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30 novembro 2010

ADVENTO É TEMPO DE PREPARAR UMA NOVA RECEITA


ADVENTO É TEMPO DE PREPARAR UMA NOVA RECEITA
Vocês devem saber que eu, por mais que goste de comida, eu não tenho o dom de preparar, de fazê-la tão saborosa...
Principalmente quando o cardápio sai da facilidade para algo mais complexo, e Por mais que eu tente, algo sai errado. Até brinquei que ia usar o telefone e ligar para minha mãe para receber ensinamentos da cozinha.
E na falta do treinamento na cozinha, o que me salva é o macarrão instantâneo, isto mesmo, o miojo.

Certa vez fui inventar de fazer um macarrão um pouquinho diferente, digamos um espaguete, e eu estava distraído perto do fim de fazer o molho "perfeito", o telefone tocou. Um membro, começou a conversar e eu perdi a noção do tempo enquanto o ouvia.
E o Macarrão? Bem, queimado, levemente queimado. Então misturei um molho de tomate, e, mesmo assim, mesmo estando levemente queimado, e com molho de tomate, não prestou. E quase que o cachorro não comeu. Hahah

Queimado!! arruinado meu almoço, e tive de preparar uma nova receita!


As chamadas de voz para nós hoje é um convite para nos usarmos uma nova receita para a nossa vida. As receitas confortáveis para agir, viver, pensar já não será aceitáveis, não serão digeridas.

É mais uma chamada desconfortável quando chegamos à celebração do Advento. Nós temos as nossas tradições, temos as nossas maneiras de fazer as coisas confortáveis, agradáveis para nós, para o eu, muito pouco damos ouvido sobre o lado "queimado" das coisas de Deus

Por que é uma chamada desconfortável? Por que ela nos faz desconfortáveis, desafiante, perturbadora. É uma chamada que quer que eu e você (nós) nos arrependamos do nosso modo de viver e passamos a estar preparados para a vinda de Cristo, o nosso Senhor.
Bem, mas, arrepender de que? Não fazemos isso, domingo a domingo - dizendo a Deus e uns aos outros que temos cometido erros de pensamentos, palavras e ações.
Era esse o pedido de João Batista ao povo?

Você sabe que, ir a igreja, oferecendo o "pecado" sacrifícios, recebendo garantias de que tudo o que têm feito de errado na vida, no pensamento, na fala, em ação é apagado? É esquecido? E Deus nos oferece uma nova receita!
Uma pista sobre a nova receita necessária vem de João quando ele diz aos líderes religiosos a quem ele vê como víboras perigosas que não podem dizer: "Temos Abraão como nosso pai". Será que eles acreditavam na velha receita queimada de dizer: ".. Nós nascemos em um lar cristão fomos batizados, freqüentamos aulas de confirmação e fomos confirmados, Fomos ao grupo de jovens, Adoramos regularmente...

É isso o que Deus realmente quer?
É hora de preparar o caminho para o Senhor, endireitai os caminhos para Ele em nossas vidas. Essa é a nova receita para nossas vidas.  
Quantos de nós ainda tem problemas familiares? Nós não nos damos bem com algum membro de alguma maneira?
Quantos de nós não estamos com inveja dos outros? Nós acreditamos que eles têm mais do que nós? Eles de alguma forma são favorecidas mais do que nós por Deus. Não é essa a receita Caim ao olhar para todos os que são família de Deus?
Alguns de nós compramos para impressionar os outros? Será que podemos de alguma forma comprar o amor, talvez até mesmo o amor de Deus?

Todos os ingredientes da receita para querer agradar o gosto de Deus se torna insípido, sem sabor, indigesto. pior do que a queimada para ele. Os fariseus fedem (nós fedemos, somos trapos de imundícia - Is 64.6).
É Necessário um novo começo. O batismo é necessário. O velho homem deve ser lavado, afogado, e ressurgir um novo homem, receber uma nova vida, uma nova receita. A receita de celebrar o amor de Deus para nós que foi tão grande, que ele enviou o seu Filho unigênito para o “nosso mundo” para nos dar uma nova receita para agradá-lo.
Essa receita é simples. É saber, acreditar e confiar, a viver em função de saber que Deus me ama, me aceita, está presente com a gente por causa de Jesus, sua vida vivida, porque Ele viver uma vida justa , a sua morte para pagar todo o mal nosso, todos os nossos pecados, todas as nossas falhas de viver o nosso potencial dado por Deus,
e depois a sua ressurreição é que nos dá uma vida com ele e que nunca vai chegar ao fim. Wow! (Vilson Scholz)


Os discípulos ouviram, viram e seguiram seu caminho regozijando e dizendo as coisas maravilhosas que tinham visto e ouvido. Isso soa como uma receita vencedora para nós. E através de nós, cria a paz no coração dos outros.
O que vocês viram?
Eu vi que Deus me dá diariamente na vinda de Cristo Jesus, o perdão de todos os meus pecados, e isso me farta e me faz viver bem.
Viver perdoado por Deus é sempre uma nova receita.

Que Deus continue me abastecendo diriamente com o amor que somente Cristo Jesus pode dar. Amém
Pr. Vilson Welmer

27 novembro 2010

CRONICA PAROQUIAL

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24 novembro 2010

MORDOMIA DA OFERTA

SEMINÁRIO CONCÓRDIA
Faculdade de Teologia
Disciplina: Exegese do Novo Testamento II
Professor: Vilson Scholz
Aluno: Marcos Schlemer Weide



Introdução:
Mordomia é um assunto por vezes controvertido dentro da igreja. Isto acontece porque quando se fala em dinheiro, cada qual quer proteger o próprio bolso. Mas mordomia, antes de tratar de dinheiro, é algo mais amplo, que envolve todas as esferas da vida. Neste pequeno ensaio, queremos tratar de princípios bíblico-teológicos para uma mordomia cristã baseados em 2Co 8 e 9.


Uma olhada sobre o texto:
Os capítulos 8 e 9 da Segunda Carta aos Coríntios giram em torno de uma situação específica: socorro aos irmãos carentes da Judéia. Isto podemos conferir em Rm 15.25-26.
Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém”.
Este serviço aos santos também era uma forma de aproximar as igrejas cristãs, gentílicas e judaicas, para que sentissem maior unidade entre si (sínodo??).
Como em qualquer texto, importa levar em consideração o contexto. O apóstolo conclui a seção anterior expressando sua total confiança nos coríntios. Então inicia o capítulo 8 destacando a oferta dos cristãos macedônios, pois deram-se a si mesmos primeiro ao Senhor, depois a nós pela vontade de Deus (8.5). Eles eram pobres, mas ricos na graça de dar (8.2). De modo que a igreja primitiva se pôs a providenciar que esta dádiva fosse levada aos necessitados. Além disso, houve a preocupação em edificar este dom (a graça de dar) em outros cristãos, e usar o exemplo dos macedônios como um estímulo para outros.
Mesmo em meio a perseguições, e apesar da profunda pobreza, os macedônios eram extraordinários na generosidade, porque atendiam os apelos financeiros ainda que eles eram necessitados também. Devido às suas condições, provavelmente o que davam somava pouco, mas comparado com a profunda pobreza, sua contribuição superabundou em grande riqueza de generosidade.
Ao longo de todo o texto aparecem três palavras-chave que ajudam a compreender o sentido deste trecho. Graça (ca,rij) , comunhão (koinwni,a) e serviço (diakoni,a). Graça tem sentido duplo. O primeiro é a graça de Deus, a graça vertical, com a qual somos todos alcançados. Com a palavra “graça” Paulo aponta sempre para o doador de tudo quanto se tem e possui. Já no começo do capítulo 8 Paulo diz que quer contar aos coríntios o que a graça de Deus tem feito pelas igrejas da Macedônia. Num segundo sentido, também se pode entender graça no sentido de que os Macedônios consideravam a oportunidade de contribuir como um favor, um privilégio. A comunhão (participarem – v.4) indica o envolvimento da comunidade de fé num ato de compaixão e comunhão. Serviço também tem relação com ministério. Aqui reflete o fato de que a contribuição financeira era entendida como um serviço, um trabalho cristão.
Paulo surpreendeu-se com os macedônios porque fizeram muito mais do que ele esperava (v.5). A base fundamental da vida e atitude dos macedônios é a graça de Deus, mencionada já no versículo 1. Básico para a oferta, em 2Co, é cultivar a oferta como uma graça, isto é, como um dom de Deus ao coração do ofertante.
O apóstolo não está operando com o método do mandamento (8.8). Seu objetivo é a sinceridade do seu amor, o qual está ligado à obra e ao dom de Deus, diz ele; e o mandamento destruiria esta linha de força. O exemplo de Cristo traz à tona o assunto do amor. Para Paulo o sacrifício de Jesus não começou na cruz. Nem sequer começou no seu nascimento. O sacrifício de Cristo começa na glória, quando a deixou para vir ao mundo como homem para a salvação de todos. Nisto consiste a riqueza e pobreza de Cristo: em deixar a glória junto ao Pai para se encarnar e viver como homem. Mesmo sem dar ordens, o discurso é bastante persuasivo.
O único imperativo do trecho aparece no v.11, quando diz para completar o que haviam começado. É possível deduzir que os coríntios haviam começado a colher ofertas, contudo não estavam se mexendo porque julgavam que não tinham condições de ajuntar bastante dinheiro. Poderiam participar mais tarde. Paulo contrapõe com o exemplo dos macedônios, que eram pobres e mesmo assim, não deixavam de fazer a sua parte.
O princípio da proporcionalidade pode surgir de 8.12: “Porque, se há boa vontade, será aceita [a oferta] conforme o que o homem tem e não segundo o que ele não tem”. Talvez haja uma referência com Pv 3.27-28. De qualquer forma, esse é o princípio da comunhão. Tem a ver com a igualdade citada nos versículos 13-14. Nesta igualdade, os mais prósperos ajudam os mais necessitados e podem esperar a recíproca no momento em que mudarem os ventos.
8.15 apresenta a economia do maná. É uma citação quase que direta de Êx 16.18. O princípio do viver cada dia, não preocupando-se em demasia com o que vem pela frente. É confiar no sustento que Deus proverá dia após dia.
8.21 nos mostra que não se quer apenas proceder honestamente diante de Deus, mas também diante dos homens. A transparência quando se lida com dinheiro comunitário é importante.
No capítulo 9 a competição nas ofertas está em pauta. Temos dificuldade em usar este tipo de argumentação, porém Paulo o faz. Poderíamos ao menos pensar sobre o assunto... Logo a seguir, dois pontos importantes para o tema da mordomia: a) Deus dá as condições para que se possa ser generoso (9.6-10); b) a generosidade redunda para a glória de Deus (9.11-15).
É importante sempre que se tome o contexto em consideração, para que não haja margem à uma teologia da prosperidade, visto que, versículos tomados isoladamente podem levar a uma compreensão errada do texto. O clássico texto nos nossos envelopes de oferta nos indica que só pode contribuir com alegria quem reconhece a graça de Deus na sua vida. E Deus provê a suficiência para que os crentes pratiquem todo tipo de boas obras, servindo uns aos outros.
O versículo 12 nos mostra que o serviço aos santos não está relacionado apenas na esfera horizontal, de ajuda física e material, mas redunda em muitas graças a Deus, numa esfera espiritual, de resposta do crente a Deus. No fim das contas, a oferta move o campo material e espiritual. Graças a Deus pelo seu dom que não se pode explicar com palavras!


