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30 novembro 2010

ADVENTO É TEMPO DE PREPARAR UMA NOVA RECEITA


ADVENTO É TEMPO DE PREPARAR UMA NOVA RECEITA
Vocês devem saber que eu, por mais que goste de comida, eu não tenho o dom de preparar, de fazê-la tão saborosa...
Principalmente quando o cardápio sai da facilidade para algo mais complexo, e Por mais que eu tente, algo sai errado. Até brinquei que ia usar o telefone e ligar para minha mãe para receber ensinamentos da cozinha.
E na falta do treinamento na cozinha, o que me salva é o macarrão instantâneo, isto mesmo, o miojo.

Certa vez fui inventar de fazer um macarrão um pouquinho diferente, digamos um espaguete, e eu estava distraído perto do fim de fazer o molho "perfeito", o telefone tocou. Um membro, começou a conversar e eu perdi a noção do tempo enquanto o ouvia.
E o Macarrão? Bem, queimado, levemente queimado. Então misturei um molho de tomate, e, mesmo assim, mesmo estando levemente queimado, e com molho de tomate, não prestou. E quase que o cachorro não comeu. Hahah

Queimado!! arruinado meu almoço, e tive de preparar uma nova receita!


As chamadas de voz para nós hoje é um convite para nos usarmos uma nova receita para a nossa vida. As receitas confortáveis para agir, viver, pensar já não será aceitáveis, não serão digeridas.

É mais uma chamada desconfortável quando chegamos à celebração do Advento. Nós temos as nossas tradições, temos as nossas maneiras de fazer as coisas confortáveis, agradáveis para nós, para o eu, muito pouco damos ouvido sobre o lado "queimado" das coisas de Deus

Por que é uma chamada desconfortável? Por que ela nos faz desconfortáveis, desafiante, perturbadora. É uma chamada que quer que eu e você (nós) nos arrependamos do nosso modo de viver e passamos a estar preparados para a vinda de Cristo, o nosso Senhor.
Bem, mas, arrepender de que? Não fazemos isso, domingo a domingo - dizendo a Deus e uns aos outros que temos cometido erros de pensamentos, palavras e ações.
Era esse o pedido de João Batista ao povo?

Você sabe que, ir a igreja, oferecendo o "pecado" sacrifícios, recebendo garantias de que tudo o que têm feito de errado na vida, no pensamento, na fala, em ação é apagado? É esquecido? E Deus nos oferece uma nova receita!
Uma pista sobre a nova receita necessária vem de João quando ele diz aos líderes religiosos a quem ele vê como víboras perigosas que não podem dizer: "Temos Abraão como nosso pai". Será que eles acreditavam na velha receita queimada de dizer: ".. Nós nascemos em um lar cristão fomos batizados, freqüentamos aulas de confirmação e fomos confirmados, Fomos ao grupo de jovens, Adoramos regularmente...

É isso o que Deus realmente quer?
É hora de preparar o caminho para o Senhor, endireitai os caminhos para Ele em nossas vidas. Essa é a nova receita para nossas vidas.  
Quantos de nós ainda tem problemas familiares? Nós não nos damos bem com algum membro de alguma maneira?
Quantos de nós não estamos com inveja dos outros? Nós acreditamos que eles têm mais do que nós? Eles de alguma forma são favorecidas mais do que nós por Deus. Não é essa a receita Caim ao olhar para todos os que são família de Deus?
Alguns de nós compramos para impressionar os outros? Será que podemos de alguma forma comprar o amor, talvez até mesmo o amor de Deus?

Todos os ingredientes da receita para querer agradar o gosto de Deus se torna insípido, sem sabor, indigesto. pior do que a queimada para ele. Os fariseus fedem (nós fedemos, somos trapos de imundícia - Is 64.6).
É Necessário um novo começo. O batismo é necessário. O velho homem deve ser lavado, afogado, e ressurgir um novo homem, receber uma nova vida, uma nova receita. A receita de celebrar o amor de Deus para nós que foi tão grande, que ele enviou o seu Filho unigênito para o “nosso mundo” para nos dar uma nova receita para agradá-lo.
Essa receita é simples. É saber, acreditar e confiar, a viver em função de saber que Deus me ama, me aceita, está presente com a gente por causa de Jesus, sua vida vivida, porque Ele viver uma vida justa , a sua morte para pagar todo o mal nosso, todos os nossos pecados, todas as nossas falhas de viver o nosso potencial dado por Deus,
e depois a sua ressurreição é que nos dá uma vida com ele e que nunca vai chegar ao fim. Wow! (Vilson Scholz)


Os discípulos ouviram, viram e seguiram seu caminho regozijando e dizendo as coisas maravilhosas que tinham visto e ouvido. Isso soa como uma receita vencedora para nós. E através de nós, cria a paz no coração dos outros.
O que vocês viram?
Eu vi que Deus me dá diariamente na vinda de Cristo Jesus, o perdão de todos os meus pecados, e isso me farta e me faz viver bem.
Viver perdoado por Deus é sempre uma nova receita.

