Pesquisar este blog

08 dezembro 2011

PSICOLOGIA ESCOLAR

Objetivos da Psicologia Escolar

A psicologia escolar concentra seu interesse pelo modo como a escola afeta as crianças e a interação dos alunos na área escolar, dentro deste âmbito busca-se também compreender a relação dos alunos com os professores, funcionários e colegas. Em resumo a psicologia escolar difere das outras especialidades psicológicas, pois aplica os conhecimentos, recursos e técnicas psicológicas aos problemas apresentados pela escola como um lugar total, onde pessoas vivem e trabalham.

Principio da Psicologia Escolar

Nessa área da psicologia, parte se do principio de que a escola é uma fonte de relações. Contudo a psicologia escolar não é ciência normativa, não cabendo a ela ditar normas nem finalidades da escola, pois se assim fosse, a chamaríamos de Filosofia escolar e não de psicologia escolar.

Assim a psicologia escolar busca visar o estudo e adaptação do aluno a escola, da escola ao aluno, dos professores ao programas, ex:

Não temos como evitar que os computadores, e tantas outras tecnologias invadam as salas de aulas, porém para que este fator não seja interpretado como uma mecanização da educação, na tentativa de suprimir o elemento humano, ou como sendo necessário tornar a educação mecânica, é preciso que haja uma intervenção da psicologia na reformulação dos programas escolares no sentido de desenvolver mais aptidões e potencialidades de todo o corpo escolar.

Desta forma o progresso educacional estará na dependência do tratamento das aptidões e dos comportamentos básicos, sendo que um dos pontos vitais consistira em levar o aluno, gradativamente, a novos padrões de respostas.

A competência do trabalho psicológico nas escolas é determinada pela aprendizagem conseguida, através do controle de certa margem de erro ou de tolerância no rendimento previsto, ou seja, é necessário criar critérios de avaliação que irão variar no progresso para o domínio total. Tendo em vista os seguintes pontos:

clip_image001 Desta forma, há uma tendência de estender um processo educacional a todos, ou seja, favorecer o processo educacional desenvolvendo também os setores para-escolares assim o processo educativo não se torna uma relação única de informação do professor ao aluno.

É importante lembrar que para a psicologia, educar um individuo pressupõe transforma-lo, ajuda-lo a desenvolver suas potencialidades, tentando descobrir outras. E para isso é preciso levar em conta o fator genético, ambiental e a interação entre os dois elementos que a educação passará a modificar.

Por isso, estudar a relação educativa que pressuponha da parte do educador uma aceitação consciente das exigências e limites de suas relações com os alunos tende a tornar a psicologia escolar cada vez mais cientifica e menos improvisada.

Como Atua a Psicologia Escolar?

Cabe ao psicólogo escolar observar os alunos, professores, pais e demais integrantes da escola para melhorar as relações entre membros escolares. Intervindo em diversas situações como:

a) Avaliar comportamento e dificuldades de aprendizagem ou relacionamento do aluno.

b) Orientar a família e os professores.

c) Qualificar o professor através de cursos para formar profissionais que compreendam sua importância junto à atuação com os alunos

d) Participar de reuniões escolares colaborando na discussão de temas importantes para o crescimento de todos que estejam ligados a alguma instituição.

e) Atender os alunos que necessitam de atenção especial.

f) Orientar os estudantes no momento da escolha profissional.

Enfim, podemos dizer que escola é uma instituição que forma um povo. Os profissionais que atuam nela são os operários, construtores de cidadãos.

Onde Fica a Psicologia Escolar Nisso?

Ela é um dos operários que poderá facilitar a realização da construção de uma sociedade mais saudável, mais consciente, e melhor preparada para a vida. Seu papel é bem maior do que ensinar português, geografia ou matemática... Mas ensinar os educando a se tornarem capazes de viverem com outras pessoas e obterem responsabilidade na construção de suas vidas. Lourenço Filho, no artigo publicado pela Fundação Getulio Vargas através do centro de estudos de Testes e pesquisas psicológicas do ISOP << Três ensaios sobre avaliação educacional >> (1968), afirma:

Ensinar é ação intencional Graduada e sistemática de educar, ou seja, de influir na formação, desenvolvimento e ajustamento de pessoas, com vista a fins determinados. Tanto mais claros eles sejam, mais exata será a previsão das atividades, a seleção de recursos, a sua adequação aos casos particulares, a especificação de tarefas a avaliação final do que seja produzido. Em conseqüência, a organização das instituições de ensino, planos de cursos, preparação dos mestres, adoção de métodos, tudo há que defluir dos objetivos fixados.

A psicologia escolar como ciência aplicada aos comportamentos escolar de uma forma geral, preocupa-se em ajudar a melhorar as relações dinâmicas do ambiente escolar e ocupa-se da descrição e do estudo dos fatos e fenômenos que ocorre no ambiente escolar.

IGREJA DE TESSALÔNICA

Introdução

O presente trabalho cumpre uma das exigências da disciplina de Introdução ao Novo Testamento, ministrado pelo professor Clóvis Jair Prunzel, na Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, Campus Canoas-RS. Cursada durante o primeiro semestre de 2005.

O referido trabalho procura fornecer uma breve apresentação do objetivo que levou o apostolo Paulo a escrever a primeira carta aos Tessalonicenses, fornecer alguns dados quanto à localização e história da igreja em Tessalônica, assim como apresentar uma breve sinopse do texto.

Para servir de base depurei uma serie ampla de livros, mas eu acredito que muitas coisas ainda podem ser acrescentadas.

O trabalho foi dividido em dois capítulos. O primeiro capítulo faz um breve resumo do aspecto histórico da igreja de Tessalônica e o segundo capítulo faz menção mais especificamente aos problemas surgidos após sua breve estadia em Tessalônica, assim como a eventual solução proposta pelo apóstolo.

O principal enfoque desse trabalho será em torno da objetividade da carta que não só serviu para os cidadãos da época como ainda serve, para nós cristãos como exemplo de dedicação, fé e esperança.

1. Aspecto histórico da igreja de Tessalônica

A primeira carta aos tessalonicenses, não a primeira da suas epistolas, pois a primeira foi aos Gálatas, Paulo endereça a uma pequena comunidade de Tessalônica, hoje atual tessaloniki ou Saloniki. No princípio Saloniki chamava-se Terme, pelo fato de se situar nas proximidades das fontes térmicas, porém, seu nome passou a se chamar Tessalônica após Cassandro, um servidor de Alexandre Magno, ter reconstruído a cidade e posto nela o nome de sua esposa. Isso se deu por volta do ano de 300 a.C.

Saloniki obteve do imperador Augusto os privilégios de “cidade livre”, consequentemente possuía administração e tribunais próprios. Era capital da província romana da Macedônia (Grécia do norte), Situava-se próximo ao mar Egeu, numa planície rica e bem irrigada, possuía também um excelente porto natural. Localizava-se na via Ignácia uma grande estrada militar romana que ia desde a costa balcânica ocidental até a atual Istambul, por esse fato a cidade além de ser um importante centro administrativo, era também um importante centro comercial e de comunicação.

Da cidade podia se avistar o monte Olimpo, habitação dos deuses gregos, tessaloniki é hoje uma cidade moderna e próspera, a segunda depois da Grécia, centro do governo da Grécia do norte.

1.1. Fundação da igreja em Tessalônica;

Relatos encontrados em Atos, dizem que a evangelização de Tessalônica se deu durante a sua segunda e grande viagem missionária. Após o apostolo Paulo ter convertido uma negociante de púrpura e exorcizado uma jovem escrava, em Filipos, foi espancado publicamente e preso, mas as autoridades romanas ao saberem que Paulo e Silas eram cidadãos romanos, temeram[4] e se desculparam, porém incitarem para que os mesmos deixassem à cidade. (cf. At. 16. 11-40).

Viajando 150 km em direção ao sudoeste, Paulo, Timóteo e Silas chegaram a Tessalônica, fato que ocorreu pelos anos 50/51. Como relata Lucas, era costume de Pulo dirigir-se a mais próxima sinagoga de judeus, assim ele fez, passando a pregar na Sinagoga dos judeus durante três sábados, (cf At. 17, 2).

Tem-se, no entanto bibliografias que dizem que Paulo ficou mais que três semanas em Tessalônica, argumentam, por exemplo, que Filipos, dos quais recebiam ajuda financeira, ficava a 160 km de distância e que de lá receberam duas vezes ajuda financeira, pensa-se então que em três semanas não teria tempo suficiente para assim receberem a ajuda. Além do mais, como nos relata a apóstolo em 1 Ts 2.9, os missionários tinham que trabalhar para assim ganharem seu próprio sustento, porém estas idéias esbarram sempre em argumentos contra, os quais levam mais credibilidade.

