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06 junho 2010

Sl 30 / 1Rs 17.17-24 / (1Co 15.51-58) / Lc 7.11-17

O ENCONTRO DE DUAS MULTIDÕES
Sl 30 / 1Rs 17.17-24 / (1Co 15.51-58) / Lc 7.11-17
Quando acontece um jogo importante de futebol, uma final de campeonato, há muita emoção rolando no ar, tanto da parte dos jogadores e comissão técnica, bem como da parte das torcidas. A galera vibra, grita, se desespera... empurra o time com palavras de ordem... se cala diante do triunfo do adversário em alguma jogadas decisivas. Geralmente as torcidas são compostas de duas multidões... dois times e duas torcidas. Chegam com muita expectativa ao estádio. Uma sai feliz, alegre, vibrando. A outra sai quieta, triste, desanimada.
No texto do evangelho de hoje também há duas multidões. A primeira acompanhava Jesus. Estava alegre, eufórica, feliz da vida... mas porque? Antes de ir até a cidade de Naim, onde aconteceu o trecho que lemos hoje, Jesus esteve na região de Cafarnaum. Lá ele curou o empregado de um oficial romano. Aquele milagre foi bombástico. A multidão seguia Jesus por causa dos seus milagres, também pelo seu ensino. A sua pregação era impactante e evangélica... e atraía as multidões. A multidão que acompanhava Jesus estava contagiada pela alegria e até mesmo espantada com tanta coisa boa acontecendo. Era como a torcida do time vencedor.
A segunda multidão estava saindo triste da cidade, quieta, acompanhando lentamente a dor de uma mãe, viúva, que havia perdido o seu único filho. Quem já participou de um velório sabe o clima de tristeza e desânimo que paira no ar. Quando chega a hora de fechar o caixão, o último adeus àquela pessoa que tanto amamos é um momento de dor, talvez até de desespero. A família sempre é muito importante nestas horas. Um filho que abraça a mãe na perda do pai, os pais que se abraçam na perda de um filho... sempre é consolo o apoio da família, ainda que não digam nada... mas a presença naquele momento faz toda a diferença.
Porém, aquela viúva da cidade de Naim não tinha família para apoiá-la. A única família que tinha era o seu filho morto, seu único filho. Já havia perdido o marido. Talvez o filho a tivesse ajudado a superar a perda do marido. Agora também o filho tão querido havia partido. E mais, naquela época não havia previdência social ou pensão para ajudar os mais idosos e as viúvas. Pela regra deviam ser sustentados por seus filhos homens. Por isso, junto com o seu filho tão querido aquela viúva estava vendo ir embora até mesmo o pão de cada dia, o seu sustento. Muitas viúvas viviam como mendigas, dependendo da caridade e de esmolas.
Esta segunda multidão está triste e quieta como a torcida do time perdedor, porque sabe de toda a situação. São moradores da mesma vila onde morava aquela família destruída pela morte. Conheciam a dor e a carência da viúva. Nada mais podiam fazer naquele momento a não ser acompanhar todo o sofrimento. Quantas vezes nós não nos sentimos como a viúva, ou talvez como alguém na multidão que seguia aquela pobre senhora. Os problemas do dia a dia vão se somando e deixando a gente cada vez mais triste... sem solução. Já não bastam as dificuldades de relacionamento dentro de casa, ainda há a instabilidade no emprego, o salário que muitas vezes é curto para tantas contas... ainda há a crise mundial nas bolsas, o vazamento de petróleo... tudo isso é como uma bola de neve correndo para o caos completo. E quando menos se espera a morte chega na família da gente. A morte acaba com a minha própria vida sem aviso prévio. E entra aquela velha e famosa pergunta: pra onde vamos? Acaba tudo aqui? A vida se resume a isso: nascer, crescer, morrer?