Um esboço possível:
O exemplo da Macedônia (8.1-7)
O exemplo de Jesus (8.8-9)
Um apelo razoável e justo para contribuir (8.10-9.15)


Argumentos de Paulo para interessar e motivar a oferta.
  1. Cita o exemplo de outros (igrejas da Macedônia).
  2. Cita o exemplo de Jesus Cristo.
  3. Cita o próprio histórico da comunidade.
  4. Sublinha a necessidade de pôr em ação a fé.


4 maneiras de dar (Barclay)
  1. Por obrigação; (2) Para ter a sensação de que ajudou; (3) Por motivos de prestígio; (4) Por amor.
Algumas afirmações sobre o ofertar:
  1. Jamais alguém perdeu por ter sido generoso.
  2. Deus ama quem dá alegremente.
  3. Deus pode dar ao homem tanto o material a ser doado como o espírito para fazê-lo.


O ofertar faz coisas maravilhosas em três níveis diferentes:
  1. Faz algo pelos outros. Alivia sua necessidade....
  2. Faz algo por nós mesmos. Garante nossa manifestação de fé, ganhamos o amor e as orações dos demais.
  3. Redunda para a glória de Deus.

Alguns princípios:
Dar é uma graça, é ação do Espírito Santo (8.1)
Aflição não é obstáculo (8.2)
Pobreza não é impedimento (8.3)
Oferta não é exigida, é “motivada” primeiro com motivos espirituais(8.8)
A abundância de uns supre a necessidade de todos (8.13-14)
Oferta cristã se desenvolve numa atmosfera de honestidade na manipulação do dinheiro (8.21)
Oferta é expressão de generosidade (9.5)
Quem recebe oferta de auxílio fica enriquecido também espiritualmente, e dá graças a Deus (9.12)
Entre doador e recipiente surgem laços de amor (9.14)


Conclusões:
Em 1Co 16 Paulo deu algumas ordens. Agora, em 2Co, Paulo faz apelos muito mais complexos, de natureza teológica, retórica e psicológica. Os princípios apontados pelo texto desrespeitam modelos econômicos em vigor na atualidade. Não há nada que lembre uma economia de mercado. Como se expressou Dieter Georgi: “É dar em vez de receber, gratidão em vez de interesse, confiança em vez de crédito, confiança em vez de segurança, comunidade em vez de mercado, dom em vez de propriedade”. (apud Blomberg, p.198, citado por Scholz em obra não publicada).

Fontes de Pesquisa:
BARCLAY, William. I y II Corintios. Volumen 9. Buenos Aires: La Aurora, 1973.
ZIMMER, Rudi. O Motivo para a Oferta. In: Igreja Luterana. I Trimestre. 1980.
KRUSE, Colin. II Coríntios: Introdução e Comentário. São Paulo: Vida Nova, 2005.
SCHOLZ, Vilson. Posses, pobreza, ofertas e missão no Novo Testamento. 2009. (não publicado).
Novo Testamento Interlinear Grego-Português.

LITURGIA DE CASAMENTO

  1. Entrada do Pastor
  2. Entrada dos Padrinhos (Música - ???)
  3. Entrada do Noivo (Música - ???)
  4. Entrada da Noiva (Música - ???)
  5. Saudação - ***Prezados noivos, Ritchie e Anelise, a presença de vocês frente a Deus, diante do altar do Senhor, em companhia dos seus familiares, padrinhos e demais amigos, mostra o belo desejo de quererem receber a orientação e a benção de Deus para uma nova caminhada que se inicia com este momento matrimonial.
  6. Invocação – Convido a todos para que fiquem em pé. ***Queremos dar início a esta celebração, invocando em nome de Deus Pai, que falou: “Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade. (Gn 2.18)”; em nome de Deus Filho, que falou: “... No começo o Criador os fez homem e mulher. Por isso o homem deixa o seu pai e a sua mãe para se unir com a sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa. Assim já não são duas pessoas, mas uma só. Portanto, ninguém separe o que Deus uniu. (Mt 19.4-6)”; e em nome de Deus Espírito Santo, que através do apóstolo Paulo disse ao homem: “Marido, ame a sua esposa, assim como Cristo amou a igreja e deu a sua vida por ela; O homem deve amar a sua esposa assim como ama o seu próprio corpo. O homem que ama a sua esposa ama a si mesmo. (Ef 5.25;28)” E disse a mulher: “Esposa, esteja sujeita ao seu marido como ao Senhor. Pois o marido é cabeça da esposa, assim como Cristo é cabeça da igreja. E o próprio Cristo é o Salvador da igreja, que é seu próprio corpo. E da mesma forma em que a igreja se sujeita ao amor de Cristo, assim também a esposa deve sujeitar-se ao seu marido. (Ef 5.22-24)” Amém.
  7. Leitura do Texto Bíblico de 1Co 13.4-7
  8. Mensagem – Pastor Fabiano Brusch Müller
  9. Promessa matrimonial – ***Ritchie aceita, perante o Senhor, receber a Anelise para ser tua legítima esposa e com ela viver, conforme o mandamento de Deus. Prometes ser fiel, amar, consolar, respeitar, ajudar, cuidar e perdoar nas melhores e piores condições da vida enquanto ambos viverem? Se assim for afirma isto dizendo sim.
***Anelise aceita, perante o Senhor, receber o Ritchie para ser teu legítimo esposo e com ele viver, conforme o mandamento de Deus. Prometes ser fiel e submissa, amar, consolar, respeitar, ajudar, cuidar e perdoar nas melhores e piores condições da vida enquanto ambos viverem? Se assim for afirma isto dizendo sim.
  1. Troca das alianças – (Um dirá para o outro) Anelise / Ritchie recebe esta aliança como sinal e garantia do meu verdadeiro amor e da minha fidelidade.
***Seja o dar e o receber das alianças um símbolo de sinceridade e amor mútuo, que vocês, como esposo e esposa, em dias favoráveis ou adversos, manterão vivos em seus corações. Que estas alianças sejam igualmente uma grande lembrança das virtudes cristãs com as quais o seu matrimônio deve ser guiado. Para isso, pedimos que Deus abençoe vocês mediante o seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.
  1. Cerimônia das Velas - (Antes do Ritual) ***Ritchie e Anelise, duas vidas, duas pessoas. Mas a partir de hoje, vocês, que eram dois, tornam-se um só, com a bênção de Deus.
(Cada um pega a sua vela e juntos acendem a vela do meio e apagam as suas)
(Depois do Ritual) ***Que este símbolo da união de vosso amor e de vossas vidas possa permanecer para sempre, e que Deus, que hoje os abençoa, esteja ao lado de vocês, mostrando sempre os caminhos da vida.
  1. Oração pelos noivos – ***Onipotente Deus, nosso Pai celestial, Tu que unes homem e mulher no santo estado matrimonial, concede também ao Ritchie e a Anelise a graça de viverem neste casamento conforme a tua santa Palavra. Fortalece este casal em constante fidelidade e verdadeiro amor de um para com o outro. Sustenta-os e defende-os em meio a todas as provações e tentações; e ajuda-os a peregrinar através deste mundo, fiéis a ti e em constante comunhão com a tua santa igreja. Ajuda-os para que estejam sempre servindo um ao outro em amor, a fim de receberem tua bênção celeste; mediante Jesus Cristo, teu Filho, nosso Senhor, que vive e reina contigo e com o Espírito Santo, um só Deus, pelos séculos sem fim. Amém.
  2. Pai Nosso
  3. Benção sobre os noivos – ***Unam as suas mãos direitas: Portanto, o que Deus uniu, não o separe o homem.
***Já que vocês concordaram em unir-se em santo matrimônio e assim o declararam na presença de Deus e destas pessoas, eu, como ministro da Palavra de Deus, os declaro marido e mulher, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
***O Deus Eterno, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, conceda ricamente a vocês o seu Espírito Santo, para que ele esteja com vocês e que lhes abençoe ricamente desde agora e para sempre. Amém.
  1. Música de saída