O fato é que Paulo prega na sinagoga, descrevendo que Jesus faz parte do plano de Deus, tendo como auxilio para isso, a Torá dos judeus. Que Jesus de fato era o Ungido, o Messias prometido nas Escrituras, a partir daí, em meados dos anos 50 d.C. nasce mais uma igreja de Cristo, esta que acabou sendo a segunda maior igreja do continente europeu.

Mas nem tudo é maravilha, os perseguidores que tinham atuado em Filipos, agora também estavam causando alvoroço naquela cidade. Pelo fato de Tessalônica ser uma cidade de muitos habitantes de origem Judéia, e a comunidade de Paulo consistir basicamente por gentios, que anteriormente cultuavam ídolos, mas que agora estavam seguindo a fé em Jesus Cristo, despertou inveja e ciúme por parte dos judeus não-cristãos, os quais se lançaram numa severa perseguição a Paulo e a seus colaboradores. Formaram-se então motins, para fins de forçar a saída de Paulo e de seus colaboradores daquela cidade.

As principais acusações feitas pelos judeus incrédulos denunciavam Paulo como sendo ele um charlatão, enganador, culpando-o, assim como a seus colaboradores, de terem virado o mundo de cabeça para baixo. Essa acusação tinha por base a lei da época, para os lideres judeus, chamar Jesus de “Senhor” era subestimar, ou seja, entregar o titulo que de outra forma era aplicado ao imperador, para Jesus.

Todos estes procedem contra os decretos de César, dizendo que há outro rei, Jesus. [5]

Furiosos, pelo fato de Paulo ter “persuadido” um número crescente de pessoas inclusive de judeus, e concisos que estariam agindo para o bem geral da comunidade de Tessalônica, sem mencionar que tal decisão teve influencia dos judeus não cristãos, as autoridades romanas decidem de qualquer forma encontrar Paulo, o causador de “tumultos”, para fins de expulsá-lo da cidade. Porem não o tendo encontrado prenderam seu anfitrião, Jasom, para que este fosse responder diante das autoridades pelos “tumultos”, que Paulo teria cometido.

Receando o pior, Paulo e Silas deixam a cidade as escuras rumo a Beréia, situada a uns 100 km ao sudeste. Logo que as autoridades judaicas de Tessalônica ficaram sabendo, foram também para lá e excitaram as multidões e expulsaram de igual modo Paulo e seus colaboradores.

1.2 Autoria e data da escrita de 1 Tessalonicenses

Quanto à autoria não fica duvidas da legitimidade de ter sido o apostolo Paulo quem a escreveu. Como relatado, não podendo ir Paulo para Tessalônica devido aos seus perseguidores, envia Timóteo, ao retornar, Timóteo lhe expõe a realidade da comunidade, decide, portanto a escrever uma carta para fins de melhor explicar o conteúdo de seu evangelho, também para tirar algumas duvidas que haviam surgido.

Já mencionado acima, Tessalonicenses foi um dos primeiros escritos de Paulo e do novo testamento, foi escrito pelos anos 50 e 51 a.C. em Corinto, porém tem quem não acredite que esta foi à data da escrita. Contudo temos enumeras considerações que comprovam que Paulo escreveu esta carta nestes anos.

O caráter da leitura, por sinal muito vívido, é um sinal da juvenil idade da igreja, é um escrito com bastantes ênfases no que esta sendo dito têm-se certos cuidados com as expressões para que aja a correta decodificação da mensagem.

Outra forte tendência de que a carta foi escrita na década de 50, diz respeito à parusia que inicialmente, como nos relata Paulo na carta aos tessalonicenses, achava que ocorreria brevemente, em sua vida, ponto que não notamos nos demais escritos de Paulo. Além da carta possuir muitas referencias da visita inicial dos missionários.

2. CONTEUDO DA CARTA A TESSALONICENSES

Sabemos perfeitamente o que influenciou o apóstolo a escrever a carta para a igreja em Tessalônica. Após um breve período de evangelização naquela cidade Paulo, Silas e Timóteo tiveram que fugir por causa das perseguições às quais estavam sendo submetidos. Fugiram assim para a cidade de Beréia, Ali permanecerem Silas e Timóteo, porém Paulo foi para Atenas chegando enfim até a cidade de Corinto, onde ficou aguardando Timóteo e Silas que permanecerem em Beréia, mais tarde Paulo pediu para Timóteo e Silas virem até Corinto.