As duas multidões se encontraram perto do portão da cidade. Um choque de sentimentos. Mais ou menos como duas torcidas que se encontram no caminho, mas sem quebra-quebra, sem flauta tocada em cima dos que perderam. Jesus olhou para a mulher, viu o seu sofrimento, teve compaixão dela, sentiu a dor que ela estava sentido e disse: Não chore. As duas multidões deviam estar num silêncio profundo, aguardando o que iria acontecer. Jesus surpreende e toca o caixão. Os judeus não podiam tocar nos mortos, era sinônimo de impureza. Quem tinha que fazer o serviço precisava passar por todo um processo de purificação. Jesus toca aquele corpo sem vida para lhe restituir a vida. É milagre de Deus. “Moço, eu ordeno a você, levante-se”. Esse “levante-se”, na língua original da Bíblia, é um verbo passivo, o que indica que a ação não poderia ser feita pelo jovem que estava morto. A ação é de Deus, trazendo vida a um corpo que já não a tinha mais.
Jesus foi motivado pelo sentimento de misericórdia e compaixão ao ver a dor daquela mãe. A intenção de Jesus não é mostrar o seu poder, embora este milagre tenha causado também grande repercussão e muito provavelmente grande número de pessoas veio a crer em Cristo através daquele ato. O maior milagre nisto tudo é denunciado no versículo 16, quando as multidões exclamam: “Deus veio salvar o seu povo!” Naquele momento as multidões confessaram: “de fato Deus está entre nós, ele veio para nos salvar”. A fé estava criada nos corações. Com um ato de amor e compaixão, bem particular na vida daquela viúva, Jesus também opera fé nos corações de muitas pessoas, ainda hoje também, quando ouvimos estas histórias a seu respeito.
O óbvio nas leituras deste domingo é a vitória de Deus sobre a morte. Entretanto, podemos fugir um pouco do óbvio e direcionar nossa atenção para outro tema nas leituras: Deus se “contamina” por amor a nós. Ele não somente toca em um caixão, mas torna-se ‘cadáver’ que é sepultado às pressas, sem um velório decente. Tudo isso por amor a toda humanidade e a cada pessoa na sua singularidade.
Na leitura do AT, vemos um profeta “tocar o cadáver de um gentio” para trazê-lo de volta à vida, por meio do poder de Deus. Este é o mesmo profeta que foi alimentado por corvos, “aves impuras”, e comeu pão preparado por “mãos gentias” (viúva de Sarepta). Mas, Jesus afirma em outra passagem da Bíblia que na época de Elias essas “mãos gentias” foram as únicas a abraçar um filho ressuscitado.
Ao se “contaminar” por nós, Cristo mostra seu amor e produz o maior milagre de todos: a fé de que Sua “contaminação” traz vida e nos “purifica” de todo o pecado. É um paradoxo maravilhoso! Pelo evangelho de Cristo somos capacitados a nos “contaminarmos” para anunciar salvação a todos. Somos chamados e capacitados a buscar o contato com o diferente. Anunciar salvação aos que consideramos excluídos. Tudo isso, só pelo poder e dependência de Deus, que usa o ser humano “justo e pecador ao mesmo tempo” para anunciar a “contaminação” que salva e purifica.
O poder de Deus está explícito nos textos de hoje. Ele se compadece do sofrimento de pessoas simples como eu e você. Ele vai além do que se espera, e se “contamina” a fim de restaurar a alegria e a paz. Ele mostra que tem poder até mesmo sobre a morte, ressuscitando o filho da viúva de Sarepta no AT e o filho da viúva de Naim, no NT. Pela graça e amor de Deus nós, que por natureza pertencemos à multidão triste que acompanhava o cortejo, fomos acrescentados na multidão alegre e exultante que acompanhava Jesus. Pelo Batismo fomos enxertados em Cristo e na Santa Ceia, festejamos com toda a Igreja, de todos os tempos, esta união; celebramos e somos fortalecidos pelo alimento do corpo e sangue de Jesus.
No último dia também acontecerá um encontro de duas torcidas, duas multidões. Mas duas torcidas que “torceram pelo mesmo time”, e estavam separadas apenas pela linha do tempo. Toda a Igreja da terra (Igreja Militante) se juntará com toda a Igreja do Céu (Igreja Triunfante) para celebrar a grande vitória do nosso Deus. Uma vitória sem fim, sobre o pecado, a morte e o poder das forças do Mal. Podemos ficar alegres, porque esta vitória já é certa, pela obra de Cristo. Amém.
Marcos Weide

