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05 junho 2012

MANTENDO A HARMONIA NO LAR

PALESTRA

3º Encontro dos Namorados

Paróquia Concórdia de Laranja da Terra - ES

11 de Junho de 2005

Tema: "Mantendo a harmonia no lar"

INTRODUÇÃO

Qual é a atual situação dos casais no mundo em que vivemos? Qual o grau de harmonia que podemos ver nos casais, sejam cristãos ou não? O nosso lar é realmente um lar ou apenas o nosso endereço? Será que é a família que reflete o momento que vive a sociedade ou é a sociedade que reflete o momento que vive a família?

Nos nossos dias uma das instituições que mais se preocupa com a família é a igreja. Até mesmo a forma de controlarmos a estatística mostra isso. Não podemos imaginar a nossa sociedade sem a sua base, que é a família.

Mas para que uma família se forme e esteja bem estruturada certamente grandes desafios foram enfrentados. Infelizmente, nem sempre vemos famílias felizes e bem estruturadas. A cada dia que passa, vão surgindo novas situações que vão tirando o foco daquilo que é o propósito para o lar. Brigas são freqüentes e, as vezes, até atração de programas de televisão.

Os nossos lares estão conturbados. Existe muita dificuldade de se lidar com situações cruciais dentro do relacionamento familiar. Pais matam filhos, que por sua vez, matam os pais. Vivemos em um momento de crise de autoridade dentro de nossas famílias.

Temos também grandes exemplos de casais e famílias extremamente abençoados por Deus em seu relacionamento. Deus quer sempre nos mostrar, que ele deseja um convívio harmonioso para os casais e famílias, que é paz, entendimento e amor. Para os lares em desarmonia, como buscar harmonia? Para os lares harmoniosos, como manter?

Essa reflexão é muito importante para nós como povo de Deus, pois ele deseja que o nosso lar seja uma fonte de bênçãos para nós e para aqueles que convivem ao nosso redor.

A palavra Lar aparece várias vezes. Selecionei três versículos que falam sobre a finalidade do lar. Rt 3.1: Disse-lhe Noemi, sua sogra: Minha filha, não hei de eu buscar-te um lar, para que sejas feliz? O lar é para a felicidade. 1 Pe 3.7a: Maridos, vós igualmente, vivei a vida comum do lar. Lar não ''e só a casa, é tudo o que acontece na casa. Pv 27.8: Qual ave que vagueia longe do seu ninho, tal é o homem que anda vagueando longe do seu lar. Lar é rumo certo.

A palavra harmonia aparece apenas uma vez na Bíblia em 2Co 6.15:"Que harmonia, entre Cristo e o Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? Para haver harmonia é necessário coisas em comum. A harmonia no lar depende de vários fatores, ou, existem vários fatores que influenciam na busca de harmonia. Mas o que é harmonia? "Acordo perfeito entre as partes de um todo". Esse termo sempre nos lembra plural; mais de um. A harmonia é muito importante onde existe o "nós". E sem ela, muito provavelmente, teremos de volta o singular, o "eu".

ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NA HARMONIA ENTRE O CASAL

Iremos abordar apenas alguns aspectos ou situações que podem afetar muito a harmonia entre o casal bem como em todo o lar. Poderíamos talvez, enumerar muitas outras, mas vamos analisar apenas algumas.

1º - Convivência entre o próprio casal - algumas situações entre o casal podem levar a desarmonia ou harmonia, depende de como são enfrentadas.

É muito importante que o casal tenha consciência de que ele é o fundamento do lar. Eles se escolheram, namoraram, noivaram e tudo começou nessa união. Dessa forma, podemos ver que antes de qualquer coisa, é importantíssimo que o casal esteja em harmonia. É como a base de uma casa ou de um edifício, para que tudo seja construído com segurança e para que dure, é necessário que o fundamento seja forte e bem ajustado. Assim, um lar harmonioso depende primeiro, da harmonia entre o casal.

Nesse processo, o início da vida do casal se torna fundamental. Quando duas pessoas, homem e mulher, resolvem se unir em matrimônio, ali temos a decisão de formar uma nova unidade familiar. Dessa união nascerá uma nova família. Esse é um princípio básico, ter essa consciência.

Por incrível que pareça, a geografia exerce um papel importante nesse momento. Nem sempre esse novo casal poderá residir perto das suas famílias de origem. Existia no meio rural um modelo de organização familiar onde os filhos iam se casando e construíam suas casas todas perto dos seus pais. Se formavam verdadeiras vilas de membros da mesma família. Em alguns lugares isso ainda persiste, mas é cada vez mais raro. Muitos não estão preparados para realmente "deixar" os pais. E deixar os pais é, na verdade, o início de uma relação harmoniosa entre o casal. Gn 2.24 diz: "Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne". Portanto, "deixar" é o primeiro passo no momento do casamento.

Deixar é muito mais do que simplesmente ir para longe ou sair da casa dos pais. Deixar é assumir as responsabilidades de um lar, de um casal e de uma família. Ao assumir essas responsabilidades as experiências adquiridas na sua família de origem certamente serão muito importantes, mas eles não estarão mais nas casas dos seus pais. A esposa traz um tipo de vivência familiar e o marido vem com outra. Isso pode gerar conflitos entre o casal. Talvez os dois queiram aplicar ao novo lar, o modelo que viram em casa. Como harmonizar isso? É um desafio que passa, acima de tudo, pelo amor e pelo diálogo entre o "casal".

Deixar pai e mãe também é "cortar o cordão umbilical". É pelo cordão umbilical que a criança é alimentada e se desenvolve. No momento do casamento o casal precisa se virar sozinho. Os pais não deveriam mais alimentá-los através das suas decisões. Diálogos e orientação sempre foram, são e serão importantes e produtivos, mas a decisão é sempre do novo casal. Alimentar o casal financeiramente falando, também pode trazer sérios problemas para o relacionamento. É importante que eles aprendam a administrar os seus próprios recursos para o seu próprio bem, sejam eles grandes ou pequenos.

Em algumas situações mesmo que o casal vá morar em um lugar distante isso não significa que eles "deixaram" o pai e a mãe. Mesmo a distância, pode haver uma grande dependência com relação aos pais. Da mesma forma, em certas situações, mesmo morando perto dos pais, pode haver uma real e total independência para com eles.

Sabemos que, na maioria das vezes, os pais tem as melhores das intenções quando dão os seus "palpites", mas, sem dúvida, a melhor coisa a fazer é deixar que as decisões sejam tomadas por eles próprios, mesmo que sejam decisões erradas. É caindo que aprendemos a levantar, é errando que aprendemos a acertar, e a experiência vem através de vivência própria. O casal precisa errar junto e acertar junto e precisam assumir as conseqüências dos seus atos e decisões. Não podemos decidir e nem viver por eles.

2º - Convivência com a família - aqui gostaríamos de levantar algumas questões sobre o relacionamento com o restante da família.

Apesar do casal estar formando uma nova unidade familiar, não podemos esquecer que eles ainda fazem parte de uma "família" em sentido mais amplo. Também tem pai e mãe, irmãos e irmãs, avós. Isso não pode jamais ser ignorado e isso também é uma bênção de Deus.

