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06 outubro 2010

MAÇONARIA

APRESENTANDO
Que é maçonaria? É religião? É ciência? É clube de serviço? É instituição filosófica? É organização secreta?
Que pensam, crêem e ensinam os maçônicos? Que entendem sob suas máximas: ciência, justiça e trabalho? Liberdade, tolerância e fraternidade? Como pretendem alcançar o melhoramento intelectual e cultural, o aperfeiçoamento moral e social da humanidade? Seus princípios continuam os mesmos ou houve alguma mudança real, e não apenas de métodos?
Pode um cristão, de sã consciência, filiar-se à maçonaria? Existe harmonia ou conflito entre os ensinamentos maçônicos e a doutrina revelada na Sagrada Escritura? Devem as congregações luteranas incluir ou omitir o artigo de seu estatutos, que diz: A nenhum congregado luterano é permitido esta filiado a uma organização secreta, como por exemplo, a maçonaria? Qual deve ser o tratamento pastoral com um cristão que, por razões diversas filiou-se à maçonaria?
Perguntas como estas muitos cristão e muitos pastores estão fazendo. Na convenção nacional de 1976 entraram moções que pediam um pronunciamento oficial da Igreja Evangélica Luterana do Brasil sobre a maçonaria.
O assunto foi entregue à Comissão de Teologia e Relações Eclesiais. Apesar das dificuldades bibliográficas, após muitas pesquisas, consultas e reflexões foi elaborado e aprovado o presente estudo, que incluímos na série de Documentos Luteranos, nº 02.
Ainda que se tenha a parte histórica, ainda que não responda todas as questões, ainda que seja um estudo bastante resumido, estamos certos que o cristão encontrará resposta para as suas principais indagações e saberá avaliar melhor a revelação de Deus: E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos - Jesus. (Atos 4.12)
É tempo de escrever com retidão palavras de verdade.

A MAÇONARIA

O tema A Maçonaria volta a ocupar a atenção das igrejas e o interesse do mundo em geral. O que é a maçonaria? Quais os seus objetivos e propósitos? Há incompatibilidade entre a igreja e a maçonaria? Eis as perguntas que estão novamente em discussão.
Os motivos que despertaram estas perguntas são muitos. Da parte das igrejas foi o movimento ecumênico, a aproximação com as religiões pagãs, a tentativa de unir todas as forças vivas do mundo para uma luta mais decisiva em prol da paz mundial, da fraternidade humana e da justiça social. Neste esforço comum, houve também da parte dos maçons maior abertura. Eles dão a conhecer publicamente os nomes de seus dirigentes e integrantes, chamam a atenção para as suas realizações e combatem as acusações e incriminações que vêm sofrendo. Neste diálogo, as igrejas ouvem dos maçons: Não somos uma organização secreta, não somos religião nem substitutivo para a religião; antes favorecemos os verdadeiros princípios religiosos, lutamos somente pelo aperfeiçoamento moral do indivíduo e da humanidade, promovendo a união e a paz, amamos a liberdade, praticamos a caridade.
Diante desta nova situação, as igrejas, especialmente as que condenavam a maçonaria e não permitiam que seus membros pertencessem a ela, precisam examinar sua posição. A igreja católica, que no passado condenou a maçonaria pela bula In Eminente do Papa Clemente XII (1738), pela bula Providas (1751), pela bula Humanum Genus de Leão XIII (1884), e ainda pelos cânones 684 e 2335 do Codex Juris Canonici que proíbem aos católicos, sob a pena de excomunhão, inscreverem-se nas associações maçônicas ou em outras associações semelhantes (1 - p. 892).
Algumas posições dos católicos já foram publicadas, como consta:
A condenação e excomunhão das bulas papais só atinge aqueles que pertencem a uma loja que realmente é contra a igreja (Cardeal Seper, presidente do Congresso Romano sobre Fé, 16.7.75) (2 - p. 64).
É certo que a maçonaria não conspira contra a religião. Quanto à maçonaria dos países da Europa e da América verifica-se que, hoje em dia, parece, em muitos casos, ter perdido suas concepções anti-cristãs, tornando-se mera sociedade de garantia de interesses sociais e profissionais de seus membros (Cardeal Seper) (3 - p. 894).
Igualmente evangélicos, que sempre foram mais liberais em relação aos maçons, imitiram o seguinte parecer:
Uma objeção generalizada contra a filiação de um cristão evangélico à maçonaria não pode ser tomada (Evangelische Zentralstelle für Weltanschaungsfragen) (2 - p. 22).
Pode um cristão ser um maçon? - Esta pergunta deve ser respondida com um claro sim. Pode um maçon ser um cristão? Quem realmente segue o caminho de Cristo e faz vontade de Cristo, isto é só Deus, que conhece os corações, sabe. O ofício de julgar os corações não cabe a nós.
Se alguém pertence a uma união de homens (desde que não veja nisto uma necessidade para a salvação), ou se usa roupas especiais (desde que não sejam contra o bom gosto ou despreze outros simbolismos) ou se opina sobre perguntas políticas, são em última análise questões pessoais e da responsabilidade individual (Kirchenamt der VELKD) (5 - p. 41).
Pergunta-se agora, qual a posição da Igreja Evangélica Luterana do Brasil (IELB) frente ao problema? Devem as congregações luteranas permanecer em sua posição onde se afirma: A nenhum congregado luterano é permitido estar filiado a uma organização secreta. Ex.: a maçonaria, ou deve esta cláusula ser riscada?
Para responder esta pergunta, vamos focalizar a maçonaria no que tange ao seu ser, seus objetivos, seus ritos e sua religiosidade. Deixaremos de lado o estudo sobre seu desenvolvimento histórico.
Em todas estas considerações, devemos manter em mente que apesar de maçons dissidentes terem revelado algumas coisas a respeito da maçonaria e pela guerra terem vindo à luz alguns documentos, muitas coisas ainda permanecem em dúvida. A maçonaria ainda está envolta por um véu impenetrável. Suas reuniões são fechadas a pessoas estranhas e os historiadores não tem acesso a seus arquivos. Por isso só nos é possível, e isto com reservas, julgar e interpretar os maçons à base de suas próprias declarações.

QUE É A MAÇONARIA?
Ouçamos o que dizem:
- A maçonaria é uma união de homens que busca, por uma união fraternal e através de ações e rituais honrados, o aperfeiçoamento e enobrecimento da pessoa (Maçons de Frankfurt) (5 - p. 5).
- Maçonaria é uma ciência, nascida de uma necessidade interna, que aspira continuamente ao desenvolvimento do espírito e das manifestações da alma, para elevar o homem e a humanidade a um grau moral superior. Trabalha para isso por seu meio peculiar, através de símbolos e rituais, como símbolos de seus ideais e pensamentos (Grande Oriente dos Países Baixos) (8 - p. 17).
- A maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista (Loja Minerva, de Porto Alegre) (6 - p. 1).
- A maçonaria é o último dos grandes sistemas de uniões de homens com o alvo do aperfeiçoamento ético e moral de sues associados (5 - p. 5).
- A maçonaria é uma união secreta, que tange o laço da fraternidade em torno de homens livres e honrados, laço que é mais forte e alto do que as uniões profissionais, patrióticas, nacionais ou religiosas (Goblet d’Abeill, líder maçon) (1 - p. 53).
Disto e de outras fontes, até onde nos foi possível ver, chegamos à seguinte definição: A maçonaria é uma entidade fechada (outros preferem o termo secreta, com o que alguns maçons não concordam), que congrega homens de todas as raças e credos religiosos ou políticos, que alegam buscar a verdadeira luz, ou a verdade. Seus membros não precisam ser necessariamente ricos, mas terem o suficiente para o seu sustento e dos seus e possam socorrer outros, numa união fraternal, que excede os laços políticos, nacionais religiosos. Ela se divide em dois grandes grupos: regulares que se destacam pelos seguintes princípios: Não admitem mulheres em suas reuniões, exigem que seus integrantes creiam em um ser superior (a quem chamam de Supremo Arquiteto); não permitem em suas reuniões disputas religiosas confessionais ou discussões sobre política; os irregulares, divididos entre si, destacam-se por algumas organizações que admitem mulheres e ateus declarados, ou até professando certos credos, admitem discussões sobre religião e política, seu livro é um livro com páginas em branco.
Assim temos maçons que se deram bem com os governos e as religiões, outros que tramavam contra os governos e lutavam contra certas denominações religiosas. Muitos hoje, devido a seu princípio de liberdade, repudiam o comunismo, mas ao mesmo tempo sabe-se de lojas maçônicas que são comunistas, promovem e financiam as guerrilhas (9).
Nós no Brasil agradecemos aos maçons por nossa constituição, que permite a liberdade religiosa.
Para outros a maçonaria é uma instituição secreta, uma máfia, uma sociedade de auxílios mútuos, um instrumento nas mãos de Israel, acusações essas fortemente repudiadas pelos maçons.