2º APÓS PENTECOSTES

Perícopes do 2º domingo após Pentecostes 2010
1º Leitura: Salmos 30.1-12.
1 – Títulos:
- Ação de graças de uma pessoa salva da morte – NTLH.
- Ações de graças pela libertação da morte – ARA.
- Hino de gratidão de um salvo – Lutero.
2 – Contextualização:
As traduções em português omitem o primeiro versículo do original em hebraico. No original, o versículo um, diz: “Um salmo para ser cantado, com referência à inauguração da casa de Davi.” Não sabemos a que inauguração de casa de Davi é feita esta referência. Há quem pensa de se tratar da residência oficial do rei Davi.
A história registra dois momentos nos quais foi usado em ordens litúrgicas o Antigo Testamento: 1º No Templo, por ocasião da apresentação dos sacrifícios de gratidão. 2º Por ocasião da reinauguração do Templo, pelos Macabeus, no ano 165 AC.
É um salmo antigo, provavelmente da autoria de Davi, num momento em que experimentou uma libertação de seus inimigos de maneira milagrosa pelo poder divino.
3 – Conteúdo do Texto:
É um hino de louvor, no qual o salmista declara os motivos que o levaram a louvar a Deus. O conteúdo pode ser agrupado nos seguintes tópicos: 1º - O que Deus tem feito; 2º A situação do Salmista; 3º A resolução do Salmista.
1º - O que Deus tem feito - Vs. 1-5:
- “... não deixaste que os meus inimigos zombassem de mim.” Vs. 1.
- “... tu me curaste, tu me salvaste da morte. ... tu me fizeste viver novamente.” Vs. 2,3.
- “... Lembrem do que o Santo Deus tem feito e lhe dêem graças.” Vs. 4.
- “A sua ira dura só um momento, mas a sua bondade é para a vida toda.” Vs. 5.

