ESTUDO BÍBLICO – A ORAÇÃO
1. O QUE É ORAÇÃO? POR QUE ORAMOS? PARA QUE ORAMOS? DEUS RESPONDE?
A oração é uma conversa sincera com Deus em que, através da fé em Cristo, Deus ouve seus filhos amados que lhe derramam seus agradecimentos e pedidos. É um momento de comunhão com Deus. “A oração é a pulsação da fé”. Diz um autor que “Jesus é que nos move a orar. Nossas orações são sempre um resultado do bater de Jesus na porta de nosso coração. Orar é dar a Jesus permissão para usar seus poderes no alívio de nossas aflições”.
Oramos: porque Deus ordenou (Mt 7.7, 1Ts 5.17); porque Deus promete atender (Sl 50.15, 145.18-19); por causa das necessidades nossas e do próximo (Is 26.16, Lc 17.13, 18.13, 1Tm 2.1).
Oramos: para agradecer (Sl 136.1, 138.1); para pedir (Mt 7.7-8), tanto bens espirituais, como perdão, fé, consolo, direção, etc. (incondicionalmente), como bens materiais, como trabalho, saúde, bom governo, etc. (condicionalmente – “seja feita a tua vontade”).
Oramos: por todas as pessoas (Mt 5.44, 1Tm 2.1); nunca aos mortos nem pelos mortos (Hb 9.27); somente ao Deus Triúno e em nome de Jesus (Mt 4.10, Jo 14.6, 16.23, 1Tm 2.5).
Oramos: conscientemente e com sinceridade (Mt 6.7, Sl 145.18); com coração puro (1Tm 2.8, Mc 11.24-26); de acordo com a vontade de Deus (Lc 22.42, 1Jo 5.14); sem duvidar (Tg 1.6-7), mas sabendo que Deus responde como um pai ou mãe responde aos seus filhos: às vezes Ele diz “sim”, outras vezes “não”, às vezes diz “espere um pouco” e outras vezes pode nos dar algo diferente do que pedimos, conforme sua santa vontade e infinita sabedoria.
Oramos: em todos os lugares, mas especialmente em nosso quarto e na igreja (1Tm 2.8, Mt 6.6; At 2.42), reservando cada dia um tempo só para oração (melhor ainda junto com leitura da Bíblia); especialmente nas horas difíceis (Sl 50.15) e para tomar decisões importantes, mas também pelas pequenas coisas do dia a dia, ao levantar-nos e nos deitarmos, antes e depois das refeições, etc. (veja no Hinário Luterano, pp. 114-125).
2. OBSERVAÇÕES E DICAS SOBRE ORAÇÃO.
Para Lutero a oração é uma prática que precisa partir das necessidades do crente e é seu ofício. Assim, ele diz: “como um sapateiro faz sapatos e um alfaiate faz suas roupas, assim um cristão ora. O ofício (trabalho) de um cristão é orar.”
“Orar não é apenas balbuciar ou berrar, nem mesmo recitar palavras bonitas ou significativas”, diz Lutero. Para ele, recitar palavras (decoradas) é uma boa prática para as crianças e para os analfabetos, mas a verdadeira oração nasce da necessidade sentida no “fundo da alma”. A oração não é algo mecânico ou mágico, mas, diz o reformador, “onde há oração de verdade, deve haver absoluta seriedade. Precisamos sentir a nossa necessidade, a angústia nos dirige, impulsiona e impele-nos a orar. Depois virão orações espontâneas...”
Enfim, para Lutero a oração inicia, é centrada e finaliza com a Palavra de Deus. Nos Catecismos, a oração é primeiro e acima de tudo palavra de Deus a nós. Vem em forma de mandamento e promessa, contendo as próprias palavras para orarmos.
É importante lembrar que há muitas, variadas e belas orações na própria Bíblia, especialmente nos Salmos e, é claro, na oração modelo que Jesus nos deixou em Mt 6 e Lc 11 (Pai Nosso), além de outras orações dele e dos apóstolos.
Sem prática nenhum cristão pode ser tornar um verdadeiro homem ou mulher de oração – e a prática não pode ser conseguida sem perseverança. É necessário pedir a Deus que nos ensine a orar e também que nos ensine a reservar tempo para isso, individualmente e com a família. Lutero, homem muito atarefado, às vezes se levantava mais cedo para orar, quando tinha um dia de agenda muito cheia.
Também é dever e privilégio dos pais cristãos ensinar seus filhos a orar, desde pequenos, de preferência lendo para eles histórias bíblicas. Temos bom material para auxiliar-nos, como o livro “Desde a Infância”. E para jovens e adultos temos “Um marido ora”, “Uma esposa ora”, “Pequeno tesouro de orações”, além do próprio Catecismo, C. Forte e do Hinário Luterano, onde temos também muitas orações e hinos que são orações.
Algo que é muito útil e nos ajuda a ter disciplina na oração é fazermos uma lista de oração, colocando familiares, enfermos, irmãos na fé, pessoas não convertidas, pessoas que sofrem, etc., e deixá-la ao lado de nossa cama ou do lugar onde costumamos orar.
Que Deus nos faça cada vez mais usarmos a bênção que é a oração, junto com outras “armas” para a luta da fé, como lemos em Ef 6.18, para sua glória, para o crescimento do seu Reino e o bem do próximo.
Obs.: No “Curso Bíblico de Doutrinas Cristãs”, que todas as famílias receberam, há uma lição sobre oração, onde também se explica, resumidamente, a oração do Pai Nosso. Além disso, é bom rever o que nos ensina sobre oração e Pai Nosso o Catecismo Menor de Lutero.
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Pastor Leandro D. Hübner, fevereiro de 2011 (ledahu@gmail.com)
Igreja Evangélica Luterana do Brasil (www.ielb.org.br)
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