A ENTRADA DE CRISTO EM JERUSALÉM

A Entrada de Cristo em Jerusalém, Mt.21.1-11.
V.1) Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: 2) Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta, e com ela um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos. 3) E se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Senhor precisa deles. E logo os enviará. Jesus, depois do milagre de Jericó, foi direto a Betânia, pequeno povoado no lado leste do Monte das Oliveiras. Havia ressuscitado da morte seu amigo Lázaro, o que intensificou muito o ódio dos fariseus e dos principais dos sacerdotes, Jo.11.23. Nesta ocasião o Senhor chegou num sábado a Betânia e passou o dia na casa de Simão o leproso. No jantar que lá lhe serviram, Maria o ungiu para o seu sepultamento, Jo.12.7. Jesus continuou sua viagem na manhã seguinte. Mas as notícias de sua vinda haviam alcançado Jerusalém, e muitos dos peregrinos, que haviam vindo à festa, deixaram a cidade para encontrá-lo, cantando os hinos jubilosos que eram entoados em ocasiões festivas. “Hosana! Bendito o Rei de Israel que vem em o nome do Senhor,” Jo.12.12,13. Jesus veio com os primeiros da multidão a Betfagé que é a “casa de figos”, uma pequena vila na ladeira sudeste do Monte das Oliveiras, quase vizinha a Betânia, na mesma estrada para Jerusalém. Na entrada deste pequeno povoado, Jesus parou por algum tempo, com o objetivo de enviar dois dos discípulos como delegação sua. Dá-lhes diretrizes claras: Na localidade em frente deles, achariam logo e sem dificuldades, atada uma jumenta tendo consigo o potro. Sem pedirem licença, deviam desatar e trazê-los, como se fossem eles os seus donos. Caso, os donos ou alguma outra pessoa fossem protestar quanto ao seu direito de levar os animais, a simples palavra: O Senhor precisa deles, tendo seus motivos para querê-los, (esta palavra) serviria como senha e faria com que os donos obedecessem em submissão imediata e grata. Três pontos importantes: O Senhor sabia que os animais estavam no lugar indicado, e mais uma vez aproveitou a ocasião para convencer seus discípulos de que nada lhe era oculto. Sua Palavra tem poder e autoridade onipotentes. Tal como as ocorrências do futuro instantaneamente lhe estão manifestas, assim ele, o Senhor a quem todas as coisas pertencem, pode, mesmo à distância, influenciar o coração do dono para que se submeta à
sua vontade. Os dois discípulos estiveram totalmente no escuro quanto à finalidade de sua missão, Jo.12.16, e, sem dúvida, cumpriram com grande relutância a sua ordem, que os poderia colocar em dificuldades desagradáveis. Foram, porém, submissos à sua palavra, porque de experiência souberam que ele removeria quaisquer perigos. Bem da mesma forma os discípulos de Cristo de todos os tempos podem confiar inteiramente na Palavra de seu Senhor onipotente e onisciente, sabendo que, mesmo nos caminhos escuros, sua autoridade os preserva.
A profecia cumprida: 
V.4) Ora, isto aconteceu, para se cumprir o que foi dito, por intermédio do profeta: 5) Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em
jumento, num jumentinho, cria de animal de carga. O acontecimento inteiro, com todos os seus incidentes, ocorreu desta forma para que a palavra do profeta, Zc.9.9, fosse cumprida. Cf.Is.62.11. A citação feita pelo evangelista é feita de modo livre, incorporando tudo o que o Antigo Testamento diz da mansidão e humildade deste Rei dos reis. Cristo, com isto, desaprova todas as
idéias e esperanças messiânicas carnais e vulgares. Ele fez sua entrada na cidade que logo mais o rejeitaria por completo, não no modo de um herói conquistador, como o esperavam os habitantes mundanos de Jerusalém, mas num asno, e no potro dum asno. Este foi um último grande dia de misericórdia para a cidade, para que todos os habitantes pudessem conhecer o Redentor, mas eles não consideraram isto como algo que pertencesse à sua paz. Porém, tanto maior seria a impressão que a vinda do Rei da graça faria aos corações de seus crentes. “É isto, a que o evangelista admoesta pregarmos, quando diz: ‘Dizei à filha de Sião: Eis aí o teu Rei vem a ti, manso’. É, como se dissesse: Ele vem para o teu bem, para a tua paz, para a salvação e a alegria do teu coração. E, porque não o creram, ele profetiza que isso devia ser falado e pregado. Todo aquele que crê, que Cristo vem assim, este o tem desta forma. Ó que pregação singular que hoje é quase desconhecida! Assinalem bem cada palavra. A palavra ‘eis’ é uma palavra de alegria e admoestação, e se refere a
algo que ansiosamente se esperou por muito tempo. ‘Teu Rei’, que destrói o tirano de tua consciência, a saber, a lei, e te governa em paz e de modo muito agradável, dando-te perdão dos pecados e a força de cumprir a lei. ‘Teu’, isto é, prometido a ti, por quem tu esperaste, a quem tu, carregado de pecados, clamaste, por quem suspiraste. ‘Ele vem’, de modo voluntário, sem teu mérito, unicamente por grande amor, pois tu não o trouxeste para cá nem foste tu quem subiu ao céu, tu”. não mereceste seu advento, mas ele deixou a sua propriedade e vem a ti que és aquele que é indigno e que sob a compulsão e o domínio da lei mereceste, como retribuição pelos teus pecados, nada mais do que castigo. ‘A ti’ ele vem, isto é, para o teu benefício, com tudo o que dele necessitas. Ele vem para buscar a ti; vem somente para te servir e te fazer o bem. Ele não vem para o seu próprio bem, não para de ti buscar o que é seu, como anteriormente o fazia a lei. Tu não tens o que a lei exige. Por isso ele vem para te dar o que é seu, mas de ti ele não espera nada, a não ser que tu permitas que teus pecados te sejam tirados e tu sejas salvo. ... O evangelista usa só a palavra ‘humilde’ mas omite as palavras ‘justo e salvador’. Pois na língua hebraica a palavra ‘pobre’ esta intimamente relacionada com a palavra ‘humilde’ ou ‘gentil’. Os hebreus chamam de pobre uma pessoa que é pobre, modesta, humilde, inquieta e abatida de espírito. Todos os cristãos são chamados, por isso, pobres nas Escrituras. Pois, de fato, é manso e humilde aquele que não considera o mal que foi feito ao próximo nunca diferente do que sendo feito a ele próprio. Ele sente de modo apropriado o problema e, por isso, tem compaixão do próximo. O evangelista descreve a Cristo como alguém assim, que foi pobre e martirizado em nosso lugar, e que foi realmente humilde, que veio oprimido pelo nosso mal mas que está pronto para nos socorrer com a maior de todas as misericórdias e com amor” 
1). A entrada triunfal: V.6) Indo os discípulos, e tendo feito como Jesus lhes ordenara, 7) trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Jesus montou. 8) E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. 9) E as multidões, tanto as que o precediam, como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas! Enquanto Jesus esperava junto à entrada de Betfagé, os discípulos cumpriram sua ordem, recebendo, como resultado, a confirmação de sua confiança nele. Obedecer a sua Palavra nunca redundará em vergonha para o cristão. Os animais, quando levados ao Senhor, não estavam areados. Mas, neste momento, um êxtase peculiar se apoderou dos discípulos e da multidão que ia aumentando em número. Despindo, rápido, suas vestes exteriores, que era uma casaca solta, abriram-nas sobre o potro como assento para o Mestre.
O exemplo dos primeiros discípulos foi contagioso. Todos os demais, bem como grande parte do povo, tomaram as vestes e as espalharam sobre o caminho, como para receber um imperador ou rei potente. A agitação, todavia, se espalhou. Visto que muitos dos costumes das grandes festas, de vez em quando, eram transferidos de uma para a outra, o povo não hesitou, também desta vez, de emprestar os hábitos da festa dos tabernáculos. Alguns do povo cortaram ou arrancaram galhos das árvores ao longo da estrada, e os espalharam pelo chão para formarem um tapete de filhas para Ele passar. Mas o auge da exultação se deu no alto do Monte das Oliveiras. Aqui as fileiras dos
primeiros cantores se engrossaram com grandes multidões de recém-chegados. E, enquanto estes iam adiante, outros seguiam após o Senhor. E, numa exclamação antífona a aclamação jubilosa do povo subia ao céu, quando cantavam trechos do grande Aleluia, com a doxologia usada em grandes festas, Sl. 118.25,26. Proclamam-no de público como o Filho de Davi, como o verdadeiro Messias, e lhe desejam bênçãos e salvação do alto. Vindo de toda parte, o povo se juntava nesta demonstração em honra ao humilde Nazareno. Cheios de júbilo ofertavam suas vestes festivas, seus ornamentos de festa, trouxeram ramos de palmeiras e abanavam as verdes capas da incipiente primavera como expressão plena de sua alegria, de sua confissão do Senhor, o Messias. É muitíssimo triste que esta exultação só foi temporária, e que tão de pressa foi esquecida. Contudo, ao menos por breve tempo, o Espírito do Senhor tomou posse do povo. Foi assim que Deus quis testemunhar a respeito de seu Filho, antes que a vergonha e o horror da cruz fosse colocado sobre ele. O fato, ao mesmo tempo, foi profético a respeito do tempo, quando toda língua confessaria que Jesus é o Senhor.
A recepção em Jerusalém: V.10) E, entrando ele em Jerusalém, toda a cidade se alvoroçou, e perguntavam: Quem é este? 11) E as multidões clamavam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia. A demonstração diante de Jesus continuou durante todo o trecho da descida do Monte das Oliveiras, sobre o vale do Cedrom, para dentro da cidade de Jerusalém. Como sempre acontece nestas circunstâncias, a agitação se espalhou rapidamente e trouxe consigo a muitos que nada sabiam da real motivação. Até a cidade de Jerusalém, com suas multidões de peregrinos que haviam vindo para a festa, foi em extremo movida, como se fosse por um terremoto. O entusiasmo popular irradiou a todas as classes do povo. Todos se perguntavam sobre a identidade do homem
que, desta forma, entrou na cidade. Os habitantes de Jerusalém haviam tido abundância de oportunidades para conhecê-lo. Muitos, porém, haviam esquecido os grandes milagres realizados em seu meio. Outros haviam vindo de longe, e nunca haviam entrado em contato com a obra e mensagem gloriosa de Cristo. Em toda parte era anunciado publicamente diante dele, que ele era Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia. Seu conhecimento dele não era muito claro, e os que possuíam um conhecimento definido hesitavam confessá-lo como tal em público. Proclamar e confessá-lo como o Messias era uma empreitada perigosa na principal cidade dos judeus, visto que os principais dos sacerdotes e os membros do conselho haviam ameaçado publicamente com a excomunhão aos que o fossem confessar. Da mesma maneira, em nossos dias, muitos que estão suficientemente dispostos a proclamar Cristo em meio à grande multidão, não se dispõem a erguer-se em favor de Jesus, quando a confissão individual lhes possa causar desgosto e perseguição.

