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08 dezembro 2011

KARL BARTH

  1. VIDA

Karl Bart nasceu na Basiléia em 10 de maio de 1886. Sua origem suíça é digna de nota: Durante o período nazista, se opôs radicalmente contra Adolfo Hitler, por ter feito isso Barth foi repatriado. Da sua cidade natal, Suíça, herdou varias convicções políticas e sociais: O apego com a democracia, uma tendência ao conservadorismo, a desconfiança em relação aos blocos políticos, uma propensão para a neutralidade (entre Rússia e Estados Unidos).

Filho de pais protestantes recebeu sua educação religiosa inicial na igreja reformada. Seu pai se chamava Fritz Barth, o qual era professor de Teologia, especialista no Novo Testamento, tanto que em 1889 foi convocado a ser catedrático de Novo Testamento e História da Igreja na Universidade de Berna na Suíça.

Seus estudos teológicos, iniciados em sua pátria em 1904, mais precisamente em Berna, foram prosseguidos na vizinha Alemanha, tendo passado nas universidades de Berlin, Marburg e Tubingen. Teve por professores Adolf Schlatter, Adolf Harnack, Wilhelm Herrmann e os “Neokantianos” Hermann Cohen e Paul Natorp. No ano de 1909 terminou o Bacharelado em Teologia.

CAPÍTULO II

PRINCIPAIS OBRAS DE KARL BARTH

Os escritos de Karl Barth podem ser divididos em quarto grupos principais que são: Obras exegéticas, históricas, dogmáticas e políticas.

A) Obras exegéticas: Der Römerbrief, 1922; Erklärung des Pbilipperbriefe (explicação da Epístola aos Filipenses), 1927. Pode-se incluir aqui entre os comentários e as pregações que têm por tema versículo da Sagrada Escritura.

Logo após a primeira guerra mundial (1919) foi publicado o comentário sobre a carta de Paulo aos Romanos de Barth. Nesta obra Barth enfatiza bastante a teologia contemporânea e a tradição que vinha formando desde Scheiermacher, que fundamentava o cristianismo na experiência humana e considerava a fé um elemento na vida de um homem. Ela também foi um protesto para as escolas que tinham transformado a teologia em ciência.[1]

Já em 1922 foi publicada a segunda edição, completamente revisada. Pode-se dizer que a partir daí começou a nova escola que mais tarde foi conhecida como escola dialética.

O homem que mais intimamente colaborou com Barth nesta escola foi Edouard Thurneysen (m. 1888, pastor na Suíça, e mais tarde professor em

CAPITULO III

O MÉTODO DA ANALOGIA DA FÉ

De início Karl Barth usava ou falava de quatro métodos de interpretação da escritura. 1o da filosofia, (podendo ser tanto quanto são as filosofias). 2o um método análogo ao da filosofia. 3o o método da dialética. 4o analogia da fé.

Rompendo com a teologia liberal Barth já começa a entender e interpretar as escrituras de uma forma diferente. Diferenciando entre o bem e o mal, o certo e o errado, o sim e o não, pecado e perdão. Barth considera que o equilíbrio entre os dois momentos se expressa através da analogia da fé. A partir desse momento Barth tem certeza em seu argumento. Pois diz ele que nós usamos as mesmas palavras, como por exemplo: olhos, boca, ser, espírito, etc, usamos elas tanto para criaturas como para Deus.

Karl Barth fala a respeito da analogia do ser – nós por nós mesmos, ou por nosso próprio entendimento não conseguimos entender a natureza de Deus como Senhor, Criador, Reconciliador e Redentor. Mas para isso é necessário que Deus se revele a nós. Podemos chegar ao conhecimento de Deus somente quando a Sua graça nos alcança, a nós e aos instrumentos do nosso pensar e falar, dotando-nos a nós e a eles, perdoando, salvado e protegendo a nós e a eles.

Barth conclui que a Palavra não pode ser conhecida pelo homem, mas apenas reconhecida, e isso na medida em que ela mesma se dá a conhecer e ouvir, nunca a mercê do sujeito “cognosente”,

CAPÍTULO IV

A PALAVRA DE DEUS

Para Barth assim como para Lutero e Calvino, a Palavra tem um significado mais amplo do que Sagrada Escritura. A Palavra de Deus é “todo o conjunto da auto manifestação divina”. Barth dá a Palavra de Deus uma densidade a tal ponto de fazê-la abranger também toda a dimensão ontológica da revelação.

Segundo Barth a auto manifestação de Deus, assume três formas: a revelação, a bíblia, e a pregação.

1. A revelação: é o acontecimento pelo qual Deus visitou o seu povo, tornou-se um de nós, escondendo sua glória em nossa miséria. Diz que isso acontece na revelação de Cristo.

2. A bíblia: é o atestado da revelação da Palavra ocorrida. Ela é o instrumento concreto mediante o qual a igreja pode recordar a revelação de Deus ocorrida e ser solicitada, autorizada e guiada para a espera da revelação futura.

3. A pregação: é o anuncio da revelação que é feito pela igreja. A igreja se subordina a Palavra de Deus, a sua revelação.

