REFORMA
A Reforma, para Lutero, não é um programa de mudança das instituições, mas de renovação a partir das pessoas. A árvore e os frutos: o coração (homo interior) e o corpo (homo exterior). A palavra de Deus muda o coração (justificação) e faz do ser humano um cooperador de Deus no mundo (vocação).
A reforma proposta por Ltuero é uma “secularização” diferente da secularização moderna, porque, na visão de Lutero, o ser humano, quando reconciliado com Deus (coração - justificação), passa a colabor com Deus no mundo (corpo – vocações).
A reforma de Lutero é, primeiro da pessoa cristã, e então da sociedade cristã. O que pode reformar a pessoa cristão é o evangelho, e quem pode reformar a sociedade cristã (igreja, economia e política) é a pessoa cristã, nos ofícios e vocações
- o pai e a mãe cristãos, os filhos cristãos, os senhores e servos cristãos, os artesãos, comerciantes cristãos, etc. (que é servo do próximo, que se faz útil ao póximo [Onésimo!])
- o ministro cristão (que é servo dos cristãos e não senhor da igreja , servos da Escrituras e não senhor delas)
- o príncipe cristão (bem diferente do príncipe de Maquaivel)
que Lutero quis promover com seus escritos foi a reforma da pessoa cristã: fé, esperança e amor.
A igreja, pela administração de palavra e sacramentos, renova os cristãos na fé, na esperança e no amor (vida contemplativa, ação do sacramento).
Os cristãos, renovados na fé, na esperança e no amor, renovam o mundo: chuva que rega a terra (Gálatas 1535) (vida ativa, frutos do sacramento)
Os escritos de Lutero não traziam um programa pronto de reforma, mas refletiam a compreensão que Lutero tinha da “reforma” como ação de Deus (não humana), os homens foram criados para serem cooperadores de Deus, os cristãos são reconciliados com Deus para colaborar com o Criador no mundo.
Lutero, como escritor, não foi autor da reforma, mas instrumento da reforma (1538, Artigos de Esmalcalde; 1539, Dos Concílios e da Igreja – o verdadeiro concílio já estava em curso no cotidiado, pois a pregação do evangelho e os sacramentos havia sido restaurados na igreja, e a comprensão de todas as ordens e vocações como cooperação com Deus também havia sido, conseqüentemente, reastaurada na sociedade cristã).
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Luisivan Strelow
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