Mesmo tendo deixado o pai e a mãe, eles continuam ligados por laços afetivos e por grau de parentesco. Isso nunca vai mudar. Que bom que é assim. O relacionamento com o restante da família continua ativo. Almoço no domingo, férias, passar os feriados e assim por diante. Quando um filho ou uma filha casa, costuma-se dizer que não se perdeu um filho ou uma filha mas, que se ganhou um genro ou uma nora. Isso é muito bonito. É muito importante que a parte que se une seja muito bem acolhida na outra família, para que ela realmente se sinta parte integrante desse novo grupo. No entanto, nunca podemos esquecer, que são um casal, uma nova família.

Dentro dessa situação podem surgir, não problemas, mas impasses em algumas situações. Como satisfazer as vontades dos dois lados? Diante disso, situações simples podem gerar conflitos. Onde passar o natal? Onde passar o ano novo? Em algumas situações, onde passar as férias? Preferências por parte dos filhos. O filho prefere esse ou aquele.

Diante de questões assim é importante, novamente o amor, o diálogo e o bom senso para tentar satisfazer os dois lados. Por parte das famílias é importante que o casal tenha liberdade de decidir. E que possam ter a certeza de que ninguém ficará magoado quando a decisão for favorável ao outro lado. A pressão que muitas vezes as famílias colocam sobre o casal não faz bem. Eles irão se sentir obrigados a atender as duas partes quando, nem sempre, isso é possível. Eles então, poderão se sentir culpados, podem vir as acusações e coisas simples, que deveriam ser agradáveis, podem se tornar um problema.

Por outro lado o casal se isolar também não é o melhor remédio. Pensar: "se não podemos atender os dois não vamos atender ninguém", talvez não seja a melhor solução. O convívio familiar perde com isso. A integração entre os membros de uma família também é importante. Uma convivência harmoniosa entre as famílias de uma grande família, contribui muito, para um bom relacionamento entre o casal.

3º - Convivência com os filhos - com a chegada dos filhos grandes transformações acontecem, e continuarão acontecendo sempre. Desde pequenos, o casal tem novos papéis e novas responsabilidades.

Antes de qualquer coisa, os filhos são bênçãos visíveis de Deus na vida do casal. Essa é umas das finalidades para a qual o casal se uniu: ter filhos. Esse também é um propósito de Deus para o casal: crescei e multiplicai-vos. É muito ruim quando a chegada de uma criança não é vista dessa forma pelos pais. É claro que as coisas podem mudar quando o filho está nos braços. Mas os filhos precisam ser amados, bem-vindos e desejados.

Os filhos não alteram a condição do casal. Quando os filhos chegam o casal continua tendo um ao outro. Apenas, agora, tem também o papel de pai e mãe. É claro que isso irá influenciar em todos os sentidos na vida do casal. Mas, é importante lembrar que o casal continua sendo a base do lar, e continua sendo necessário harmonia entre eles. Não se deixa de ser marido e nem esposa, mas, se acumulam as funções. Qual é o papel mais importante? Ambos são importantes. Não podemos estipular "esse é mais e esse é menos". Viver essa realidade é uma arte difícil, mas extremamente abençoada na nossa vida.

Outro grande desafio é a educação. Deus coloca sobre o pai e a mãe uma responsabilidade enorme quando dá à eles um filho. A responsabilidade de serem seus representantes diante daquele ser humano. Quantos pais estão fugindo dessa responsabilidade! Aqui podemos falar de dois tipos de educação: educação secular e educação cristã.

Na educação secular, que é aquela de responsabilidade do estado, os pais participam, mas não necessariamente é papel deles, a menos que eles assumam isso. É muito importante um acompanhamento muito próximo de como os filhos estão indo na escola. Falar com eles, auxiliá-los.

A educação cristã, tem como primeiros responsáveis os pais. A igreja é uma grande parceira nessa educação. Mas, não se divide ou não se atribui à igreja o papel da educação cristã. Esse é um trabalho de parceria. A educação cristã é tão ou mais importante que a educação secular. Talvez o nosso filho não vá ser um doutor. E Deus não irá perguntar: por que o seu filho não é um doutor? Mas vai perguntar: Onde está teu filho, que eu lhe dei, ele não crê em Cristo?

No Catecismo Menor nós podemos ver que Lutero tinha muito claro em mente esse papel dos pais. Ele escreve antes dos 10 Mandamentos, Credo Apostólico, Pai Nosso, Sacramento do Santo Batismo, Sacramento do Altar, Como ensinar a orar... : "Como o chefe de família deve ensiná-los com toda a simplicidade em sua casa". Tudo acontece nessa esfera lar-igreja. Quando ensinamos os nossos filhos não só eles aprendem, mas os pais também crescem na fé e no conhecimento da Palavra de Deus. Esse crescimento é muito importante para nós na nossa vida cristã.

Todos nós e também os nossos filhos sofrem muitas influências de fora. Podemos observar isso no modo de vestir, de falar e até de se alimentar. Muito disso acontece por causa da mídia que lança moda. No entanto, muitas dessas influências são negativas. Não é de se surpreender que uma criança chegue em casa falando palavrões, sem que eles nunca tenham sido pronunciados dentro de casa. Eles ouvem dos outros. A medida que vão crescendo o circulo de amizades vai aumentando. Dificilmente podemos controlar para ver com quem o nosso filho está conversando. Isso mostra que eles sofrem influência de vários tipos de pessoas ou, pelo menos, tem contato com vários tipos de pessoas.

Poderemos ter um conflito no lar, quando a forma do pai e mãe pensar é muito diferente da dos filhos. Isso sempre vai acontecer, diferenças sempre vão haver. Mas diferenças não necessariamente precisam ser desavenças. Não é fácil lidar com situações assim. Principalmente porque ambos os lados "estarão" com a razão. Cada qual irá defender a sua forma de pensar. Assim é importante manter um diálogo sobre os conceitos dos filhos desde muito novos. É importante deixar claro que existem limites. Deixar claro que existe a vontade de Deus para a nossa vida. Lidar com essas influências negativas nem sempre é fácil mas é necessário.

É importante o casal saber que os filhos são passageiros em casa. Muito provavelmente eles não estarão ali para sempre. Um dia vai chegar a vez deles deixarem pai e mãe e se unir a outra pessoa. O casal não pode deixar de viver o casamento para viver a vida dos filhos. Quando os filhos passam a ser a base do lar, quando tudo é feito para eles e por eles, quando eles não estiverem mais em casa, as coisas podem se tornar muito difíceis para o casal. Eles podem se ver sem objetivos na vida e até sem motivação para continuar. O casal permanece mesmo sem os filhos. O casamento permanece mesmo sem os filhos. O marido e mulher continuam ali. Eles ainda tem um ao outro.

4º - Convivência com a sociedade - a sociedade na qual nós estamos inseridas dita regras a respeito do casamento. E com as coisas tem mudado a esse respeito! Não queremos determinar se para melhor ou para pior, mas não podemos ignorar as mudanças que vem acontecendo. Isso também afeta a igreja, os casais cristãos. Não podemos nos afastar da verdade. Mas precisamos aprender a lidar com muitas situações.

As leis do nosso país já reconhecem como legítima a "união estável". Duas pessoas passam a viver juntas e isso já representa, diante das leis, um casamento. Apesar de que as autoridades apenas poderão reconhecer essa união numa eventual situação de separação.