O ABORTO (EB)

Estudo Bíblico: O ABORTO

Conceito: Ato de expulsar o feto do útero antes de completado a gravidez (dicionário).

Visão Bíblica do Aborto: “A vida é de Deus. Por isso é intocável. O ser humano recebe a vida de Deus com o privilégio de administrá-la e vive-la, não para machucá-la ou destruí-la. Embora não consultado sobre a vontade de nascer, o ser humano assume a santidade da vida como um presente pelo qual se vê responsável. Há um instinto inato que faz com que o ser humano negocie a vida até o fim. Por isso, rejeita como antiéticas todas as formas de agressão que possam machucar a vida” (Martim C. Warth – A ética de cada dia – página 128).
Quando Deus deu o 5º mandamento dizendo “Não Matarás” (Ex 20.13), Ele se referia não somente a morte física, mas todo tipo de “prejudicar” a vida. Em Mateus 5.21-22, Jesus explica o 5º mandamento e complementa isso dizendo: “Ouviste o que foi dito aos antigos: Não matarás, e: Quem matar estará sujeito a julgamento. Eu, porém, vos digo que todo aquele que sem motivo se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo”.
A Bíblia não tem um mandamento que diz “Não cometerás aborto”, mas ela dá valor à vida desde a concepção e, Deus fala do feto ou embrião como um ser com vida, que Ele ama, dá dons e, quer a sua salvação. Enquanto isso, a maior parte da medicina sustenta que o feto ainda não é ser humano, mas um projeto de ser, não uma pessoa. Em contradição, a mesma medicina descreve, com detalhes ricos e emocionantes, o início da vida, sua evolução, as características da criança, seus instintos, desde a penetração do espermatozóide no óvulo da mãe.
A ética bíblica sabe do início do ser humano no ventre materno. Esse ser humano informe já é pessoa. Rebeca tem duas nações no seu ventre (Gn 25.23). Jacó, Isaías e Jeremias já tinham nome quando foram criados e formados no ventre (Is 44.2; 49.1; Jr 1.5; 21.17). O Salmista já tem identidade quando foi tecido no seio de sua mãe (Sl 139.13,15,16). Até já estava sob julgamento de Deus, pois sua concepção já lhe havia passado a natureza corrompida da humanidade (Sl 51.5). João Batista sente alegria no ventre materno (Lc 1.44). Maria já era mãe quando Jesus ainda estava no seu ventre (Lc 1.43). Na ética bíblica, o feto não é um projeto de ser humano, mas é pessoa, e como tal deve ser tratado. Quando houve concepção, o casal não se prepara para a paternidade, mas os dois que iniciaram a vida do feto já são pais.” Martim C. Warth - A ética de cada dia – página132.
Outras passagens bíblicas significativas, onde Deus fala de vida antes do nascimento: Hb 10.5; Gn 16.11,12; 38.27-30;Ex 1.16,19; Jz 13.5,7.
O Brasil e o aborto: Em nosso país, aborto é crime com pena que varia de um a oito anos de prisão. Existem duas lacunas onde o aborto é permitido: 1º Em caso de má formação, doença que põem em risco a vida da mãe; 2º quando a criança é fruto de estupro.
  • Calcula-se que no Brasil sejam feitos 2,5 milhões de abortos por ano. Isto dá um número de, mais ou menos, 6.850 abortos por dia; 285 abortos por hora; 5 abortos por minuto.
Principais conseqüências para a mãe que praticou o aborto: Infecção pélvica; hemorragia; choque séptico; problemas com o próximo filho (prematuridade, gravidez ectópica (fora do lugar, fora do útero), baixo peso ao nascer...), histerectomia (extirpação do útero), entre outras tantas...
  • Pesquisa feita na cidade de Santo André – SP, entre 1978 á 1982, com mais de 2.588 mulheres carentes, mostrou que a cada 1,8 parto, se fazia um aborto (média para a região era de 1 aborto para cada 3,6 partos).
  • 2.800 mulheres entrevistadas, 15% já fizeram aborto.
  • O aborto nas áreas urbanas é 100% maior que nas áreas rurais.
  • Em Salvador, pesquisa aponta que, 21% das mulheres que provocaram o aborto, tiveram problemas sérios de saúde.

Olhando para o passado:
  • No mundo greco-romano, o aborto era uma prática perfeitamente aceitável;
  • Cerca de 2000 antes de Cristo, a China usava mercúrio para induzir ao aborto;
  • Em 1800 antes de Cristo, o Código de Hamurabi proibia o aborto, enquanto que o papiro Ebers, em 1550 antes de Cristo, orientava a prática do aborto;
  • Hipócrates, em seu juramento da medicina, dizia: “Não ajudarei a uma mulher a buscar o aborto”;
  • Platão afirmava que os embriões não desejados não deveriam vir a nascer e, se nascessem, os pais deveriam livrar-se deles;
  • Aristóteles afirmava que os bebês deficientes não deveriam nascer;
  • Os espartanos abandonavam as suas crianças deficientes à morte na região selvagem do Monte Taygetos, alegando não ser do interesse da sociedade nem do deficiente que tais fossem criados;
  • Se uma mulher do Império Romano não desejasse um filho e, por qualquer razão, não tivesse provocado o aborto, havia uma outra solução. No tempo de Cristo, sabe-se que, uma média de 40 crianças romanas eram abandonadas pelos pais diante do Fórum Romano. Estas eram destinadas para lutar até morrer nas arenas de Roma com feras ou com gladiadores, as meninas eram remetidas aos bordéis;
  • Sêneca dá como perfeitamente aceitável que os pais estrangulassem, afogassem com pesos atados ao corpo ou abandonassem no deserto os filhos fracos, deficientes ou indesejados...
  • No século XIX o aborto expandiu-se para as classes mais baixas, devido ao êxodo para a cidade e a deterioração do nível de vida;
  • A partir dos anos 60 e 70, as leis começaram a ficar mais liberais para a prática do aborto...

Parece que a nossa época quer colocar na prática estes conceitos, vestidos com roupas mais bonitas...!!!!

Motivos alegados para praticar o aborto:
  • Aborto como controle de natalidade;
  • Aborto por razões sócio-econômicas;
  • Gravidez não desejada;
  • Crianças com problemas físico ou mental (aqui entram questões que, muitas vezes, não se refere à felicidade futura da criança, mas ao desconforto que isto gerará aos pais...);
  • Aborto para proteger a vida ou saúde da mãe;
  • Quando a saúde da mãe sofrerá danos irreversíveis;
  • Em caso de estrupo ou incesto...