OBJETIVO DOS MAÇONS
Afirmam os maçons:
- O verdadeiro objetivo da maçonaria pode resumir-se nestas palavras: desfazer nos homens os preconceitos de casta, as convencionais distinções de cor, origem, opinião e nacionalidades, aniquilar o fanatismo e a superstição, extirpar os ódios de raças e com eles o açoite da guerra; em uma palavra, chegar pelo livre e pacífico progresso a uma fórmula e modelo de terna e universal justiça, segundo a qual todo ser humano possa desenvolver livremente as faculdades de que esteja dotado e possa vir a concorrer cordialmente e com todas as forças para a comum felicidade dos seres humanos, de sorte que a humanidade venha a ser uma só família de irmãos unidos pelo afeto, cultura e trabalho (Rebold, História da Maçonaria) (8 - p. 62).
- A maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da humanidade. Daí seu lema : Ciência, Justiça e Trabalho. Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e da prática das virtudes (Loja Minerva, de Porto Alegre) (6 - p. 4).
- Que querem os maçons? Eles querem aperfeiçoar o homem moralmente. Seus princípios básicos são: Liberdade, Tolerância e Fraternidade (Rudolf Appel , líder maçon de Hamburgo) (2 - p.65).
Quanto nos é possível julgar, a maçonaria afirma ter propósito de lutar pelo aperfeiçoamento ético do homem e da humanidade. Combater o fanatismo e promover a união da humanidade. Que significa isto? Se querem melhorar o indivíduo e a humanidade, porque as mulheres e as crianças e as classes menos favorecidas estão excluídas? Não deveria a educação moral atingir todos e isto desde o berço? Se querem desfazer todos os preconceitos e as classes que dividem a humanidade e iniciam este trabalho formando preconceitos, criando uma classe distinta e das mais fechadas que existem? Se querem promover uma união e lutar contra o fanatismo, perguntamos: o que é fanatismo? Confessar a verdade religiosa com confissão clara é fanatismo? Voltaremos a estas perguntas nos próximos capítulos.

RITOS E SÍMBOLOS DOS MAÇONS
A maçonaria não possui uma base espiritual contida em palavras ou formulada em doutrina. Procuram alcançar seus objetivos éticos pelo galgar de graus, por ritos e símbolos, que em sua maioria, foram extraídos do ofício de pedreiro, visto que a maçonaria representa figurativamente a arte de construir.

- A base espiritual dos maçons não se representa em primeira linha em palavras, mas por símbolos que foram tomados das profissões dos arquitetos, já que eles representam simbolicamente a arte de construir. A simbólica dos maçons consiste em ato simbólicos e rituais. Aos símbolos pertencem: A Bíblia (que em outros países pode ser substituída pelo livro religioso em vigor, ex.: O Corão. Os maçons irregulares não aceitam a Bíblia, mas colocam em seu lugar um livro com todas as suas páginas em branco), o esquadro, o compasso, o martelo, a colher de pedreiro, a mesa de trabalho; e os que dirigem o trabalho devem estar aparamentados com luvas brancas e o avental (8 - p. 22).
- A maçonaria é ciência velada por alegorias e ilustrada por símbolos. Simbolismo é alma e vida da maçonaria; nasceu com ela, ou melhor, é o germe de que brotou a árvore da maçonaria e que ainda a nutre e anima (Encyclopedia de la Maçonaria) (8 - p. 101).
- Os símbolos maçônicos, derivados dos símbolos primitivos, foram aplicados à arte de construir desde a origem dessa mesma arte (8 - p. 101).
Os graus inicialmente eram três: aprendiz, companheiros e mestre. Algumas lojas permanecem com estes três graus, outras têm mais alguns e outras chegaram até 33 graus e mais.
Por ritos entendem o correto desenvolvimento das ações culturais, que têm como centro o homem ao qual visam aperfeiçoar e enobrecer.
Sobre o significado dos símbolos, citaremos o que Rolf Appel, líder da Grande Loja alemã de Hamburgo, escreveu:
Os símbolos maçons fogem a uma interpretação racional e lógica. Têm muitos sentidos - por isso são inesgotáveis - eternos e inacessíveis à experiência. O trabalho no templo simboliza tanto o trabalho no seu próprio aperfeiçoamento, como no aperfeiçoamento moral do mundo. A pedra simboliza a imperfeição; nela o aprendiz deve labutar para seu aperfeiçoamento (2 - p. 64).
Diante deste quadro surgem muitas indagações. É possível haver uma união fraternal que sem dogma e uma base doutrinária possa alcançar a edificação moral? Esta pergunta parece até hoje não ser respondida pelos maçons (5 - p. 38). Outro enigma, tanto do ponto de vista histórico, como de seu real significado é: como vieram parar na maçonaria os traços judaicos, por exemplo: o tempo de Salomão, a lenda do rei Hirão de Sidom, a mesa que figura a arca, a estrela judaica, o avental figurando o véu do templo. Isto levou a alguns a afirmarem: A é um braço maçonaria do sionismo.
Como vemos, tanto em seus objetivos, como a respeito dos meios de alcançá-los, por ritos e símbolos, há grandes incógnitas. Os maçons o explicam, afirmando que as forças destes ritos são inexplicáveis, só podem ser conhecidas pela experiência, em outras palavras tornando-se maçon.

O SEGREDO DOS MAÇONS
Por muitos séculos os maçons foram acusados de serem uma organização secreta. A história o confirma. O manto do silêncio os envolveu por muito tempo e ainda continua a envolver muitas coisas dos maçons. Os maçons contestaram esta afirmação, dizendo que não possuem segredos, mas cultivam a virtude do silêncio. Vejamos o que eles afirmam:
- O chamado segredo maçônico é justamente o ponto sobre que mais se tem especulado e no qual se baseiam os que condenam nossa Ordem Augusta. Não compreendendo a sua verdadeira razão, ou seja, o caráter espiritual, iniciático e construtivo desse segredo, não querem ver no mesmo mais do que um pretexto para fins execráveis ou pelo menos, tais que não podem ser confessado publicamente por temor da luz do dia (8 - p. 93).
- Cada um que se ocupa com a maçonaria, percebe que há um segredo, que já por séculos une os maçons. Esse segredo está nos rituais que agem sobre e desprendem forças na alma de seus participantes para benefícios próprios e dos que os cercam. Estes segredos não podem ser desvendados, mas são vividos e experimentados na alma... Por isso num dos manuais da maçonaria de 1863 consta: “A maçonaria não tem segredos, mas é um segredo” (4 - p. 22).
- Calar é para os maçons uma virtude, que deve agir educativamente. Ela se refere ao ritual, às conversas íntimas de irmãos, à informação sobre irmãos. Ela é antes de uma contra-ofensiva à exagerada verbosidade de nosso tempo (Rolf Appel) (2 - p. 64).
- O segredo dos maçons é a vivência pessoal. Isto é indispensável. Relata um mestre maçon: Eu sabia como tudo iria acontecer. Mas quando estava no meio de meus irmãos, e meus olhos foram desvendados, fui comovido em meu íntimo. As lágrimas me vieram aos olhos. Isto posso relatar quantas vezes quiserem e não compreenderão o que senti neste momento. Nem mesmo eu o posso exprimir em palavras. São sentimentos que só se podem experimentar e não descrever, como a ordenação de um sacerdote, a confirmação, o casamento, o ser mãe pela primeira vez. Nestes momentos há sentimentos indescritíveis. O segredo da maçonaria é a vivência (5 - p. 8,9).
- A maçonaria é uma sociedade secreta? Não, pela simples razão de sua existência, pois é amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de histórias, etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os seus ensinamentos neles contidos (Loja Minerva, Porto Alegre) (6 - p. 12).
Afirma Salomão: Há tempo de estar calado, e tempo de falar (Ec 3.7). Tudo tem a sua razão e o seu motivo. Se é para falar o mal, calar é ouro, se deixo de falar o bem, calar é pecado. Quem não me confessar diante dos homens, diz Jesus, também não confessarei diante do meu Pai que está nos céus (Mt 10.32). Assim o calar é uma virtude somente quando usado para evitar o mal. Há segredos militares que visam o bem da pátria. Mas por que vamos esconder o bem? Se a doutrina dos maçons visa o bem e tem este poder, por que calar? Qual o motivo de calar dos maçons? Eis a incógnita, que permanece não respondida, apesar de toda a apologética maçônica.