Os números divulgados pelo último censo tem preocupado. É cada vez maior o número de pessoas que vivem sozinhas. O casamento se tornou um segundo plano. Não que todos tenham que casar, mas essas pessoas acabam se relacionando de forma "informal" e acaba crescendo o número de relacionamentos do tipo "se não der certo a gente separa". É triste quando uma união começa com esse pensamento. Muitos não se unem para sempre, mas para ficar mais fácil de separar.

Mas se enganam aqueles que pensam o casamento no civil é um empecilho na hora da separação. Em Vila Pavão, um município com aproximadamente 9.000 habitantes, do ano 2000 até agora aconteceram entre 60 e 70 divórcios, fora aqueles que estão à espera das partes para serem oficializados. A cada mês iniciam-se, em média 3 novos processos. O número é alarmante, isso se reflete na igreja, nos membros.

Qual é a razão de um número tão grande assim? É difícil precisarmos as causas. Mas podemos destacar algumas:

q Incompatibilidade - Muitos depois que se casam percebem que não tem muito em comum com a pessoa que está ao seu lado. A forma de pensar e de agir são muito diferentes. O gosto pelas diversas coisas são muito diferentes. Os objetivos de cada um estão longe de serem comuns.Fica a pergunta: E o namoro? E o noivado?

q Pensamento da sociedade: Ser feliz é muito importante e é a vontade de Deus para a vida de todos nós. Quando duas pessoas se casam elas pretendem ser felizes e tem toda a certeza de que isso realmente vai acontecer. Mas, como por encanto tudo isso termina. Então muitos são tomados pela forma da sociedade pensar: separa. quem dera todos os problemas fossem resolvidos com a separação. Será que toda aquela felicidade do namoro, noivado e até do início do casamento não pode ser vivido novamente. Será que separar é a melhor solução. Casamentos relâmpagos, como temos visto nos últimos tempos, também encorajam muitos a, no primeiro conflito, buscarem a separação. Preocupa muito a falta de disposição em lutar para se reconstruir um casamento.

q Vícios: em algumas situações se torna impossível suportar o alcoolismo e outros vícios. Uma das partes se vê obrigada, depois de fazer todo o possível, a separar-se para poder viver. Em muitos casos os vícios trazem junto consigo violência doméstica.

q Adultério: Muitos não conseguem vencer os apelos da carne e acabam adulterando. Em alguns casos existe a disponibilidade da parte traída em perdoar. No entanto, o que se observa é que normalmente o casamento acaba.

5º - Convivência com a igreja: a igreja tem um papel fundamental na vida do casal. Foi na igreja que muitos se conheceram. Foi na igreja que buscaram a bênção de Deus para a sua união. É na igreja que vão buscar o fortalecimentos da fé.

A união também na vida da igreja é muito importante. O casal vai como um casal para a igreja. Não basta mandar ir é preciso ir. O que observamos é que em alguns casos somente uma parte se preocupa com a fé. Somente uma parte tenta levar os filhos, ou fazer com que os filhos também gostem de ouvir a Palavra de Deus.

Contato constante e diário com a Palavra de Deus também irá fortalecer os laços entre o casal. Jesus disse: O que Deus ajuntou não o separe o homem (Mt 19.6b) Com toda certeza Deus sempre será fiel, e a sua vontade, para todos os casais, sempre será a mesma. Quando Deus deseja isso, não é só uma ordem e uma tarefa que ele coloca na mão do casal. Se não deseja a separação, ele mesmo estará orientando a vida do casal, para que isso não aconteça. Ele irá sempre procurar orientar o casal através da sua Palavra irá fortalecer a sua fé através do sacramento.

É muito bonito quando o casal está junto no culto. Quando vai junto à Santa Ceia, quando se dedica no estudo e nas devoções diárias na Palavra de Deus. Certamente o casal crescerá quando eles próprios observarem na Palavra do nosso Deus as bênçãos que ele derrama sobre a vida matrimonial.

A comunhão com os irmãos na fé, o convívio com outros casais é muito agradável. É sempre importante a amizade, o convívio com os outros casais cristãos. Isso muitas vezes é plenamente possível no Encontro de Casais. Essas oportunidades não deveriam ser desperdiçadas. Deus está ali, os irmãos estão ali.

Um casal cristão tem o privilégio de poder falar com o seu Deus sobre as suas questões. Podemos agradecer juntos pelas bênçãos bem como podemos colocar as nossas ansiedades diante dele. Ele nos convida a despejarmos as nossas dificuldades também como casal. Esse convite é permanente e se renova a cada manhã. Vamos buscar ao nosso bondoso Deus nos nossos momentos aflições. Deus nos ouvirá e nos orientará.

Conclusão

Esse é assunto que nuca se esgota. Poderíamos falar muito mais sobre esse tema. Ao mesmo tempo vemos que as ansiedades e as angústias são grandes em relação à vida do casal. Não existe uma receita para a felicidade. O que existe são algumas certezas: Deus quer a felicidade e a união vitalícia dos casais. Problemas sempre existirão e podem fazer parte do crescimento do casal. Temos uma pessoa ao nosso lado que deseja nos fazer felizes e deseja ser feliz. Essas certezas fazem parte da vida de todos os casais.

Quando Deus enviou Jesus Cristo ao mundo foi para que os pecados cometidos na vida matrimonial também tivessem perdão. O perdão é algo fundamental. PEcar contra o nosso cônjuge, isso irá acontecer. Que maravilhoso se o arrependimento também acontecer o pedido de perdão também se tornar uma realidade.

Que Deus no ajude a amarmos o nosso cônjuge da forma que ele merece e deseja e que perdoe as nossas falhas na vida a dois.

O DIVÓRCIO

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO

Escola Superior de Teologia

Disciplina: Ética Teológica

O DIVÓRCIO

Professor: Erní Walter Seibert

Aluno: Herivelton Regiani

2o Trimestre de 1998

ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO.........................................................................................................3

II. O CASAMENTO COMO INSTITUIÇÃO DIVINA...............................................4

III. O DIVÓRCIO NA CONSTITUIÇÃO....................................................................6

IV. O DIVÓRCIO NA ÉTICA CRISTÃ......................................................................7

V. SEGUNDAS NÚPCIAS.........................................................................................10

VI. CONCLUSÃO.......................................................................................................13

BIBLIOGRAFIA....................................................................................................14

I. INTRODUÇÃO

No presente estudo queremos apresentar, com base nas várias fontes que consultamos, a vontade de Deus expressa nas Escrituras a respeito do divórcio. Para tanto, incluímos no início um breve resumo da doutrina da instituição divina do matrimônio como estado indissolúvel. O fazemos tão brevemente por não ser esse o nosso tema, apesar de se fazer necessária a exposição como introdução e base para as demais afirmações.

Igualmente, a partir da constatação de que o matrimônio é também uma instituição civil, procuramos trazer informações a respeito da legislação de nosso país, que retiramos de algumas obras teológicas e também da Constituição Nacional de 1988.

Como definido no curso, nosso intuito não é o de abranger também a questão do divórcio no aconselhamento pastoral. Nisto encontramos certa dificuldade, pois, sempre que pensamos no que é dito na Escritura sobre o assunto, já o relacionamos com a prática pastoral e os diversos problemas que podem exigir orientações e decisões que não se enquadram perfeitamente no modelo escriturístico. Além disso, grande parte do que é escrito sobre o assunto não faz claramente a mesma distinção entre o campo da ética e o do aconselhamento que tivemos nos cursos. Essa dificuldade de apresentação transparece nas citações que fazemos e, certamente, na nossa própria análise e interpretação.