2º A situação do Salmista - Vs. 6-10.
- “Eu me senti seguro e pensei: “Nunca terei dificuldades.” Vs. 6.
Obs. É uma confissão de alguém que cultivava uma falsa segurança.
- “... tu te escondeste de mim, e eu fiquei com medo.” Vs. 7.
Obs. O Salmista reconhece que estava equivocado.
- “Ó Senhor Deus, eu te chamei e pedi a tua ajuda.” Vs. 8.
- “Se eu morrer, que lucrarás com isso? Será que os mortos podem te louvar? Será que eles podem anunciar que és fiel? Vs. 9.
- “Ó Deus, escuta-me e tem compaixão de mim! Ajuda-me, ó Senhor Deus!” Vs. 10.
3º Em conclusão: Uma confissão e uma resolução:
-“Tu mudaste o meu choro em dança alegre, afastaste de mim a tristeza e me cercaste de alegria.” Vs. 11.
-“Por isso, não ficarei calado, mas cantarei louvores a ti. Ó Senhor, tu és o meu Deus; eu te darei graças para sempre.” Vs. 12.

4 – Sugestão de Tema:

Reconhecendo a Ação de Deus em nossa vida!
1 – Ele nos toma pela mão e nos guia com segurança!
2 – Ele põe à prova a fé de seus filhos!
3 – A sua bondade é para toda a vida!
4 – Ele afasta a tristeza e dá alegria!
5 – Ele nos desafia para louvá-lo sempre!



2º Leitura: 1 Reis 17.17-24
1 – Títulos:
- Elias e a viúva de Sarepta – NTLH.
- Elias e a viúva de Sarepta – ARA.
- Elias com a viúva de Sarepta – Lutero.
2 – Contextualização:
Estava acontecendo a grande seca de três anos e meio, ocorrida durante o reinado de Acabe e o ministério de Elias. Acabe foi rei de Israel, no período dos anos 874-853 AC. Elias encontrava-se refugiado na casa de uma viúva na cidade de Sarepta. Sarepta era uma pequena cidade portuária, localizada as margens do Mar Mediterrâneo entre as cidades de Tiro e Sidom, na Finícia. O filho desta viúva adoeceu e morreu. Ela acusa o profeta como sendo o causador da morte. Uma atitude bem própria ao ser humano que em tudo busca em alguém outro o motivo de sua desgraça.
3 – Conteúdo do Texto:
O texto destaca três momentos distintos em seu relatório: 1º A acusação da viúva; 2º A ação de Elias; 3º A reconsideração da viúva.
1º A acusação da viúva - Vs. 17 e 18:
-“... o filho da viúva ficou doente. Ele foi ficando cada vez pior e acabou morrendo.” Vs. 17.
-“Então ela disse a Elias: – Homem de Deus, o que o senhor tem contra mim? Será que o senhor veio aqui para fazer com que Deus lembrasse dos meus pecados e assim provocar a morte do meu filho? Vs. 18.
Obs.: 1 – O Novo Comentário da Bíblia, ao comentar este texto, traz a seguinte informação: “De acordo com idéias primitivas, a viúva crê que sendo Elias, um homem santo, ao tocar com sua santidade a casa dela, isso acarretaria conseqüências desastrosas para ela.” Ela pensava que fora esquecida ou ignorada por Deus e que a presença de Elias a colocou novamente na presença do Santo e Justo Deus.
2 – Ela acreditava que a morte de seu filho, é um castigo divino.
3 – A viúva não percebeu que Deus a estava chamando em amor ao dar-lhe a missão de hospedar o seu profeta.
2º A ação de Elias - Vs. 19-23:
“– Dê-me o seu filho! – disse Elias.” Vs. 19.
“Então pegou o menino dos braços da mãe e o levou para o andar de cima, para o quarto onde estava morando, e o colocou na sua cama.” Vs. 19.
“Então orou em voz alta, assim: – Ó Senhor, meu Deus, por que fizeste esta coisa tão terrível para esta viúva? Ela me hospedou, e agora tu mataste o filho dela!” Vs. 20.
“Aí Elias se deitou em cima do menino três vezes e orou deste modo: – Ó Senhor, meu Deus, faze com que esta criança viva de novo!” Vs. 21.
“E o Senhor Deus respondeu à oração de Elias. O menino começou a respirar outra vez e tornou a viver.” Vs. 22.
“Elias pegou o menino, e o levou para baixo, para a sua mãe, e disse: – Veja! O seu filho está vivo! Vs. 23
Obs.: 1 – Sem medo de errar, Elias afirma que o autor desta morte foi Deus e não ele, o profeta. Por esse modo, confessa que Deus é o autor da vida e da morte.
2 – A atitude do profeta para resolver o problema da morte foi orar a Deus com perseverança, na certeza de que Deus ouve a oração de seus filhos.
3 – A Bíblia na NTLH, traduz a oração de Elias assim: “Ó Senhor, meu Deus, faze com que esta criança viva de novo!” Vs. 21. Uma tradução literal, seguida por Lutero diz: “Deixe a alma do menino voltar para seu corpo.” Parece que a NTLH quer evitar a questão: Onde ficou a alma do menino ao deixar seu corpo?
4 – Deus atendeu a oração de Elias! Ele teve oportunidade de mostrar para a viúva que o amor de seu Deus dura para sempre.
3º A reconsideração da viúva - Vs. 24:
“Então ela disse a Elias: – Agora eu sei que o senhor é um homem de Deus e que Deus realmente fala por meio do senhor!” Vs. 24.
Obs.: 1 – A viúva precisava ver para crer! Jesus afirma: “– Felizes são os que não viram, mas assim mesmo creram!” João 20.29.
2 – Deus agiu na vida da viúva! Pela morte do filho pregou-lhe a Lei e pela ressurreição o Evangelho! Elias foi instrumento na mão de Deus para realizar o milagre!