Chegando a Corinto, Paulo pede para Timóteo retornar á Tessalônica. Primeiramente para instruí-lo quanto ao que se passava com aqueles que tentavam a todo custo abafar sua pregação, também para instruir mais profundamente a comunidade na verdadeira fé, também para fortalecê-los, pois pelo fato de estarem sob perseguições poderiam facilmente cair na fé, além de, manter Paulo informado quanto ao crescimento espiritual dos mesmos.

De acordo com a própria carta nos expõe, Timóteo traz noticias boas. O comportamento do povo por ele observado seguia a rigor, mas nem em toda a parte o evangelho foi aceito da mesma forma, em muitos lugares continuava ocorrendo furtos e fraudes, além de perseguições da parte de alguns judeus, agora aos cristãos da comunidade, deixando um sentimento de ansiedade no apóstolo, que temia que os cristãos se desviassem de Cristo.

Devido a superficial anunciação do evangelho que ocorreu, como já vimos antes, em um curto período de tempo, ficaram algumas dúvidas, mais referentes à “parousia”, à segunda vinda de Cristo. O que aconteceria com aqueles que já foram (morreram)? Teriam eles a chance de serem herdeiros da vida eterna, pois já não estariam vivos quando Jesus retornaria? Dúvidas estas que surgiram após a estadia de Paulo naquela cidade, e ao ocorrer ali alguns falecimentos.

Pelo fato de Paulo no momento não poder retornar, ele decide por então enviar uma carta, consolando-os e fortalecendo-os para que permaneçam na mesma fé, expondo e explicando algumas dúvidas que surgiram e subseqüentemente tirando-as. Surge aí uma serie de questões que Paulo discutiu no decorrer de sua carta, em síntese podemos destacar alguns. Sobre a parousia, que sem duvida é o tema central da carta, qual seria o destino dos mortos, além de tratar alguns assuntos de utilidade moral como, por exemplo, corrigir abusos, como a prostituição e a falta de honradez, como a outras, as quais iremos discutir mais adiante em nosso trabalho.

2.1. Expressar sua alegria e gratidão

Diante das noticias apresentadas por Timóteo, Paulo nos apresenta já com as ações de graças sua satisfação. Não é estranho que Paulo tenha dado graças, primeiramente a Deus, pois uma comunidade principiante soube conservar, mesmo sob perseguição e privado desde o início de seu mestre, a pura doutrina ensinada, mesmo que superficial, mas o evangelho no seu mais puro vigor, agradecimento pela resistência dos Tessalônicos, pela fé, esperança e caridade.

Além das ações de graça, Paulo elogia a sua pequena comunidade, como sendo exemplo entre toda a província de Acaia, e de toda a Grécia, por sua receptividade espiritual, pelo abandono a idolatria e por sua esperança espiritual.

De sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia. Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma[6];

Esse elogio que Paulo fez a sua recém fundada comunidade tem seu valor, por ser considerados modelos, quer dizer que a comunidade possuía grande responsabilidade, de ter que “ser” a impressão de Cristo. Paulo tem também um objetivo com esse elogio, não o principal, porém ele visa com estas palavras que a sua comunidade se fortaleça na sua missão, de desenvolver e anunciar, através da vivencia do evangelho, o que lhes foi anunciado.

2.2. Defesa de Paulo, combatendo os “ensinadores pré-gnosticistas”.

Com a autoridade de apóstolo de Cristo, Paulo enfrenta com audácia e prega o evangelho, como o trecho a seguir nos mostra;

Que significa para mim, Paulo, anunciar a Boa-nova? Antes de tudo, exige audácia, ou seja, essa valentia unida à liberdade para não calar uma verdade que não me pertence, pois vem de Deus, e, portanto devo anunciá-la goste ou não. Anunciá-la com franqueza, sem meias tintas, com a força dada pela convicção e pelo Espírito.[7]

Com esta franqueza ele ensina e logo após ter recebido as Boas-novas de Timóteo, ele escreve para sua recém fundada comunidade combatendo os “pré-gnósticos[8]”, estes que ensinavam coisas adversas a da proposta pelo evangelista, deixando varias dúvidas a população.