A MAÇONARIA É RELIGIÃO?
A maçonaria afirma categoricamente que não é religião, nem um substitutivo para a religião. Não são contra a religião, antes, especialmente os maçons regulares, exigem de seus filiados que acreditem em um ser superior. Ouçamos o que os maçons afirmam:
- Por seu compromisso, o maçon é obrigado a obedecer à lei moral, e, se devidamente compreende a Arte, jamais será um estúpido ateu nem um libertino irreligioso. Porém, embora, nos tempos antigos, os maçons fossem obrigados a pertencer à religião dominante em seu país, qualquer que fosse, considera-se hoje muito mais conveniente obrigá-los apenas a professar aquela religião que todo o homem aceita, deixando cada um livre em suas opiniões individuais, isto é, devem ser homens probos e retos, de honra e honradez, qualquer que seja o credo, a denominação que o designa. Deste modo, a maçonaria é o centro de união e o meio de conciliar a verdadeira fraternidade entre pessoas que teriam permanecido perpetuamente separadas (Primeiro Artigo da Constituição de Anderson) (8 - p. 13).
- A maçonaria é uma religião? - Não, a maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio as pessoas de todos os credos religiosos, sem nenhuma distinção.
- A maçonaria é religiosa? - Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único princípio criador, regulador absoluto, supremo e infinito, ao qual se dá o nome de Grande Arquiteto do Universo, porque é uma entidade espiritualista em contraposição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do Universo, formam a base de sustentação e as grandes diretrizes de toda a ideologia e atividade maçônica. (Loja Minerva, Porto Alegre) (6 - p. 8).
- Os maçons de nossos dias nada tem a ver com religião. Mas por ter crescido em terra cristã, nota-se em muitas partes contactos no campo da ética. (Rev. Ecehard Hieronimus) (5 - p. 31).
- Ela comprometa o maçon só com aquela religião com a qual todos os homens concordam e deixa a cargo de cada indivíduo suas convicções especiais (4- p. 22).
- Em contraposição à religião todo o esforço dos maçons se concentra nesta terra; não se refere à eternidade: não realiza cultos e - sua grande diferença em relação à religião - não possui uma doutrina salvífica. Assim também o jesuíta Michel Diereck reconheceu que a maçonaria não é religião, mas um estilo de vida e não possui um dogma escrito, mas regras de vida (4 - p. 22).
- Este avental depositamos na sepultura de nosso irmão, como lembrança de nossa união no trabalho, no destino comum que aqui nos acenou; no espírito maçônico, ante barreiras do mundo do poder político e prestígio social. Mantemo-nos agora temporariamente separados. Morte, ó grande exaltador, leva-nos a uma união, reduz-nos a um grão comum, faz-nos saber que, nascidos como somos um coração fraternal, nenhuma circunstância ou acidente nos poderá separar da eternidade (Massonic Burial Service p. 13, 14).
Como vemos, os maçons negam serem religião ou substitutivo para a religião. Ao mesmo tempo afirmam serem religiosos e por isso possuem ritos culturais. Negam aspirarem a ser uma religião que una a todos; ao mesmo tempo afirmam combater o fanatismo, tirarem de cada religião as verdades universais e lutarem por uma união. Possuem o seu deus, se bem ser-lhes o mesmo desconhecido. Dão-lhe o nome de Supremo Arquiteto. Iniciam suas reuniões em nome deste arquiteto. Cultuam este deus não por ensinamento dogmáticos, mas por ritos simbólicos. Têm seus próprios ritos funerais. Ao, religião se ocupa com a relação do homem com Deus. Então a maçonaria é religião. Religião que todo o homem aceita. Portanto uma religião segundo a carne, que não aceita as coisas do Espírito de Deus. São religião tolerante, o que está tão em moda em nosso tempo de ecumenismo: União na diversidade. Dentro de seu princípio de tolerância usam o livro religiosos mais em voga na localidade, mas na verdade não aceitam nenhum, pois têm eles sua própria concepção das coisas. Bem afirmou um líder maçônico: Nós só aceitamos “procuradores”, não aceitamos “achados” em nossas fileiras. Quem deseja ser um maçon o percebe primeiramente em seu interior, então confia-se a um amigo. Assim consta num antigo documento maçon. Esta frase espelha a verdadeira índole maçônica. Maçons são pessoas que procuram a verdade. São eternos procuradores. Procuram a verdade, a justiça e o aperfeiçoamento. Em tudo isto seus olhos não estão voltados para a eternidade, nem atentos à voz de sua razão. Realmente é uma religião pobre vazia. Falam em Deus, mas não o conhecem. Veneram um deus, um deus mudo que não lhes fala. Confiam em suas próprias obras, julgando que por elas são aceitos por este deus na eternidade. Como não possuem uma verdade expressa, aceitam de certa forma qualquer religiosidade, desde que concorde com seus princípios. Mas no confronto com a verdade revelada do verdadeiro Deus, a rejeitam. Chamam o apegar-se à verdade divina, revelada na Escritura, de fanatismo e a combatem, revelando assim índole de natureza humana que não aceita as coisas do Espírito de Deus. Reúnem pessoas que buscam a verdade e a paz, por não a terem encontrado nas religiões existentes. Na verdade muitas religiões, mesmo chamando-se cristãs e cantando: Cremos todos num só Deus, não possuem o tesouro da verdade, pois perturbam a verdade revelada com seus ensinamentos humanos. Ou mesmo se estavam na religião que possui o tesouro da verdade, o rejeitam. Eram como os fariseus que viram Jesus com seus olhos, mas não reconheceram nele o verdadeiro Filho de Deus, o Salvador da humanidade.

LUTERANOS E A MAÇONARIA
Diante do que vimos sobre a maçonaria, especialmente no que foi dito no último parágrafo do capítulo anterior, de ser o maçon um “procurador”, podemos afirmar categoricamente: Nenhum verdadeiro luterano será maçon, e todo o maçon que se converte ao verdadeiro cristianismo abandonará a maçonaria, isto pelos motivos que passaremos a citar.
1. O cristão luterano, submisso à Escritura, conhece a verdade. Como tal deixa de ser um que procura, porque foi achado por Cristo, e o Espírito Santo lhe revelou, pelas palavras claras da Escritura, qual é a verdade. Esta afirmação, sem dúvida, é uma ofensa para todos aqueles aos quais o Espírito santo não deu ouvidos para ouvir e olhos para ver e a todos aqueles que resistem ao Espírito Santo.
- Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos; e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará (Jo 8.31,32).
- Quem é de Deus ouve a palavra de Deus; por isso não me dais ouvidos, porque não sois de Deus (Jo 8.47).
- Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça (Mc 4.23).
- Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas (Jr 2.13).
- Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos, e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança de imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. Por isso Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si (Rm 1.22-24).
- Ora, o homem natural não aceita as cousas do Espírito de Deus, porque lhes são loucura; e não pode entendê-las porque elas se discernem espiritualmente (1 Co 2.14).
2. O cristão luterano sabe da incapacidade total de se conhecer e regenerar por suas próprias forças, pois nasceu espiritualmente cego, morto e inimigo de Deus. Não possui o livre arbítrio por ser escravo involuntário de Satanás. O princípio maçon: conhece-te a ti mesmo, controla-te a ti mesmo, soa muito bem aos nossos ouvidos naturais. Na verdade, o homem pode cultivar algumas virtudes como abster-se de pecados grosseiros, praticar a caridade, mas não conhece nisto a perfeição e o motivo de seu agir é o egoísmo. Tudo isto é auto-glorificação, endeusamento próprio, pecado contra o primeiro mandamento. Conhecer-se a si mesmo só é possível à luz da palavra de Deus. Esta revela ao homem sua total corrupção, sua total incapacidade de praticar o bem que tenha valor diante de Deus, sua total incapacidade de amar verdadeiramente a Deus e ao próximo. Para iniciar-se nisto necessita do poder regenerador e renovador do Espírito Santo, que opera pela palavra de Deus e pelos sacramentos.
- Eu sei que em mim, isto é, na minha carne não habita bem nenhum (Rm 7.18).
- Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro de mim um espírito inabalável (Sl 51.10).
- Ele voz deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados (Ef 2.1).
- Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3.5).
- Todo aquele que permanece nele não vive pecando (1 Jo 3.6).
3. O cristão luterano conhece o seu Deus pelo nome verdadeiro.
- E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste (Jo 17.3).
- E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é meu Filho amado, em quem me comprazo (Mt 3.17).
- Batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19).
Assim como Deus se revelou na Escritura ele quer ser adorado e não por outro nome ou de outra maneira. Todo desvio desta palavra é idolatria e rejeição a Deus.
4. Porque o cristão luterano jamais poderá camuflar esta alegria que lhe vai na alma ou esconder a esperança que o norteia, nem poderá compactuar com o erro, antes há de condenar o erro, porque procede do príncipe das trevas e quer levar os homens à condenação eterna; por isso confessará bem alto o nome de seu Salvador.
- Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9).
- Quem não me confessar diante dos homens, diz Jesus, também não o confessarei diante do pai que está nos céus (Mt 10.32).
- Não vos ponhais em julgo desigual com os incrédulos; portanto, que comunhão pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão pode haver entre a justiça e a iniqüidade? Ou que comunhão da luz com as trevas? Que harmonia entre Cristo e o maligno? ou que união da crente com o incrédulo? Que ligação há entre o santuário de Deus e os ídolos? Porque nós somos santuários de Deus vivente, como ele próprio disse: Habitarei e andarei entre eles serei o seu Deus, e eles serão o meu povo. Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em cousas impuras; e eu vos receberei, sereis vosso Pai e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo Poderoso (2 Co 6.14-18).
5. Porque o cristão luterano sabe que tolerância verdadeira é com o fraco para conduzí-lo ao caminho da verdade. Tolerância não significa deixar a verdade de lado, negá-la ou misturá-la com o erro. A falsa tolerância Deus condena e castiga.
- Tenho, porém, contra ti o tolerares que essa mulher... (Ap 2.29).
- Acautelai-vos dos falsos profetas que se vos apresentam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores (Mt 7.15).
Se outras igrejas cristãs promovem união com a maçonaria é porque ou não reconheceram a verdade ou a abandonaram.
6. O fato de a maçonaria ter feito e fazer coisas boas, como, por exemplo, a prática da caridade, sua influência benéfica na formação de nossa Constituição, o que é elogiável, mesmo assim julgarmos haver para isso caminhos melhores.
7. Por tudo isto concluímos dizendo que todas as organizações ou sociedades, secretas ou abertas, quer declaradamente religiosas ou as que praticam formas religiosas sem confessarem o Deus triúno Pai, Filho e Espírito Santo, sem confessarem Jesus Cristo como Filho de Deus que veio ao mundo na carne para salvar os homens dos pecados, que em lugar de ensinarem a salvação pela fé em Cristo, ensinam a salvação ou regeneração do homem pelas obras, ou moralidade, são anti-cristãs, por isso a igreja de Cristo e suas congregações não podem ter comunhão com elas.