4 – Sugestão de Tema:
A solução para a morte, está em Deus!
1 – Ela nos acusa por causa do pecado!
2 – Ela nos chama para os braços do Pai!
3 – Ela nos motiva para louvar a Deus!



3º Leitura: Gálatas 1.11-24.
1 – Títulos:
1 – Como Paulo se tornou apóstolo – NTLH.
2 – O evangelho que Paulo recebeu e pregou – ARA.
3 – O ofício apostólico de Paulo – Lutero.
2 – Contextualização:
A carta aos Gálatas é considerada o primeiro documento escrito por Paulo. Pensa-se que foi escrito por volta do ano 56 A.D. Ela é endereçada aos cristãos da Galácia. Hoje é a região Centro-Sul da Turquia, onde se localizavam as cidades de Antioquia da Pisídia; Icônio; Listra e Derbe, cidades nas quais Paulo e Barnabé fundaram igrejas em sua primeira viagem Missionária.
A carta foi motivada pela presença de “cristãos-judaizantes” que causaram grande confusão nestas igrejas. Tentaram desacreditar o que o apóstolo Paulo,sob a alegação de que ele não foi um discípulo de Jesus Cristo, que era apóstolo de segunda geração, que sua mensagem é incompleta, que é preciso manter a circuncisão ordenada no Antigo Testamento.
Paulo insiste que a sua pregação está correta, que foi o próprio Senhor Jesus que lhe revelou e que nem mesmo um anjo do céu tem autoridade para modificá-la. Gálatas 1.8.
3 – Conteúdo do Texto:
O texto é a defesa da autenticidade da pregação e do apostolado de Paulo. Vejamos os destaques:
Vs. 11. “Meus irmãos, eu afirmo a vocês que o evangelho que eu anuncio não é uma invenção humana.” Paulo declara que sempre foi fiel e autêntico no anunciar das verdades, que o próprio Senhor Jesus lhe revelou. Jamais ensinou doutrinas que tivessem sua origem em filosofias humanas.
Vs. 12. “Eu não o recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo que o revelou para mim.” A respeito das revelações que Jesus fez para Paulo, a Bíblia faz os seguintes registros:
a) Em Atos 9.1-18. Jesus lhe aparece no caminho para Damasco. E o chama a fé e de imediato o convoca para o ministério da evangelização.
b) Em Gálatas 1.17 e 18. Lemos que Paulo, após sua conversão se retirou por três anos para
a Arábia, onde se presume que Jesus lhe fez revelações importantes.
c) Em Atos 11.25. Somos informados de que Barnabé o foi buscar em Tarso, para atuar na evangelização de Antioquia.
Vs. 13 e 14. “Vocês ouviram falar de como eu costumava agir quando praticava a religião dos judeus. Sabem como eu perseguia sem dó nem piedade a Igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la. (14) Quando praticava essa religião, eu estava mais adiantado do que a maioria dos meus patrícios da minha idade e seguia com mais zelo do que eles as tradições dos meus antepassados.” Estes versículos falam da vida consagrada de Paulo como fariseu, era um praticante fervoroso, porém chegou a conclusão que estas praticas não o tornaram um filho de Deus.
Vs. 15. “Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo. ...” Deus chama por graça, não por merecimento, antes da pessoa nascer, antes de praticar qualquer ação boa ou má. Assim foi com Paulo, com Abraão, com Isaías: “Eu ainda estava na barriga da minha mãe, quando o Senhor Deus me escolheu; eu nem havia nascido, quando ele me chamou pelo nome.” (Is 49.1). Com Jeremias: “– Antes do seu nascimento, quando você ainda estava na barriga da sua mãe, eu o escolhi e separei para que você fosse um profeta para as nações.” Jr 1.5. Comigo e com todos os demais servos do Senhor Jesus Cristo.
Vs. 16. “Ele (Deus) resolveu revelar para mim o seu Filho a fim de que eu anunciasse aos não-judeus a boa notícia a respeito dele, eu não fui pedir conselhos a ninguém”. Paulo atribui tanto o nascimento da carne, como o do Espírito à ação de Deus. Tudo aconteceu pela ação misericordiosa de Deus. Paulo sofreu uma ação, não praticou a ação transformadora, Deus foi o agente.
Vs. 17. “E também não fui até Jerusalém para falar com aqueles que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, fui para a região da Arábia e depois voltei para Damasco.” Paulo não foi para Jerusalém a fim de estudar com os apóstolos do Senhor. Mas, retirou-se para a região da Arábia, onde o próprio Senhor Jesus o preparou para o ministério da evangelização.
Vs. 18. “Três anos depois, fui até Jerusalém para pedir informações a Pedro e fiquei duas semanas com ele.” Foi um encontro para troca de informações, de idéias; de conferir a doutrina e de constatar que tudo estava em perfeita harmonia. Visto que ambos foram instruídos pelo mesmo Mestre pregavam o mesmo evangelho.
Vs. 19. “E não falei com nenhum outro apóstolo, a não ser com Tiago, irmão do Senhor.” Paulo apenas conheceu as pessoas de Pedro e Tiago, os outros apóstolos já haviam deixado Jerusalém e atuavam em seus próprios campos de missão.
Vs. 20. “O que estou escrevendo a vocês é verdade. Deus sabe que não estou mentindo.” Paulo chama a Deus por testemunho de que o relato da história de sua vida é verdadeiro.
Vs. 21. “Depois fui para as regiões da Síria e da Cilícia.” É o mesmo lugar referido no vs. 17, com o nome mais amplo de Arábia. Síria tem por capital Antioquia.
VS. 22. “Durante esse tempo as pessoas das igrejas da Judéia não me conheciam pessoalmente”
Paulo não atuou como missionário na Judéia, na terra que o viu crescer.
Vs. 23. “Elas somente tinham ouvido o que outros diziam: “Aquele que antes nos perseguia está anunciando agora a fé que no passado tentava destruir!” Paulo passou de perseguidor da fé cristã para defensor e propagador desta fé.
Vs. 24. “E louvavam a Deus por minha causa.” A igreja apostólica era solidária, não louvavam a Deus apenas pelo término das perseguições, mas especialmente pelo fato de Paulo ter se tornado um cristão e pregador do evangelho. A alegria pela conversão de Paulo ecoou por toda a igreja apostólica.

