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31 agosto 2013

DEIXA DEUS FAZER PARTE DA SUA VIDA

JESUS O CENTRO

A frustração e a derrota não são bem-vindas na vida das pessoas. Em tudo que fazemos tentamos evitar a decepção. Queremos que os nossos propósitos sejam bem sucedidos. Às vezes, a decepção é inevitável, e caímos no vazio, ficando deprimidos. Muitas vezes isso acontece quando os nossos planos são incompletos e fundamentados em nossos limitados conhecimentos. Esquecemo-nos de que é muito importante contar, em nossos planos e propósitos, com a participação do nosso Senhor e Deus. Sinta você também a alegria de viver, deixando Deus participar das suas decisões e dos seus objetivos na vida. Deus nos perdoa e nos restaura, numa relação de paz com ele, para uma vida de esperança e de paz interior, por meio de Jesus Cristo.

Oremos: Amado Deus, ajuda-me a colocar-te em primeiro lugar em todos os meus planos e momentos da minha vida. Em nome de Jesus. Amém.

29 agosto 2013

CONFIRMAÇÃO DE GIAN KRUGER BOONE

No sábado, 17 de agosto de 2013, a Comunidade Evangélica Luterana da linha P42.2 esteve reunida para celebrar culto de confirmação. Neste dia o jovem Gian Kruger Boone  assumiu publicamente o seu compromisso de fé para com a Igreja de Jesus Cristo. O confirmandos e a comunidade foram lembrados que pelo batismo Deus disse o seu sim a cada um. A partir desse sim todos são convidados a viver uma fé ativa, que se manifesta dia a dia. Para tanto é necessário o convívio comunitário para que a mesma seja sempre abastecida.

28 agosto 2013

CREDO APOSTÓLICO–PRIMEIRO ARTIGO

The-Fine-Tuning-in-the-Universe[1]O Primeiro Artigo

Da Criação

     Creio em Deus Pai Todo-Poderoso, Criador do céu e da terra.

Que significa isto?

Creio que Deus me criou a mim e a todas as criaturas; e me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todos os membros, razão e todos os sentidos, e ainda os conserva; além disso me dá vestes, calçados, comida e bebida, casa e lar, esposa e filhos, , campos, gado e todos os bens. Supre-me abundante e diariamente de todo o necessário para o corpo e a vida; protege-me contra todos os perigos e me guarda de todo o mal. E tudo isto faz unicamente por sua paterna e divina bondade e misericórdia, sem nenhum mérito ou dignidade da minha parte. Por tudo isto devo dar-lhe graças e louvor, servi-lo e abedecer-lhe. Isto é certamente verdade..

22 agosto 2013

DIA DOS PAIS–P34

No ultimo dia 11 de agosto, tivemos na Comunidade Cristo, da P34 o culto de dia dos pais, com almoço e gincana.

Foi um dia especial para celebrarmos e agradecermos ao "Papai dos papais”, o Senhor Deus por tudo que tem feito em nossas vidas. Após o culto foi servido um delicioso almoço (e como estava delicisioso) e após o descanso do almoço foi feito uma gincana com  a participação de crianças, jovens e adultos.

Ao findar da programação o bolo foi servido com o cantar dos parabéns a todos os papais!

21 agosto 2013

Ó JESUS BENDITO

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=sGjXvxXrcB4?list=UUUScCEyUreq4f-GqdMVX72Q&w=745&h=419]

Ó JESUS BENDITO

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=sGjXvxXrcB4?list=UUUScCEyUreq4f-GqdMVX72Q&w=745&h=419]

19 agosto 2013

CONCLUSÃO DOS MANDAMENTOS

God Wallpapers Jesus creation[1]Que diz Deus de todos os 10 mandamentos?

Ele diz: "Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos".

Que significa isto?

Deus ameaça castigar todos os que transgridem estes mandamentos: por isso devemos temer a sua ira e não transgredi-los. Mas ele promete graça e todo o bem aos que os guardam. Por isso mesmo devemos amá-lo, confiar nele e de boa vontade cumprir os seus mandamentos.