COMO TRATAR COM MAÇONS

Ao tratarmos com maçons, será prudente evitar sempre uma discussão estéril em torno da maçonaria. Basta-nos conhecer seu traço principal: são pessoas que procuram a verdade e procuram a paz com o Criador pelas obras. Nós temos a única verdade, a Escritura. Por isso é preciso ir ao ponto nevrálgico: a justificação do pecador diante de Deus. Conhece-te a ti mesmo. Isto é possível só pela Escritura. Ela revela que o homem é totalmente incapaz de fazer o bem, que o homem está sob a ira e condenação de Deus, por mais honrado que seja; que este homem precisa um Salvador. Este Salvador é unicamente Jesus. E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos (At 4.12). Este Salvador diz o que disse a Nicodemos: É preciso nascer de novo (Jo 3.5). Aqui despertará a grande luta, a qual Nicodemos também enfrentou: A quem vou seguir: a minha razão, que recebe o apoio da maioria dos homens, ou a Jesus? Jesus revelou a Nicodemos quem ele era: O Filho de Deus que veio do céu para revelar aos homens a verdade. Bem aventurado o que não se escandalizar em Jesus (Mt 11.6).
Se uma pessoa for ensinada assim, mas rejeita seguidamente estas verdades, não poderá ser aceita como membro de nossa congregação, e se for membro, após tratamento pastoral, se não aceitar deverá ser desligado da congregação. Este desligamento é manifestação de amor, a fim de tentar convencer a pessoa: Você está em erro, arrepende-se e aceite a verdade.
NOTAS BIBLIOGRÁFICAS

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  4. Borchers, Klaus. Mit Bibel, Winkelmas u. Zirkel. Die Glocke. Düsseldorf, 15.3.76 - p. 20-23.
  5. Haack, F. W. Freimaurer. München. Claudius Verlag. 1976.
  6. Que é a Maçonaria. Oferta da Loja Minerva. Porto Alegre, 1975.
  7. Diereckx, S. J. M. Freimaurerei, die Grosse Unbekannte. Hamburgo Baihütten Verlag GMBH, 1975.
  8. Albuquerque, A. T. C. de. O que é a Maçonaria. Rio de Janeiro. Editora Aurora, 1958.
  9. Maçonaria Italiana Esconde Lopes Rega na Calábria. Folha da Tarde, Porto Alegre, 1976.
  10. Preus, R. Dr. Unir-nos. Sim ou Não.
- Die Verbandlungen Mit Der Katholischen Kirche, 1968-72 - nº 1518. Bauthütten Verlag, Hamburgo. 1976.
- Voellige Glaubenslosigkeit Lehnen Freimaurer Ab. Münsterische Zeitung. Münstern, 13.1.76.

AUTOR: Documento elaborado pela Comissão de Teologia e Relações Eclesiásticas da IELB