4 – Sugestão de Tema:
Pregar o evangelho não é uma decisão pessoal, mas sim um chamado divino!
1 – Deus dá a mensagem a ser pregada!
2 – Deus chama e capacita os pregadores!
3 – Deus opera a fé através da pregação!

4º Leitura: Lucas 7. 11-17
1 – Títulos:
1 – Jesus ressuscita o filho de uma viúva – NTLH.
2 – A ressurreição do filho da viúva de Naim – ARA.
3 – O jovem de Naim – Lutero.
2 – Contextualização:
Jesus está na cidade de Cafarnaum. Ele fez desta cidade um ponto de referência para suas atividades. A partir dela, visitava as localidades próximas. Numa destas visitas foi até a cidade de Naim, a qual ficava a uma distância de quarenta e cinco quilômetros para o lado sul de Cafarnaum, perto de Suném, onde há oitocentos e cinqüenta anos antes, o profeta Eliseu ressuscitou o filho de uma mulher rica – Cf. 2 Reis 4.8ss. Fato que ainda permanecia vivo na memória de seu povo.
3 – Conteúdo do Texto:
O texto relata uma das três ocasiões nas quais Jesus ressuscitou um morto. Vejamos alguns detalhes do relato.
Vs. 11 e 12. - Estes dois versículos nos descrevem o cenário da história. Jesus vai para Naim com o objetivo de ali pregar o evangelho. O ambiente encontrado não era muito favorável. Morreu o filho único de uma viúva. A cidade estava de luto, comovida pelo trágico acontecimento. Pois segundo a crença popular esta viúva era uma pessoa amaldiçoada por Deus, da qual o Senhor retirou a sua benção. Apesar do constrangimento, Jesus chegou na hora certa. A morte foi derrotada pelo príncipe da vida. Segue os versos 11 e 12: “Pouco tempo depois Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Os seus discípulos e uma grande multidão foram com ele. Quando ele estava chegando perto do portão da cidade, ia saindo um enterro. O defunto era filho único de uma viúva, e muita gente da cidade ia com ela.”
Vs. 13 e 14. “Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela e disse:
– Não chore. Então ele chegou mais perto e tocou no caixão. E os que o estavam carregando pararam. Então Jesus disse: – Moço, eu ordeno a você: levante-se!” Este relato descreve a Jesus como alguém que se compadece da miséria humana. Deus não criou ninguém para a morte, mas sim para a vida. Foi por amar e desejar a vida para as criaturas humanas que ele veio ao mundo, seu objetivo sempre foi promover a vida. Assim a sua pregação em Naim começou pela prática de um gesto de amor, devolvendo a vida ao falecido.
Mais um detalhe! O texto diz que: “Jesus tocou no caixão!” Segundo a lei de Moisés, esse gesto significava que Jesus se “tornou impuro.” Jesus realmente se tornou impuro em lugar de toda a humanidade, a fim de dar vida santa a todo pecador.
Ainda convém destacar que Jesus ordenou ao morto: “levante-se!” Jesus da uma ordem, ele usa o poder de sua Palavra, para chamar o morto de volta para a vida.
Vs.15. “O moço sentou-se no caixão e começou a falar, e Jesus o entregou à mãe.” Que pregação poderosa! A vitória de Cristo sobre a morte era visível. As portas de Naim se abriram para aquele que é mais forte do que a morte. Agora a mensagem de amor de Deus encontrou acolhida. Porém, Satanás encontrou uma outra maneira para atrapalhar o ministério de Jesus.
Vs. 16. “Todos ficaram com muito medo e louvavam a Deus, dizendo: – Que grande profeta apareceu entre nós! Deus veio salvar o seu povo!” A presença de Jesus entre os homens, sempre foi de paz, de grande alegria e nunca de causar medo. Aqui acontece uma mescla de medo e de alegria, de paz e de intranqüilidade pelo pecado. Porém de positivo foi que todos perceberam estar entre eles um grande profeta, um enviado de Deus, alguém cuja mensagem deviam escutar.
“Louvavam a Deus,” reconheciam que Jesus era um mensageiro de Deus, um mensageiro poderoso que trazia uma mensagem de vida. O evangelho não conta como continuou e terminou esta visita de Jesus a Naim. Termina apenas dizendo que “essas notícias se espalharam por todo o pais.” Vs. 17. A notícia era boa, o povo creu que Jesus era um enviado do Pai.
4 – Sugestão de Tema:
O amor de Deus que consola!
1 – Consola pela presença contínua de Jesus.
2 – Consola pelo poder de Jesus que transforma a morte em vida.
3 – Consola pela expectativa de vida eterna.
Sermão: Gálatas 1.15-17
Em Cristo Jesus, o verdadeiro Deus e verdadeiro Salvador do mundo prezados irmãos e irmãs na fé!
O Diabo sempre colocou em dúvidas o valor do Evangelho. Sempre ele questionou a nós cristãos com a pergunta que fez cair Adão e Eva, a saber: “Será que Deus disse?” “É verdade que Deus falou assim?”
O apóstolo Paulo percorreu a região da Galácia pregando o Evangelho de Jesus Cristo. Não tardou e o Diabo despertou dúvidas com respeito a pregação de Paulo. Dizia-se
às congregações recém fundadas, que Paulo não era um apóstolo digno de crédito, porque não foi discípulo de Jesus, porque foi um perseguidor dos cristãos.
Tal conceito falso o apóstolo rebate com os seguintes argumentos:
1º Argumento: “Deus me separou antes de eu nascer”
Toda a criatura humana tem uma finalidade expressa para a qual Deus a fez. Segundo o Salmo 139, Deus nos vê a partir do momento de nossa concepção. Deus determina os dias de nossa vida. Deus nos dá os dons e as oportunidades para os determinados fins. O apóstolo Paulo recebeu uma inteligência privilegiada. Deus o fez nascer em uma família que possuía recursos financeiros para dar-lhe estudo, junto aos melhores professores da época.
2º Argumento: - “Deus me chamou pela sua graça”
Paulo reconhece que Deus o chamou, por um único motivo, a sua graça. Não foi por decisão humana que Paulo deixou de perseguir a Igreja, e tornar-se cristão. Deus agiu motivado pelo amor de Jesus Cristo.
3º Argumento: “Aprouve a Deus revelar seu Filho em mim.”
Deus revela a Jesus dentro de nós e através de nós. Paulo perguntou: “Quem és tu Senhor?” Jesus lhe respondeu: “Eu sou Jesus a quem tu persegues”. Paulo foi batizado em nome de Jesus. O seu viver se tornou Cristo. Paulo era pregador porque Jesus vive nele.
4º Argumento: “Deus revelou em mim seu Filho para que eu o pregasse entre os gentios”.
As ações de Deus tem seus objetivos determinados. Deus fez de Paulo um pregador do Evangelho. Assim como Jesus fez dos outros apóstolos pregadores do Evangelho, Deus fez de Paulo o pregador aos judeus.
Paulo é obediente ao chamado divino. “sem detença, não consultei carne e sangue, ... parti para as regiões da Arábia.” Vai para um retiro de três anos. durante este período Deus lhe concedeu outras revelações. Tudo visava equipar a este servo de Deus para ser o grande apóstolo dos gentios; para com autoridade divina dizer: “Assim disse Deus.”
Nós também fomos chamados por Deus. nós também fomos criados por Deus para uma finalidade muito especial. Ninguém foi criado para o inferno. Todos fomos batizados em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, isto é, fomos adotados por filhos e filhas de Deus. Todos recebemos uma missão da parte de Deus: Ir e pregar o Evangelho a toda criatura. Estamos obedecendo ao chamado divino?
... Amém!


Sermão: Lucas 7. 11-17.