Seja qual for o caso, devemos 1º “consultar a Palavra de Deus”, como diz 2 Crônicas 18.4. Ou, como disse Pedro em Atos 5.29: “Antes importa obedecer a Deus do que aos homens”.
       ENDEREÇO DA IGREJA

ABORTO (TEXTO)

Métodos de Aborto
Um Caso Especial
O caso da foto ao lado ocorreu em 1983 nos EUA. Este bebê, pesando 3 quilos, ia ser incinerado junto com cães e gatos. Segundo a legislação americana atual, um feto pode ser morto em qualquer momento, até o nono mês de gestação, por quaisquer motivos. Matar a criança após o nascimento é considerado infanticídio. Mas, se esta classificação se aplica na verdade a todo óvulo fecundado, o que dizer do assassinato de  uma criança de 9, 8 ou até mesmo 7 meses, que pode sobreviver fora do útero materno? A face desta criança mostra uma morte muito dolorosa. E o mais impressionante: ela está com a pulseira do hospital e o corte em seu tórax lembra uma autópsia, talvez sem sentido pois deve ter sido realizada pela mesma pessoa que provocou sua morte..
Sufocamento
Esse método de aborto é chamado de "parto parcial". Nesse caso, puxa-se o bebê para fora, deixando apenas a cabeça dentro, já que ela é grande demais. Daí, introduz-se um tubo em sua nuca, que sugará a massa cerebral, levando-a à morte. Só então o bebê consegue ser totalmente retirado.
Sucção
A foto mostra partes de um feto. Nesse tipo de aborto, o médico suga o bebê e tudo que o envolve, despedaçando-o. Uma outra maneira de deixá-lo nesse estado é dando à mãe um remédio, muitas vezes vendido em farmácias, que fará o útero expelir tudo o que estiver em seu interior. 
Retirada do líquido a amniótico
Esta é uma das mais lentas e dolorosas maneiras de morrer: o abortista retira o líquido amniótico de dentro do útero e coloca uma substância contendo sal. Em algum tempo, a criança morrerá, será retirada de sua mãe e, finalmente, jogada no lixo.

Esquartejamento
Esse tipo de morte é a mais fria. Consiste em esquartejar o feto ainda dentro do ventre da mãe. Como qualquer ser humano, ele sente dor e medo. Um feto de apenas um mês ao ser perseguido por algum objeto introduzido dentro do útero tenta desesperadamente fugir, mas não tem escapatória. Seus movimentos e a aceleração de seu pulso são sinais não só de que está vivo como também de seu instinto de sobrevivência.
O Caso da Espinha Bífica
    Um fotografo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autentica proeza médica, nunca imaginou que a sua maquina fotográfica registraria talvez o mais eloqüente grito a favor da vida conhecido até hoje. Enquanto Paul Harris cobria, na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, Estados Unidos, o que considerou uma das boas noticias no desenvolvimento deste tipo de cirurgias, captou o momento em que o bebe tirou a sua mão pequenina do interior do útero da mãe, tentando segurar um dos dedos do médico que o estava a operar.  A foto, espetacular, foi publicada por vários jornais dos Estados Unidos e a sua repercussão cruzou o mundo até chegar à Irlanda, onde se tornou uma das mais fortes bandeiras contra a legalização do aborto. A pequena mão que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander, cujo nascimento deverá ter ocorrido no passado dia 28 de Dezembro(no dia da foto ele tinha apenas 5 meses de gestação). Quando pensamos bem nisto, a fotografia é ainda mais eloqüente. A vida do bebe está literalmente presa por um fio. Os especialistas sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam trata-lo lá dentro, corrigindo a anomalia fatal e voltar a fechar o útero para que o bebe continuasse o seu crescimento normalmente. Por tudo isso, a imagem foi considerada como uma das fotografias médicas mais importantes dos últimos tempos e uma recordação de uma das operações mais extraordinárias registradas no mundo.  Agora, o Samuel tornou-se no paciente mais jovem que já foi submetido a este tipo de intervenção e, é bem possível que, já fora do útero da mãe, Samuel Alexander Arms aperte novamente a mão do Dr. Bruner. A apresentadora de televisão Justine McCarthy disse que é impossível não se comover com a imagem poderosa desta mão pequenina que segura o dedo de um cirurgião e nos faz pensar em como uma mão pode salvar vidas.
Complicações do aborto, segundo o método empregado.

Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores.

Conseqüências:- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no segundo trimestre (10% das pacientes);

- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.

Perfuração do útero

Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais freqüentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina). O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê conta. É uma complicação muito séria.
Conseqüências:
- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;
- intervenção para estancar a hemorragia produzida;
- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;
- a artéria do útero, nesses casos, freqüentemente, é atingida, criando a necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a hemorragia.

Hemorragias uterinas

Perda de sangue ou fortes hemorragias causadas pela falta de contração do músculo uterino. As perdas de sangue são mais intensas se a gravidez for avançada. Essas perdas são de 200 mil na 10ª semana de gravidez, 350 na 12ª, 450 na 13ª semana...
Conseqüências:
- necessidade de transfusão de sangue;
- ablação do útero, se a hemorragia não for estancada.

Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do aborto).

Apesar dos antibióticos administrados antes do aborto; há grande incidência de infecções e obstrução de trompas.
Conseqüências:
- esterilidade
- Gravidez ectópica (fora do lugar apropriado).

 Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de fazer uma curetagem imediata.

Danos e conseqüências:
- possibilidade de extração do endométrio (mucosa uterina);
- formação de aderências no interior do útero e, como conseqüência, esterilidade, freqüentemente amenorréia (ausência de menstruação);
- possibilidade de placenta prévia na gravidez seguinte, criando a necessidade de cesariana.

A chamada Extração Menstrual

É possível que a paciente não esteja grávida.
Pode ocorrer uma extração incompleta (o ovo freqüentemente não é extraído, tornando necessária uma curetagem).

Método das Laminarias

(tampão esterilizado feito de algas marinhas)
Pode ocorrer que fique preso tornando-se necessária uma histerectomia (extração do útero).
Conseqüências:
- infecções graves por causa da presença de corpo estranho
- as mesmas da histerectomia.

Solução Hipertônica Salina

Complicações muito sérias:
- retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem).
As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de uma possível perfuração do útero e da formação de aderências;
- infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero);
- hemorragia;
- coagulopatia e hemorragia abundante;
- intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte;
- perigo de entrada de solução salina na corrente sanguínea da mãe com efeitos mortais;
- possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A mortalidade vai de 4 a 22 por mil.
As razões do aborto denominado terapêutico são uma contra-indicação para o aborto através de solução salina.

Histerectomia (extração total do útero)

Complicações:
Os mesmos perigos e complicações de toda cirurgia intra-abdominal: hemorragia, infecção, peritonite, lesões da bexiga e dos ureteres. Complicações variadas em 38 a 61 por mil
Mentiras e Verdades sobre o Aborto
Para justificar este crime abominável, os abortistas inventaram uma grande quantidade de falsos argumentos que foram difundidos insistentemente, especial naqueles países onde, por qualquer motivo, tentam buscar a legalização do aborto ou ampliá-lo onde já foi legalizado alguma de suas formas. Revisemos algumas destas mentiras e qual é a verdade.
Mentira 1: É desumano não legalizar o "aborto terapêutico" que deveria ser realizado quando a gravidez põe a mulher em risco de morte ou de um mal grave e permanente.
A Verdade: neste caso o termo "terapêutico" é utilizado com o fim de confundir. "terapia" significa curar e neste caso o aborto não cura nada. Atualmente, a ciência médica garante que praticamente não há circunstâncias em que se deva optar entre a vida da mãe ou do filho. Esse conflito pertence à história da obstetrícia. Já em 1951, o Congresso de Cirurgiões do American College disse que "todo aquele que faz um aborto terapêutico ou ignora os métodos modernos para tratar as complicações de uma gravides ou não quer dispor de tempo para usá-los" o temido caso das gestações "ectópicas" ou que desenvolvem-se fora do útero materno estão sendo dirigidas medicamente cada vez com maior facilidade. Por outro lado, o código de ética médica afirma que em caso de complicações na gravidez devem ser feitos os esforços proporcionados para salvar a mãe e filho e nunca ter como saída a morte premeditada de um deles.
Mentira 2: É brutal e desumano permitir que uma mulher tenha o filho produto de uma violação, por isso, para estes casos, deveria ser legalizado o aborto chamado "sentimental".
A Verdade: Em primeiro lugar as gravidezes seguidas de uma violação são extremamente raras. Nos Estados Unidos, por exemplo, a violação é um sério problema, aproximadamente 78.000 casos foram notificados em 1982. Esta cifra é mais importante se tem-se em conta que 40% a 80% das violações não são denunciadas.
Nestes casos as gravidezes são extraordinariamente raras, por várias causas. Por exemplo, as disfunções sexuais em seus violadores, cuja taxa é extremamente alta. Em três estudos foram constatados que 39, 48 e 54% das mulheres vítimas do ataque não tinham ficado expostas ao esperma durante a violação.
Em outro estudo foi comprovado que 51% dos violadores experimentaram disfunções que não lhes permitiam terminar o ato sexual. Outra causa pela qual são extremamente raras as gravidezes por violação: a total ou temporal infertilidade da vítima. A vítima pode estar já grávida ou pode Ter outras razões naturais.
43% das vítimas encontrava-se nestas categorias. A vítima pode estar tomando anticoncepcionais, ter um DIU ou ligadura das trompas, 20% situava-se nesta categoria. Assim, somente uma minoria das vítimas tem um potencial de fertilidade.

Além da infertilidade natural, algumas vítimas estão protegidas da gravidez pelo que é chamado de estresse de infertilidade; uma forma de infertilidade temporal como reação ao estresse extremo. O ciclo menstrual, controlado por hormônios, é facilmente distorcido por um estresse emocional e pode atuar demorando a ovulação; ou se a mulher já ovulou a menstruação pode ocorrer prematuramente.