Como Deus, também a sua Palavra conserva tal infabilidade que nenhuma mente de teólogo jamais conseguirá sequer arranhar. E aqui Barth aplica a Deus uma série de atributos que a teologia clássica habitualmente reserva a Deus: simplicidade, invisibilidade, imaturidade, espiritualidade, transcendência.[2]

CAPÍTULO V

BARTH E O PONTO DE VISTA DE CRISTO

Muitas vezes a teologia Barthiana é chamada de Cristocêntrica.

Para Barth “Jesus Cristo é a única palavra de Deus que chama o homem, como homem, à vida, transferindo-o para o reino da vida e da liberdade diante de Deus e em Deus”.[3] A função primaria da Palavra de Deus é falar de Deus falando de Jesus Cristo como sua palavra criadora, redentora, e reveladora, isto é falando da humanidade de Deus.

Quanto a Criação e eleição do homem Barth diz: Cristo é protótipo pelo qual o homem foi modelado; Cristo é, ainda, o primeiro dos eleitos e predestinados, que tornou possível a nossa eleição e a nossa predestinação. Á no amor de Deus por Cristo, seu filho, que devia tornar-se homem e portador dos pecados dos homens, Deus amou o homem e, com o homem, todo mundo desde a eternidade, antes ainda de criá-los.[4]

A obra de Mondin também dá a entender de que a posição de Barth quanto morte e ressurreição foi mérito seu, como se Cristo estivesse ocupando-se da natureza divina no momento de sua ressurreição. Mas sabemos que Cristo possuía a natureza divina, mas não a ocupou, ocupando-se somente de sua natureza humana foi ressuscitado por Deus ao terceiro dia.

Na cristologia, Barth tende excessivamente reduzir a parte de humanidade na pessoa e na ação


[1] Hágglund, Bengt. História da Teologia. p 343.

[2] Mondin, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. p 38.

[3] Mondin, Batista. Os grandes teólogos do século vinte. p 41.

[4] Idem. p 42.

MATEUS 18, CREDOR INCOMPASSIVO

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Disciplina: Princípios de Interpretação Bíblica

Professor: Vilson Scholz

Aluno: Samuel Fuhrmann

Mt 18. 23-35: A Parábola do Credor Incompassivo

1. Segmentação

Para uma melhor compreensão do texto seria importante fazer uma leitura a partir do versículo 21, onde vemos o contexto em que a parábola foi contada. Pedro faz perguntas a Jesus a respeito do perdão (v. 21), então Jesus lhe dá a resposta e começa contar a parábola.

Cena I - versículos 21 e 22: Jesus conversando com Pedro;

Cena II – v. 23-27: O rei iria vender o servo para pagar a dívida, que este, não podia o pagar. Porém, o servo clamou por misericórdia, e o rei perdoou-lhe a dívida;

Cena III – v. 28-30: O servo recém perdoado pelo rei, lançou o seu conservo na prisão, pois este não tinha dinheiro para lhe pagar o que lhe devia;b

Cena IV - v. 31: Os outros empregados contam tudo para rei;

Cena V – v. 32-34: O rei fica indignado, pois aquele servo, que após ter sido perdoado, não perdoou um conservo que lhe devia.

Cena VI - v. 35: A conclusão das palavras de Jesus.

2. Textura

Jesus contou a Pedro e aos discípulos esta parábola para esclarecer o verdadeiro sentido do perdão.

Alguns aspectos que chamam a atenção: O servo perdoado pelo rei, não agradece e nem se oferece para outra forma de pagamento da dívida (v.27); A crueldade do servo para com o seu conservo (v. 28,30);

Alguns pontos que apresentam certo exagero: A quantia do débito (10 mil talentos, v.24) do servo para com o rei é deliberadamente vista como um exagero, em comparação com a segunda dívida mencionada (100 denários, v.28); Quando Jesus responde a Pedro sobre quantas vezes se deve perdoar, ele afirma que se deve perdoar setenta vezes sete, para mostrar que sempre devemos perdoar.

3. Por que Parábola?

Porque o texto apresenta os seguintes aspectos:

Economia de personagens: no máximo três (cena V); Aparecem pontos de comparação; Personagens secundários aparecem apenas por necessidade (v.31); O mais importante está no fim (v.35); O relato é comparado com o Reino de Deus.

4) Contexto Literário

Quando Jesus contou a presente parábola, ele estava na cidade de cafarnaum falando aos discípulos. Após contar a parábola da ovelha perdida (Mt 18.10), Jesus falou sobre a maneia como se devia tratar um irmão culpado (Mt 18.15-17). Depois, no versículo 21, Pedro pergunta a Jesus sobre quantas vezes se deve perdoar um irmão que peca contra nós. E então, Jesus passa a ensinar sobre o Reino de Deus através da parábola do Credor Incompassivo, que trata do perdão.

5) contexto Cultural e Histórico

Para o ensino judaico, era suficiente perdoar alguém por três vezes, por isso, a pergunta de Pedro.

Os servos da parábola eram oficias de alta posição a serviço do imperador, os quais muitas vezes tomavam altas quantias emprestadas do tesouro imperial.