Finalmente, ressaltamos aqui que, sendo a posição escriturística claramente definida e bastante conhecida, nosso caminho foi apresentar a exposição da verdade bíblica nas confissões, em Lutero, em obras diversas e no parecer da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais, como forma de aprofundar a discussão em torno das claras passagens bíblicas.

II. CASAMENTO COMO UNIÃO VITALÍCIA

Jesus, deixou bem claro, quando questionado pelos fariseus sobre o repúdio à esposa: “... o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mt 19.6). O matrimônio é uma união indissolúvel e inviolável entre um homem e uma mulher para constituírem família e “viverem a vida comum do lar” (1Pe 3.7) por toda a sua vida.

Lutero, seguindo o contraste estabelecido por Cristo com a lei de Moisés, já que aquela lidava com a dureza de coração do ser humano sob a lei, diz que pessoas que querem ser cristãs não procuram o divórcio[1]. As pessoas se divorciam porque seus casamentos falharam, e casamentos falham porque as pessoas não reconhecem a instituição divina do casamento e não observam o propósito de Deus ao instituir o matrimônio. Como resultado dessa falta de compreensão, muitos se tornam impacientes e incapazes para o mútuo perdão. Paciência e perdão são tidas por Lutero como as melhores armas contra o divórcio.

Nas Confissões, o matrimônio é descrito na maioria das vezes em oposição à doutrina dos adversários da reforma em relação ao casamento dos sacerdotes. Nos trechos que lemos, a partir do índice onomástico que aponta para o termo, sempre fica evidente o valor que Deus dá a essa instituição como direito natural estabelecido na criação, com a finalidade de unir um casal para um relacionamento puro e feliz também sexualmente, de garantir a procriação e de evitar a impureza diante da inclinação do ser humano corrompido para o pecado. Deve ser considerado como estado divino, de supremo valor e bendito, como o é por Deus na Escritura. Também se diz que o divórcio, embora permitido no Antigo Testamento, é proibido no Novo Testamento, reservando-se o valor do matrimônio como instituição vitalícia e digna de respeito acima de tudo, como pode-se ler no Catecismo Maior, p.442.305-6.

Mesmo diante das mudanças e pressões da sociedade moderna e da crise ética em que vivemos, o casamento não pode ser visto como uma experiência, cujo final será determinado segundo a vontade dos participantes, ou segundo a duração do que eles entendem por amor, ou por causa da descoberta de uma “incompatibilidade de gênios” que supostamente não pode ser vencida.

Algumas passagens bíblicas de grande clareza e importância:

Gn 2.18-24 – “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea ... E disse o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne; chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.”

Mt 19.6 – “De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem.

1Co 7.10-15 – “Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido...”

III. O DIVÓRCIO NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA

Foi no dia 28 de junho de 1977 que o Congresso Nacional introduziu o divórcio pela primeira vez na Constituição Brasileira, seguido da sanção presidencial, no dia 26 de dezembro do mesmo ano, à lei 6.515, que regulamentava sua aplicação.

O artigo 226 da Constituição de 1988 diz, no parágrafo 6:

“O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio, após prévia separação judicial por mais de um ano nos casos expressos em lei, ou comprovada a separação de fato por mais de dois anos”[2].

IV. O DIVÓRCIO NA ÉTICA CRISTÃ

Segundo Norman L. Geisler, apesar das divergências, há pelo menos três pontos em que todos os cristãos da terra concordam a respeito do divórcio:

a) O divórcio não está dentro do ideal divino – Ml 2.16: “Eu odeio o divórcio”.

b) O divórcio não é permitido por qualquer causa – ainda que os cristãos tenham diferenças quanto a quais são as exceções válidas.

c) O divórcio cria diversos problemas – mesmo quem acredita que o divórcio é justificável em algumas situações reconhece que ele sempre tem um alto preço para os pais e filhos, bem como toda a família e relações sociais. “Divorce leaves scars that are not easly healed”[3].

O parecer da CTRE diz:

“Há um divórcio previsto na Palavra de Deus mas somente em uma situação de pecado... Somente quando o pecado se abate sobre o matrimônio de um casal cristão, a tal ponto que tenha como conseqüência o fracasso, a derrota, destruição e a separação, então o cristão sofre o divórcio.”[4]

A Escritura admite o divórcio em dois casos: a) adultério de uma das partes, de acordo com Mt 19.9; b) abandono pecaminoso, de acordo com 1Co 7.15. Nesse texto, não é o crente quem manda embora o descrente, mas o descrente que quer apartar-se. Segundo a CTRE, as causas do abandono são todos os pecados descritos por Cristo como “dureza do vosso coração” (Mt 19.8). Corações endurecidos podem levar um matrimônio ao abandono do amor e ao fracasso.

Ressalta também a Comissão que cabe à igreja ajudar os que fracassaram em seu casamento no arrependimento e busca do perdão de Deus.

“A Igreja deve analisar cada caso isoladamente, tentando, em primeiro lugar, a reconciliação do casal. Se, porém, as tentativas não salvarem o matrimônio e, sendo já a separação um fato consumado, a igreja deverá reconhecer a separação por amor à paz e à salvação das almas (1Co 7.15). A separação é pecado, mas não é um pecado imperdoável, e como qualquer outro pecado também é alvo do perdão trazido por Cristo, pois ‘o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo o pecado’ (1Jo 1.7).”[5]

Lutero, baseando-se na afirmação de Jesus em Mt 5.32 e 19.9, coloca o adultério como a grande base para a dissolução do matrimônio. O adúltero na verdade já dissolveu o casamento. Por isso, a parte traída não fica ordenada ao casamento a menos que se disponha a aceitar o cônjuge apesar de tudo. Ainda traz o argumento de que, já que na lei de Moisés um adúltero tem como pena a morte, ele já está morto diante de Deus. E morte dissolve o casamento.

Além disso, ele orienta as autoridades políticas a que dêem o divórcio com tranqüila consciência quando o casamento já está destruído pelo adultério. Por outro lado, Lutero lembra que o cristão deve ser sempre incentivado a aceitar de volta o cônjuge e restabelecer a paz no lar. Porém não deixa de advertir contra aqueles que vivem continuamente em adultério desprezando o perdão e fazendo pouco daquele que os aceitou de volta, que por isso seria melhor não fossem aceitos.

“‘For one oversight is still pardonable, but a sin that takes mercy and forgiveness for granted is intolerable’. Similary, no one can be forced ‘to take back a public prostitute os an adulterer if he does not want to do do or is so disgusted that he cannot do so.’”[6]

Em “O Cativeiro Babilônico da Igreja” e “Assuntos matrimoniais”, Lutero ainda fala de outras razões para o divórcio: impotência, recusa de relações sexuais e incompatibilidade. Exceto nos casos de impotência, vale a regra de 1Co 7.10-11: que pessoas divorciadas nessas circunstâncias não se casem novamente ou se reconciliem. Além disso, ninguém deve divorciar-se simplesmente por sua vontade. O divórcio, assim como o casamento, é algo público que se dá no julgamento da autoridade secular com o conhecimento da sociedade.

