pessoa e não como problema. Este método visa uma maior independência, integração e amadurecimento da parte do aconselhado. Neste método o papel do orientador é compreender e aceitar o orientado, para desta forma penetrar no mundo psicológico do mesmo. Sem dúvida este método é o mais incentivado pela autora, por levar a pessoa aconselhada a resolver seus próprios problemas.
O terceiro método é o método eclético, nele se faz uma integração de diferentes métodos. Consiste no aproveitamento das técnicas consideradas pelo orientador como mais satisfatórias e eficientes para a situação apresentada pelo cliente. Assim, técnicas diretivas, não-diretivas, interpretativas, catárticas, suportativas e sugestivas podem ser usadas, simultâneamente ou não, de acordo com a natureza do problema e as necessidades do orientando[3]. Vemos que este método procura fazer uma seleção daquilo que é tido como bom, aplicando no aconselhamento. Sem dúvida este método tem seu lado positivo e válido, podendo ser utilizado no trabalho pastoral.
Por estes métodos, vemos que o objetivo de todos eles é solucionar problemas. Estas soluções estão baseadas na pessoa do orientador ou na pessoa do aconselhado. Todos estes métodos são exaustivamente enfatizados na obra, onde a autora nos traz exemplos práticos de aconselhamento que clarificam nossa mente.
Como o livro procura atingir principalmente o meio secular e não simplesmente o campo religioso, não é citado nenhum caso de aconselhamento centrado em Cristo. Todavia, cabe a nós sabermos selecionar aquilo que é bom de cada um deles e adaptarmos a realidade congregacional.
Sem dúvida esta obra nos foi de grande valia, pois nos coloca a par daquilo que o mundo utiliza na arte do aconselhamento. Apesar da obra ter sido escrita há mais de duas décadas, vemos que a mesma ainda se mostra atual e muito útil no tocante ao aconselhamento psicológico.
AP
[1] Página 09
[2] Página 11
[3] Página 25