UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASILDisciplina: Princípios de Interpretação Bíblica Professor: Vilson Scholz Aluno: Samuel Fuhrmann |
Mt 18. 23-35: A Parábola do Credor Incompassivo
1. Segmentação
Para uma melhor compreensão do texto seria importante fazer uma leitura a partir do versículo 21, onde vemos o contexto em que a parábola foi contada. Pedro faz perguntas a Jesus a respeito do perdão (v. 21), então Jesus lhe dá a resposta e começa contar a parábola.
Cena I - versículos 21 e 22: Jesus conversando com Pedro;
Cena II – v. 23-27: O rei iria vender o servo para pagar a dívida, que este, não podia o pagar. Porém, o servo clamou por misericórdia, e o rei perdoou-lhe a dívida;
Cena III – v. 28-30: O servo recém perdoado pelo rei, lançou o seu conservo na prisão, pois este não tinha dinheiro para lhe pagar o que lhe devia;b
Cena IV - v. 31: Os outros empregados contam tudo para rei;
Cena V – v. 32-34: O rei fica indignado, pois aquele servo, que após ter sido perdoado, não perdoou um conservo que lhe devia.
Cena VI - v. 35: A conclusão das palavras de Jesus.
2. Textura
Jesus contou a Pedro e aos discípulos esta parábola para esclarecer o verdadeiro sentido do perdão.
Alguns aspectos que chamam a atenção: O servo perdoado pelo rei, não agradece e nem se oferece para outra forma de pagamento da dívida (v.27); A crueldade do servo para com o seu conservo (v. 28,30);
Alguns pontos que apresentam certo exagero: A quantia do débito (10 mil talentos, v.24) do servo para com o rei é deliberadamente vista como um exagero, em comparação com a segunda dívida mencionada (100 denários, v.28); Quando Jesus responde a Pedro sobre quantas vezes se deve perdoar, ele afirma que se deve perdoar setenta vezes sete, para mostrar que sempre devemos perdoar.
3. Por que Parábola?
Porque o texto apresenta os seguintes aspectos:
Economia de personagens: no máximo três (cena V); Aparecem pontos de comparação; Personagens secundários aparecem apenas por necessidade (v.31); O mais importante está no fim (v.35); O relato é comparado com o Reino de Deus.
4) Contexto Literário
Quando Jesus contou a presente parábola, ele estava na cidade de cafarnaum falando aos discípulos. Após contar a parábola da ovelha perdida (Mt 18.10), Jesus falou sobre a maneia como se devia tratar um irmão culpado (Mt 18.15-17). Depois, no versículo 21, Pedro pergunta a Jesus sobre quantas vezes se deve perdoar um irmão que peca contra nós. E então, Jesus passa a ensinar sobre o Reino de Deus através da parábola do Credor Incompassivo, que trata do perdão.
5) contexto Cultural e Histórico
Para o ensino judaico, era suficiente perdoar alguém por três vezes, por isso, a pergunta de Pedro.
Os servos da parábola eram oficias de alta posição a serviço do imperador, os quais muitas vezes tomavam altas quantias emprestadas do tesouro imperial.
6) Intertextualidade
Nos 28-30 vamos a maneira que o servo do rei agiu com o seu conservo. Com esta passagem é importante mencionar o texto de Mt 7.1: “Não julgueis para que não sejais julgados” (ARA).
Dos versículos 32-35 vemos que o servo que havia sido perdoado pelo rei não perdoou o seu conservo, e por isso o rei mandou prende-lo. Assim Deus fará se não perdoarmos os nossos irmãos (v.35). Da mesma forma Jesus nos fala em Mt 7.2: “Porque Deus julgará vocês do mesmo modo que vocês julgarem os outros [...]” (NTLH).
7) Ponto (s) de Comparação
O ponto de comparação podemos encontrar nos versículos 32-35: Assim como o rei infligiu o castigo ao servo, Assim também Deus cancela o seu perdão àqueles que não perdoam seus semelhantes.
5) Lei e Evangelho
Lei: Ocorre quando o rei demonstra sua indignação contra aquele servo e lhe “entregou aos verdugos até que lhe pagasse a dívida” (v.32-34); a Lei também aparece no versículo 35, quando aparece o ponto de comparação com o reino de Deus.
Evangelho: Pode ser observado no início da parábola, quando o rei “compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou a dívida” (v.27)
De uma maneira geral, a parábola nos mostra que Deus tem compaixão de nós, e que devemos pedir perdão a Deus e confiarmos na sua Graça. Porém, também vemos nesta parábola a ira de um Deus justo.
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