Mas foi no texto “Da vida matrimonial”, publicado no volume 5 das obras selecionadas pelas editoras Concórdia e Sinodal, que encontramos arrolados com grande clareza por Lutero as três razões pelas quais, segundo ele, uma pessoa pode divorciar-se:

“A primeira já foi referida acima: se homem ou mulher for incapaz para o matrimônio por problemas físicos[7] ou por natureza. Sobre os detalhes já foi dito o suficiente. A segunda razão é o adultétio. Sobre essa os papas silenciaram. Por isso devemos ouvir o que Cristo diz em Mt 19.3ss... O terceiro caso está dado quando um priva o outro ou se retira, não lhe presta o dever conjugal, nem quer viver em sua companhia. Existem essas mulheres obstinadas, que impõem sua teimosia. A essa altura deve-se dizer: ‘Se não queres tu, uma outra quer; se não quer a mulher, que venha a empregada’. No entanto, não antes de o marido adverti-la duas ou três vezes e o comunique a outras pessoas, para que a teimosia dela se torne de conhecimento público e seja castigada perante a comunidade. Se ela ainda não consentir, despede-a. Toma uma Ester e deixa a Vasti ir, como fez o rei Assuero.”[8]

Novamente, no fim da citação, podemos ver o quanto o casamento é enfatizado por Lutero como um instituição pública que é regulamentada pela sociedade civil e de pleno conhecimento da comunidade, fato que se aplica na mesma medida ao divórcio.

Althaus ainda lembra que Lutero distingue entre o que é instituído para a ordem pública pela autoridade, que se destina também aos não cristãos, e o que é esperado especialmente dos cristãos. A autoridade secular pode permitir o divórcio, por exemplo, para prevenir males maiores na sociedade. No entanto, espera-se que os cristãos tenham amor e paciência suficientes para manter o matrimônio. Para os cristãos, a regra de Jesus está acima da ordem legal estabelecida pela autoridade civil.

V. SEGUNDAS NÚPCIAS

Não há dúvidas sobre o segundo casamento de viúvos, já que o casamento é indissolúvel enquanto ambos viverem (Rm 7.2; 1Co 7.39). As dúvidas surgem no caso de pessoas separadas de um matrimônio anterior pretendem casar-se novamente.

Com base nas passagens bíblicas de Mt 5.32 e Mt 19.9, Koehler define que, se o divórcio acontece por razões que não são as previstas acima, aquele que repudia seu cônjuge é adúltero diante de Deus, assim como aquele que casa com a parte repudiada, já que o matrimônio não foi rompido. Também ressalta que, nos casos de adultério e deserção maliciosa (abandono), a parte inocente pode casar-se.

Baseando-se nas Escrituras, como dito acima, Lutero faz restrições ao segundo casamento, proibindo-o à parte culpada, nos casos de adultério, ou a ambos, nos casos em que a separação se deu sem real destruição do matrimônio pelos motivos válidos. Acima mostramos que, fora do três casos que ele define como válidos, estabelece-se a regra de 1Co 7.10-11: que pessoas separadas nessas circunstâncias não se casem novamente ou se reconciliem.

Em “Da Vida Matrimonial” o reformador reforça o caráter público e civil da legislação do divórcio e novo casamento, dizendo:

“O divórcio público, porém, que permite que o divorciado case novamente, está sujeito à investigação e à autoridade secular, para que o adúltero seja proclamado publicamente. Caso as autoridades não queiram ocupar-se com o assunto, que se divorcie com o conhecimento da comunidade, para não acontecer que cada qual busque para si um motivo qualquer para o divórcio.[9]

Sobre a parte culpada pelo divórcio, o reformador é enfático e, como sempre, duríssimo:

“Onde, porém ficará o outro, caso não consiga viver castamente? perguntas tu. Resposta: Foi por isso que Deus ordenou na lei que a adúltera fosse apedrejada, de sorte que não havia preocupação com essa pergunta. É assim que ainda hoje deveria proceder a espada e a autoridade secular – que mate os adúlteros, pois quem comete adultério já divorciou a si mesmo e deve ser considerado pessoa morta. Por essa razão a outra pessoa pode casar novamente, como se o companheiro tivesse morrido, desde que queira valer-se do direito de não perdoar. Se, porém, as autoridades se omitem e não matam, o adúltero pode refugiar-se num território distante e ali casar, se não souber dominar-se. O melhor, porém, seria que fosse morto mesmo, para evitar o mau exemplo.”[10]

Embora Lutero não considere correto, no fim da citação acima ainda admite, seguindo a lei secular e a valorização da pessoa, o fato de casar-se o adúltero novamente num outro lugar, em outra jurisdição. Continuando a leitura do texto após a citação acima, ele repete que melhor seria se a pena de morte fosse aplicada para evitar isso, mas o casar-se de novo, já que as autoridades abrem esta brecha, é ainda um meio de evitar a maldade.

A Comissão de Teologia e Relações Eclesiais da IELB, preocupada com os problemas de nossa época, é mais branda, e junta em suas considerações a regra bíblica com sua aplicação no aconselhamento pastoral, o que não contradiz Lutero, na medida em que ele também agia de maneira diversa de acordo com a situação apresentada em sua prática pastoral, como fica evidente em outros escritos e no caso da bigamia de Felipe de Hesse[11].

Três pontos são ressaltados pela CTRE nas páginas 18 e 19:

a) o pecador arrependido verdadeiramente recebe o perdão de Cristo e seu amor e graça o possibilitam viver uma nova vida, mesmo onde o pecado já violou a ordem e mandamento do Senhor (Jo 8.11; Cl 3.10; Gl 5.22-25; 2Co 2.5-11). Considerando-se também que o matrimônio é algo desejável e de grande importância e santidade, e que “quem se despede do velho homem e se reveste do novo homem, que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (Cl 3.8-10) é “nova criatura em Cristo Jesus” (2Co 5.17), é correto concluir que o cristão que sofreu o divórcio possa iniciar uma nova vida familiar. Isso vai ao encontro também do conselho de Paulo, de que é melhor casar que viver abrasado (1Co 7.9).

b) a igreja precisa estar atenta ao problema de pessoas que, mesmo não estando divorciadas segundo a lei do país, se unem a outras. Não se deve ir contra a lei do país, nem aceitar uniões levianas e irresponsáveis em relação à sociedade. Mas não se pode ignorar as dificuldades diversas, tanto de cunho financeiro como processual. Há pessoas que, mesmo não estando legalmente aptas para uma nova união matrimonial, a assumem responsavelmente e dignamente. Num caso desses, recomenda-se que seja notificada a congregação a respeito do compromisso assumido pelas pessoas de realizar o divórcio e casamento legais (a CTRE sugere ainda a elaboração de um documento escrito que comprove essa sincera intenção).

c) em casos de dificuldades financeiras, cabe à congregação assistir e orientar os envolvidos na regularização de sua situação perante a lei.

VI. CONCLUSÃO

Em nossa pesquisa pudemos reafirmar o que já havíamos aprendido sobre o problema do divórcio e, de certa forma, aprofundar nossos conhecimentos, especialmente no que diz respeito à leitura do tema em Lutero e nos diversos autores e na verificação das diferenças na maneira de discutir e escrever dobre o assunto.

