CADERNO 14 DO PEM

Esperando com
fidelidade a Deus



INTRODUÇÃO

Estudar o livro de Apocalipse representa um desafio para as congregações da IELB e para cada cristão luterano individualmente.

Estudar o livro de Apocalipse será uma grande bênção para as congregações da IELB e para os luteranos!

O lema IELB-2000 - CRISTO PARA TODOS e o destaque de 1999 - Esperando com Fidelidade a Deus nos sugere o estudo de Apocalipse.

A PROXIMIDADE DO FIM DO SEGUNDO MILÊNIO DA ERA CRISTÃ TAMBÉM NOS SUGERE O ESTUDO DE APOCALIPSE.
As lutas, as tentações, as provações e os ataques que a igreja enfrenta por parte do mundo e do próprio Satanás, sugerem o estudo de Apocalipse. Mas, sobretudo, a necessidade de a Igreja ser, permanentemente, consolada e encorajada, sugere o estudo de Apocalipse.

Esperar com fidelidade a Deus não se refere a um esperar contemplativo ou passivo dos cristãos (Igreja), mas refere-se a um esperar confiante em meio a muito trabalho, em meio a lutas, provações e tentações, sob necessidade constante de encorajamento e consolo. Nesse sentido, o estudo de Apocalipse será uma grande bênção, pois o livro nos mostra o Cristo vitorioso, Aquele que esteve morto, mas ressuscitou. Aquele que triunfou sobre Satanás, Aquele que venceu todas as lutas e tentações, Aquele que está no meio da Igreja e que dará vida eterna ao que crê.

O que o apóstolo João viu foi fantástico! Ele viu a glória celestial e a vitória final do Cordeiro de Deus.

Ao estudar o livro de Apocalipse pelos olhos da fé, também queremos olhar para dentro do céu e ver a glória de Deus. Pelos olhos da fé, queremos ver Jesus, nosso poderoso e vitorioso Salvador. Mas, pelo estudo de Apocalipse, também queremos olhar para a nossa realidade de Igreja, para nossa imperfeição, para nossa indiferença, para o nosso comodismo, para a nossa leviandade e ouvir as palavras de Jesus: Arrepende-te! Acorda! Lembra-te do ensino que recebeste! Volta à prática das primeiras obras/É impossível esgotar o conteúdo de Apocalipse em 12 estudos. Por isso, o Caderno 14, na verdade, quer ser o "ponta-pé" inicial para o estudo deste livro sagrado nos lares luteranos, nos grupos, nos departamentos, nas comissões, nas diretorias.

Além de servir como base para os estudos em grupo, o Caderno 14 também é conteúdo importante para a leitura e o estudo individual de cada luterano. Por isso mesmo, a meta do PEM é que o Caderno 14, junto com o Calendário Concórdia para o ano de 1999, chegue a cada lar luterano.

O primeiro estudo nos dá uma visão panorâmica importante para compreensão do livro e dos estudos que seguem. O estudo n" 2 nos ajuda a "entrar" no livro. O estudo n" 3 nos apresenta o Jesus vitorioso, que esteve mono, mas ressuscitou. Ele está no centro deste livro. Os estudos 4 a 10 nos colocam em contato com as cartas de Jesus às igrejas da Ásia, mensagem do Salvador para a Igreja de todos os tempos. O estudo das cartas mostra nossa fraqueza e imperfeição, como Igreja, mas também aponta para a misericórdia do Salvador e para a sua longanimidade. São mensagens de advertência, mas, também, mensagens de consolo. O estudo n° 11 nos esclarece que o milênio é, na verdade, o tempo da graça para a salvação da humanidade, antes do Juízo Final, quando Deus fará surgir novo céu e nova terra, conforme estudo n° 12.

Expresso gratidão sincera, de toda a IELB, aos pastores Gérson Luís Linden, Konrad Faustino do Nascimento e Horst Kuchenbecker que colaboraram na elaboração deste caderno. Cada autor teve liberdade de preparar o estudo de acordo com seu estilo.

Também quero fazer referência ao livro "VEM, SENHOR JESUS", do Dr. Johannes Rottmann, que serviu de base para a preparação de estudos. Alguns estudos contêm citações diretas do livro. Recomendo a leitura desse livro, que pode ser adquirido na Concórdia Editora.

Vem, Senhor Jesus!

CRISTO PARA TODOS - Esperando com Fidelidade a Deus!

Reinaldo M. Liidke
Coordenador PEM
















ESTUDO
1

Visão Panorâmica de Apocalipse

Palavras de Orientação para o Leitor

O livro de Apocalipse nos oferece uma riqueza de conteúdo tão vasta, que se torna impossível estudá-lo na forma de 12 estudos bíblicos, seguindo o modelo habitual de estudos do PEM. Por isso, julgou-se que se deveriam escolher alguns textos para os estudos. Por outro lado, seria recomendável ter uma visão de todo o livro, a fim de que os líderes de estudo bíblico e os participantes pudessem ter uma idéia geral de Apocalipse. