Advento
Advento é um tempo de espera e de preparo. Aguardamos o que “há de vir,” Jesus Cristo. Mas, estamos realmente aguardando esta vinda ansiosamente e “cheio de saudade?” Esta esperança é, frequentemente, sepultada em meio a tantos outros afazeres de fim de ano e ofuscada por tantas outras luzes de somenos importância. A tal ponto, que os belos hinos de Natal só são ouvidos ainda em casas comerciais, como propaganda.
Não é fácil vivenciar o espírito e a alegria natalina neste período de Advento e de Natal. Cada família precisa esforçar-se para reservar algumas datas para participar mais intensamente na programação de sua comunidade e para desenvolver sua devoção particular ou familiar em casa.
No período natalino recordamos e celebramos a primeira vinda de Jesus Cristo na carne, quando ele nasceu na estrebaria em Belém da Judéia; quando Jesus veio humilde para salvar a humanidade perdida (Mt 18.11). Ao mesmo tempo olhamos para o futuro e aguardamos sua segunda vinda em glória, para julgar vivos e mortos. A respeito da segunda vinda de Cristo, o apóstolo Pedro escreve o seguinte: “Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2 Pe 3.13). Diante de tão sublimes promessas, nosso coração sem dúvida deveria bater de expectativa.
De momento queremos alegrar-nos com a primeira vinda, com a notícia dos anjos: “Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo; é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor ... E subitamente apareceu uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glórias a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem” (Lc 2.10-14). Quantas vezes ouvimos, lemos e cantamos estas palavras maravilhosas? E o que passa em nossa mente quando as ouvimos?
Quantos olham com descrença para estas palavras e perguntam: Onde está a paz na terra. Jesus veio, mas o mundo continua em guerra, indo de mal a pior. Outros procuram desesperadamente a paz de sua alma em tantas outras fontes, menos em Jesus. Por isso o profeta Jeremias, exclamou: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram para si cisternas rotas que não retém a água” (Jr 2.13). A única fonte para a verdadeira paz é Cristo. O apóstolo Pedro afirma: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Sim, a verdadeira e única fonte de paz é Cristo.
Mas, que paz desejamos? O que imaginamos por paz? Paz como sossego, prosperidade, bens materiais, felicidade terrena, etc. Paz conosco mesmos, na família, entre e com os parentes, amigos, vizinhos e na pátria. Tudo isto é tão desejado e procurado a qualquer preço.
Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes o que eu vos disse: Vou e volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, o Pai é maior do que eu.” (Jo 14.27-28). Que paz Jesus nos trouxe e deixa para os seus discípulos? Esperanças materiais, esperança de um mundo melhor, tão sonhado? Não! Ele está falando do perdão dos pecados que ele trabalhou para nós. Pela fé na graça de Cristo temos perdão dos pecados e paz com Deus. Pela fé em Cristo somos filhos de Deus e herdeiros da vida eterna. Como filhos de Deus temos prazer na lei de Deus. Não somos mais do mundo, mas estamos no mundo. Damos toda a honra e glória a Deus em todos os caminhos pelos quais o Pai nos conduz. E mesmo quando precisamos passar por aflições, sofremos as injustiças e o desprezo do mundo, em meio aos conflitos entre capital e trabalho, no medo da violência urbana, de guerra e revoluções, das atrocidades e enfermidades, em tudo sabemos que Deus está ao lado dos que nele confiam e os ampara. Ele nos ama e nos quer bem. Muitas vezes não compreendemos os seus caminhos, mas “sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28). “Em todas estas cousas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37). Na alegria ou na dor, na riqueza ou pobreza, no esplendor da vida ou diante da morte, em todos os momentos podemos cantar: “Glórias a Deus nas maiores alturas, paz aos homens, a quem ele quer bem.” Feliz Natal!
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