Nossa conclusão sobre o assunto é de concordância com o que foi exposto pela CTRE, divergindo apenas quanto à forma de apresentação do parecer da mesma, que nos parece muito sucinto, trazendo apenas as conclusões. Melhor e mais edificante seria se fosse publicada também a pesquisa e a detalhada argumentação em torno de cada conclusão. O parecer dá ao leitor a impressão de regra imposta, e não de fruto do profundo debate que certamente aconteceu em torno do tema. Cremos que, quando se procura apresentar ao leitor ou ouvinte o caminho percorrido até chegar às conclusões, estas últimas lhe parecem mais vivas e significativas.

Cremos ser essa a principal vantagem da pesquisa: o retorno ao debate a respeito das bases do que já temos por estabelecido argumentação faz com que nos sintamos ainda mais seguros no final.

BIBLIOGRAFIA

ALTHAUS, Paul. The Ethics of Martin Luther. Trans. Robert C. Schultz.

Philadelphia, Fortress Press, 1972. p. 97-99.

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Senado Federal, 1988. p.147-8.

GEISLER, Norman L. Christian Ethics; options and issues. Michigan, Baker Book House, 1990. p. 281-92.

KOEHLER, Edward W. A. Sumário da Doutrina Cristã. Trad. Arnaldo Schüler. 2 ed. Porto Alegre, Concórdia, 1981. p. 268-74.

Livro de Concórdia; as Confissões da Igreja Evangélica Luterana. Trad. Arnaldo

Schüler. 4 ed. São Leopoldo, Sinodal & Porto Alegre, Concórdia, 1993.

LUTERO, Martinho. Obras Selecionadas. São Leopoldo, Sinodal & Porto Alegre,

Concórdia, 1995. v.5, p. 160-83, 238-82.

SILVA, Plinio Moreira da. O Divórcio e a Bíblia; uma interpretação cristã da lei do

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Teologia; pareceres da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais. Porto Alegre,

IELB, 1995. v. 1.

WENDLAND, Heinz-Dietrich. Ética do Novo Testamento; uma introdução. Trad.

Werner Fuchs. 2 ed. São Leopoldo, Sinodal, 1981.


[1] Aqui, como em grande parte das considerações a respeito de Lutero, nos referimos ao que diz Paul Aulthaus em The Ethics of Martin Luther, p. 97-99.

[2] Constituição da República Federativa do Brasil, p.147.

[3] Geisler, Norman L. Cristian Ethcis, p.282.

[4] Pareceres da Comissão de Teologia e Relações Eclesiais, v.1, p.17.

[5] Idem, p. 17-8.

[6] Althaus, Paul. The Ethics of Martin Luther, p. 98.

[7] Aqui Lutero não defende o divórcio no caso em que o cônjuge adoece e não pode manter relacionamento sexual. O que é dito acima aplica-se a casos em que não houve relações sexuais no casamento. Quando o relacionamento é interrompido por doença, vê-se a situação como oportunidade de servir à pessoa doente e a Deus em amor. “... bem aventurado és se reconheceres essa dádiva e graça”, cf. Obras Selecionadas, p.173.

[8] Lutero, Martiho. Obras selecionadas, V. 5, p. 170, 172.

[9] v.5, p.171

[10] v.5, p. 171-2.

[11] v.5, p. 291-6.

DIVÓRCIO

INSTITUTO CONCÓRDIA DE SÃO PAULO

Escola Superior de Teologia

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Disciplina: Ética Teológica.

Prof.: Dr Erní W. Seibert.

Aluno: Márcio Schumacker.

Turma: 5o Teológico/00

São Paulo-SP, 30 de Junho de 2000.

INTRODUÇÃO

É comum e natural que entre homem e mulher existe uma necessidade de viverem juntos, unidos sob um mesmo teto. Mas, a relação de união não é tão simples e fácil de se dominar, exige muitos esforços na convivência para se superar um conjunto de dificuldades. Os problemas diários e as crises que afetam a união exigem provas de paciência, resistência e comunicação. Quando estas não ocorrem ou, quando não há consenso entre as partes por diversos motivos, o separar-se é inevitável. E essa separação é difícil.

As estatísticas aumentam dia após dia, ao ponto de entendermos que, casamento é uma aposta.

Na apresentação que segue, o tema dominante e único será, “O Divórcio”, uma opção na maioria das vezes, contrária a vontade de Deus, e que traz consequências irreversíveis e até dramáticas, aos envolvidos.

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Guy Duty, em sua obra,[1] diz que, quando se começa a sentir os problemas e as dificuldades do divórcio, a única e primeira opção criativa é fazer frente à situação antes que esta defina de uma vez o futuro. E a melhor maneira de “fazer frente” a esta situação é identificar os sentimentos.

Quando a situação encaminha para o difícil, o certo é regular as coisas de acordo com a sua importância e ordem, complementando bom diálogo, trabalhando os problemas e buscando soluções simples e urgentes.

Muitos homens e mulheres, ao comentarem sobre a experiência do divórcio, concluem que, nada mais é senão uma devastadora e contraditória vivência. A insegurança, o temor frente ao futuro, a angústia, a falta de confiança em si mesmo e nos outros, o ressentimento e até a vergonha, pode-se dizer, são alguns dos sentimentos que aparecem com o divórcio. Uma carrada de problemas que, em nada diferente de antes, deverão ser resolvidos ou amenizados.

Se, por um lado, existe um alívio de se ter uma relação de amargura concluída, por outro, surge a tristeza, a dor, a ira, a solidão e um profundo sentimento de culpa.

Muitas questões surgem também junto ao divórcio. Perguntas como: Terei feito o certo? Conseguirei sobreviver a essa crise? Poderei voltar a ser feliz e a amar? Encontrarei alguém que amarei e que me amará? Como? E os filhos? O que os outros irão pensar de mim? De que modo serei vista? Terá sentido a minha vida daqui em diante? Etc, etc, etc.

Mais que um ato de separação de relação e convivência, o divórcio põe fim a uma relação que, um dia, foi feliz.

O divórcio, em si, é uma crise, e, como toda crise, deve ser superada. Requer solução e recuperação.

Do contrário, se não haver essa tentativa de superação, construir-se-á uma carga que será levada pelo resto da vida.

Lamentavelmente, são muitas as pessoas que não tem consciência clara a respeito do que é amor e, do que é envolvimento. O amor é mais que um sentimento, e que se constrói sobre a base de um compromisso, do conhecimento, da entrega e da felicidade.

Amar é comprometer-se. Implica em conhecer a outra pessoa em todos os aspectos, não somente suas opiniões, senão também seus sentimentos e reações. É entregar-se.

Essa entrega envolve promessa, aquela feita frente ao altar e diretamente frente ao Juíz civil, de fidelidade, de amor, de companherismo. Neste sentido, é o amor de Deus que nos educa a vivermos em paz.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” (1 Cor 13.4-7)

Muitos casais se casam com o pensamento de que o amor é todo cor-de-rosa. Outros imaginam que os problemas do noivado desaparecerão no casamento.

As dificuldades não deveriam, por certo, levar ao divórcio, pelo contrário, deveriam servir para o amadurecimento de ambos no relacionamento.