Um estudo determinou que registraram somente 0,6% de gravidez em 2190 vítimas de violação. Em uma série de 3.500 casos de violação em 10 anos no Hospital São Paulo de Minneapolis, não houve um só caso de gravidez.

Procurar uma legislação baseada em uma exceção em vez de uma regra é totalmente irracional desde o ponto de vista jurídico. É óbvio que o espantoso crime da violação é utilizado para sensibilizar o público a favor do aborto, ao apresentar o fruto inocente de uma possível concepção brutal como um agressor.

É claro que a mulher sofreu uma primeira espantosa agressão, a da violação. Apresentar o aborto como uma "solução" é dizer que um veneno deve ser combatido aplicando-se outro. O aborto não vai tirar nenhuma dor física ou psicológica produzida em uma violação. Ao contrário, vai acrescentar as complicações físicas e psíquicas que o aborte tem por si mesmo.

Por outro lado, o fruto deste ato violento é uma criança inocente, que não carrega para nada com a brutal decisão de seu pai genético. Por outro lado, os legisladores mais especializados afirmam que legalizar o aborto "sentimental" é abrir a porta a sérias complicações jurídicas: praticamente qualquer união, inclusive consensual, poderia ser apresentada como contrária à vontade da mulher, e portanto, uma violação.

Finalmente, o argumento mais importante, é que o aborto por violação não é sequer aceito pelas verdadeiras vítimas, as mulheres violadas. Podem ler-se estes duros mais reveladores testemunhos.
Mentira 3: É necessário eliminar uma criança com deficiências porque ele sofrerá muito e ocasionará sofrimentos e gastos para os pais.
A Verdade: Este princípio, conhecido como "aborto eugenésico" é baseado no falso postulado de que "os lindos e saudáveis" são os que devem estabelecer o critério de valor de quanto vale uma vida ou não. Com este critério, teríamos motivo suficiente para matar os deficientes já nascidos.
Por outro lado, cientificamente, os exames pré-natais não têm segurança de 100% para determinar malformações ou defeitos. Por exemplo, no caso da rubéola matará a 5 criaturas perfeitamente saudáveis para cada bebê afetado.

Por último, quem pode afirmar que os deficientes não desejam viver? Uma das manifestações contra o aborto mais impressionantes no estado norte americano da Califórnia foi a realizada por um numeroso grupo de deficientes reunidos sob um grande cartaz: "Obrigado mamãe porque não me abortar" . O Dr. Paul Cameron demonstrou perante a Academia de Psicólogos Americano que não há diferença entre as pessoas normais e anormais no que concerne a satisfação da vida, atitude perante o futuro e vulnerabilidade à frustração. "Dizer que estas crianças desfrutariam menos da vida é uma opinião que carece de apoio empírico e teórico", diz o especialista.
Inclusive são numerosos os testemunhos dos pais de crianças deficientes físicos ou mentais que manifestam o amor e a alegria que esses filhos lhes proporcionaram.
Mentira 4: O aborto deve ser legal porque toda criança deve ser desejada.
A Verdade: Este é um argumento absurdo. O "desejo" ou "não desejo" não afeta em nada a dignidade e o valor intrínseco de uma pessoa. A criança não é uma "coisa" cujo valor pode ser decidido por outro de acordo com seu estado de ânimo. Por outro lado, que uma mulher não esteja contente com sua gravidez durante os primeiro meses não indica que esta mesma mulher não vá amar a seu bebê uma vez nascido. Pode ser comprovado que nos países onde o aborto é legalizado, aumenta-se a violência dos pais sobre as crianças, especialmente a da mãe sobre seus filhos ainda quando são planejados e esperados. A resposta a isto é que quando a mulher violenta sua natureza e aborta, aumenta sua potencialidade de violência e contagia esta à sociedade, a qual vai se tornando insensível ao amor, à dor e à ternura.
Mentira 5: O aborto deve ser legal porque a mulher tem direito de decidir sobre seu próprio corpo.
A Verdade: Mas quando o senso comum e a ciência moderna reconhecem que em uma gravidez há duas vidas e dois corpos. Mulher, segundo definição o dicionário, é um "ser humano feminino". Dado que o sexo é determinado cromossomicamente na concepção, e mais ou menos a metade dos que são abortados são "seres humanos femininos", obviamente NÃO TODA MULHER TEM DIREITO A CONTROLAR SEU PRÓPRIO CORPO.
Mentira 6: Com a legalização do aborto terminariam os abortos clandestinos.
A Verdade: As estatísticas nos países "desenvolvidos" demonstram que isto não é assim. Pelo contrário, a legalização do aborto o converte em um método que parece moralmente aceitável e portanto, como uma opção possível que não é igualmente considerada nos lugares onde não é legal. Mas dado que a grande maioria de abortos não são por motivo "sentimental", "terapêutico" ou "eugenásico", mas por uma gravidez considerada "vergonhosa", não é estranho que a mulher - especialmente se é adolescente ou jovem - busque igualmente métodos abortivos clandestinos pela simples razão de que uma lei, ainda que tire a pena legal, não tira a vergonha e o desejo de ocultamento. Por outro lado, esta mentira é baseada no mito segundo o qual os abortos legais são mais "seguros" que os clandestinos. Um exemplo: uma investigação realizada em 1978 nos Estados Unidos constatou que só nas clínicas de Illinois, foram produzidas 12 mortes por abortos legais.
Mentira 7: O aborto deve ser legal porque a mulher tem direito sobre seu próprio corpo.
A Verdade: Tem alguma pessoa direito a decidir sobre seu próprio corpo?
Si, mas até certo ponto. Pode alguém querer eliminar um vizinho ruidoso só porque incomoda a seus ouvidos? Obviamente não. É igual no caso do aborto. A mulher estaria decidindo não sobre seu próprio corpo, mas sobre o de um ser que não é ela, ainda que esteja temporariamente dentro dela.
Mentira 8: O aborto é uma operação tão simples como extrair um dente ou as amígdalas. Quase não tem efeitos colaterais.
A Verdade: as cifras desmentem esta afirmação. Depois de um aborto legal, aumenta a esterilidade em 10%, os abortos espontâneos também em 10%, e os problemas emocionais sobem de 9% para 59%. Além disso, há complicações se houver gravidezes consecutivas e a mulher tem o fator RH negativo. As gravidezes extra-uterinas aumentam de 0,5¨% para 3,5%, e os partos prematuros de 5% até 15%. Também podem ocorrer perfuração do útero, coágulos sangüíneos nos pulmões, infeção e hepatite produzida pelas transfusões, que poderia ser fatal.
Além disso, cada vez mais pesquisas tendem a confirmar uma importante tese médica: que a interrupção violenta do processo de gestação mediante o aborto afeta as células das mamas, deixando-as sensivelmente mais propensas ao câncer. Alguns partidários do aborto inclusive chegaram a argumentar que um aborto é menos perigoso que um parto.
Esta afirmação é falsa: o aborto, especialmente nos últimos meses da gravidez, é notavelmente mais perigoso. Nos países ricos morrem duas vezes mais mulheres por aborto legal do que por disfunções do parto. Por outro lado, algumas mulheres têm problemas emocionais e psicológicos imediatamente depois do aborto, outras os têm anos depois: trata-se da síndrome pós-Aborto.
As mulheres que padecem desta síndrome negam e reprimem qualquer sentimento negativo por um período de ao menos cinco anos. Depois surgem uma variedade de sintomas, desde suores e palpitações até anorexia, alucinações e pesadelos. Os sintomas são surpreendentemente similares aos da Síndrome de tensão pós-traumático que sofreram alguns veteranos, 10 anos ou mais depois de ter combatido em uma guerra.
Nos países onde o aborto é ilegal o número de mulheres que morrem, em conseqüência de abortos realizados por pessoas sem treinamento médico, é grande - cerca de 100 mortes por 100 mil operações. Já em operações com assistência médica são cerca de 1,9 (antes dos três meses da gestação) e 12,5 (após três meses) mortes por 100 mil operações.
Nos países onde o aborto é legalizado, a taxa de mortalidade entre as mulheres, em decorrência de problemas na gravidez e no parto, é de nove em cada 100 mil.  Durante o século XX, a legislação liberou o aborto em diversas situações médicas, sociais ou privadas. Desde então, o movimento pela discriminação para certos casos vem crescendo em todo o mundo.

O ABORTO: UM RESGATE HISTÓRICO E OUTROS DADOS
Néia Schor
Augusta T. de Alvarenga
Resumo: Preocupados com os resultados recentes de pesquisas brasileiras sobre complicações após aborto, que indicam um crescente aumento no número desses eventos, além de registrarem uma alta incidência dos mesmos entre adolescentes, os autores propõem-se a analisar, neste trabalho, a prática do aborto sob uma ótica histórica, como um subsídio para se "repensar"a questão em futuras políticas de saúde no Brasil. Apresentam, para tanto, enfoques médicos, religiosos, políticos, legais, sociais, econômicos e culturais sobre a questão do aborto, esposados pelos povos, desde as antigas civilizações, orientais e ocidentais, até os dias de hoje - todos eminentemente ditados por fatores econômicos, dependentes, obviamente, da facção que estivesse no poder em determinado contexto histórico. É apresentada, também, a legislação brasileira sobre o assunto.
Palavras-chave: aborto, ótica histórica, saúde da mulher.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo trazer à tona alguns dados históricos a respeito da questão da prática do aborto, analisando-a sob a ótica das várias civilizações e religiões que ajudaram a compor a história do mundo.
O universo pesquisado foi de 2.588 mulheres carentes, apresentando complicações pós-aborto que procuraram o Hospital Municipal de Santo André no município da Grande São Paulo, no período de janeiro de 1978 a dezembro de 1982.
As conclusões mais marcantes foram a duplicação do número de abortos atendidos pelo serviço, na proporção de 1 aborto para 3,6 partos para 1 aborto para 1,8 partos, em 1978 e 1982 respectivamente e grande incidência do evento entre adolescentes23.
Dados como esses - concretos e expressivos - parecem levar a certo tipo de reflexão até mesmo óbvia: em que medida o aparente descaso por parte de autoridades médicas e governamentais em relação à questão da prática do aborto não está, de certa forma, contribuindo para o agravamento do problema?
Seguindo essa linha de raciocínio, estaríamos abrindo espaço para discussões em torno das políticas de: planejamento familiar; saúde reprodutiva; controle da natalidade; qualidade de assistência à mulher; qualidade de vida da população e, por que não dizer, da polêmica questão da liberdade da mulher em relação ao seu próprio corpo. De uma forma ou de outra, sabe-se que o aborto é praticado no Brasil: nas populações carentes ou abastadas, em meio a boas condições de higiene ou não, entre mulheres jovens ou maduras. Até que ponto não estaríamos funcionando apenas como mero observadores de uma escalada que pode trazer conseqüências graves para a vida afetiva, biopsíquica e social de uma população feminina que vem sendo engrossada dia após dia?
O ABORTO COMO PRÁTICA SOCIAL E QUESTÃO DE SAÚDE
Ao analisarmos a questão do aborto no Brasil de hoje não devemos nos desvincular de todo o conhecimento que se tem sobre o assunto em termos mundiais. Embora não seja possível abarcar todas as nuances que o tema comporta, vamos nos deter aqui nos principais trabalhos realizados a partir de 1960, com o objetivo de verificar como a questão do aborto vem sendo tratada ao longo dessas décadas.
A partir da tese de LIMA14, um marco nas pesquisas junto a escolas médicas, foi mostrada a incidência do aborto como responsável por inúmeras mortes hospitalares. Assim, esta prática - e suas conseqüências - eram vistas como problemas de saúde pública, requerendo atenção médica especial, além de propiciar a ocupação, a alto custo, de leitos hospitalares.
Para CANESQUI6, que analisou a constituição da política de planejamento familiar no Brasil, o aborto constituía um problema universal, que afetava a saúde pública e provocava a desintegração da família gerando problemas de diferentes ordens à mulher.
Várias vezes, em pesquisas realizadas em nosso país, o aborto foi associado a crime e doença, transformando-se num problema médico-social que incidia principalmente na faixa de mulheres entre 25 e 29 anos.
As principais causas desse estado de coisas estariam relacionadas, segundo uma gama variada de análises, com o atraso cultural, a falta de educação sexual, a paternidade "irresponsável" e a ignorância do uso de métodos anticoncepcionais.
Pelos diferentes aspectos que encerra sabe-se hoje que somente a atenção médica não reduz a ocorrência dessa prática social do aborto provocado, uma vez que vários fatores estão presentes na sua ocorrência e no processo de atendimento à questão. Como saída geral mais relevante e mais eficaz, estaria a colocação em prática de uma efetiva política de planejamento familiar ou reprodutivo onde a mulher, vista na sua totalidade, lançaria novos elementos à análise do problema.
Para HUTCHINSON12, o aborto está situado entre os vários tabus que podem povoar uma sociedade, constituindo motivo de vergonha em alguns meios, sobretudo entre as classes mais altas. Entretanto, para ele, a prática do aborto como método limitador da família não é exclusiva de nenhum grupo econômico ou social.
Em relação à magnitude do problema como questão de saúde pública NAKAMURA & BARRETO18, citam que, entre 2800 mulheres entrevistadas, 15% delas já tiveram histórico de aborto espontâneo ou provocado. Além disso, constataram que a incidência do aborto é predominantemente maior nas áreas urbanas, numa proporção 2:1 em relação às áreas rurais, conforme os dados seguintes:
  • São Paulo (município) - 15%
  • Outras áreas urbanas - 13,5%
  • Áreas rurais - 7%
Corroborando esses dados FARIAS9 revela que entre 1697 mulheres pesquisadas no decorrer de 3 meses, num hospital de Salvador, 21% registraram complicações pós-aborto. Também RICE-WRAY22 cita que para cada 1000 partos encontrou 233 mulheres tratadas por complicações pós-aborto. Vale destaque a pesquisa realizada por NEME et al19, abrangendo o período 1944-1962, cujos dados demonstram que das 5500 complicações de gravidez ou parto, um terço estava relacionado com complicações pós-aborto.
Em termos de Brasil calcula-se, na atualidade, que sejam praticados 2,5 milhões de abortos por ano, o que equivaleria a um total de 6850 abortos por dia, 285 por hora e 5 por minuto1, 20, 21.
Esse valor adquire grande significado para o campo da saúde quando se observa as complicações mais frequentes, tais como: infecção pélvica, hemorragia e choque séptico. Deve-se considerar igualmente que o aborto provocado pode afetar a mulher e as gestações subsequentes (prematuridade, gravidez ectópica, abortamento espontâneo, baixo peso ao nascer). Com a repetição do número de abortos praticados os riscos se acentuam, trazendo não só implicações de ordem orgânica, mas também social, econômica e psíquica.
Entre as consequências de ordem orgânica, podemos citar até mesmo o risco da infecundidade. Entre os casos de infecção puerperal, sabe-se que 60% deles são ocasionados por aborto provocado (choque septêmico)19.
Outro dado marcante diz respeito aos óbitos maternos em 10 cidades latino-americanas: 34% das mortes são provocados por aborto. No Chile, por exemplo, a taxa percentual varia de 30% a 41% no que diz respeito aos óbitos maternos registrados1,7,18,20,25.
Do ponto de vista social a prática do aborto está relacionada, além de processos gerais, com uma série de processos particulares que vão desde as dificuldades de sobrevivência da mulher ou da família em meio a uma urbanização desenfreada, à carência de programas educativos e de planejamento reprodutivo, à alta do custo de vida, além de outros. Neles residem as possibilidades da mulher procurar o aborto como meio de terminar uma gravidez indesejada ou "impossível" de ser levada a cabo pela precariedade de sua situação pessoal ou de condição de vida.
A questão do aborto entre as adolescentes constitui um capítulo à parte no universo relacionado a essa prática. É fato que hoje em dia as adolescentes apresentam um início de vida sexual mais precoce. Num país desenvolvido como os Estados Unidos sabe-se que 50% das jovens são sexualmente ativas e que destas, 50% não usam métodos contraceptivos. Na Inglaterra e País de Gales (1978), cerca de 3% do total de abortos praticados referem-se a jovens menores de 16 anos, e destas, 50% procuraram os serviços públicos2,3. O que dizer, então, de um país como o Brasil, marcado pelo analfabetismo e pela falta de informação na área?
UM ACOMPANHAMENTO HISTÓRICO DA QUESTÃO
Num país em que não raras vezes crimes de pequeno, médio ou grande porte deixam de ser julgados e, consequentemente, punidos - pela concorrência dos mais diversos fatores, tais como, falta de provas, ineficiência dos sistemas policiais e/ou jurídicos, interesses "ocultos", não haverá de ser diferente em relação à prática do aborto, considerada ilegal pelo atual Código Penal, em vigor desde 1940. Segundo Decreto-Lei no 2848, de 7 de dezembro de 1940 (artigos 124 a 127), somente duas modalidades de aborto não são puníveis: o aborto terapêutico - feito como tentativa de salvar a vida da gestante - e o aborto sentimental - decorrente de gravidez por estupro8,10,11.
Ainda que no Brasil, o aborto, essa prática clandestina por excelência, carregue a marca da reprovação, certamente não terá sido assim no decorrer da história da humanidade. Sabe-se que desde os povos da antiguidade este era difundido entre a maioria das culturas pesquisadas. O imperador chinês Shen Nung cita em texto médico escrito entre 2737 e 2696 a.C. a receita de um abortífero oral, provavelmente contendo mercúrio.
Na antiga Grécia, o aborto era preconizado por Aristóteles como método eficaz para limitar os nascimentos e manter estáveis as populações das cidades gregas. Por sua vez, Platão opinava que o aborto deveria ser obrigatório, por motivos eugênicos, para as mulheres com mais de 40 anos e para preservar a pureza da raça dos guerreiros. Sócrates aconselhava às parteiras, por sinal profissão de sua mãe, que facilitassem o aborto às mulheres que assim o desejassem10. Já Hipócrates, em seu juramento, assumiu o compromisso de não aplicar pressário em mulheres para provocar aborto11.