16 agosto 2013

06 agosto 2013

HEBREUS 12.1-8

13º DOM. APÓS PENTECOSTES
Hb 12.1-8


Contexto
Como interpretamos nossa vida de fé, devoção e adoração? Está tudo em ordem? Não existe nenhum problema? Alcançamos os objetivos espirituais em nossa vida? Ou existe preocupação? Inquietação? Percebemos perigos? Enfrentamos dificuldades? Necessitamos corrigir nossa vida pecaminosa? Vivemos o arrependimento? Procuramos viver a nova vida? A igreja cristã necessita lutar. Combater o bom combate. Em toda sua história enfrentou as mais diversas dificuldades e desafios. Sempre que parou, a igreja estagnou. Faltou envolvimento e, conseqüentemente, desenvolvimento. Uma igreja parada não progride. Não consegue seguir os passos de seu Senhor. No passado, a igreja travou muitas lutas. Aprendeu a usar as armas espirituais para combater todo e qualquer perigo. Em todas as lutas a igreja cresceu. Seus membros saíram fortalecidos. Aprenderam a confiar no Senhor da Igreja e nas suas promessas.
Antigamente, as fronteiras da luta eram conhecidas. Os cristãos sabiam de onde vinha o perigo. Em nossos dias, a situação parece ser diferente. A igreja de hoje se preocupa, realmente, com as forças da época que ameaçam sua existência? Assumimos nossas responsabilidades no discernimento do tempo? Conhecemos as trincheiras e arapucas que impedem o crescimento espiritual em nosso meio? Nossa atenção se concentra em que direção? Admitimos o enfraquecimento de nossa fé? Buscamos, em tudo, a vontade do Senhor? Não é somente interessante, mas muito mais importante ler e estudar com atenção o nosso texto. A voz do apóstolo solicita o reexame de nossa posição como igreja e como membro na igreja. Da experiência do passado, nasce a coragem e o compromisso para enfrentar os perigos que ameaçam a igreja cristã de nossos dias.
Texto
"Portanto, também nós" (v, 1). Isto é um apelo. Faz lembrar o passado (cf. Cap. 11) e viver o presente. Um apelo que envolve. Não deixa escapar ninguém. Faz lembrar que o povo do Senhor vem atravessando a história, enfrentando situações peculiares. Recorda as lutas passadas e encoraja para enfrentar os perigos presentes. Recebeu-se uma herança. Temos a obrigação de guardá-la fielmente e entregá-la às mãos da próxima geração.
" . . . visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas" (v. 1). Consolo para uma igreja que luta e sofre c o saber de ser acompanhado pelas fiéis testemunhas. A igreja militante vive na expectativa de um dia participar na igreja triunfante. Para alcançar este objetivo não pode haver vacilação. Todos os membros da igreja vivem sob a solicitação constante de concentrar suas forças no prosseguimento da caminhada em direção à eternidade. Tudo o que poderia impedir ou obstruir o "seguir a Jesus" deve ser evitado. A cristandade vive na arena do mundo. Há muitos expectadores que observam o procedimento
do povo de Deus. Nesta jornada ninguém está só. O testemunho dos fiéis no passado fortalece o testemunho no presente.
Vivemos rodeado de irmãos que passam pelas mesmas dificuldades. Importa repartir a carga e compartilhar as dádivas espirituais que o Senhor oferece para o fortalecimento da fé. A comunhão no Senhor é indispensável.
" . . . desembaraçando-nos de todo peso" (v. 1). Olhando somente para si, o homem acumula cargas insuportáveis. É a carne, o espírito do mundo, que prende o cristão. As cousas do mundo desviam a fé. Fazem o homem usar todas as suas forças intelectuais e corporais, concentrando-as em objetivos imanentes. Perde-se a visão do transcendente. Facilmente perde-se o costume da vida autêntica espiritual de fitar os olhos em Cristo, o autor e consumador da fé. É o "pecado que tenazmente nos assedia". O pecado impede a luta a favor da fé em Cristo.
" . . . corramos com perseverança" (v. 1). Tudo o que desfavorece o viver a fé deveria estar em segundo lugar (cf. Fp 4,8,9). Vida cristã necessita treinamento permanente. 0 cristão necessita aprender a viver em auto-disciplina. Necessita concentrar toda sua força para "correr no estádio" (cf. 1 Co 9.24-27).
Seguir a Jesus Cristo não é mero passeio. O Senhor do mundo exige o empenho máximo em favor de sua obra. Todo cristão deveria concentrar sua atenção no objetivo espiritual de sua vida.
Deveria esquecer-se de tudo o que poderia impedi-lo de alcançar este objetivo. Motivado pelo espírito voluntário (cf. o lema da igreja) e repleto de um espírito de disposição, o cristão deveria desconhecer fenômenos como comodidade, indiferença, demorar no tempo etc. O cristão é solicitado a correr com santa inquietação, pois ele não sabe quanto tempo lhe resta na jornada terrena. Faz parte desta "corrida" a renúncia em muitos sentidos.
Cada cristão enfrenta dificuldades e tentações pessoais. Existem tantos problemas que muitas vezes sufocam a vida do cristão. As necessidades surgem, as dúvidas abalam e a falta de segurança na vida espiritual ameaça o crescimento espiritual das pessoas. Para a congregação cristã, os perigos vêm de todos os
lados (cf. Jo 15.20; 1 Pe 4.12-13 etc). Em toda e qualquer tribulação se faz necessária a perseverança (cf. Rm 5.1-5).
" . . . olhando firmemente" (v. 2). Envolver-se na luta significa conhecer as regras. As regras para a luta encontramos em 2 Co 10.4; Ef 6.10ss; 2 Tm 2.5ss. A regra maior, porém, é o olhar para o próprio Cristo. "Olhando firmemente" a ele significa dar menos importância para as cousas materiais que nos cercam. Os "frutos da carne" (cf. Gl 5) desviam a atenção. Entregar-se às preocupações (cf. Mt 6.25ss), o amor ao dinheiro (cf. 1 Tm 6,6-10;) e o envolvimento total para viver somente o bem-estar fisico, alienam a vida de fé. É necessário viver uma vida de fé desprendida dos valores terrenos e confiante nos valores eternos. Existe uma regra que diz: tudo o que fixamos com atenção, toma poder sobre nós.
Olhar firmemente para Cristo significa contar com a realidade de Deus que se manifestou e manifestará por intermédio dele. Em, Cristo está presente o invisível (cf. Cl 1.15ss;). Deus está presente sempre quando seus filhos se reúnem em nome de Jesus Cristo. Isto acontece quando lemos a Escritura, oramos
com e em favor do próximo e quando ouvimos a proclamação da palavra divina. A congregação cristã vive da força que provêm do Cristo presente no meio daqueles que o seguem. Com o espírito de Cristo é possível enfrentar a resistência do mundo e da própria carne. Caminhando com ele e sob sua proteção evitaremos qualquer cansaço na vida espiritual. Tendo uma boa disciplina cristã e sabendo lutar com destemor contra os perigos a igreja cristã, terá sempre um bom motivo para obedecer a palavra do Senhor e se submeterá a qualquer medida disciplinária que vem daquele que ama o seu povo escolhido. O resultado será o fortalecimento da fé e uma maior dedicação de cada membro querendo servir ao Senhor com alegria.
Disposição
CORREMOS COM CRISTO A CARREIRA QUE NOS ESTÁ PROPOSTA
I — Enfrentando todas as dificuldades;
II — Olhando firmemente para o futuro;
III — Aceitando a disciplina divina.
Hans Horsch

Igreja Luterana N.° 01 JAN — JUN/89

Lucas 12.32-40

DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
30 de Agosto de 1992
Lucas 12.32-40
Leituras do dia:


A partir das leituras do dia não encontramos dificuldades para determinar o tema do domingo. Ele salta aos olhos no conjunto dos textos indicados e podemos resumi-lo em poucas palavras, como, por exemplo, a excelência da fé.
O salmo transmite a verdade de que a excelência da fé produz o verdadeiro culto a Deus. Não são as cerimônias exte- riores e formais que estabelecem um cultuar correto ao Senhor. O culto exterior tem que ser precedido do culto interior tem que ser precedido do culto interior e este, por sua vez, nasce de um coração unido a Deus por meio da fé. Da comunhão interior com Deus procede uma vida cúltica, caracterizada não apenas pela observância de certos momentos de adoração, mas por uma seqüência de vida em que os atos expressam confiança no Senhor e amor por sua palavra.
A leitura do Antigo Testamento depõe a favor de Abraão e testemunha a respeito de sua confiança na palavra do Senhor. Seu exemplo de fé estimula a todos quantos o conhecem. Por confiar no que Deus disse, tornou-se herdeiro de uma maravilho- sa promessa.
O texto de Hebreus define o conceito de fé e divulga seus excelentes resultados espalhados no testemunho deixado pelos grandes heróis do Antigo Testamento.
Contexto do Evangelho
Jesus vem falando sobre a fé e seu valor na vida dos filhos de Deus. Falava ao povo (multidão, segundo Lc 12.1) e espe- cialmente aos discípulos (também 12.1). Ressaltou o valor da fé para enfrentar os adversários (12. 1-12); a superioridade da fé sobre a cobiça às riquezas (12. 13-21); o proveito da fé diante da ânsia e cuidado pelas necessidades corporais e materiais (12. 22-31): a fé como meio de recebimento do verdadeiro te- souro (12. 32-34): e a necessidade de conservar a fé para a vigi- lância diante da iminência da vinda de Cristo (12. 35-40).)
O texto
V. 32 — Um "pequenino rebanho": a expressão revela imediatamente uma idéia de fraqueza, de inferioridade em rela-
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cão ao que está ao redor. O grupo dos discípulos era um peque- no rebanho no meio do mundo que não deixaria de se opor a eles como se opôs ao seu Mestre. Os cristãos continuam sendo um pequenino rebanho em meio ao enorme mundo de descrentes ou seguidores de falsas crenças. Olhando só para eles e o que os cercava, os discípulos, certamente iriam se sentir desguarne- cidos, desprotegidos e, conseqüentemente, com medo. Pouca ou quase nenhuma é a força do homem frente às forcas que se con- jugam ao lado contrário. Por isso, quando está só ou num pe- queno grupo, não há lugar para outro sentimento no coração humano a não ser o temor.
O pequenino rebanho, porém, não estava só. Havia um fato relacionado a eles que transformaria completamente a si- tuação. Se os olhos do corpo podiam contemplar somente a vul- nerabilidade do grupo, por outro lado, todavia, era desvendado aos olhos da fé aquilo que é sempre um mistério, ou seja, a gra- ciosa providência de Deus em favor dos seus. É mistério porque não atinamos com nossa razão em. descobrir o que leva Deus a olhar benevolentemente para criaturas pecadoras. Sabemos ape- nas que isso significa que o Senhor se achega em graça junto aos pecadores. Em graça ele também se aproximava dos discí- pulos, "agradando-se" (sem mérito deles) em lhes dar o seu reino. Por isso, a graça divina a eles alcançada por intermédio de Cristo e aceita por eles através da fé, agigantava-os sobrema- neira, embora numericamente continuassem um pequenino re- banho. Desfrutavam do reino de Deus, sob os cuidados do Se- nhor, não estando mais à mercê do movimento de forças opostas, mas fundamentados na proteção amorosa de Deus.
V. 33 — Não há aqui nenhum conselho para se apossar de uma pobreza meritória. O rumo mostrado é outro. A confiança nos resultados da ação graciosa de Deus (agradou-se em dar-nos o seu reino) faz nosso coração repousar não na ilusória segu- rança dos valores materiais, como fez o rico insensato, descrito nos versículos 16 a 20. Guardou o que conseguiu em bolsas que se desgastaram e deixaram escapar tudo que havia ajuntado. O coração do filho de Deus encontra repouso na providência amo- rosa do Senhor como fruto de sua graça. Tal fé dirige toda a sua vida, libertando-o do domínio das posses a tal ponto que até pode delas se desfazer para a prática da caridade. Uma fé que se mostra assim ativa no amor coloca também a esperança de vida, tanto de agora quanto do depois, no único que pode concretizá-la: Deus. Dele vem à vida plena garantida pela in- termediação de Cristo com sua obra redentora. Tal vida se cons- titui no tesouro inextinguível imune ao ladrão e à traça. Por recebermos do Pai o seu reino, já desfrutamos em parte desta
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vida, deste tesouro, aqui na terra, enquanto aguardamos a sua plenitude nos céus.
V. 34 — O coração sempre pende para aquilo que é o te- souro de alguém. A oferta do reino trazida por Jesus ao peque- nino rebanho quer mover os corações dos discípulos em direção ao tesouro incorruptível e glorioso. Que diferença em relação ao rico insensato anteriormente mencionado!
Vv. 35-40 — Em lugar da análise exegética de cada destes versículos em separado, podemos agrupá-los e extrair do con- junto a verdade neles englobada. A ênfase está na vigilância diante da iminência da chegada do senhor, apontando para o Filho do homem que virá. Trará com ele a consumação de tudo aquilo que agora é parcial (por ex., nosso tesouro). Pela fé nele teremos acesso a tal plenitude. Será a vez do pequenino reba- nho, tão inexpressivo frente aos grandes e poderosos do mundo, ser alçado à glória e ao poder com. aquele que é o Senhor da glória e do poder.
Para se chegar a esse final feliz da história de nossa vida, há que existir a vigilância. Não há da parte do Senhor nenhuma menção com referência ao momento de sua vinda, o que requer vigilância constante dos servos que o aguardam, com os corpos cingidos e as candeias acesas. Pois o que conserva os discípulos vigilantes é a fé no Senhor Jesus e na promessa do seu regresso. Mais uma vez comprova-se a excelência da fé! É nada menos do que confiança naquilo que a graça divina já operou a nosso favor — deu-nos o reino do Pai, sendo esta dádiva possível pela intermediação de Cristo; ofereceu-nos um tesouro inextinguível e incorruptível (lembre 1 Pe 1.4) — e ainda quer realizar: trazer o Filho do homem novamente ao mundo para nos transformar num rebanho triunfante.
A fim de garantir a subsistência de coisa tão excelente, a fé, nosso Senhor Jesus providencia sua permanência operante em nossa vida. Esteve pessoalmente com os discípulos e chega a nós pelos meios da graça, pelos quais opera em defesa e para crescimento da fé.
Proposta homilética
Tema: A Excelência da Fé
Introdução: A fé, algo tão precioso, não pode ser mal avaliada. O que pouco vale facilmente é abandonada. Mensagem visa co- locar diante do ouvinte a preciosidade da fé.
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I — O pequenino rebanho e seus medos
1) O contexto do capítulo 12 de Lucas até o versículo 29 fala dos medos comuns àqueles que se sentem peque- nino rebanho.
II — O pequenino rebanho não está só e desguarnecido
1) Sobre ele paira o favor (graça) do Pai: dá o seu reino.
A — Em vez de estar abandonado diante dos perigos e inquietações, percebe a ação do Pai em seu be- nefício: nada menos do que a oferta de ingresso no reino do Pai todo-poderoso.
2) Forma de aceitar a dádiva do reino: pela fé em Cristo tão somente. Eis a excelência da fé!
III - O pequenino rebanho no reino do Pai
1) Entre outras bênçãos ali recebidas, descobre o verdadeiro tesouro.
2) A fé nas promessas do Pai inclina os corações para o verdadeiro tesouro, ao mesmo tempo em que liberta da escravidão aos tesouros guardados em bolsas que se desgastam. Eis novamente a excelência da fé!
IV - O pequenino rebanho prepara-se para a vinda do Pastor
Jesus
1) No reino do Pai caminha para a glória.
A — Ainda, porém, não chegou lá. Atitude a ser to- mada durante o tempo do "ainda não": Vigilân- cia!
B — Apenas saber que Cristo virá não garante encon- tro feliz com ele. É preciso também o preparo adequado.
2) A vigilância evita surpresas desagradáveis.
A — Conserva-se vigilante aquele que permanece em fé no Salvador Jesus. A excelência da fé!
B — A providência divina para conservar e fortalecer em nós coisas tão excelente: ação do Espírito Santo pelos meios da graça.
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Conclusão: Toda a graça que o Pai dispensa ao pequenino re- banho (dá o seu reino, opera a fé, conserva-a para que a vigi- lância seja mantida, oferece o tesouro incorruptível da vida eterna) motivo-o a uma vida de serviço voluntário dedicada ao Pastor Jesus.
Paulo Moisés Nerbas