Caros amigos e amigas! Diz um provérbio popular: “Nada é tão certo como a morte!” Se ninguém contesta esta afirmação, cabe perguntar:
Você sabe lidar com a morte?
Você tem medo de morrer?
Você crê que Jesus resolve o problema da morte?
Como estão seus preparativos para morrer?
O evangelho nos apresenta a divina instrução sobre o assunto!
Jesus faz uma viagem missionária para a cidade de Naim. Era uma caminhada de um dia, para quem estava em Cafarnaum. Naim era uma cidade pequena na região norte da terra de Israel. Ao chegar à localidade, Jesus se depara com uma cena comovedora. Uma viúva estava levando seu único filho para o cemitério. Já havia perdido o marido e agora o seu único filho. Muita gente a está acompanhando, num gesto de solidariedade, de amizade, de chorar com os que choram.
Esta cena foi um desafio para o Senhor Jesus. Ele que veio para trazer o consolo de Deus para a localidade de Naim, interveio com poder. Quebrando as tradições de seu povo, tocou o caixão e provavelmente o morto também, e com autoridade divina falou: “moço, eu ordeno a você: levante-se!” O morto obedeceu a ordem de Cristo, “Sentou-se no caixão e começou a falar.” Esta não foi uma ressurreição para a vida eterna, mas apenas um retorno para vida neste mundo. Porém, foi o suficiente para comprovar o poder de Cristo e habilitá-lo perante aquela população a ensinar-lhes o amor de Deus.
O Evangelho informa que houve duas reações distintas entre o povo que assistiu a ressurreição daquele jovem: Uma de medo e outra de louvor.
Lidar com a morte nunca foi motivo de alegria, mas sempre vem acompanhada de tristeza e de medo! Por que o medo? Porque a morte é o oposto da vida! E Deus nos criou para a vida! Porque a morte é o salário do pecado! Porque a morte é juízo! Porque a morte nos confronta com a necessidade de sermos revestidos com uma nova vida, com a vida de Cristo, com o perdão do pecado.
Jesus Cristo ressuscitou o Jovem de Naim, para dizer aos moradores daquele lugar que ele tem a solução para a morte. Ele veio ao mundo para nos salvar da morte. Não da morte física, mas da condenação eterna ao inferno. Por isto ele mesmo enfrentou a morte, morreu na sexta-feira santa e ressuscitou vitorioso na manhã de Páscoa.
Lidar com a morte na presença de Jesus se torna fácil. Os moradores de Naim nada fizeram para enfrentar a morte. Jesus veio e a expulsou.
Marta, a irmã de Lázaro lembrou com propriedade: “Se o Senhor estivesse aqui, o meu irmão não teria morrido.” Jesus é vida e onde Jesus está a morte dá lugar a vida. Nós só saberemos lidar com a morte se Jesus está em nosso coração, se Jesus nos perdoa diária e abundantemente todo pecado, se Jesus nos carrega através do escuro vale da morte. Os moradores de Naim presenciaram o poder de Cristo sobre a morte, Temeram num primeiro momento e louvaram num segundo momento.
Se lidar com a morte é complicado para nós, igualmente o é, celebrar os louvores de nosso Deus. Nós andamos tão ocupados com os múltiplos afazeres da vida que pouco ou nada nos preocupamos em louvar a Deus pela vitória de seu Filho Jesus sobre a morte. Parece que a vitória de Cristo não nos toca! Parace que a morte é problema dos outros e não meu! Afinal de contas são os outros que morrem, eu permaneço vivo.
É justamente para pessoas como eu, como você, que no fundo da alma alimentamos a esperança de não morrer, que o salmista conclama: Não morrerei; antes, viverei e contarei as obras do Senhor. (Salmos 118.17) O Senhor tem feito de mim um filho seu, o Senhor tem feito de mim um herdeiro do céu. O Senhor tem feito de mim um mensageiro do seu consolo. Isto é fantástico, isto não pode ficar escondido, isto precisa ser dito a todos quantos tem medo de morrer. Porque Cristo é para todos!
Agora eu estou preparado para morrer! Agora eu posso dizer com o apóstolo Paulo: “Para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro...estou cercado pelos dois lados, pois quero muito deixar esta vida e estar com Jesus, o que é bem melhor. Porém, por causa de vocês, é muito mais necessário que eu continue a viver.” Fp 1.21-24. Vejam, o apóstolo afirma que sua vida no mundo se justifica unicamente pela proclamação da salvação de nosso Deus. Vivamos nós também para confessar o amor de Deus que jamais se retira de nós. Confessemos que: “Com Cristo por defesa, seu nome a proclamar, teremos a certeza de o reino eterno herdar.” Amém!

SERMÃO – Lc 7.11-16

SERMÃO – Lc 7.11-16
Tema: Deus age e seus filhos reagem! LDH, 06.06.10

Estimados irmãos e irmãs no Salvador Jesus.

Há uma lei da Física que diz que toda ação provoca uma reação. Ela serve para muitas situações da vida humana. Por exemplo, na Copa do Mundo que se aproxima, vai ser bem diferente a reação das seleções e torcidas que ganharem e perderem, especialmente no jogo final. Outro exemplo que temos no Brasil é o horário de verão: tem gente que gosta e outros preferiam que não existisse a mudança de horário.
Jesus, com sua vida e milagres, também provocava diversas reações. Seus milagres eram demonstração da ação de Deus em seu amor, e sempre causavam reações entre os discípulos, o povo, os críticos e as pessoas diretamente beneficiadas pelos milagres. Havia reações positivas – louvor, gratidão, felicidade, mas também negativas – ingratidão, crítica, desprezo.

O Evangelho de hoje nos apresenta uma ação de Jesus e a reação das pessoas que o acompanhavam. Olhando para este texto, queremos ver hoje que Deus age e seus filhos reagem!
Dois grupos de pessoas se encontraram na entrada da cidade de Naim. Um, cheio de alegria e esperança, pois acompanhava Jesus, o Senhor da Vida. Outro, provavelmente boa parte dos moradores de Naim, vinha triste, com gente cabisbaixa e em choro, pois acompanhava o funeral de um jovem que era filho único de uma viúva.
A emoção e o sofrimento neste funeral são grandes, pois a morte do jovem envolve uma situação complicada, pois aquela mulher já havia perdido seu marido e não havia naquele tempo pensão ou aposentadoria. Agora, perdendo seu único filho, ficaria sem ter alguém para lhe ajudar a ter o sustento diário. O povo que ia com ela não tinha como compensar sua perda e diminuir sua dor.
De repente, essa multidão que lida com a dura realidade da morte, se encontra com o Autor da vida. Lucas diz: Quando o Senhor a viu, ficou com muita pena dela e disse: Não chore (v.13). Este “não chore” não foi uma frase vazia e automática que ouvimos ou dizemos muitas vezes em velórios ou funerais. Quando Jesus diz isso é porque Ele sabe que a situação de sofrimento vai mudar. Ele ia agir e mudar a situação daquela mãe cheia de dor.
Ele toca o caixão (naquele tempo, um escândalo), para o cortejo e fala com o morto: Moço, eu ordeno a você: Levante-se! (v.14). Diante das palavras poderosas de Jesus, que são espírito e vida (Jo 6.63), o jovem se levanta e começa a conversar, mostrando que Jesus tem poder sobre a morte. E então Jesus o entregou à mãe (v.15), para ambos cuidarem um do outro. O jovem recebeu nova vida para servir à sua querida mãe.