COMUNICAÇÃO, EVANGELISMO, MÍDIA

Sogaard, Viggo. Media in Church and Mission Communicating the Gospel. (até p. 106)
Comunicação – Evangelismo – Mídia
Essas palavras andam juntas no ministério cristão. O evangelismo é a atividade envolvida em trazer o evangelho de Jesus Cristo às pessoas que já não o tenham ouvido ou ainda não seguem a Cristo. O evangelismo envolve comunicação. Na verdade poderia argumentar-se que evangelismo é comunicação. A religião cristã em si mesma é uma religião de comunicação com um Deus comunicador que utilizou uma grande variedade de mídias. A Bíblia é uma narrativa desta comunicação de Deus à humanidade: através da criação, através dos profetas, através dos “Seus maravilhosos feitos”, através do seu Filho, Jesus Cristo, através do Espírito Santo e através de seu povo, a Igreja. A mensagem de Cristo devia ser comunicada para todas as pessoas no mundo, e a mídia pode desempenhar papel importante como instrumento deste ministério.
Durante meus anos de envolvimento no ministério cristão minha principal responsabilidade tem sido a da comunicação. Como muito do tempo foi desempenhado na Tailândia, foi um desafio constante ser efetivo na comunicação entre um povo com uma visão de mundo drasticamente diferente. É um país com uma pequena e fraca igreja, constituída por menos de 1% da população, um povo com baixo conhecimento do evangelho de Cristo e onde entendimentos incorretos são facilmente introduzidos. O desafio de comunicar o básico do evangelho de Cristo ao povo da Tailândia levou-me ao uso da mídia no ministério, concentrado principalmente em dois meios: rádio e fitas cassete. Como nós nos empenhamos em usar esses meios, essa mídia efetivamente, fomos “forçados” a um estudo sério da teoria e estratégia da comunicação. Através de estudos posteriores, projetos de pesquisa, consultas e seminários este interesse foi aprimorado, e agora tenho minha confiança no potencial das “ferramentas” que temos disponíveis para a comunicação cristã.
Durante meus anos como missionário, usando moderna mídia de comunicação, tenho freqüentemente ficado abismado pelo fato de que tão pouco auxílio podia ser obtido dos materiais escritos. Como nós experimentamos novas idéias, tivemos que aprender nossas próprias lições. Ao redor do mundo esta falta de bons livros-texto tem resultado em muito trabalho cristão de mídia que parece funcionar sem qualquer entendimento claro do processo de comunicação, sem entendimento relevante da mídia e sem pesquisa efetiva e sistemas de informação.
Ainda, como um consultor, tem sido minha experiência que os trabalhadores cristãos precisam de muito auxílio em desenvolver ministérios efetivos baseados na mídia. Nós sabemos de exemplos e experiências e de uma considerável corpo de material de pesquisa, que a mídia pode ser usada efetivamente na causa da missão e que auxílio pode ser fornecido àqueles engajados em tais ministérios. E também a pastores e líderes da igreja que querem ver suas igrejas crescer e comunicar efetivamente nas comunidade onde estão trabalhando.
Nosso Deus, o Comunicador
Auxílio também é necessário na área da teologia bíblica. O Cristianismo pressupõe que Deus existe e que Ele criou este mundo. Ele é o Único que revelou seu nome como Iahweh, Eu Sou, a Moisés (Ex 3.14). Como cristãos nós cremos nele, e que ele revelou-se a si mesmo a nós na pessoa de Jesus Cristo (Jo 3.16). Da análise atual dos países ocidentais nós sabemos que a situação de muitas pessoas é que eles acreditam em “Deus”1, mas pesquisas adicionais indicam que esta crença é em grande parte não em um Deus vivo e pessoal, mas em alguma força cósmica. Os comunicadores precisam aprender como comunicar o conceito de um Deus vivo em um mundo confuso. Consequentemente, nós precisamos enfatizar o aspecto “cristão” de nossa comunicação, e junto a isso, a autoridade da Bíblia como a Palavra de Deus. A Bíblia contém a mensagem que proclamamos bem como os métodos e a orientação sobre como comunicar essa mensagem.
O único e eterno Deus, Criador e Senhor do mundo, é também o Deus que ama todas as pessoas, e que tem insistentemente chamado as pessoas a si mesmo. Textos familiares da Escritura falam disto: “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito...” (Jo 3.16), e ele “demonstrou este amor por permitir que Cristo morresse por nós enquanto nós ainda éramos pecadores” (Rm 5.8). Nós podemos também citar a primeira das conhecidas quatro leis espirituais usadas por Campus Crusade para Cristo: “Deus ama você e tem um maravilhoso plano para sua vida”.
Há uma grandeza potencial em todos seres humanos. Nós podemos freqüentemente ser cegados pelo mal que vemos exibido através da mídia, mas nós não devemos esquecer que Deus disse “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança” (Gn 1.26). Uma pessoa que é criada na imagem de Deus tem dignidade e um potencial tremendo para a grandeza, independente da raça dele ou dela, cor, cultura ou classe. A Bíblia refere-se aos seres humanos com termos tais como “herdeiros do reino”, “sacerdotes” e “reis” (1 Pe 2.9-10). Este potencial dos seres humanos é completo através do relacionamento com Cristo, e é tornado possível pelo Espírito.
Os conteúdos fornecidos neste capítulo estão direcionados a situar o estágio prover uma base para discussão de princípios e teorias de comunicação cristã.
Básico para nosso entendimento de comunicação cristã é o fato que Deus é um comunicador que faz-se conhecido a nós, e busca um relacionamento conosco que resultará em nossa resposta a ele através de oração e louvor e pelo envolvimento em sua missão. O modelo principal que ele forneceu-nos é a encarnação.
Sua comissão a nós não apenas permeia a Escritura mas também constitui um foco central em todo nosso ministério. Nossa tarefa é a única de comunicar, tornando Cristo conhecido e entendido. Nosso métodos deve tomar seu ponto de partida nos métodos usados por Deus, e nossa mensagem é Jesus e seu reino. No reino de Deus a atmosfera é “shalom”, ou seja, paz verdadeira e relacionamentos perfeitos, e nossa tarefa é facilitar tal cura real para todas as pessoas.
Permeando todo nosso ministério estão certos fatores constantes que põe-se ao lado da comunicação cristã. É nesta base que nós objetivamos nossa estratégia, e como tal não é necessário a nós fazer referências constantes ao trabalho do Espírito Santo. Ele é tido por concedido, garantido.
Alguns dos fatores constantes tratados neste capítulo são (1) a presença e atividade dos poderes das trevas, (2) a natureza corrompido dos seres humanos, (3) a revelação de Deus, (4) a obra do Espírito, (5) fé, (6), a Palavra de Deus, e (7) a meta do discipulado. Estes são as constantes que dá a comunicação cristã sua natureza especial.
Para a aplicação da mídia em nossas estratégias de comunicação, nós também precisamos entender as variáveis que dão contexto e direção a nossa comunicação. Neste capítulo nós também olhamos para (1) o contexto cultural, (2) a sociedade, (3) a posição espiritual do receptor, e (4) a personalidade e dons do comunicador. Muitos problemas de comunicação são devidos a uma confusão em fatores constantes e variáveis. Isto é particularmente verdade do uso cristão da mídia de comunicação.
O próximo capítulo fornecerá um resumo da teoria da comunicação que deverá ajudar-nos a entender as várias dimensões de nossa tarefa de comunicação. Esta seção incluirá também capítulos sobre estratégia e recursos, todos dirigindo-se a um capítulo de resumo que põe-se a caminho das dimensões da maneira de abordagem para a comunicação cristã.
Deus criou em nós, seres humanos, uma capacidade de conceituar e teorizar. É pelo estudo de teoria e conceitos que nós encontramos direção para nosso trabalho e fornecemos os fundamentos básicos nos quais o bom planejamento pode ser feito. Em nenhuma outra área isto é mais importante que quando nós estamos tratando com o uso da mídia. Cada pessoa envolvida na mídia cristã deveria contar com o máximo no campo da teoria de comunicação cristã e usar isso em seu trabalho diário.
A palavra comunicação é derivada da palavra latina communis, e inclui o conceito dos relacionamentos. A assim chamada comunicação unilateral pode, portanto, não ser realmente definida como comunicação. Isso vale tanto para o pastor de uma igreja local como para o usuário de mídia. A audiência deve ser levada em conta no processo de comunicação.
Muitos tipos diferentes de situações de comunicação podem ser visualizadas, partindo da comunicação intrapessoal e interpessoal ao uso de mídia de massa. Em cada tipo de situação novas dimensão estão incluídas. Mas a fim de entender estas complexidades, diferentes escritores têm desenvolvidos modelos de comunicação que tentam explicar os relacionamentos. Neste capítulo, nós apresentamos o desenvolvimentos de um modelo composto, indicando os aspectos importantes e diferentes do processo de comunicação. O modelo utiliza conteúdos extraídos de diferentes escritores e recentes modelos.
Ênfase especial foi dada à interação entre remetente e receptor. A questão básica da confiança foi vista como uma reivindicação prévia para a comunicação eficiente.
Pela padronização do tópico da teoria da comunicação, a pessoa envolvida na mídia cristã terá uma estrutura conceitual na qual ele ou ela podem desenvolver bons ministérios. A partir de tal base, nós podemos proceder em direção a estratégia e desenvolvimento de planos compreensivos para alcançar as pessoas com o evangelho de Jesus Cristo.
O planejamento estratégico é importante para o efetivo trabalho em mídia, e existem modelos úteis que podem servir como ferramentas no desenvolvimento de boas e relevantes estratégias. O termo estratégia é um termo útil, que descreve um plano inteiro ou uma forma de abordagem de como nós iremos alcançar nossos objetivos ou resolver nossos problemas. É um meio conceitual de antecipar o futuro. Como cristãos, declarações relacionadas a nossos objetivos estratégicos e metas são declarações de fé.
Um modelo circular de desenvolvimento estratégico em onze passos foi apresentado com uma ferramenta útil que nos ajudará a fazer as perguntas certas e levar-nos a um processo ordenado de desenvolvimento estratégico
A fim de fornecer uma “estrutura”, nós apresentamos neste capítulo um modelo de decisão espiritual. O propósito é apresentar uma estrutura estratégica para o desenvolvimento de estratégias e para o comunicar o uso da mídia a outros. O modelo é construído sobre duas dimensões: conhecimento e atitudes. Não é a intenção de que os modelos devam ilustrar ou responder todas as questões relativas a processos de decisão espiritual. Os modelos desenvolvidos não obstante estão ainda em processo de desenvolvimento, sendo modificados conforme aprendamos mais e entendamos melhor. Eles não estão afirmando serem o cominho, mas antes, que este é o meio pelo qual nós tentamos ilustrar o que entendemos, baseados em nossos conhecimentos atuais.
É a visão deste escritor que o relacionamento entre nosso trabalho e a obra do Espírito não devam ser apresentados como uma parceria. É necessário descrever o relacionamento de uma perspectiva encarnacional, Cristo em nós e trabalhando através de nós.
Em resumo, a pesquisa pode ser usada para:
- aprimorar a visão
- fornecer informação sobre a audiência
- tornar possível a comunicação orientada pelo receptor
- ajudar a avaliar produtos e programas de mídia
- assistir o desenvolvimento estratégico
- dirigir para o estabelecimento da meta
- orientar o planejamento
- testar a eficiência de nosso ministério
- revelar a necessidade de buscar a orientação de Deus
Todas as organizações de comunicação cristã precisam de um sistema de informação para fornecer dados úteis para o desenvolvimento estratégico. As ferramentas e metodologias de pesquisa estão disponíveis para reunir tal informação.
A pesquisa de comunicação utiliza metodologias e técnicas que foram principalmente desenvolvidas por pesquisadores sociológicos e de marketing. Vários aspectos da pesquisa antropológica são também valiosos para certos tipos de pesquisa necessários para os comunicadores cristãos.
Como em outras áreas de pesquisa, nós precisamos de procedimentos e técnicas de medição específicos a fim de obter informação de confiança. Este processo não é apenas uma atividade realizada pelo pesquisador. O gerenciamento deve estar essencialmente envolvido, e os produtores devem também estar envolvidos no processo de mídia e teste de cópia. Os procedimentos para tal teste estão prontamente disponíveis para nosso uso.
Resumindo as Dimensões da Comunicação Cristã
Uma teoria cristã de comunicação que nos assistirá na utilização eficiente da mídia no ministério cristão será construída sobre um conjunto adequado de princípios baseados em teoria, estratégia e pesquisa de comunicação. Este capítulo, em particular, servirá como um resumo dos capítulos anteriores, organizado num conjunto de sete dimensões que nos fornecerão uma estrutura conceitual para a comunicação cristã aplicada e uso da mídia.
A lista seguinte não está exaustivamente trabalhada, mas consiste daqueles princípios fundamentais sobre os quais nosso ministério em mídia deve repousar. Juntos eles constituem uma forma de abordagem. Nós podemos não estar aptos a realizar todos estes ideais completamente, mas os sete pontos podem dirigir e governar nossas ações e fornecer uma grade para testar nossas posições em relação ao uso da mídia no ministério.
Nós podemos resumir uma forma de abordagem orientada pelo receptor pelas quatro questões seguintes:
1. QUEM é meu ouvinte/leitor/espectador?
2. ONDE está eu ouvinte/leitor/espectador?
3. QUAIS são as NECESSIDADES de meu ouvinte/leitor/espectador?
4. COMO posso ir de encontro às necessidades do meu ouvinte/leitor/espectador?
Um resumo dos elementos de uma adequada teoria de comunicação foi tratado neste capítulo. Através dele seria difícil fazer uma declaração concisa que definisse a teoria de comunicação cristã; nosso principal interesse é a formulação de um fundamento conceitual que posa ser aplicado para a seleção e uso da mídia. Teorias de comunicação adequadas já estão disponíveis. Nossa necessidade principal é, portanto, não procurar um teoria mas aplicar as teorias já desenvolvidas.
Uma dependência do Espírito Santo é um fator constante que permeia toda comunicação cristã. Conforme submetemos nossas vidas e ministérios à condução do Espírito, tornamo-nos suas “extensões” ou embaixadores. A comunicação cristã deve ser centrada na pessoa, e disto Jesus é o principal exemplo. A Palavra tornou-se um ser humano que viveu entre nós. A comunicação em mídia deve portanto ser avaliada sobre a base de sua capacidade para comunicar personalidade.
A orientação pelo receptor é obrigatória para a comunicação cristã. Cristo foi orientado pelos receptores e ele falou às necessidades e contexto do receptor. A comunicação orientada por um processo é uma conseqüência lógica da orientação pelo receptor e da comunicação centrada na pessoa. Tanto a fonte quanto o receptor vivem através de processos e uma relevante estratégia de comunicação deve seguir estas estes processos.
A comunicação cristã deve ser vista à luz de uma perspectiva intercultural. Nossa cultura fornece um “grid” pelo qual nós vemos e entendemos a realidade. Nós comunicamos e entendemos cada outro pela percepção específica fornecida por este “grid” cultural.
Se os sete tópicos fornecidos neste capítulo fossem unidos num modelo verbal, nós poderíamos chegar a um set adequado de diretrizes para a comunicação cristã. Tal modelo verbal pode então ser usado como uma “lista de checagem” no desenvolvimento de estratégias para a seleção de mídia e seu uso na comunicação cristã. A declaração poderia ser construída como segue:
As aplicações da teoria da comunicação para a comunicação cristã, e em particular para a seleção e o uso da mídia,
- devem refletir uma dependência do Espírito Santo
- devem ser centradas na pessoa
- devem ser orientadas pelo receptor
- devem ser baseadas na igreja
- devem ser um processo orientado
- devem ser baseadas em pesquisa
- devem ter uma perspectiva intercultural.
Autor (Propriedade do arquivo): Alceu (apenas Alceu!)