IGREJA LUTERANA
VOLUME 51 JUNHO 1992 NÚMERO 1

LUCAS 22.32-40

DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
Lucas 12.32-40
26 de agosto de 2001
CONTEXTO


V . 32 - Só em Lucas temos este registro. Em Lc 12.4 Jesus chama seus discípulos de “amigos”. Mostra-lhes a limitação em temer homens, convocando-os a não alimentarem este tipo de medo. Jesus fala como Pastor (Jo 10.14) e os chama de “ó pequenino rebanho”. O artigo “ó” é vocativo. O pequeno rebanho não precisa temer nada, pois se encontra seguro sob os cuidados de Jesus. “euvdo,khsen” aoristo indicativo ativo, 3 pes. sing. de = euvdoke,w sentir prazer, enorme satisfação, alegria em querer dar, favor de Deus (2 Co 12.10). Jesus aponta para a promessa graciosa de Deus: dar-lhes o seu reino. No v. 31 Jesus recomenda aos discípulos buscar o reino do Pai, desprendendo seu coração das preocupações do mundo. Logo lhes assegura que Deus Pai tem prazer ou agradou-se em dar-lhes seu reino. Este “agradou-se” mostra toda a dimensão da graça voluntária de Deus. Apesar de dirigir suas palavras ao pequenino rebanho, que se encontrava ao seu redor, fica evidente que elas se aplicam a todos os que pela ação redentora iriam se unir a este rebanho. O aoristo se estende até a eternidade. Assim o infinitivo aoristo de constatação dou/nai di,dwmi refere-se ao reino da graça. “Dar” significa graça por meio de Cristo e por amor de Cristo. Os que estão recebendo esta dádiva imerecida simplesmente hão de regozijar-se e não terão temor de nenhuma espécie.
Vv . 33-34 - A ligação com o ensino do versículo anterior continua. Jesus não exige um juramento de total pobreza, mas o cuidado com as preocupações da vida, que impedem o cristão de poder ver o real valor de viver como agraciado pelo tesouro conquistado em seu favor por Deus. Um tesouro inesgotável, que nada e ninguém poderá tirar (Mt 6.20-21). Novamente, a referência à graciosa redenção, “o tesouro nos céus”. O uso de nossa posses, para o benefício dos semelhantes, é o que a graça de Deus trabalha em nosso coração.

Alguns descobriram “que a vida só vale a pena se vivida em favor dos semelhantes”. Se isto vale para alguns, motivados por sentimentos e forças humanos, maior e mais rica será a dedicação dos filhos(as) de Deus, cuja motivação é a graça de Deus em Cristo. O texto lembra igualmente a transitoriedade da existência terrena (v.34). Em linguagem bíblica, o coração é o depósito de nossa personalidade. Nada e ninguém neste mundo pode nos oferecer um seguro certo. Se como o rico insensato (Lc 12. 15-21) nosso coração se prende aos bens desta vida, precisamos saber que com a nossa morte tudo desaparecerá, menos a nossa vida, que terá eterna continuidade. Na eternidade nos aguarda um tesouro que jamais acaba, o amor de Deus (1 Co 13.13). Este amor é oferecido a todos, neste tempo da graça, na mensagem redentora do Evangelho.
Vv.35 -36 - A parábola do servo vigilante descreve o contexto daqueles que foram chamados a fazer parte do reino da graça. Dentro do contexto oriental, Jesus descreve alguém sempre preparado para esperar a volta de seu Senhor. Plenamente prontos de corpo e espírito (1 Pe 1.13). As imagens usadas são vestimentas longas, com um cinto sobre os ombros que permitia ajustar as vestes na altura da cintura. Assim, em caso de necessidade, daria maior liberdade de movimentos. As “candeias” eram lâmpadas que, além de iluminar o caminho à noite, podiam identificar quem as conduzia. “Candeias”, a fé dos servos(as) que esperam ansiosos pela volta de seu Senhor (Hb 11.1). Esta espera se caracteriza em servir a Deus com os dons por Ele dados. Este serviço se manifesta na pregação viva do Evangelho, o serviço por excelência que os cristãos prestam aos seus semelhantes (Ef. 6.14). Outra característica é propriamente a firme
esperança e o desejo constante pela volta de seu Senhor. As “bodas” ou “das festas de casamento” do Cordeiro iniciaram com a sua ascensão, terão o seu ponto marcante com sua volta, mas, continuam por toda eternidade. A espera vigilante pelo Senhor significa o privilégio dos servos(as) de poderem abrir a porta quando do seu regresso (Ap 3.20).
V . 37 - O climax da parábola centraliza-se nestas palavras de Jesus: “Bem-aventurados aqueles servos . . .” Aqueles que foram vigilantes, não se importando quanto ao tempo e à demora do regresso de seu Senhor. “Bem-aventurados”, não por algum merecimento próprio, mas pelo veredicto de seu Senhor. Para uma festa das proporções da descrita, haveria necessidade de muitos servos e servas para que tudo transcorresse conforme o desejado. No entanto, este Senhor não necessita de nenhum serviço ou ajuda. Ele é o Senhor que tem autoridade sobre céus e terra, o Todo-Poderoso, que convida para suas bodas, e ao mesmo tempo serve seus convidados. Aqui temos uma das mais belas imagens que refletem a unicidade da redenção centrada somente na pessoa e obra do Senhor Jesus Cristo.
É Jesus, o Servo, que por amor serve seus conservos, os cristãos, com as dádivas da salvação. Um banquete completo, cujo tempo de espera e vigília estamos vivendo. Conforme as próprias palavras de Jesus, logo após instituir a Santa Ceia, ao afirmar: “não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mt 26.29).