6) Intertextualidade

Nos 28-30 vamos a maneira que o servo do rei agiu com o seu conservo. Com esta passagem é importante mencionar o texto de Mt 7.1: “Não julgueis para que não sejais julgados” (ARA).

Dos versículos 32-35 vemos que o servo que havia sido perdoado pelo rei não perdoou o seu conservo, e por isso o rei mandou prende-lo. Assim Deus fará se não perdoarmos os nossos irmãos (v.35). Da mesma forma Jesus nos fala em Mt 7.2: “Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros [...]” (NTLH).

7) Ponto (s) de Comparação

O ponto de comparação podemos encontrar nos versículos 32-35: Assim como o rei infligiu o castigo ao servo, Assim também Deus cancela o seu perdão àqueles que não perdoam seus semelhantes.

5) Lei e Evangelho

Lei: Ocorre quando o rei demonstra sua indignação contra aquele servo e lhe “entregou aos verdugos até que lhe pagasse a dívida” (v.32-34); a Lei também aparece no versículo 35, quando aparece o ponto de comparação com o reino de Deus.

Evangelho: Pode ser observado no início da parábola, quando o rei “compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou a dívida” (v.27)

De uma maneira geral, a parábola nos mostra que Deus tem compaixão de nós, e que devemos pedir perdão a Deus e confiarmos na sua Graça. Porém, também vemos nesta parábola a ira de um Deus justo.

MATEUS 18.23-35

clip_image003UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Disciplina: Princípios de Interpretação Bíblica

Professor: Vilson Scholz

Acadêmico: Eleandro Gretschmann

Data: 06-06-05

TRABALHO EXEGETICO DE PIB

Mt 18. 23-35

  1. Segmentação:

Cena 1 - O rei leva um de seus servos ao julgamento. Este servo suplica para que o rei tenha misericórdia e paciência que ele iria lhe pagar, porem o rei vais e lhe perdoa toda sua divida.

Cena 2 – Este servo, porém, ao encontrar seu próximo, não lhe perdoou de sua pequena divida e o lança na prisão para que o mesmo pague sua divida.

Cena 3 – O rei que antes o perdoara de sua dívida, agora o encarrega de pagar sua divida, indo ele a trabalhar para os verdugos.

  1. Textura:

No determinado texto notamos o elemento que atua como base para uma explicação moral e religiosa de Jesus, o dinheiro, podemos destacar que se tratava de uma divida em talentos. O primeiro sevo devia grande quantidade de dinheiro para o rei, cerca de dez mil talentos, que após a suplica do servo o rei veio a lhe perdoar. No entanto este servo que foi perdoado de sua divida, encontrando um próximo que lhe devia apenas cem talentos, lançou-o na prisão a fim de que este viesse a pagar.

  1. Porque parábola?

Porque com essa “parábola”, Jesus quer comparar, da forma como agiu o rei, para com seu servo, assim agirá o nosso pai do céu com relação a nós. Se cairmos em consentimento e lhe suplicarmos que perdoes a nossa divida, mesmo sendo ela imensa ele será fiel, a sua promessa, e nos perdoará. Porém se nós, agirmos de forma a não perdoar a divida do nosso irmão em suas pequenas dividas (aqui não se trata unicamente dinheiro). Deus também não irá nos perdoar, mas fará com que nós pagamos os nossos erros, na condenação eterna. Trata-se aqui de uma parábola no seu sentido estrito.

  1. Contexto literário (moldura):

Jesus aplica esta parábola quando Pedro o interroga da seguinte forma, “quantas vezes se deve perdoar a um irmão?” e Jesus lhe responde: “Setenta vezes sete”, ou seja, sempre, e para a melhor compreensão da sua resposta, Jesus lhe expõe esta parábola.

  1. Contexto histórico e cultural?

A parábola nos conta que se tratava de uma divida, a qual devia ser paga em talentos, na época um talento correspondia ao valor pago por um dia de trabalho. Podemos notar então, quão ingrato foi aquele servo, pois ao lhe perdoar da divida, o rei não o obrigou a trabalhar cerca de dez mil dias de serviço para que este quitasse sua divida, porém o mesmo ao encontrar seu irmão que lhe devia apenas cem talentos, fez com que este pagasse pondo-o no trabalho. Consequentemente o rei o enviou para os verdugos, estes que aplicavam dura cervis para que o próximo pagasse sua divida.

  1. Intertextualidade:

O texto não faz menção com algum texto do antigo testamento, porém da continuidade ao tema do perdão, abordado em Mt 18.21-22.

  1. Pontos de comparação:

Na parábola, Jesus compara o rei como sendo Deus, em seu juízo. Os servos sendo nós, e a divida são nossos pecados, que conforme nós agirmos para com nosso próximo da mesma forma Deus agirá conosco.

  1. Lei e Evangelho:

Notamos que o que prevaleceu nesta parábola é a lei, pois conforme vimos, da mesma forma que o sevo não veio a perdoar o seu irmão assim o rei também veio a não perdoa-lo, porém a boa noticia que temos, que é anunciado através do evangelho, é o perdão, que primeiramente o rei teve com seu servo, assim da mesma forma Deus irá ter para conosco.