SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
21 de Junho de 1992 Lucas 7.1-10
1) As Leituras do Dia
Salmo 117 — Salmo mundial, de alcance universal, contra- balançando a oração individual do SI 116. A benignidade e a verdade do Senhor são para sempre e para todas as nações.
1 Rs 8.22-23, 27-30, 41-13 — Trata-se de uma oração de Salomão por todas as pessoas, pelo estrangeiro e pelo israelita, em todos os tempos.
Gl 1.1-10 — Deus chama a todos os seres humanos pela sua graça — "na graça de Cristo" — e não pelas obras ou obser- vâncias cerimoniais c/ou litúrgicas. Esse evangelho não pode ser pervertido, sob nenhuma hipótese, mesmo que através de "um anjo vindo do céu".
2) O Contexto
O ministério de Jesus na Galiléia alcançava seu ponto alto, inclusive aumentava sua popularidade. Certa noite, Jesus reti- rou-se para um, monte a fim de orar e "passou a noite inteira orando a Deus" (Lc 6.12). Quando amanheceu, escolheu os 12 apóstolos entre seus discípulos. Na seqüência, Jesus proferiu uma importante e bela mensagem, também conhecida como o Sermão da Montanha. Após o sermão, Jesus retornou a Cafar- naum.
3) O Texto
Em Cafarnaum, Lucas descreve em detalhes a cura do servo de um, centurião. Trata-se, sem dúvida, de um, dos mais impressionantes e maravilhosos milagres de Jesus. Sem ver o paciente, sem tocá-lo, o Mestre restitui a saúde ao moribundo por meio unicamente da sua palavra. Lucas assim quer mostrar que o Senhor Jesus veio como Salvador em sentido universal, para as pessoas de todos os níveis, condições, etnias e de todos os tempos: Judeus, Samaritanos, pagãos, romanos, etc. Desse milagre pode-se aprender, entre outras coisas, que a fé verda- deira prova seu poder e sua vida através de boas obras, na dia- conia e no amor ao próximo.
vv 1-5: O centurião pertencia ao exército romano e, por- tanto, era gentio. Era provavelmente a pessoa do governo mais importante e poderosa em Cafarnaum. Durante sua estadia na Palestina, ele havia conquistado a simpatia do povo judeu, conforme testemunham alguns anciãos enviados a Jesus que disse- ram: "Ele... é amigo do nosso povo, e ele mesmo nos edificou a sinagoga". Ele afeiçoara-se, de coração, ao Deus de Israel e, portanto, antes de entrar pessoalmente em contato com, Jesus, já era um fiel israelita, reconhecendo neste Jesus o Messias pro- metido. Diz Lutero: "Percebe-se claramente à fé verdadeira des- se centurião no fato de que ele, mesmo não sendo judeu, envia mensageiros a Jesus na plena confiança de que não seria desprezado, porém, seria atendido do jeito e na hora que o Mestre de- terminasse. A fé apega-se sempre ao poder e à graça de Jesus".
Vv 6-8: Além da fé colocada em ação pelo oficial romano, como nos mostra sua dedicação e amor para com seu servo, a humanidade do centurião também é algo a ser destacado: "Se- nhor,... não sou digno de que entres em minha casa". Ele se considerava como pobre gentio, que não podia subsistir na pre- sença do Senhor. Porém, inclui em sua súplica: "Manda com uma palavra, e o meu rapaz será curado". Quem possui uma fé viva e verdadeira, reconhece sua indignidade e imperfeição, porém, mesmo assim, não vacila e não duvida de que o grande Deus lhe é favorável c lhe fará sempre bem. Provavelmente, o centurião pensou: se eu que sou humano, dou uma ordem, e mi- nha palavra é obedecida, quanto mais será poderosa uma ordem proferida por uma palavra de Cristo. Realmente, uma palavra de Jesus é suficiente para a fé.
Vv 9-10: A fé do oficial romano trouxe agradável admi- ração para Jesus: "Afirmo-vos que nem mesmo em Israel achei fé como esta". Inclui também, um certo desapontamento pela incredulidade do seu povo escolhido.
A fé apega-se a palavra do Senhor e recebe seus benefícios. "E voltando para casa os que foram enviados, encontraram cura- do o servo".
4) Alguns temas como sugestão: a) A graça do Senhor é para sempre e para todos;
b) Humildade não significa dúvida, pelo contrário;
c) A fé verdadeira prova seu poder e sua vida na diaco- nia, no amor ao próximo;
d) A fé viva apega-se a palavra do Senhor e recebe seus benefícios.
Norberto E. Heine Porto Alegre, RS
Igreja Luterana, VOLUME 51 JUNHO 1992 NÚMERO 1
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