V . 38 - O tema principal da parábola é tão importante que Jesus o repete: “bem-aventurados. . . os servos, que quando o Senhor vier, os encontre vigilantes”. Somente a fé verdadeira conserva os servos(as) vigilantes. Fé no seu Senhor e em sua promessa de regresso. O texto, além de certificar mais uma vez com convicção o regresso de Jesus, deixa completa incerteza quanto à hora de sua volta. Estar vigilantes, lâmpadas acesas, em constante atitude de preparação, porque o Senhor pode vir a qualquer hora.
V. 39 - As duas parábolas se relacionam e se completam. Enquanto na primeira parábola Jesus deseja ver seus discípulos vigilantes, pois os espera uma promessa indescritível, na segunda os admoesta contra o descuido no estar vigilante. O dono da casa fracassa se não permanecer constantemente acordado e em vigília, pois não sabe a hora em que virá o ladrão. Assim, os servos(as), mesmo não sabendo a hora do regresso de seu Senhor, devem estar em permanente estado de vigília.
V. 40 - Os discípulos não poderiam cometer o mesmo equívoco do dono da casa. O “u`mei/j” é enfático: “ficai . . . vós apercebidos”. O imperativo presente “gi,nesqe” tem um sentido de duração: “estar sempre preparados”. O aspecto relevante é que no momento em que os discípulos se sentirem seguros, isto é, auto-suficientes, será a hora do regresso do “Filho do Homem”. Advertência, consolo, admoestação, conforto, incerteza, segurança, auto-suficiência, vigilância, desconhecimento, certeza. Estas são algumas palavras chaves que transparecem no texto. Jesus admoesta contra o descuido na vigilância da fé, e, em conseqüência, na vida cristã. Consola e conforta com a sua graça permanente. Incerteza e desconhecimento da hora e dia de sua volta não afligem o cristão, pois pela fé está sempre preparado. Certeza e segurança de seu regresso para levar os seus, a grande festa das bodas eternas do Cordeiro. Nesta festa, o prato de inigualável e permanente sabor sempre presente será o “AMOR que JAMAIS ACABA” (1 Co 13.8,13). Advertência contra o perigo da auto-suficiência que a falsa fé traz. Estado de permanente preparo, resultado da fé em Jesus Cristo como o Filho do Homem, que veio e virá novamente, para levar os seus servos(as), para a “cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10).
SUGESTÃO HOMILÉTICA
Tema:A redenção imerecida, um seguro impagável

1- As preocupações da vida, segurança pelo futuro, medo que produz muitas fobias, escurecem os olhos e não deixam transparecer a graciosa
redenção, prometida, concretizada e revelada em Jesus Cristo.

2- Deus, através de seu Evangelho e Sacramentos, tira nossa escuridão, fazendo-nos pela fé ver em Cristo nosso Senhor e Salvador.
3- Este Senhor, dentro deste tempo, chama, prepara, treina, adverte, consola, dirige e aponta aos seus servos(as) o Reino da sua Graça, dentro da igreja militante.
4- Tudo isto ELE fez, faz e continua fazendo, para que seus servos(as) o sirvam. Assim, vigilantes e fortalecidos por seu AMOR, estejam preparados quando ELE voltar para os levar para seu Reino da Glória.
Orlando N. Ott
São Leopoldo, RS

Igreja Luterana
Volume 60 - Junho 2001 - Número 1

HEBREUS 11.1-3, 8-6

DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO
APÓS PENTECOSTES
23 de agosto de 1998

Hebreus 11 .1 -3,8-16

Leituras recomendadas
A relaçáo entre Gn 15.1-6 e Hb 11 não deixa dúvidas. Abraáo e Sara, a quem foi dirigida a promessa de descendência, inicialmente náo conseguiram acreditar na possibilidade de ter filhos (Gn 17.17;18.12), mas tendo passado aquele primeiro momento de incredulidade muito humana, eles creram que Deus poderia fazer com que o impossível se realizasse (Gn 15.6; Hb 11.11) e por isso são apresentados como exemplo de pessoas que alcanqaram as suas promessas pela fé.
A fé de Abraáo e Sara serve de exemplo para encorajar a nossa fidelidade para perseverarmos no caminho, apesar das dificuldades espirituais e existenciais enfrentadas neste mundo e da falta de sinais do cumprimento de suas promessas escatológicas. O texto de Lucas pode ajudar a responder essas expectativas: "Meu pequeno rebanho, não tenha medo! Pois o Pai tem prazer em dar o Reino a vocês" (Lc 12.32 - BLH). É neste contexto que o exemplo das testemunhas fiéis do passado podem estimular e revigorar a fé de cada pessoa para viver no Reino e esperar pacientemente a posse da pátria celestial.
Contexto
O contexto demonstra claramente o propósito do autor: exortar o povo de Deus que está vacilante, que está querendo retroceder. As admoestações (10.23;10.32-30) pretendem ser um estímulo para uma comunidade que, após anos de fé ativa no amor, de muita confissão alegre, de muita confissáo com sofrimento, está cansada e esmoreceu diante das tentações, lutas, sofrimentos e perseguições que está enfrentando. O autor não quer reprovar e condenar, mas antes acudir e remediar. Por isso faz aos seus leitores exortações repassadas de bondade. Quer que selembrem da época em que estavam dispostos a fazer qualquer sacrifício pela fé (v.32); como suportam com alegria os sofrimentos e humilhações (vv.33,34) em razão da fé na promessa do prêmio superior que os aguardava (v.35).
Esfriara o fervor primitivo e enfraquecera a vocação celestial desse povo migrante. Em vez de resistir is dificuldades a que a fé está exposta neste mundo, os hebreus estavam renunciando ao galardão triunfal da vida. O autor está preocupado com a sua falta de persistência (vv.36,37). Eles náo devem desistir. Não podem retroceder. Não devem abandonar a sua confiança nas promessas de Deus, pois ela será coroada com a vida eterna. "Nós somos da fé" afirma o autor. Náo podemos retroceder, enfaliza. E para exortar os seus leitores, o autor passa a lembrar-lhes os exemplos de fé, persistência, esperança e confiança nas promessas de Deus (cap. 11 e 12.1-3). Foi assim que os justos do Antigo lestamento e o próprio Jesus testemunharam a fé em Deus e em sua promessas.
A "nuvem de testemunhas" (12.1), que nos cerca, presta seu testemunho também para nós. Para o autor de FIebreus é importante o que nós podemos ver nelas. Certamente a exortação 2 fé em Deus e nas suas promessas, a persistência, paciência e firmeza precisam estar presentes na vida de cada cristáo e cristã, no combate da fé e na caminhada para a cidade de Deus.
Texto (a epístola do dia)
O capítulo 11 de Hebreus é um dos mais populares e familiares de toda a Bíblia. Desenvolve a excelência da fé. Quer levar os seus leitores a confiança nas promessas de Deus. Para isto apresenta o exemplo daqueles que creram e viveram nesta fé, aguardando o tesouro superior, a pátria celestial. As pessoas que só podem ver o visível, o texto quer mostrar como se pode desvendar e apreender, pela fé, os mistérios de Deus, ou seja, a graciosa providência de Deus em favor dos seus.
A natureza da fé - Hb 11.1-3
O escritor de Hebreus escreve sobre a natureza da fé num texto que tradicionalmente tem sido considerado como uma definição da fé. Ainda que muitos tenham tal compreensão, outros pensam diferentemente. Sáo da opinião de que o livro de Hebreus náo apresenta urna definição de fé, e sim, uma confissão, uma afirmação e o desenvolvimento do caráter da fé. O texto (v.1) inicia com uma dupla afirmaçáo sobre a fé: ela é a segurança (certeza) daquilo que ainda náo está presente (de coisas que se esperam), mas que é esperado com confiança; e ela é a convicçáo da realidade presente que só é conhecida pela fé (de fatos que não se vêem). A segurança de receber o que ainda não está presente (o Reino e tudo que este envolve) é fundamentada nas promessas de Deus e garantida pela paixáo, morte e ressurreição de Jesus, o Autor e Consumador da fé. A fé é permanecer no esperado, estar persuadido por coisas não vistas.