TEMPLO, TEATRO E MERCADO

I N S T I T U T O C O N C Ó R D I A D E S Ã O P A U L O
Escola Superior de Teologia - Exame Final, 5o. Teológico / 2000.

RESUMO

CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997. 502 p.

O protestantismo histórico está perdendo a batalha para as novas formas de cristianismo. O autor do livro Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal, Leonildo Silveira Campos, apresenta um novo perfil do sagrado, as estratégias de propagação, tomando por paradigma a Igreja Universal do Reino de Deus, sem dúvida, a maior expoente desta batalha.. Segundo ele, a ação deste sagrado acontece em 3 divisões espaço-temporais, quais sejam “teatro, templo, mercado”.
Sob o título o autor quer discutir a origem e desenvolvimento de uma “mentalidade neopentecostal”, que resultou em um empreendimento religioso-empresarial. Em que sentido a IURD é um fenômeno específico dentro do campo protestante e pentecostal? No sentido em que já adquiriu uma enorme visibilidade social. Já faz parte da história do campo religioso brasileiro1. Que critérios são usados para seu sucesso? É possível ver nela traços de uma religiosidade pós-moderna que permite a expressão individualista e privativista da experiência religiosa.

Pentecostalismo e Neopentecostalismo no Vaivém das Pesquisas e Paradigmas:
Na análise de tal fenômeno, faz-se necessário discutir aspectos epistemológicos e metodológicos, seu processo discursivo e comparações com os demais comportamentos religiosos.

Pentecostalismo: pesquisas e paradigmas.
Analisa alguns elementos, quais sejam o pobre, o rico, os “mágicos” e os sacerdotes. Surgiram novos movimentos religiosos. A secularização, capitalismo e modernidade são processos históricos culturais interligados para o crescimento do pentecostalismo ligado ao aumento de sua literatura2. O paradigma ou teoria da secularização continua provocando discussões. O pentecostalismo encontrou formas de acomodação no interior da velha cultura latino-americana e da nova sociedade de consumo, incorporando símbolos e discursos que também se viu forçado a abandonar a postura contracultural e caminhar a uma religiosidade em uma sociedade dominada pelo mercado neoliberal.
Também se aborda o pentecostalismo na aplicação da tipologia “seita-igreja”, mostrando como funcionam a religião na sociedade. Cada grupo pentecostal procura construir uma identidade que expresse seu modo particular, colocando os demais como seitas e heresias. Seu conflito com a realidade social observa as duas classes, do “rico-dominador”’ e do “pobre-dominado”, ajudado pela teologia da libertação. Existe uma oposição entre religião e magia, esta que inverte os rituais da religião cultivadas na Universal - mágico dentro da religiosidade cristã. Os pastores devem descobrir em que as pessoas crêem e a partir disso realizar um trabalho pedagógico de aproximação - empregando elementos com eficácia mágica. A pós-modernidade tem sido apresentada como uma das causas do surgimento de novos movimentos religiosos no Ocidente, com a necessidade que as pessoas tem de reordenar a vida numa sociedade materialista e secularizada3. A IURD desenvolveu suas próprias técnicas de provocar êxtases e despertar nas pessoas um sentimento de busca interior da divindade.
As tipologias e reconstruções do pentecostalismo:
A variedade de paradigmas e metodologias formou termos e teorias, como neo e pentecostalismo. Grupos desenvolveram teologias próprias, métodos peculiares de evangelização e organização; e a mentalidade pentecostal gerou adeptos a uma renovação espiritual. Sendo de um pentecostalismo autônomo, a IURD quer adequar sua mensagem às necessidades e desejos de um determinado público; atua dentro de um pluralismo religioso - capitalismo tardio onde o marketing desempenha um importante papel. Descobriu formas peculiares de atender a demanda por seus produtos - oferecer às pessoas o que estavam ansiosas por adquirir4. Conclui-se, portanto, que ela é teatro, templo e mercado, estes três dando eficácia à sua comunicação.

O esforço da pesquisa e as implicações do método:
Os discursos surgem de experiências pessoais e exigem explicações. O mundo da vida religiosa continua fechado. Há um constante rodízio de pastores como de campanhas e dias especiais. Campos afirma que, dentro do aspecto metodológico usa termos como “neopentecostalismo” e “iurdiano”, pois encara o universo pentecostal e o campo brasileiro como um cenário onde fenômenos complexos acontecem.

Teatro e Religião: A Teatralização do Sagrado na Igreja Universal.
Muitas características do culto iurdiano são típicas de uma prática teatral do sagrado onde todos participam como atores; o culto neopentecostal é um espetáculo de fé e ser vivido. A metáfora da dramatização é uma das maneiras dos humanos vivenciarem as suas relações com o sagrado - religião e espetáculo teatral5.

Religião e Dramaturgia:
O teatro é uma rebelião contra a ordem estabelecida. O termo, originário da palavra grega “theastai’ - ver, olhar - era tanto espaço geográfico como a ação. Ouvir histórias e pensar na realidade humana, no imaginário, na representação. Teatro e religião são processos sociais para se atingir as coisas intangíveis, o que atrai as pessoas. O protestantismo eliminou o culto aos santos e propôs a secularização dos lugares onde o serviço religioso deveria acontecer. A Reforma colocou a platéia ao redor do púlpito; e aí surge o ritual6. O pentecostalismo mantém no seu culto uma proximidade entre religião e espetáculo. Como então, estabelecer limites entre teatro e templo?

Religião e Teatro nas teorias sociológicas:
Na dramatização, o agente intermediário religioso, o pastor neopentecostal coordena o drama local usando até equipes de representação para a manutenção da fachada do espetáculo.

O Templo-Teatro, cenário, objetos cúlticos e símbolos:
Os cultos da IURD são espetáculos onde o espaço litúrgico se torna um teatro. Valoriza-se o visual e auditivo. Contrasta com algumas práticas litúrgicas com o protestantismo histórico como o rompimento com o modelo tradicional de 2 sacramentos, incluindo novos sinais visíveis da graça invisível7. Surge um calendário litúrgico centrado em “campanhas de fé”. A administração central oferece somente a matriz com um enredo principal. Une-se a ação do pastor, o espaço, objetos e símbolos para oferecer um espetáculo alegre ao participante. Seus templos parecem mais um teatro ou salão comercial do que um templo. Seu interior é dividido entre palco e platéia; espaço de cenas está ligado a um contexto geográfico para o êxito do ritual, havendo uma padronização de cenários e materiais.
Um objeto que é usado tem valor somente quando representa e contribui para dar status ao homem no espaço social; é portador de um bem intangível, um eficiente meio de comunicação com Deus. Trazem os sinais de outros cenários, tempos e lugares8. Os objetos valem pelo uso e são considerados como ponto de contato, amuleto ou isca, para “despertar a fé” nas pessoas e colocá-la em ação - tomar uma decisão na vida, contribuir. A Bíblia passa a ser mais um depósito de símbolos, cenas dramáticas e até amuletos para exorcizar e curar, do que a palavra de Deus infalível. Banaliza os símbolos de outros grupos e os destrói. Seus cultos raramente acontecem fora dos templos para um melhor controle da densidade e dramatização.