· CAUSAS DO DIVÓRCIO:

Em princípio, e segundo a opinião da maioria dos autores consultados, não existe uma causa única para o divórcio.

Cada união é diferente e cada divórcio precede causas muito particulares e especiais.

A seguir, serão apresentadas algumas causas que influenciam ou que podem levar ao divórcio.

a) Infidelidade Sexual ou Adultério:

Apesar da lei civil e da lei de Deus permitirem o divórcio nesta situação, nunca se deve descartar a possibilidade de um perdão e de uma reconciliação, apesar de difícil pois a parte ferida e inocente se vê em dificuldades de confiar novamente no parceiro(a), no futuro do relacionamento. Na maioria das vezes, o sentimento de ira é predominante. Porém, a separação, as vezes, pode ser mais difícil de compreender.

b) Abandono:

Na Bíblia, esta atitude é reprovada e considerada causa para o divórcio. Não é uma causa incomum nos dias de hoje, mais frequentemente em famílias de classe baixa.

c) Atitudes Imaturas:

A falta de maturidade por parte de uma ou ambas as partes, também é fator que coopera para o divórcio, mas não há, na Bíblia, aprovação para essa atitude. Onde inicia a maturidade é difícil de definir. Pessoas com sintomas de imaturidade, geralmente, tendem a ser livres e fazem o que querem quando se tem oportunidade. Isso estimula o conflito e dificulta as tentativas de resolver os problemas e evitar a separação.

Define-se também de imaturas, as pessoas que mantém uma dificuldade ou aversão ao diálogo aberto e franco.

Quando não há diálogo não há consenso, e quando não há consenso, surgem intrigas e discussões sem fundamento.

d) Influências Sociais:

A sociedade tem opiniões por demais liberais quanto à separação. Interessante é perceber que a sociedade aprova o divórcio como algo comum e que “faz parte” do matrimônio, ou seja, dentro da união entre homem e mulher, vale tudo. Assim como se inicia com um simples namôro ou paquera, pode-se terminar com uma separação judicial.

As barreiras legais para o divórcio foram quebradas, a igreja, em si, se tornou mais compreensiva e a própria mulher adquiriu maior influência com os movimentos de libertação, os meios de comunicação transmitem um apoio maciço à infidelidade. A autorealização e a satisfação pessoal são metas mais importantes na vida, que todas as demais, inclusive o matrimônio, está em segundo plano. A televisão, com suas novelas e dramas, trata-se, neste caso, de um perigoso meio de influência que reflete e influi grandemente no modo de pensar e agir de uma enorme massa.

O compromisso “até que a morte os separe”, está sendo substituído pela idéia de que o divórcio seja apenas um meio para se fugir das dificuldades do casamento.

e) Abusos - Físico e Psicológico:

A falta de respeito para com os próprios filhos, o mal exemplo, o abuso sexual no matrimônio, neste sentido, de não compreender o parceiro em suas carências afetivas, as agressões físicas, o medo, são questões que, lamentavelmente se dão na família e que podem levar à separação.

f) Outras Tensões:

Qualquer tensão, suficientemente grave, pode provocar pressão no matrimônio, estimulando o divórcio. As exigências de uma profissão que ocupe todo o tempo do conjuge, o alcoolismo, dívidas resultantes da falta de dinheiro ou de uma má administração, aborrecimentos, inflexibilidade e ressentimentos, podem crescer com o passar dos anos e levar ao divórcio, especialmente quando um dos conjuges tenha presenciado a separação de seus próprios pais no passado.

· CONSEQUÊNCIAS:

Segundo o escritor Jim Smoke, há três etapas pelas quais atravessam os divorciados.

1. O Choque: Fase de reflexão, onde vem à mente tudo o que se viveu até ali, ou seja, o otimismo, a felicidade, a esperança, tem sido substituídos por sentimentos confusos e vazios, ressentimento e perplexidade.

2. O Ajuste: Trata-se de relembrar e repartir os maus tempos vividos antes e também das felicidades compartilhadas quando unidos. Após, buscar adaptar-se à uma vida sem “parceiro”, porém, não sem “parceria”.

3. O Crescimento: É a nova condição de vida. Toma-se mais tempo para a reflexão, a tendência de culpar os outros e a si mesmo pelo ocorrido já não existe mais. Faz-se planos para o futuro na nova vida. Também é importante que a pessoa tenha consciência do que Deus quer para todos nós.

Muitas pessoas divorciadas buscam outra parceria, não por amor, senão por necessidade econômica, pondo desta maneira em perigo, a estabilidade de um segundo matrimônio.

Os FILHOS, principalmente, são vítimas do divórcio. Na maioria das vezes não expressam claramente o que sentem com a separação, e, em silêncio, vêem-se confusos. O divórcio pode marcar o destino de um filho, mesmo assim, jamais deve-se ocultar a realidade com inverdades.

Interessante é que, a separação dos pais gera, na maioria dos casos, uma maior união ou relacionamento, entre irmãos.

· O DIVÓRCIO E A BÍBLIA:

- Do Matrimônio: O matrimônio não foi criado ou formulado por decisão humana, mas, por Deus, aquele que criou os componentes da união. Deus estabeleceu, instituiu e ordenou o matrimônio, assim como também o sujeita a regras e leis. E disso não se pode fugir, a sociedade, em todos os casos, é dependente. Ela necessita da união e das leis.

O casar-se não é simplesmente perpetuar-se.

O que a Palavra de Deus nos ensina com respeito ao matrimônio encontramos muito claramente na passagem de Gênesis 2.24: “Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se uma só carne”. Daí percebe-se claramente ser o casamento uma união exclusiva. E ainda Mateus 19.6: “O que Deus juntou, não o separe o homem”.

- Do Divórcio: Na sociedade judía, o divórcio era permitido ou tolerado, no entanto, não estava aprovado por Deus. (Dt 24.1-4)

Segundo as palavras em Mt 5.31-32, 19.3-8; Mc 10.11-12, conclui-se que, a única razão pela qual se justifica o divórcio é o adultério. Há ainda outras aceitações como causa do divórcio em casos de desavenças com a fé cristã, conforme 1 Cor 7.10-16.

Enfim, o que o próprio Deus nos revela é que, para todas as complicações há soluções. O que ocorre quase sempre, é que o ser humano se deixa dominar pela hipocrisia, falta de humildade, pelo ódio enraizado, pela intolerância e pela ausência de um espírito verdadeiramente crente e confiante.

· RECUPERAR-SE PARA O FUTURO:

Recuperação é reconhecer a necessidade de receber consolo, perdão e saber que, viver sempre, vale a pena.

Em certo sentido, o divórcio é uma volta ao passado, ou seja, à vida de solteiro, mas há responsabilidades que foram construídas com o tempo das quais não se pode fugir.

É importantíssimo que se reserve tempo para criar e organizar metas ou ajustes para o futuro. E isso se consegue em meio à confiança em Deus e na sua graça. Uma vida com relacionamento centrado no amor de Deus em Cristo é, e sempre será, uma vida de sólidas bases emocionais.

Deus mesmo criou a família, e ele mesmo a abençoa. Quando se pensa desta forma, existirá um profundo desejo entre os cônjuges de estarem juntos, unidos carnal e espiritualmente em Cristo. Cristo nos ensinou a amar, a dedicarmo-nos ao nosso próximo e a fazer a sua vez.