Por isso o autor de Hebreus conclama os seus leitores a permanecerem na fé a que foram chamados e a permanecerem convictos daquilo de que foram persuadidos. A fé é uma esperança absolutamente segura de que o que se crê é verdadeiro e o que se espera há de acontecer. É a esperança que enfrenta o futuro, o desconhecido com absoluta convicção. O cristão vive e morre nesta fé. É uma esperança concreta porque está firmada nas promessas de Deus e o cristão acredita que estas promessas são verdadeiras e vive nesta fé. Se, no entanto, for difícil crer, a comunidade de Hebreus é exortada a olhar para os que anteriormente viveram nesta fé. Devem olhar para os antigos (v.2) que receberam, pela fé, a aprovação de Deus.

Aqui é destacada a vantagem de viver pela fé em comunhão com Deus. Sem dúvida o povo da fé do passado serve de fonte de encorajamento para os peregrinos da fé no presente. A história demonstra para nós que eles fizeram a coisa certa. Os antigos creram e não creram em vão. Logo, a esperança cristã não é uma suposição, mas uma certeza respaldada nas evidências do mundo.
O v.3 afirma que é um ato de fé acreditar que Deus criou o mundo. O mundo, portanto, é de Deus. O escritor reconhece que a aceitação de um ato criador de Deus somente é possível a fé. O resultado da fé é declarado assim: o visível veio a existir das coisas que não aparecem. A fé, pois, postula que um poder invisível foi a causa eficaz do mundo dos .fenomenos. Crer que Deus é, pressupóe a invisibilidade de Deus (11.27). Pela fé, o povo de Deus vê e acredita que Deus seja o criador do universo.
Fé, um caminhar com Deus - Hb 11.8-10
Podemos crer nas promessas de Deus'? Será que Deus vai cumprir o que prometeu? A essa comunidade cheia de dúvidas, o texto traz consolo: Deus existe, ele cumpre suas promessas aos que nele confiam. Tendo estabelecido a função da fé, o autor passa a apresentar exemplos do passado de pessoas que esperavam com confiança, com ousadia e paciência, a realização das promessas. Nestes versículos, temos as seguintes características da fé, em forma de exortação, para a comunidade atribulada:
V.8: Obedecendo à promessa, Abraáo sai de sua pátria, sem saber para onde. Fé é obediência. Fé e obediência são inseparáveis. Pela fé Abraáo, ao ser chamado por Deus, tomou a decisão. As lendas ou histórias (é preciso ter cuidado) que relatam sobre a vida de Abraáo em Ur mostram alguém insatisfeito com a idolatria do seu povo e até de seu pai. E por isso, quando recebeu o chamado divino, logo estava pronto para sair ao encontro de Deus, para o encontro com o desconhecido.
V.10: Abraáo deixou tudo para trás e empreendeu a marcha. Tinha que sair para o desconhecido e partiu. A fé, em sua essência, envolve riscos e caminha para o desconhecido. Abraáo vai morar na terra da promessa como se fora um posseiro, de forma provisõria, pronto para uma nova migração, aguardando a
cidade vindoura, permanente. A fé faz do crente um peregrino na terra, na sua caminhada para a cidade de Deus.
O v. 1 O exemplifica essa situação: ao contrário da situação terrena, na qual o cristáo náo tem lugar permanente, onde não há alicerces para a habitaçáo, a cidade de Deus, o alvo final da peregrinaçáo, é um lugar permanente, com alicerces firmes e fixos. Essa cidade, planejada e criada por Deus, é a morada futura e eterna da pessoa que creu. Essa cidade é o cumprimento das suas promessas. A comunidade é convidada a ver nos pais o caminho para a sua caminhada. Também ela é estrangeira e peregrina aqui na terra, e está de passagem para a cidade eterna de Deus. Crer significa, portanto, ser peregrino e estrangeiro na terra; ver a cidade de Deus na esperança da posse eterna.
Acreditar no inacreditável - Hb 11.11,12
O relato da promessa de um filho para Abraáo e Sara encontramos em Gn 15.1-6; 17.15-22; 18.9-15;21.1-8. O surpreendente é que tanto Abraáo quanto Sara já tinham ultrapassado o tempo de gerar e conceber. E mesmo assim, segundo o texto bíblico, Ihes foi feita a promessa. Ao ler-se a narrativa da promessa, percebe-se que a reaçáo deles segue um tríplice curso:
1- - Comecou com absoluta incredulidade. Ao ouvir a promessa, Abraão caiu com o rosto em terra e riu (Gn 17.17). Sara também riu-se no interior (Gn 18.1 2). Quando se ouve promessas semelhantes da parte de Deus, a primeira reaçáo humana também é de incredulidade, é muito bom para ser verdade.
25 Passou pura umna crescente compreensão. Depois da sua incredulidade, veio a compreensáo, já que quem havia falado era Deus. E quando Deus fala isto é certamente verdade. Deus náo pode mentir. E foi Deus o autor da promessa. Isto é suficiente para que o surpreendente e o inacreditável cedam à compreensão de que tudo é verdadeiro.
3% Culrnino~co~r n a certeza. Agora existe a convicçáo de que o impossível é possível. Que Abraáo e Sara tivessem um filho, parecia impossível. E humanamente era. Mas não para o amor e o poder de Deus. No Antigo Testamento dificilmente as mulheres recebiam o destaque que foi dado a Sara. O seu exemplo se deve, seguramente, à mudança operada nela pela fé. A dúvida inicial foi seguida pela confiança de que Deus podia realizar o milagre da concepção.