A Dramaturgia religiosa em ação: Atores, equipes e platéia.
Com participação de todos, existe o pastor-ator, o qual tem técnicas que integram a todos e criam um ambiente mágico; é o ator-mediador que chama a atenção dos ouvintes tendo seu domínio e a admiração de todos. A platéia participa do espetáculo de alto dramaturgia. Mas nenhum destes deve receber maiores louvores que o próprio Edir Macedo, líder da igreja.
Seus cultos são avaliados pelos milagres realizados; o sucesso da igreja depende da habilidade do pastor em arrecadar o sangue da igreja - o dinheiro. Deve provocar emoções, ter intimidardes como Deus. Exige-se obediência absoluta e suas palavras devem ser acatadas sem críticas. O pastor, assim, deve ter capacidade de levar as pessoas acreditarem em sua sinceridade. É auxiliado por uma equipe, geralmente tendo pastores auxiliares para cobrir a falta ou insucesso. Quando isso acontece, são enquadradas no “mentiras de nossos perseguidores”9.

Estranhos: Os atores indesejáveis.
Tem havido conflito entre jornalistas e obreiros da IURD devido sua desconfiança de pessoas que queiram somente registrar o que acontece no templo. Não há espaço para assistentes isolados na platéia. Os obreiros são responsáveis em estimular a platéia a participar com emoção. Em síntese, a IURD é um teatro permanente que consegue unir a necessidade de participação dos fiéis e oferta de produtos simbólicos.

Templo e Religião: Espaço Cúltico e Ritos na Igreja Universal.
O Templo enquanto Hospedaria do Sagrado:
Os protestantes quase geral, vê o templo um espaço sagrado somente quando nele se instala um grupo de adoradores. Os pentecostais dão valor somente aos eventos que aconteciam dentro do espaço10. Há uma tensão entre a sacralização e dessacralização.

O templo como um espaço energético:
Para o crente da IURD o templo está associado ao milagre da conversão - há sempre um pastor e um milagre que esperam por você e você precisa comparecer para continuar recebendo as bênçãos desta vida, cura e libertação. Ela é o lugar onde o ritual acontece por isso o crente precisa dirigir-se ao lugar da bênção. Sua meta é levar pessoas para o templo.
O pentecostalismo está voltado a objetivos extra-mundanos, aceitando a idéia de que é natural o enriquecimento; no caso IURD, o templo é o início de uma vida no paraíso, agindo no mundo profano com uma nova fé, bateria recarregada - o crente luta pelos seus direitos como filho de Deus11. Os templos são um modelo voltado para a participação e não contemplação.
Templo, tempo e ritos na IURD:
O rito é uma grande ação simbólica onde se revive experiências fundamentais - na leitura da Bíblia pelo pastor; eles permitem a invasão do presente por forças do passado embutidas em si mesmas, alterando o presente. A Igreja Universal regula os tempos e movimentos em ritmos programados racionalmente, há menos referência as festas tradicionais cristãs. Seu calendário se divide em correntes (atividades semanais) e campanhas (que, conforme a situação, duram dias). Seus locais de reuniões impedem a privacidade e impõem uma religiosidade pública; enquanto espetáculo de auditório, não constrói comunidades plenas de unidade12. Ela é atrativa devido a sua prática ritual. É uma religião de provocação e de desafios que são uma antiga forma de dramatização das relações entre os homens e o sagrado. Nesta guerra a pessoa faz um sacrifício financeiro, expressando a sua adesão ao exército de Deus.

Religião e Mercado: A Igreja Universal e a Teoria da Mercantilização do Sagrado.
Religião e Mercado: Aspectos Históricos.
O cristianismo surgiu numa sociedade habituada à comercialização do sagrado. Na Idade Média a monetarização fez com que as relíquias e sacramentos chegassem a ser trocadas por moedas. O protestantismo acusava a católicos de mercantilizar a fé, aproveitando-se da ignorância da fé das massas.

A IURD e a mercantilização do sagrado:
Em nosso meio, tal mercantilização se refere algo negativo, quando aplicada. Mesmo com suas declarações de boas intenções, a imprensa a trata duramente acusando-a de ter a finalidade de comercializar sagrado13. A mídia sempre esteve contra as seitas religiosas; uma neutralidade desta foi o que levou a uma visão distorcida do pentecostalismo. A IURD foi mais atacada nos anos 80. O que mais perturbou a mídia fora a compra, feita por Macedo, da Rede Record. O centro de acusação da mídia reside sempre ao redor de um ponto: “arrecadação de dinheiro”.

O perfil dos fiéis da Igreja Universal:
São estes fiéis ou clientes? Existem ambos no mesmo lugar. A IURD é considerada uma igreja de massa onde se perde o controle sobre o grau de integração. Em última análise, os fiéis é que estão levando-a a ser uma “igreja”. Os fiéis acreditam na capacidade dela para solução de seus problemas - crença na eficácia de algo satisfaz as necessidades humanas gerais. Esta igreja age dentro destas necessidades. A sociedade industrial abriu o mercado de consumo religioso, o que criou condições para o surgimento de um marketing religioso.

Marketing e Religião: A Marketização do Sagrado na IURD.
A Igreja Universal está centrada, diferentemente das cristãs tradicionais, nas necessidades e desejos das pessoas, mudando seus “produtos” e tendo o marketing como estratégia de crescimento, conjunto de técnicas empregadas e ações humanas - conhecimento do mercado. Por isso mercantilização explica-se em nível de senso comum e ideológico.

O marketing e a ação social:
O marketing procura facilitar a intervenção nos processos de troca; é atividade humana para a satisfação das necessidades e desejos através do processo de trocas e concretização dos seus objetivos14. O que pode complicar esse sistema é o conflito pelo poder de impor a própria vontade.

O marketing aplicado à religião:
A nível do Brasil é uma palavra nova; é uma atividade humana e não prática bíblica.

Marketing na expansão do cristianismo:
Os metodistas foram os primeiros a tentarem adequar o protestantismo às necessidades de uma massa urbana. No pentecostalismo houve uma explosão de movimentos religiosos adequados aos meios de comunicação de massa, lançando-se assim, raízes deste movimento.

O marketing da IURD
Sua estratégia de marketing preocupa-se com a reprodução e continuidade de seus próprios privilégios, sondando as necessidades de seu público usando a propaganda e combinando o velho com o novo - a ligação entre magia e religião. Pede, roga e exige de Deus o cumprimento das promessas feitas, defendendo os interesses dos seguidores15. As mega-igrejas possuem formas de prestação de serviço às necessidades humanas, usando canais de distribuição como o templo. Mostra-se através da mídia, que é uma igreja de resultados. O preço é a medida do valor de troca de um bem ou serviço. Macedo reconhece ser uma religião que fala em dinheiro porque “nem o próprio Deus escapou dessa lei quando deu o seu próprio Filho”.

Propaganda e Religião: A Comunicação na IURD.
Campos analisa as maneiras pelas quais ela faz a sua propaganda, empregando os meios de comunicação de massa. Mostra que esta igreja é um sistema de comunicação que não teria sucesso se não fossem estes meios.

Propaganda, publicidade e religião:
A propaganda, incluindo publicidade e marketing, é uma conseqüência direta de um sistema de se articular a vida ao redor do mercado, utilizado por esta igreja em seu processo de expansão.

A propaganda religiosa: Entre a voz e a letra.
A maior parte da história da expansão da fé cristã se deu num mundo dominado pela cultura oral.

A Igreja Universal e a Mídia Impressa.
Primeiro vem a oralidade; depois passa-se à confecção de jornais e panfletos. Depois do púlpito, rádio e televisão, o jornal “Folha Universal” - um serviço a Deus, é o principal meio de comunicação usado.

Os Neopentecostais na TV:
A TV é um meio frio de comunicação porque oferece ao receptor imagens prontas. A mídia se tornou agressiva desde que Macedo comprou a Record, o que introduziu no Brasil uma estratégia pentecostal surgida nos Estados Unidos. Fez do tripé “exorcismo-cura-prosperidade” as suas vigas mestras. Ela consegue coordenar a propaganda com as atividades do templo, voltada às outras religiões e seitas.
Religião e Retórica: o Discurso da Igreja Universal.
Todo seu discurso religioso é articulado em contextos sociais específicos, relacionando-se com as transformações internas e externas da mesma. Tornou-se impossível falar em marketing e crescimento de organizações sem fazer referências aos atos retóricos.

