UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASILDisciplina: Princípios de Interpretação Bíblica Trabalho: Exegese: Is 5.1-7 / Mt.21.33-43. Professor: Vilson Scholz Aluno: Samuel Fuhrmann |
ISAÍAS 5. 1- 7 : A PARÁBOLA DA VINHA
Contexto histórico em que foi escrito o livro de Isaías:
O livro de Isaias foi escrito por volta do ano 700 a.C, em um período de muitos conflitos. A maioria dos reis israelitas não tiveram fé o bastante para confiar a Deus o que iria acontecer com o futuro da nação, com isso, se aliaram com os poderosos países vizinhos, o que causou a sua ruína. Isaías condenava essas alianças com as nações estrangeiras.
De maneira geral, o povo havia se apostatado de Deus, com isso, Isaías conde- na com dureza a infidelidade e os pecados de seu povo.
Título:
O texto de Isaías 5. 1-7 tem como título, “A Parábola da Vinha” na Bíblia de Estudos Almeida, mas também aparece como, “A plantação de uvas do Senhor”, na Bíblia NTLH, ambas da tradução Almeida. Porém, aparece com títulos diferentes em outras traduções: Na Bíblia NOVA VERSÃO INTERNACIONAL o título é, “A canção da vinha”; A bíblia TEB, aparece como, “O bem-amado e sua Vinha”.
Do texto:
Isaías quer chamar a atenção do povo, por isso, oferece uma parábola através de canto, onde utiliza uma linguagem metafórica.
Em seu canto, o profeta fala a respeito de seu amado (amigo, cf. NTLH), que tem uma vinha (v. 1-2). Ele fala também como era essa vinha, terra boa, bem preparada pelo seu dono, e situada em uma região fértil.
Nos versículo 3 até 7 Isaías deixa o dono da vinha falar por si próprio. Ele pede para o povo ser juiz entre ele e a sua vinha, mas o veredito é pronunciado pelo proprietário, o qual anuncia a destruição da vinha, pois ela não havia produzido frutos.
Isaías faz “perguntas retóricas” (v.4), e no versículo 6 ele nos mostra que o seu amado é mais do que um ser humano, pois tem poder sobre a natureza, “...darei ordem às nuvens para que não deixem cair chuva sobre a minha plantação” (v.6).
No versículo 7, o profeta nos mostra que o seu amado é o Senhor Todo-poderoso, e a vinha é o povo de Israel, aplicado especialmente a Judá (v.3).
Intertextualidade:
A palavra vinha, é um termo usado varias vezes para representar o povo de Israel (Is 27. 2-4; Jr 2.21; Sl 80). Este povo foi abençoado várias vezes com bens materiais e espirituais (Sl 80.10).
Com as palavras de Isaias: “julgai, vos peço, entre mim e a minha vinha” (v.3), podemos recordar a resposta de julgamento do rei Davi ao profeta Natã em 2 Sm 12.5.
Com o pronunciamento do dono da vinha anunciando que a destruiria (v.5.6), é importante mencionar o texto de Sl 80.14.
Mateus 21.33-43: A palavra dos lavradores maus
Contexto histórico e objetivos:
O evangelho de Mateus foi escrito para o povo Hebreu, aproximadamente no ano 60 aD. Período em que o Cristianismo estava se expandido, e os judeus lutava para exterminar aquela nova religião, que para eles, era uma invenção de um grupo de fanáticos.
Seu objetivo era mostrar que a profecia Judaica havia sido cumprida em Jesus, e que a igreja Cristã, não era uma invenção fantasiosa, mas sim, a verdadeira consumação de Israel.
Título:
O texto de Mt 21. 33-43, tem como título, “A parábola dos lavradores maus”, ou “Os lavradores maus”, na Bíblia de Estudos Almeida e na Bíblia NTLH, ambas da tradução Almeida. mas também aparece com outros títulos em outras traduções: Na Bíblia NOVA VERSAO INTERNACIONAL o título é “A Parábola dos Lavradores”; Na Bíblia TEB o título é, “Os Arrendatários Homicidas” .
Do texto:
A Parábola dos lavradores maus é encontrada em Mt 21.33-43, porém, é importante observar os versículos anteriores e outros posteriores. No versículo 23 observamos que Jesus estava ensinando no templo, com a presença dos principais sacerdotes e anciãos, os quais questionavam a autoridade de Jesus. E no versículo 45, nota-se que os lideres religiosos ouviram a parábola que Jesus ensinou, e que eles sabiam que Jesus estava falando deles.
Mateus, ao escrever esta parábola, introduz o assunto com as palavras, “atentai noutra parábola”, mostrando que esta era a segunda de uma trilogia. A parábola dos lavradores maus é de natureza alegórica. A vinha é Israel, assim como a linguagem de Isaías 5.1-2; o seu proprietário é Deus; os lavradores são o povo Judeu, especialmente os líderes religiosos de Israel; os servos enviados são os profetas; e o filho do dono da vinha é Jesus o Messias. Jesus ensina de forma indireta que Ele é o Messias agindo com autoridade divina, e iria ser morto fora da vinha de Israel, por vontade de Deus. Porém, Jesus é rejeitado, e essa rejeição resume-se em um Clímax que observamos nos versículos 34-37. Nos versículos 40 e 47 Jesus faz uma pergunta, e recebe a resposta, a vinha será “arrendada a outros lavradores que lhe remetam os frutos nos seus devidos tempos” (v.41). Dessa forma, o povo deu sua auto-sentença, assim como o rei Davi fez ao ser questionado pelo profeta Natã, já mencionado anteriormente.
O “povo” que aparece no versículo 43 é uma alusão á igreja, especialmente a igreja gentílica.
Intertextualidade:
A presente parábola aparece também nos evangelhos de Marcos (12.1-2) e Lucas (20.9-19), Porém, com alguns pontos a serem observados.
Marcos introduz o assunto informando os leitores que Jesus passa a falar por parábolas (Mc12.1); Lucas anuncia que Jesus falou através de parábolas para o povo (Lc 20.9), talvez por serem cristãos gentios (Teófilo) os destinatários deste evangelho; e Mateus, introduz o assunto dizendo: “Atentai noutra parábola”. O termo usado na língua grega para palavra “atentai” é, “akousate” do verbo “akouw”, que significa ouvir, prestar a atenção. Com isso, o autor quer chamar a atenção para mais uma palavra de repreensão, de advertência, pois anteriormente Jesus já havia advertido os lideres religiosos do povo judeu, através da parábola dos dois filhos. É importante lembrar que Jesus estava no templo, falando aos líderes Judeus (Mt 21. 23-27) e que o evangelho de Mateus foi escrito ao povo Judeu.
No texto do Sl 118.22-23, o salmista usa uma linguagem metafórica, a qual Jesus menciona em Mt 21.42: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular, isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos!”. A pedra angular é Cristo. (At 4.11).
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