As geraçóes devem alegrar-se por Sara ser listada como exemplo de fé, pois todas as pessoas têm seus momentos de dúvida também. O exemplo de Sara mostra a paciência de Deus diante das hesitaçóes humanas e como ele transforma a descrença em verdadeira fé. A convicçáo de que Deus é fiel é um dos aspectos principais da doutrina bíblica, tanto no Antigo quanto no Novo 'lèstainento. É a pedra fundamental da fé do povo de Deus.
A fé na pátria celestial - Hb 11.13-16
Neste ponto o escritor interrompe a sua narrativa dos exemplos de fé para fazer um breve sumário das suas conclusóes. As perguntas: onde está o resultado da fé'? De que adianta a fé, se não se vê o resultado e as pessoas morrem sem ter visto a recompensa? Estamos i porta da morte e Cristo ainda não voltou? Ele quer recordar a sua comunidade que, de fato, nenhuma pessoa mencionada viu o cumprimento das promessas de Deus: "'lòdos morreram na fé, sem que tenham recebido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos na terra" (v. 13). Neste versículo, como nos que se seguem, quer demonstrar que, embora as circunstâncias da vida e as próprias pessoas possam mudar, Deus náo muda. As suas promessas não variam e todas são cumpridas.

As palavras: "Todos estes morreram na fé" subentendem que a fé foi companheira deles até o fim dos seus dias e que viveram e morreram em conformidade com esta fé. Ainda que não tivessem recebido a promessa, "vendo-as, porém, de longe" era como se tivessem visto o objetivo no horizonte, embora nunca chegassem a ele nesta vida. Este é um exen~plon otável da declaraçáo no (v. 1) que "a fé é a convicçáo de fatos que náo se vêem", só que a convicção ficou tão forte que o "não visto" já foi visto.
Estas pessoas, apesar de tudo, jamais perderam a sua visão e suas esperanças, por mais que essa esperança tardasse em se concretizar. Apesar de tudo, jamais desejaram voltar atrás. Isto é tanto mais notável quando se reconhece que a terra que deixaram para trás chegara a um estágio de civilização muito mais adiantado do que a terra que habitavam. Mas eles pensavam na pátria superior, a celestial.
O Antigo Testamento não oculta as fraquezas dos heróis da fé, mas aqui o escritor de Hebreus está olhando a história em retrospecto. E ele não pode
deixar de mostrar a fé destas pessoas. A sua fé em Deus, em suas promessas, é tão extraordinária que "Deus não se envergonha deles", de ser chamado
o seu Deus. Eles, pela fé, viverão com Deus. Essa é a promessa. Essa é a sua fé.
Sugestões de temas/partes
1. A natureza da fé / A excelência da fé
- A fé é segurança (certeza) de que as promessas de Deus são verdadeiras.
- A fé está fundamentada nas promessas de Deus e garantida pela redençao de Jesus.
- A fé é esperança na vida de agora e da eternidade.
2. A fé é um caminhar com Deus
- Respondendo ao chamado de Deus.
- Caminhando com Deus, a exemplo dos heróis da fé.
3. A fé na pátria celestial
- A certeza da herança celestial.
- Pela fé, Jesus é o caminho para a vida eterna.
Bruno R. Muller
Supacuia do SUL, RS