Que Deus continue me abastecendo diriamente com o amor que somente Cristo Jesus pode dar. Amém
Pr. Vilson Welmer

27 novembro 2010

CRONICA PAROQUIAL

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24 novembro 2010

MORDOMIA DA OFERTA

SEMINÁRIO CONCÓRDIA
Faculdade de Teologia
Disciplina: Exegese do Novo Testamento II
Professor: Vilson Scholz
Aluno: Marcos Schlemer Weide



Introdução:
Mordomia é um assunto por vezes controvertido dentro da igreja. Isto acontece porque quando se fala em dinheiro, cada qual quer proteger o próprio bolso. Mas mordomia, antes de tratar de dinheiro, é algo mais amplo, que envolve todas as esferas da vida. Neste pequeno ensaio, queremos tratar de princípios bíblico-teológicos para uma mordomia cristã baseados em 2Co 8 e 9.


Uma olhada sobre o texto:
Os capítulos 8 e 9 da Segunda Carta aos Coríntios giram em torno de uma situação específica: socorro aos irmãos carentes da Judéia. Isto podemos conferir em Rm 15.25-26.
Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém”.
Este serviço aos santos também era uma forma de aproximar as igrejas cristãs, gentílicas e judaicas, para que sentissem maior unidade entre si (sínodo??).
Como em qualquer texto, importa levar em consideração o contexto. O apóstolo conclui a seção anterior expressando sua total confiança nos coríntios. Então inicia o capítulo 8 destacando a oferta dos cristãos macedônios, pois deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós pela vontade de Deus (8.5). Eles eram pobres, mas ricos na graça de dar (8.2). De modo que a igreja primitiva se pôs a providenciar que esta dádiva fosse levada aos necessitados. Além disso, houve a preocupação em edificar este dom (a graça de dar) em outros cristãos, e usar o exemplo dos macedônios como um estímulo para outros.
Mesmo em meio a perseguições, e apesar da profunda pobreza, os macedônios eram extraordinários na generosidade, porque atendiam os apelos financeiros ainda que eles eram necessitados também. Devido às suas condições, provavelmente o que davam somava pouco, mas comparado com a profunda pobreza, sua contribuição superabundou em grande riqueza de generosidade.
Ao longo de todo o texto aparecem três palavras-chave que ajudam a compreender o sentido deste trecho. Graça (ca,rij) , comunhão (koinwni,a) e serviço (diakoni,a). Graça tem sentido duplo. O primeiro é a graça de Deus, a graça vertical, com a qual somos todos alcançados. Com a palavra “graça” Paulo aponta sempre para o doador de tudo quanto se tem e possui. Já no começo do capítulo 8 Paulo diz que quer contar aos coríntios o que a graça de Deus tem feito pelas igrejas da Macedônia. Num segundo sentido, também se pode entender graça no sentido de que os Macedônios consideravam a oportunidade de contribuir como um favor, um privilégio. A comunhão (participarem – v.4) indica o envolvimento da comunidade de fé num ato de compaixão e comunhão. Serviço também tem relação com ministério. Aqui reflete o fato de que a contribuição financeira era entendida como um serviço, um trabalho cristão.
Paulo surpreendeu-se com os macedônios porque fizeram muito mais do que ele esperava (v.5). A base fundamental da vida e atitude dos macedônios é a graça de Deus, mencionada já no versículo 1. Básico para a oferta, em 2Co, é cultivar a oferta como uma graça, isto é, como um dom de Deus ao coração do ofertante.
O apóstolo não está operando com o método do mandamento (8.8). Seu objetivo é a sinceridade do seu amor, o qual está ligado à obra e ao dom de Deus, diz ele; e o mandamento destruiria esta linha de força. O exemplo de Cristo traz à tona o assunto do amor. Para Paulo o sacrifício de Jesus não começou na cruz. Nem sequer começou no seu nascimento. O sacrifício de Cristo começa na glória, quando a deixou para vir ao mundo como homem para a salvação de todos. Nisto consiste a riqueza e pobreza de Cristo: em deixar a glória junto ao Pai para se encarnar e viver como homem. Mesmo sem dar ordens, o discurso é bastante persuasivo.
O único imperativo do trecho aparece no v.11, quando diz para completar o que haviam começado. É possível deduzir que os coríntios haviam começado a colher ofertas, contudo não estavam se mexendo porque julgavam que não tinham condições de ajuntar bastante dinheiro. Poderiam participar mais tarde. Paulo contrapõe com o exemplo dos macedônios, que eram pobres e mesmo assim, não deixavam de fazer a sua parte.
O princípio da proporcionalidade pode surgir de 8.12: “Porque, se há boa vontade, será aceita [a oferta] conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem”. Talvez haja uma referência com Pv 3.27-28. De qualquer forma, esse é o princípio da comunhão. Tem a ver com a igualdade citada nos versículos 13-14. Nesta igualdade, os mais prósperos ajudam os mais necessitados e podem esperar a recíproca no momento em que mudarem os ventos.
8.15 apresenta a economia do maná. É uma citação quase que direta de Êx 16.18. O princípio do viver cada dia, não preocupando-se em demasia com o que vem pela frente. É confiar no sustento que Deus proverá dia após dia.
8.21 nos mostra que não se quer apenas proceder honestamente diante de Deus, mas também diante dos homens. A transparência quando se lida com dinheiro comunitário é importante.
No capítulo 9 a competição nas ofertas está em pauta. Temos dificuldade em usar este tipo de argumentação, porém Paulo o faz. Poderíamos ao menos pensar sobre o assunto... Logo a seguir, dois pontos importantes para o tema da mordomia: a) Deus dá as condições para que se possa ser generoso (9.6-10); b) a generosidade redunda para a glória de Deus (9.11-15).
É importante sempre que se tome o contexto em consideração, para que não haja margem à uma teologia da prosperidade, visto que, versículos tomados isoladamente podem levar a uma compreensão errada do texto. O clássico texto nos nossos envelopes de oferta nos indica que só pode contribuir com alegria quem reconhece a graça de Deus na sua vida. E Deus provê a suficiência para que os crentes pratiquem todo tipo de boas obras, servindo uns aos outros.
O versículo 12 nos mostra que o serviço aos santos não está relacionado apenas na esfera horizontal, de ajuda física e material, mas redunda em muitas graças a Deus, numa esfera espiritual, de resposta do crente a Deus. No fim das contas, a oferta move o campo material e espiritual. Graças a Deus pelo seu dom que não se pode explicar com palavras!