Uma das dúvidas que aparecerem sob a influencia dos “pré-gnósticos” foi, primeiramente quanto à autenticidade da pregação dos apóstolos, os judeus estavam fazendo uma campanha de desprestígio. Paulo escreve grande parte de sua carta se defendendo,recorda aos cristãos de quando ele estava com eles, que ele e seus colaboradores chegaram, com o único propósito de anunciar o Evangelho, não para enganarem. Paulo em seu discurso, não se auto-glorifica, mas se apresenta, assim como a seus companheiros, simplesmente como homens de coragem, de pureza moral, de franqueza na linguagem e de humildade, e que estavam dispostos a sofrerem tribulações para que assim fosse pregado o Evangelho de Cristo.

Mais ainda a cerca da ressurreição, idéia esta não aceita pelos gnósticos, Paulo escreve esta carta para que sua comunidade seja alertada quanto ao falso evangelho pregado por estes, estimulando os recém convertidos que permaneçam com fé na verdadeira crença ensinada pelo apóstolo.

2.3 Encorajar os crentes em tempos de tribulação

Nesta árdua tarefa, Paulo tenta ser bem enfático quanto à vinda do Senhor, ponto este que é tópico principal de sua epistola, por isso instrui aos Tessalônicos quanto a estarem sempre vigilantes e preparados, como vemos no trecho de Ts 5.1-11.

Influenciados também com a idéia de Jesus em breve retornaria, idéia esta que até o apostolo Paulo achou que se daria enquanto estaria vivo, mas que mais tarde ele pode perceber que o tempo de Deus é diferente do tempo humano, acarretou no desleixo de alguns, se não dizer de todos, pois se o Senhor viria brevemente, o porquê do trabalhar. Paulo, porém lhes adverte recomendando de que apenas se diz que será repentina, como já vimos acima, porém o dia e hora ninguém sabe como nos coloca o evangelista Marcos;

Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos no céu, nem o Filho, senão o Pai[9].

Paulo se posiciona bem a esta questão, expondo claramente sua pregação e que ele os coloca em favor de todo o povo de Tessalônica que tem carência ou dúvidas quanto a esse tema e os apresenta em tom de advertência;

E a diligenciardes por viver tranqüilamente, cuidar do que é vosso e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar[10].

2.4. Esclarecer a situação daqueles que morreram antes da vinda de Cristo

Nos meses que se passaram, algumas pessoas vieram a falecer, desencadeando uma serie de duvidas, do tipo, seria possível para aqueles que morreram serem possuidores da vida eterna? Esta dúvida Paulo certamente achou que haveria, pois como bons gregos não podiam entender esse negocio de ressurreição, tanto que é um assunto que deveremos levar em conta nos incita a permanecermos na fé, pois de maneira alguma podemos entender racionalmente.

O ensino escatológico de Paulo era necessário porque seus oponentes tinham levado a igreja a duvidar que os mortos ressuscitariam, e também por que seus oponentes tinham total falta de expectativa futura[11].

De modo que Paulo escreve acalmando, os atormentados na idéia de que quem já morreu não adquiriria a vida eterna, e lhes explica. Estes que vierem a falecer serão os primeiros a ressuscitarem quando Cristo vier após estes seremos nós, os vivos, que serão arrebatados para junto dele, e gozarão vivos e mortos da presença do Senhor.

CONCLUSÃO

O presente trabalho apresentou um breve comentário sobre a objetividade da primeira carta aos Tessalonicenses, assim como os primeiros passos daqueles que vierem a ser os fundadores de inúmeras igrejas. No capítulo um, além de apresentar um pouco da historia de Tessalônica, apresentamos uma breve descrição do meio geográfico e político em que se encontrava Tessalônica. Mencionamos também sobre possíveis datas de escrita e quanto a quem seria atribuído o titulo de autor da carta.

No capítulo dois seguimos mais estritamente a carta, com seu conteúdo e para que fins ela veio a ser escrita. Descrevemos os principais objetivos a fim de que Paulo veio a escrever, subentendido no texto está que Paulo enviou esta carta para combater os maus ensinadores “pré-gnosticistas”, também esclarecendo eventuais duvidas que ocorreram com a má leitura e interpretação das passagens bíblicas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada, 2ª edição revista e atualizada 1988.