Igreja Luterana, Ano 98, vol 01

GENESIS 15.1-5

DÉCIMO SEGUNDO DOMINGO APÓS PENTECOSTES
27 de agosto de 1995 Gênesis 15.1-5

Leituras do dia
SI 50 - A essência do culto a Deus não consiste no sacrifício de animais oferecidos pela simples obediência à lei (vv. 8-13), mas em "sacrifícios de ações de graça", com fé naquele que pode nos salvar (vv. 14,15,23).
Gn 15.1-6- Deus renova a Abrão a promessa de um filho e de uma grande nação; e Abrão "creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça".
Hb 11.1-3, 8-16 - Abraão é citado como um dos grandes heróis da fé. Sete vezes aparece neste texto a palavra fé, ressaltando que a vida de Abraão foi uma vida de fé e esperança.
Gradual: Além do corpo básico do gradual usado do 11° ao 19° Domingo após Pentecostes (Rm 11.33), temos o verso: "Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção dos fatos que se não vêem".
Lc 12.32-40 - A promessa do reino de Deus e o estímulo à vigilância, pois não sabemos quando o Senhor voltará. - Nossa espera e vigilância é um ato de fé, à semelhança de Abraão, que aguardava a concretização da grande nação (Gn 15) e da pátria celeste (Hb 11) com fé!
Contexto
Esta é a quarta vez que Deus aparece a Abrão (Obs.: o nome ainda não havia sido mudado para Abraão, Gn 17.5) e lhe renova as promessas: Cf. Gn 12.1-3,7; 13.14-17). Apesar de todas as evidências serem contrárias às promessas, pois o tempo passava, Abrão e Sara ficavam mais velhos e o filho prometido não vinha - apesar de tudo, Abrão creu! Mesmo já tendo tomado providências legais referentes à sua herança (Gn 15.2,3), diante da renovação da promessa Abrão creu! Creu diante do impossível, pois sabia que "para Deus não há impossíveis em todas as suas promessas" (Lc 1.37; Gn 18.14).
Texto
V. 1 - "Depois destes acontecimentos..." - Deus havia chamado Abrão (Gn 12.1-3); Abrão havia peregrinado pela terra de Canaã e fora ao Egito (Gn 12.4-20); havia acontecido a separação Abrão e Ló (Gn 13.1-13) e a guerra em que Abrão foi vitorioso (Gn 14.1-17), tendo se encontrado com Melquisedeque (14.18-24). "Depois destes acontecimentos" e experiências passadas por Abrão, Deus lhe aparece novamente.
- "Não temas" - Esta é a forma em que inúmeras vezes Deus inicia seu diálogo com o ser humano. É necessário acalmar o homem e assegurar-lhe suas boas intenções; pois a consciência do homem está sempre em sobres- salto diante da santidade do divino. Apenas Deus pode garantir paz e nos dizer: "Não temas!" Sem esta iniciativa de Deus, o homem morreria de medo.
- "Eu sou o teu escudo e o teu galardão é sobremodo grande" - Deus se coloca como sendo a garantia de toda a segurança e proteção, e aquele que é o doador de todas as coisas boas. Não se apresenta como juiz aos seus escolhidos, mas como aquele que salva os seus.
Vv. 2 e 3 - Esta queixa/acusação de Abrão denota um certo desânimo; e, - (poderíamos dizer?) - uma falta de fé... O tempo passava, a promessa do descendente não acontecia, e Abrão já tomara as providências legais, nomeando um herdeiro dentre os seus servos de confiança. - Onde estava o grande herói da fé? Também estes são testados na sua fé até o limite do impossível!
- Sempre me impressionam os diálogos entre Abrão e Deus. São orações em que ele expõe claramente suas dúvidas (Gn 15.2,3), sua incredulidade (Gn 17.17), sua confiança irrestrita na misericórdia de Deus (Gn 18.23-33), sua obediência (Gn 22.1,11). Há uma intimidade, uma liberdade de expressão neste diálogos/orações (Cf.: Introdução ao Pai Nosso, Catecismo Menor de Lutero), e há um crescendo neste relacionamento de fé.
V. 4 - Deus derruba os planos de Abrão. Abrão quis se antecipar a Deus na solução do problema, e nomeia um herdeiro; mais tarde quis se antecipar novamente gerando a Ismael (Gn 16). Mas Deus quer agir conforme a Sua santa vontade! E proclama novamente a sua promessa inicial: "De ti farei grande nação" (Gn 12.2): "Aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro"
V. 5 - O céu estrelado: uma imagem que nos impressiona até hoje! Quantos já tentaram contar as estrelas? Cantamos na nossa infância: "Sabes quantas estrelinhas lá no firmamento estão?" (Lira Juvenil, p. 135). Esta imagem é apresentada a Abrão. O Deus que fez aquelas incontáveis estrelas está prometendo a Abrão que fará dele uma grande nação! Confiamos ou não confiamos no "Deus Pai todo-poderoso, Criador dos céus e da terra?" A observação das maravilhas da natureza quer reforçar a nossa fé no Deus todo-poderoso: "Os céus proclamam a glória de Deus" (Sl 19.1).
- Abrão saindo da sua tenda e olhando o céu estrelado: talvez seja uma das ilustrações mais comuns que retratam o patriarca.
- "Será assim a tua posteridade"- esta promessa é lembrada pelo apóstolo Paulo em Rm 4.18 e pela epístola deste domingo, Hb 11.12. É a renovação da promessa messiânica: Gn 12.3b: "Todas as famílias da terra"; Gl 3.7: "Os da fé é que são filhos de Abraão".
V. 6 - "Ele creu no Senhor, e isto lhe foi imputado para justiça." Este é o caminho da salvação exposto em toda a Escritura! Para a Igreja Luterana, baseada no "SOLA FIDE", este (e seus paralelos) é um dos textos áureos da Bíblia. Cf.: Rm 4.3; Gl 3.6-14. Recomendamos ler todo o capítulo 4 de Romanos. Assim como Abraão creu nas promessas de Deus e foi justificado por Deus, foi aceito por Deus, assim nós cremos em todas as promessas de Deus em Cristo Jesus na nova aliança e somos justificados pela fé, somos aceitos por Deus!
- "Imputado" - sinto que esta palavra não é bem compreendida por muitas pessoas. Imputar = atribuir, pôr na conta de. No alemão diz: "rechnen/; no inglês: "count".
Proposta homilética
Tema: Crer ou não crer - eis a questão!
Objetivo: Colocar o ouvinte diante dos impasses da fé, assegurando-lhe que sempre é vantagem crer, mesmo diante do impossível, tanto para coisas desta vida como para a vida eterna.
Problemas no caminho da fé: a demora de Deus e a nossa impaciência; nossas decisões e vontades próprias; nossa desconfiança; ver para crer (Tomé). - Contra estas coisas vamos pregar a lei.
A solução de Deus: Ele se apresenta como sendo o Todo-Poderoso. Ele promete e garante e jamais mentiu. Ele justifica, por Cristo, todo o que crê. Este é o Evangelho!
Introdução: Quantas vezes já insistimos com Deus em oração a respeito de algum assunto? (citar exemplos). Abrão aguardou, com altos e baixos, em sua fé, durante 25 anos e concretização da promessa de um filho; não chegou a ver a "grande nação", nem tomou posse da terra prometida; mesmo assim ele "creu no Senhor, e isto lhe foi imputado para justiça".
I - Não crer
- Abrão tinha muitos motivos para não crer: a demora de Deus; sua idade; a idade de Sara (Gn 18.11).
- Ele tomou providência próprias: nomeou Eliezer seu herdeiro (v. 2); gerou Ismael (Gn 16).
- Conseqüências de uma possível incredulidade: toda a história de Israel e da salvação não teria sido a que temos na Bíblia.
- Crer:
- Mas: Abrão creu! - Ele teve o filho prometido!
- Tornou-se uma grande nação!
- Seu povo ganhou a terra prometida.
- E "isto lhe foi imputado para justiça" - Abrão foi salvo! Aplicação
- Abraão é chamado "o pai de todos os crentes". Sua trajetória de fé e vida tem muito da nossa caminhada também.
II - Não cremos:
- As promessas de Deus parecem demoradas (Cf. Ev. de hoje e 2 Pe 3.4)
- Nem todas as nossas orações são atendidas de imediato.
- Interferimos nos planos de Deus com nossas decisões contrárias à sua vontade.
- Temos muitos à nossa volta que nos estimulam a não crer.
- Conseqüências da incredulidade: falta de segurança. Falta de paz.
A condenação eterna!
- Cremos: recebemos perdão em Cristo. Temos paz em Cristo.
Temos vida eterna em Cristo!
Conclusão: Sempre é vantagem crer, em contraste com a incredulidade que angustia e não leva a nada. A fé nas promessas de Deus em Cristo nos salva! - (Ou também: Sola Fide - característica marcante da Reforma Luterana.).
Carlos W. Winterle Porto Alegre, RS.

IGREJA LUTERANA - NUMERO 1 - 1995