Um esboço possível:
O exemplo da Macedônia (8.1-7)
O exemplo de Jesus (8.8-9)
Um apelo razoável e justo para contribuir (8.10-9.15)


Argumentos de Paulo para interessar e motivar a oferta.
  1. Cita o exemplo de outros (igrejas da Macedônia).
  2. Cita o exemplo de Jesus Cristo.
  3. Cita o próprio histórico da comunidade.
  4. Sublinha a necessidade de pôr em ação a fé.


4 maneiras de dar (Barclay)
  1. Por obrigação; (2) Para ter a sensação de que ajudou; (3) Por motivos de prestígio; (4) Por amor.
Algumas afirmações sobre o ofertar:
  1. Jamais alguém perdeu por ter sido generoso.
  2. Deus ama quem dá alegremente.
  3. Deus pode dar ao homem tanto o material a ser doado como o espírito para fazê-lo.


O ofertar faz coisas maravilhosas em três níveis diferentes:
  1. Faz algo pelos outros. Alivia sua necessidade....
  2. Faz algo por nós mesmos. Garante nossa manifestação de fé, ganhamos o amor e as orações dos demais.
  3. Redunda para a glória de Deus.

Alguns princípios:
Dar é uma graça, é ação do Espírito Santo (8.1)
Aflição não é obstáculo (8.2)
Pobreza não é impedimento (8.3)
Oferta não é exigida, é “motivada” primeiro com motivos espirituais(8.8)
A abundância de uns supre a necessidade de todos (8.13-14)
Oferta cristã se desenvolve numa atmosfera de honestidade na manipulação do dinheiro (8.21)
Oferta é expressão de generosidade (9.5)
Quem recebe oferta de auxílio fica enriquecido também espiritualmente, e dá graças a Deus (9.12)
Entre doador e recipiente surgem laços de amor (9.14)


Conclusões:
Em 1Co 16 Paulo deu algumas ordens. Agora, em 2Co, Paulo faz apelos muito mais complexos, de natureza teológica, retórica e psicológica. Os princípios apontados pelo texto desrespeitam modelos econômicos em vigor na atualidade. Não há nada que lembre uma economia de mercado. Como se expressou Dieter Georgi: “É dar em vez de receber, gratidão em vez de interesse, confiança em vez de crédito, confiança em vez de segurança, comunidade em vez de mercado, dom em vez de propriedade”. (apud Blomberg, p.198, citado por Scholz em obra não publicada).

Fontes de Pesquisa:
BARCLAY, William. I y II Corintios. Volumen 9. Buenos Aires: La Aurora, 1973.
ZIMMER, Rudi. O Motivo para a Oferta. In: Igreja Luterana. I Trimestre. 1980.
KRUSE, Colin. II Coríntios: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2005.
SCHOLZ, Vilson. Posses, pobreza, ofertas e missão no Novo Testamento. 2009. (não publicado).
Novo Testamento Interlinear Grego-Português.