A maneira mais correta de se evitar uma separação é construir matrimônios mais fortes, é basear as uniões matrimoniais nos princípios bíblicos caracterizados pelo amor, a dedicação e a franca comunicação. Antes de descobrirmos como são as outras pessoas, devemos procurar descrobrir, com orientação divina, como nós somos e ou reagimos. A leitura diária da Palavra de Deus e a oração são inevitáveis para que uma relação a dois seja concretizada melhor e mais tranquilamente.

“Martinho Lutero diz que cada cônjuge deve reconhecer o estado do matrimônio, ou seja, é ver o cônjuge como um presente de Deus que deve ser aceito e tratado como tal”.[2]

· PESQUISAS E DADOS ESTATÍSTICOS ATUAIS:[3]

A legalização civil do divórcio foi promulgada em 1977, e, a cada ano que passa, no Brasil, as pessoas valorizam mais àquilo que, anteriormente, era considerado um desrespeito.

Atualmente, uma em cada quatro uniões se desfaz no país onde o casamento para a vida toda é considerado coisa rara.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, a frequência de uniões rompidas aumenta a cada ano. As alegações para o rompimento do matrimônio também aumentaram. Antes da década de 70, as alegações eram: Infidelidade, dificuldades financeiras, problemas com a família do cônjuge, violência doméstica, negligência do lar, e outros mais comuns; a partir da década de 80 constavam nas alegações: Falta de entrosamento, de comunicação.

Nos Estados Unidos, quase que 60% dos rompimentos partem das mulheres, enquanto que no Brasil esse índice sobe para 70% dos processos.

Segundo a socióloga americana Diane Vaughan, sete fases precedem a separação, sendo elas:

FASE 1 = O Segredo

A idéia da separação começa a tomar forma com os questionamentos dos defeitos do outro.

FASE 2 = As Queixas

O insatisfeito começa a se queixar em casa e com os outros, os hábitos do outro que o irritam.

FASE 3 = A Transição

Passa-se um a evitar o outro e a negligenciar até os filhos. Compromissos familiares são evitados.

FASE 4 = A Incerteza

Enquanto um demonstra incerteza e infelicidade, o outro, percebendo a crise, quer acreditar que tudo é passageiro.

FASE 5 = O Confronto

O descontente sente que não pertence mais “àquele mundo” e pede a separação.

FASE 6 = A Reconsideração

O casal troca acusações e revira o passado.

FASE 7 = A Separação

As tentativas, se houveram, surtem efeito contrário. Um sai de casa ou pede que o outro saia.

“Deus conhece a nossa natureza iníqüa e os atoleiros em que nós entramos. É por isso que ele deu a Sua Palavra como ‘Lâmpada para os [nossos] pés’ – Sl 119.105a”.[4]

· CONSELHOS E CONSIDERAÇÕES:

Os seguintes princípios básicos que, sendo observado, podem evitar um divórcio e colaborar para um casamento feliz:[5]

v FAZER UMA ESCOLHA SÁBIA;

v SEGUIR OS PRECEITOS BÍBLICOS;

v CASAL QUE ORA JUNTO PERMANECE JUNTO;

v OS PROBLEMAS DEVEM SER ENCARADOS DE FORMA FRANCA;

v AS DIFERENÇAS DEVEM SER DISCUTIDAS CALMAMENTE;

v DEVE-SE BUSCAR CONSELHO QUALIFICADO;

v MANTER OUTRAS PESSOAS LONGE DOS PROBLEMAS CONJUGAIS;

v LEMBRAR-SE QUE: DIVÓRCIO NÃO É SOLUÇÃO;

v QUE NÃO EXISTE CASAMENTO PERFEITO.

“O casamento tem que ser uma união em todas as áreas da vida e a religião tem que entrar como fator de união. O casamento ‘no Senhor’, implica uma identidade religiosa profunda, isto é, os dois não podem apenas crer no Senhor, mas precisam, juntos, serví-lo”.[6]

“É bom amar, porque o amor é difícil. O amor de um ser humano por outro, é talvez a mais difícil prova para qualquer de nós, é o mais alto testemunho de nós mesmos; a obra suprema de que as outras todas são meros preparativos. Por isso é que os seres jovens, novos em tudo, ainda não podem amar; devem aprender. Tudo o que resulta de uniões turvas, que devem sua confusão à pressa, é mera convenção. Se, porém, com pertinácia, nos sujeitarmos ao amor como lum duro aprendizado, em lugar de nos perdermos nos jogos fáceis e frívolos, talvez, então, um insensível progresso, um certo alívio possa vir aos que nos sucedem e ainda por muito tempo depois de nós”.[7]

CONCLUSÃO

Realmente não é fácil conviver com uma experiência dessa natureza. O divórcio é, sem dúvida, a pior consequência de uma má relação, e que causa incontáveis prejuízos à família e à sociedade em geral.

Mas, por outro lado, deve-se reconhecer que não há crescimento se não se aprende a sofrer e a compreender a importância de reconhecer os erros e os equívocos a fim de encontrar o perdão de Deus, a graça que conduz à uma vida de felicidade e realização.

Deve-se lembrar também que a presença de Cristo não divide, pelo contrário, une sempre mais; não separa, mas cria uma união mais íntima e sólida; não destrói, mas estimula à reconciliação. Este é o desejo de Deus. E como cita Lutero: “Não há ligação mais doce do que a de um matrimônio feliz, porém, não há separação mais amarga do que a de um matrimônio feliz.”

BIBLIOGRAFIA

CHAVE BÍBLICA. Compêndio Bíblico. São Paulo: SBB, 1998.

A BÍBLIA SAGRADA. Ed. Revista e Atualizada no Brasil. Trad.

João Ferreira de Almeida. São Paulo: SBB, 1994.

Nunes, Reginaldo. Et al. Divórcio para os Não-Católicos. São

Paulo: Agir, 1957.

Duty, Guy. Divórcio e Novo Casamento. Trad. Myrian T.Lins. 2a

ed. Belo Horizonte: Betânia, 1979.

Da Silva, Plínio Moreira. O Divórcio e a Bíblia. Mogi das

Cruzes: ABECAR, 1983.

Plekker, Robert J. O Divórcio à Luz da Bíblia. Trad. Ia H.

Kietzmann. São Paulo: Vida Nova, 1985.

Müeller, Norbert H. Teologia Pastoral. Trad. Paulo e Ivonelde

Teixeira. Saint Louis: Concordia, 1990.

Forell, George W. Ética da Decisão. 5a ed. Trad. Walter

Müller e Luís Sander. São Leopoldo: Sinodal, 1994.

Revista VEJA. Edição 1.641 de 22/03/2000. São Paulo: Abril,

pp 120-125.

Mensageiro Luterano. 12/85. Porto Alegre:Concórdia,pp 6-8.


[1] Guy Duty. Divórcio e Novo Casamento.

[2] Müller e Kraus. Teologia Pastoral. p. 261

[3] Revista VEJA - 22.03.2000

[4] Robert J. Plekker. O Divórcio à Luz da Bíblia. p 69

[5] Mensageiro Luterano. 12/95. Pp 6-8

[6] Plínio M. da Silva. O Divórcio e a Bíblia. p 56

[7] Hahnemann Guimarães. Divórcio para os Não Católicos. pp 40-41