A ação de Jesus naquele dia causou uma reação nas multidões que podemos resumir em três palavras: temor, louvor e testemunho. Esta é também a reação que Deus espera de nós, seus filhos, diante de suas obras de amor: o temor e a adoração, que levam ao mesmo testemunho que vemos no v. 16: Deus veio salvar o seu povo. Isto nos leva à segunda parte da nossa mensagem: Deus age e seus filhos reagem!
Alguém pode dizer: hoje não acontece um milagre como aquele lá de Naim. A verdade é que os milagres de Deus acontecem aos montes em nossa vida cada dia, mas nós não percebemos isso. Nasce uma criança, as plantações brotam e crescem, o sol brilha, a chuva vem, nós comemos e bebemos, nos vestimos, temos saúde e trabalhamos e apenas pensamos que temos sorte ou que merecemos tudo isso...
Mas deveríamos sim fazer como Lutero: reconhecer que somos mendigos diante de Deus, que diária e abundantemente nos abençoa com todo tipo de bênçãos materiais e espirituais, tantas que não podemos contar.
Principalmente quando falamos da parte espiritual, precisamos lembrar que nossa situação era como a do jovem naquele caixão, como diz o apóstolo Paulo: nós também estávamos destinados a sofrer o castigo de Deus... estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência... (Ef 2.3,5). Estávamos condenados à separação eterna de Deus, como diz Isaías (59.2): são os pecados de vocês que os separam do seu Deus...
É aí que se mostra o milagre da ação de Deus em nossa vida. Primeiro, Ele nos comprou para si, não com ouro ou prata, mas com o santo e precioso sangue de Cristo. Paulo diz que em Cristo não havia pecado. Mas Deus colocou sobre Cristo a culpa dos nossos pecados para que nós, em união com ele, vivamos de acordo com a vontade de Deus. Além disso, por meio do Evangelho, o ES agiu em nossas vidas, criando a fé e nos fazendo filhos e herdeiros da vida eterna com Cristo.
Em Ef 2.5 lemos que quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Também Pedro anuncia esta ação maravilhosa de Deus dizendo que antes, vocês não eram o povo de Deus, mas agora são o seu povo; antes, não conheciam a misericórdia de Deus, mas agora já receberam a sua misericórdia (1Pe 2.10).
Meus irmãos, se olhamos bem para nossa vida, devemos reconhecer que Deus agiu e ainda age maravilhosamente em nosso viver. Nos dá tudo que precisamos para viver e, especialmente, nos dá a salvação da morte e do pecado com o perdão conquistado por Cristo na cruz. O que temos que pensar agora é o seguinte: qual é a nossa reação diante das ações de amor de Deus em nossas vidas? Afinal, Deus age e seus filhos reagem!
Há gente que perde seu tempo reclamando da vida e de Deus: muitos andam desanimados, frios e até insensíveis diante das maravilhas de Deus em suas vidas. Mas o cristão, filho amado de Deus, reconhece e reage diante das bênçãos amorosas de Deus no seu viver. Deus age e seus filhos reagem! Nós reagimos com louvor, gratidão, adoração e testemunho.

A grande ação de amor de Deus por nós, entregando seu Filho para nos salvar da condenação, é o que nos motiva e move para vivermos
adorando, servindo e amando como filhos de Deus, compartilhando seu amor nos encontros com as pessoas que temos no dia a dia. Deus age nos perdoando a cada dia e nós reagimos com louvor e adoração que vão além do que fazemos aqui no culto: nós louvamos a Deus com nossa maneira de falar e agir, de viver servindo o próximo e mostrando Jesus aos outros com nossas palavras, ações e vida cheia do amor de Cristo.
Assim como Jesus transformou a vida daquele jovem e de sua mãe naquele encontro de multidões em Naim, Deus quer nos usar como seus instrumentos para transformar a vida de muitas pessoas que ainda estão mortas espiritualmente. Através de nós, Deus quer agir para que as pessoas que Ele coloca em nosso caminho nesta vida também ganhem o perdão e a vida nova que só Cristo pode dar. Desta forma Deus age e seus filhos reagem!
Que Deus continue agindo em nós através do seu ES que vem a nós na Palavra e Santa Ceia, para que a cada dia a gente reconheça suas bênçãos em nossas vidas e então tenhamos todos os dias a reação que Ele espera de nós: uma vida cheia de louvor, adoração, serviço e testemunho do seu amor! Isso porque Deus age e seus filhos reagem! Amém.