2. ALEXANDER, David, Pat. Manual Bíblico Ilustrado, 1 y 2 Tesalonicenses, Editora Caribe, Miami, Flórida, EE.UU. 1976.

3 BENETI, Santos. São Paulo Vida e Mensagem, Edições Paulinas, São Paulo - SP, 1981.

4 HALLEY, Henry H. Manual Bíblico, Edições Vida Nova, São Paulo - SP. 1971

5 MARSCHAL, I. Howard. I e II Tessalonicenses, introdução e comentário, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, São Paulo – SP. 1983.

6 SHÜRMANN, Heinz. A 1ª Epístola aos Tessalonicenses, Editora Vozes, Petrópolis – RJ. 1969.


[4] Temeram – quando as autoridades descobriram que Paulo era cidadão romano, temerem se complicar, pois estavam transgredindo uma das leis romanas da Época, e o não cumprimento de tais leis traziam serias complicações.

[5] ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de estudo Almeida, At 17. 7. Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri – SP, 1999.

[6]ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, 1 Ts. 1 7-8. Barueri – SP, 1999

[7] BENETI, Santos, São Paulo Vida e Mensagem, Edições Paulinas, São Paulo, 1981.

[8] Pré-gnósticos, porque estes contrariavam a idéia de ressurreição. Na verdade os Gnósticos surgiram no segundo século, e os fatos aqui se passam no primeiro século, mas pelo fato de ambos terem a mesma idéia sobre o tema da ressurreição, chamaremos aqui de pré-gnósticos.

[9] ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, Mt 24. 36. Barueri – SP, 1999.

[10] ALMEIDA, João Ferreira de, Bíblia de estudo Almeida, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri – SP, 1999.

[11] MARSCHAL, I. Howard. I e II Tessalonicenses, introdução e comentário, Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, São Paulo – SP. 1983

A PARÁBOLA DA VINHA

clip_image002

UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL

Disciplina: Princípios de Interpretação Bíblica

Trabalho: Exegese: Is 5.1-7 / Mt.21.33-43.

Professor: Vilson Scholz

Aluno: Samuel Fuhrmann

ISAÍAS 5. 1- 7 : A PARÁBOLA DA VINHA

Contexto histórico em que foi escrito o livro de Isaías:

O livro de Isaias foi escrito por volta do ano 700 a.C, em um período de muitos conflitos. A maioria dos reis israelitas não tiveram fé o bastante para confiar a Deus o que iria acontecer com o futuro da nação, com isso, se aliaram com os poderosos países vizinhos, o que causou a sua ruína. Isaías condenava essas alianças com as nações estrangeiras.

De maneira geral, o povo havia se apostatado de Deus, com isso, Isaías conde- na com dureza a infidelidade e os pecados de seu povo.

Título:

O texto de Isaías 5. 1-7 tem como título, “A Parábola da Vinha” na Bíblia de Estudos Almeida, mas também aparece como, “A plantação de uvas do Senhor”, na Bíblia NTLH, ambas da tradução Almeida. Porém, aparece com títulos diferentes em outras traduções: Na Bíblia NOVA VERSÃO INTERNACIONAL o título é, “A canção da vinha”; A bíblia TEB, aparece como, “O bem-amado e sua Vinha”.

Do texto:

Isaías quer chamar a atenção do povo, por isso, oferece uma parábola através de canto, onde utiliza uma linguagem metafórica.

Em seu canto, o profeta fala a respeito de seu amado (amigo, cf. NTLH), que tem uma vinha (v. 1-2). Ele fala também como era essa vinha, terra boa, bem preparada pelo seu dono, e situada em uma região fértil.

Nos versículo 3 até 7 Isaías deixa o dono da vinha falar por si próprio. Ele pede para o povo ser juiz entre ele e a sua vinha, mas o veredito é pronunciado pelo proprietário, o qual anuncia a destruição da vinha, pois ela não havia produzido frutos.

Isaías faz “perguntas retóricas” (v.4), e no versículo 6 ele nos mostra que o seu amado é mais do que um ser humano, pois tem poder sobre a natureza, “...darei ordem às nuvens para que não deixem cair chuva sobre a minha plantação” (v.6).

No versículo 7, o profeta nos mostra que o seu amado é o Senhor Todo-poderoso, e a vinha é o povo de Israel, aplicado especialmente a Judá (v.3).