Entre os Gauleses, o aborto era considerado um direito natural do pai, que era o chefe incontestável da família, com livre arbítrio sobre a vida ou a morte de seus filhos, nascidos ou não nascidos10. O mesmo ocorria em Roma, onde o aborto era uma prática comum, embora interpretada sob diferentes ópticas, dependendo da época. Quando a natalidade era alta, como nos primeiros tempos da República, ela era bem tolerada. Com o declínio da taxa de natalidade a partir do Império, a legislação se tornou extremamente severa, caracterizando o aborto provocado como delito contra a segurança do Estado5.
O livro do Êxodo cita que, dentre os povos hebreus, era multado aquele homem que ferisse mulher grávida, fazendo-a abortar. Esse ato de violência obrigava aquele que ferisse a mulher a pagar uma multa ao marido desta, diante dos juízes; se, porém, a mulher viesse a morrer em consequência dos ferimentos recebidos aplicava-se ao culpado a pena de morte.
Ainda que a regra geral se voltasse para a severidade legal, que punia a mulher com o exílio ou com castigos corporais extremados, na prática imperava quase sempre a impunidade. Com o advento do Cristianismo, entretanto, o aborto passou a ser definitivamente condenado, com base no mandamento "Não Matarás". Essa posição é mantida até hoje pela Igreja Católica mas, ao contrário do que se possa pensar, ela não foi tão uniforme ao longo dos anos. Interesses políticos e econômicos contribuíram para que isso acontecesse.
São Tomás de Aquino, com sua tese da animação tardia do feto, contribuiu para que a posição da Igreja com relação à questão fosse mais benévola do que nos dias de hoje11.
No Século XIX, o aborto expandiu-se consideravelmente entre as classes mais populares, em função do êxodo crescente do campo para a cidade e da deterioração de seu nível de vida. Isso certamente constituía uma ameaça para a classe dominante já que representava um decréscimo na oferta de mão-de-obra barata, tão necessária para a expansão das indústrias. Na classe alta o controle da natalidade era obtida através de uma forte repressão sexual sobre seus próprios membros e a prática do aborto, embora comum, era severamente condenada5,10.
Hoje em dia torna-se mais e mais comum que o número de defensores da prática livre do aborto venha crescendo respaldados em razões de ordem econômica, política, social e demográfica muito embora, em função de contextos históricos, a questão possa apresentar-se controvérsa e ambígüa.
Alguns acontecimentos históricos, no início deste século, ocasionaram certas modificações importantes nas legislações que regiam a questão do aborto e são explicitadoras dessas diferentes ordens de motivos que fundamentam concepções e políticas a respeito.
Com a Resolução de 1917, na União Soviética, o aborto deixou de ser considerado um crime naquele país, tornando-se um direito da mulher a partir de decreto de 1920. Processo inverso aconteceu em alguns países da Europa Ocidental, sobretudo aqueles que sofreram grandes baixas durante a Primeira Guerra Mundial, que optaram por uma política natalista, com o endurecimento na legislação do aborto. Como exemplo, podemos citar a França, que introduziu uma lei particularmente severa no que diz respeito não só à questão do aborto, mas também quanto aos métodos anticoncepcionais10,21.
Com a ascensão do nazifacismo, as leis antiabortivas tornaram-se severíssimas nos países em que ele se instalou, com o lema de se criarem "filhos para a pátria". O aborto passou a ser punido com a pena de morte, tornando-se crime contra a nação, a exemplo do que ocorreu em certo momento no Império Romano.
Após a Segunda Guerra Mundial, as leis continuaram bastante restritivas até a década de 60, com exceção dos países socialistas, dos países escandinavos e do Japão (país que apresenta lei favorável ao aborto desde 1948, ainda na época da ocupação americana)10,21,26.
A partir dos anos 60, em virtude da evolução dos costumes sexuais, da nova posição da mulher na sociedade moderna e de outros interesses de ordem político-econômica, a tendência foi para uma crescente liberalização. Acentuou-se na década de 70 e as estatísticas revelam que, em 1976, 2/3 da população mundial já viviam em países que apresentaram as leis mais liberais, mais da metade delas foi aprovada nesta última década.
Mas, há também casos de países que voltaram às leis anteriores, como aconteceu com a Romênia, Bulgária e Hungria (razões de ordem demográfica) e com Israel (motivos político-religiosos).
Se fôssemos traçar um quadro indicador das relações entre os diversos países do mundo e o tratamento dado à questão do aborto, teríamos10,11,15,21:
  • o aborto é realizado por meio de simples solicitação - 35%
  • o aborto é realizado por razões de ordem social - 24%
  • o aborto é realizado por razões de ordem médica, eugênica ou
  • humanitária - 20%
  • o aborto é realizado para salvar a vida da mãe - 13%
  • o aborto é totalmente proibido - 4%
  • situação desconhecida - 4%
As situações apresentadas por TIETZE27 e BARRON4 não diferem muito do que se observou no quadro acima.
ASPECTOS JURÍDICOS
O Código Penal, que atualmente vigora em nosso país, data de 1940 e é o terceiro existente no Brasil. Os dois primeiros, de 1830 e 1890, eram bem mais rigorosos que o atual, não prevendo a exceção do aborto para salvar a vida da mãe ou em caso de gravidez decorrente de estupro, conforme se tem hoje. Segundo o Código Penal hoje em vigor, estas duas modalidades de aborto previstas por lei só podem ser praticadas por médicos; o auto-aborto é punido, teoricamente, da mesma forma que o praticado por terceiros, sendo menor a pena para o primeiro (detenção de 1 a 3 anos, de acordo com o artigo 124).
Quanto ao aborto provocado por terceiros, as penas diferem quando há consentimento da gestante, sendo a pena de reclusão de 1 a 4 anos no primeiro caso e de 3 a 10 anos no segundo. Em caso de haver lesões corporais graves na gestante, ou mesmo sua morte, as penas podem ser aumentadas de um terço, ou duplicadas.
Continuam proibidos em nossa legislação os casos de aborto por incesto ou eugênico.
ASPECTOS DA ÉTICA MÉDICA
O Código de Ética Médica foi elaborado pelo Conselho Federal de Medicina, em cumprimento ao artigo 30 da Lei no 3.268/57 e publicado em 11 de janeiro de 19658.
O artigo 54 do Código de Ética impõe ao médico que não provoque aborto, salvo exceções referidas no artigo 128 do Código Penal11. Para realização do aborto, nestes casos, o médico deverá primeiramente consultar em conferência dois colegas, lavrando a seguir uma ata em três vias. Uma será enviada ao Conselho Regional de Medicina (CRM); outra, ao diretor clínico do estabelecimento onde será guardada pelo médico ao qual foi confiada a internação.
O Código de Processo Ético-Profissional para os conselhos de medicina estabelece no capítulo III, referente às penalidades, mais especificamente em seu artigo 60, que as penas disciplinares aplicáveis pelos conselhos regionais a seus membros podem ser de diferentes graus:
  • - advertência confidencial em artigo reservado;
  • - censura confidencial em aviso reservado;
  • - suspensão do exercício profissional até 30 dias;
  • - cassação do exercício profissional "ad referendum" do Conselho Federal.
ASPECTOS RELIGIOSOS
Catolicismo
Baseadas no mandamento "Não matarás", as diversas religiões cristãs condenam a prática do aborto, ainda que a interrupção da gravidez se dê por razões de ordem terapêutica ou sentimental. Em fins do século passado interrompeu-se a discussão em torno da animação tardia do feto e atualmente a Igreja apresenta restrições quanto à prática do aborto terapêutico como caminho para se salvar a vida da mãe. Ou seja, condena todo tratamento que vier atentar diretamente contra a vida do feto, embora não condene consequências indiretas - a morte do feto, por exemplo - que este tipo de encaminhamento possa ter causado11,16.
Igrejas protestantes
A postura das igrejas protestantes em geral (batista, luterana, metodista, presbiteriana, episcopal e unitária) parece ser um pouco menos rígida que a da igreja católica, uma vez que admite o aborto terapêutico, embora jamais encare o aborto como método de controle da natalidade. De qualquer forma, dá-se grande importância à vida da mãe, devendo a questão ser resolvida entre médico, pastor e paciente.
De acordo com LADER13, os unitários-universalistas foram aquela facção da igreja protestante que mais ousou em relação à questão: em 1963 já defendia a lesgislação do aborto em caso de perigo físico ou mental para a mãe, gravidez resultante de estupro ou incesto, defeito físico ou mental da criança que está para nascer ou quando existirem (o que abre a possibilidade de solução para vários casos individuais).
Igreja judáica
O judaísmo tem apresentado uma postura mais flexível no que diz respeito à questão do aborto, provavelmente por apresentar concepções teológicas diferentes em relação à alma e ao "pecado original". Para os judeus, o feto só se transforma em ser humano quando nasce e em pessoa um mês após o nascimento. Além disso, o fato de não existir uma autoridade máxima ditando todas as regras de contuda faz com que os judeus possam ter liberdade sobre sua própria consciência11,16.
O ABORTO COMO QUESTÃO EM ABERTO: A URGÊNCIA DA DISCUSSÃO NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Diante dessa gama variada de aspectos que envolvem não somente questões de natureza ética, política e religiosa, por um lado, mas também sócio-econômicas, psicológicas e, sobretudo, de saúde pública, por outro, é que o aborto coloca-se como problema cuja existência concreta não pode ser ignorada na atualidade exigindo uma ampla discussão pela sociedade brasileira.
Tal discussão deverá oferecer diretrizes gerais ao estabelecimento de uma política social e de saúde para o setor que contemple, não somente, as implicações dessa prática em termos concretos, mas também, as questões de natureza ético-jurídicas que permitam ao campo da saúde implementar, de fato, uma política de assistência capaz de atender às necessidades da Saúde Reprodutiva da Mulher de modo integral e desmistificada.
(Recebido no grupo de Pastores da IELB, Volnei Schwartzhaupt)
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