As partes do discurso da Igreja Universal:
Sua retórica como forma de construção simbólica da realidade está presente na Record. O locutor tem o objetivo de se atingir a subjetividade do receptor; para ter o que dizer, o pastor faz uma coleta de exemplos tirados do cotidiano, conciliando-os retoricamente. A igreja é apresentada como a responsável pelo desencadeamento daquela ação e por ter criado condições para a transformação; o pastor combina bem o papel de sedutor, empregando palavras emocionantes e fortes. Sua retórica fala de um Deus que age e cuja ação acontece num templo da IURD, sob a eficiência de seus pastores.

Retórica e direcionamento da comunicação:
Na retórica usam-se palavras como se fossem armas de guerra, com tendência a empregar palavras em desuso. Uma das estratégias da IURD é transformar boatos em notícias positivas para a igreja. Existe um clima de guerra entre Globo e Record, o que afetou os pastores. A palavra é uma eficiente arma de ataque e defesa, criando-se slogans - eficiente instrumento divulgador de ideologias - para mobilizar massas. Para se destacar dos outros, elaborou um conjunto de signos visuais, com nome e desenho da marca. Em resumo, sua retórica alia poesia e razão, criatividade e controle.

A Teologia da Igreja Universal:
Sua teologia aborda o conjunto de expressões elaboradas por todos, atores. Os agentes procuram sistematizar e tornar, mais ou menos coerente a sua visão de mundo - um guia para a ação. Para Macedo, religião é algo diabólico e procura desvincular sua igreja, atrapalha a comunhão do homem com Deus; o cristianismo jamais foi religião, mas sim a vida com abundância16. Todas as formas e todos ramos da teologia são fúteis; nada acrescentam a fé. A teologia é uma acomodação da “teologia” pentecostal, a qual acomoda as demandas das massas por cura, liberdade e prosperidade material.

Corpo e Teologia:
A IURD usa o corpo e faz de suas reações o centro de uma liturgia ágil e viva, que pode deixar de ser morada do demônio sob o exorcismo.

Exorcismo e Libertação:
Acontece na IURD a amarração de demônios, sendo atividade constante. Deus e o diabo estão em luta constante por causa do homem. Por isso o exorcismo é ponto de partida para a vida cristã, o qual tem um efeito terapêutico É um espetáculo de fé; todos participam deste ato, com o pastor que é o herói pelo exemplo de sua vida. Para Macedo os demônios são espíritos revoltados contra Deus; procura ser um especialista nestes. Existe uma relação de possessão e doenças, demônios com poderes. A igreja deve oferecer um serviço espiritual. Neste culto-espetáculo o exorcismo e a cura provocam alívio nas pessoas abatidas.

Cura e Salvação:
Vivem os dons espirituais, cura de exorcismo. Adquire muitos adeptos decepcionados com a medicina oficial. Fundamenta seu ministério de cura numa vertente da tradição cristã: Javé, Deus que cura - Cristo taumaturgo, encarnação de Deus médico expressado no poder do Espírito Santo. Se como um ministério que prolonga a ação de Jesus. Para Macedo, a fé precisa ser despertada constantemente e tudo depende de um querer humano e de um se abrir-se ao sagrado. A evangelização só se completa quando há curas de enfermidades e expulsão de demônios.

Teologia e Prosperidade:
A “Teologia da prosperidade” é o termo técnico cunhado para descrever a “dogmática” da IURD. Esta nega o sofrimento que vem do diabo, ligado à New Age. A prosperidade é um direito de cada cristão fiel; Deus não se contenta com a pobreza de seus filhos. Basta exigir de Deus a realização dos desejos. Na oferta, Deus vê o valor que a pessoa traz, o que restou no bolso.

Organização e Religião: Dilemas Administrativos da IURD.
A IURD: de Movimento a Organização.
Teve seu início como movimento religioso, uma seita pentecostal. Sua transformação se deu em condições históricas e sociais. Sua pregação está no projeto terreno de vida e ligada às carências mundanas. É ideologia circunscrita às estruturas da sociedade.

A cultura organizacional:
Uma cultura tanto resulta de uma determinada forma de organização como também direciona essa organização para alvos e metas considerados ideais. A passagem de movimento para organização afeta muito de perto a cultura de um determinado grupo. A IURD possui uma cultura de guerra santa contra as outras religiões. Macedo é o modelo, um escolhido; representa uma liderança religiosa onde se misturam características carismáticas e burocráticas.

Liderança, dominação e conflito:
Nasceu da associação de um pequeno grupo de pessoas. Tendo o Espírito Santo como líder e o bispo Macedo como administrador, a IURD “leva Jesus a quem sofre”17. Isto denota uma centralização de poder. Seu quadro administrativo é composto por alguns profissionais que atuam nas empresas ligadas à igreja. Por isso, considera o mundo como um campo de batalha.

Recrutamento e funções do pastor:
O pastor iurdiano possui o status de homem de Deus; cala-se diante a morte, a qual é associada às forças demoníacas. Poucos deles nasceram na igreja; a maioria vem de várias experiências religiosas. Seu preparo é prático no próprio palco sob orientação de outro pastor, porque o público quer espetáculo. Não pode , em hipótese alguma, dar despesas à igreja.

Os desafios organizacionais de um crescimento mundial:
Atribui-se o crescimento às estratégias de sedução, propaganda e manipulação colocadas em prática. A Universal optou por um modelo episcopal de governo.

Questões que Desafiam o Futuro da IURD: Os dilemas da transição do local para o universal.
Na sua expansão, a igreja sofreu algumas dificuldades com outras seitas por os terem igualados aos demônios. Mas, por outro lado, é um verdadeiro sincretismo religioso. Na África a IURD está nos territórios em que surgiram algumas vertentes do candomblé e outros cultos brasileiros. Existem também ali os movimentos e seitas que proporcionam o enriquecimento de seus líderes pelas contribuições. Um fato que ajuda no crescimento da IURD na África é que há semelhanças de cosmovisões entre africanos e pentecostais. Portugal é onde a igreja mais cresce depois do Brasil, onde a igreja católica é considerada como a grande inimiga da nação portuguesa. A solução para os problemas das cidades norte-americanas passa pelo exorcismo. Há uma incapacidade de compreensão das peculiaridades culturais européias, norte-americanas e japonesas pelos pastores da IURD. A busca do Deus pregado pela IURD é considerada a única saída para o povo japonês.

As questões de gênero na IURD:
A presença da mulher é forte nesta igreja que é dirigida por homens. A mulher do pastor é mulher de Deus tendo por função auxiliar no desempenho ministerial dos pastores; mas sempre deve estar submissa, inferior, tendo grande experiência religiosa. Existe uma ênfase na família; as mulheres vivenciam com maior intensidade as contradições da sociedade e os seus efeitos sobre a família.

A Igreja Universal e os políticos de Cristo:
A Universal conseguiu impulsionar o seu projeto particular de fazer política de maneira “cristã”. Nas campanhas políticas a própria igreja tem seus candidatos, e os fiéis são induzidos a apoiá-los. Nas eleições para presidente em 1989 e 94, tiveram uma participação mais importante. Cria-se que Deus revelou a Macedo que Collor era o mais indicado, e este em sua campanha visitou vários templos. Lula era como a presença do demônio18. Faziam de seus templos um comitê para Collor. Para explicar o insucesso de Collor fora usado o velho truque da ação do demônio. Afinal, ela precisa de um grupo de pessoas de confiança para defender seus interesses nas várias instâncias políticas, ou os “políticos de Cristo”.
Em síntese, vemos que muitas das dificuldades enfrentadas pela IURD decorrem do fato de ela não estar preparada no aspecto administrativo ou de recursos humanos. A estratégia para explicar insucessos ou escândalos é arrumar sempre um inimigo, outras religiões.
Em vista do exposto, a IURD é a expressão religiosa de um mercado, que adota uma estrutura administrativa centralizadora. Resulta de um processo de recriação eletrônica. Tem uma intensa necessidade de conviver com os contrários; não é nada sem os seus adversários - guerra santa. Atende um público formado de pessoas egoístas - características da pós-modernidade.
1 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997, p.15.
2 - Id., p. 31.
3 - Id., p. 46.
4 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP., p. 53.
5 - Id., p. 62.
6 - Id., p. 67.
7 - Id., p. 72.
8 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. , p. 80.
9 - Id., p. 109.
10 - Id., p. 118.
11 - Id., p. 136.
12 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. p. 151.
13 - Id., p. 178.
14 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997, p.207.
15 - Id., p. 225.
16 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997, p. 328.
17 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997, p. 389.
18 - CAMPOS, Leonildo Silveira. Teatro, Templo e Mercado: Organização e Marketing de um Empreendimento Neopentecostal. Petróplis, São Paulo, São Bernardo do Campo: Vozes/Simpósio/UMESP. 1997, p. 462.
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