Intertextualidade:

A palavra vinha, é um termo usado varias vezes para representar o povo de Israel (Is 27. 2-4; Jr 2.21; Sl 80). Este povo foi abençoado várias vezes com bens materiais e espirituais (Sl 80.10).

Com as palavras de Isaias: “julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha” (v.3), podemos recordar a resposta de julgamento do rei Davi ao profeta Natã em 2 Sm 12.5.

Com o pronunciamento do dono da vinha anunciando que a destruiria (v.5.6), é importante mencionar o texto de Sl 80.14.

Mateus 21.33-43: A palavra dos lavradores maus

Contexto histórico e objetivos:

O evangelho de Mateus foi escrito para o povo Hebreu, aproximadamente no ano 60 aD. Período em que o Cristianismo estava se expandido, e os judeus lutava para exterminar aquela nova religião, que para eles, era uma invenção de um grupo de fanáticos.

Seu objetivo era mostrar que a profecia Judaica havia sido cumprida em Jesus, e que a igreja Cristã, não era uma invenção fantasiosa, mas sim, a verdadeira consumação de Israel.

Título:

O texto de Mt 21. 33-43, tem como título, “A parábola dos lavradores maus”, ou “Os lavradores maus”, na Bíblia de Estudos Almeida e na Bíblia NTLH, ambas da tradução Almeida. mas também aparece com outros títulos em outras traduções: Na Bíblia NOVA VERSAO INTERNACIONAL o título é “A Parábola dos Lavradores”; Na Bíblia TEB o título é, “Os Arrendatários Homicidas” .

Do texto:

A Parábola dos lavradores maus é encontrada em Mt 21.33-43, porém, é importante observar os versículos anteriores e outros posteriores. No versículo 23 observamos que Jesus estava ensinando no templo, com a presença dos principais sacerdotes e anciãos, os quais questionavam a autoridade de Jesus. E no versículo 45, nota-se que os lideres religiosos ouviram a parábola que Jesus ensinou, e que eles sabiam que Jesus estava falando deles.

Mateus, ao escrever esta parábola, introduz o assunto com as palavras, “atentai noutra parábola”, mostrando que esta era a segunda de uma trilogia. A parábola dos lavradores maus é de natureza alegórica. A vinha é Israel, assim como a linguagem de Isaías 5.1-2; o seu proprietário é Deus; os lavradores são o povo Judeu, especialmente os líderes religiosos de Israel; os servos enviados são os profetas; e o filho do dono da vinha é Jesus o Messias. Jesus ensina de forma indireta que Ele é o Messias agindo com autoridade divina, e iria ser morto fora da vinha de Israel, por vontade de Deus. Porém, Jesus é rejeitado, e essa rejeição resume-se em um Clímax que observamos nos versículos 34-37. Nos versículos 40 e 47 Jesus faz uma pergunta, e recebe a resposta, a vinha será “arrendada a outros lavradores que lhe remetam os frutos nos seus devidos tempos” (v.41). Dessa forma, o povo deu sua auto-sentença, assim como o rei Davi fez ao ser questionado pelo profeta Natã, já mencionado anteriormente.

O “povo” que aparece no versículo 43 é uma alusão á igreja, especialmente a igreja gentílica.

Intertextualidade:

A presente parábola aparece também nos evangelhos de Marcos (12.1-2) e Lucas (20.9-19), Porém, com alguns pontos a serem observados.

Marcos introduz o assunto informando os leitores que Jesus passa a falar por parábolas (Mc12.1); Lucas anuncia que Jesus falou através de parábolas para o povo (Lc 20.9), talvez por serem cristãos gentios (Teófilo) os destinatários deste evangelho; e Mateus, introduz o assunto dizendo: “Atentai noutra parábola”. O termo usado na língua grega para palavra “atentai” é, “akousate” do verbo “akouw”, que significa ouvir, prestar a atenção. Com isso, o autor quer chamar a atenção para mais uma palavra de repreensão, de advertência, pois anteriormente Jesus já havia advertido os lideres religiosos do povo judeu, através da parábola dos dois filhos. É importante lembrar que Jesus estava no templo, falando aos líderes Judeus (Mt 21. 23-27) e que o evangelho de Mateus foi escrito ao povo Judeu.

No texto do Sl 118.22-23, o salmista usa uma linguagem metafórica, a qual Jesus menciona em Mt 21.42: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular, isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos!”. A pedra angular é Cristo. (At 4.11).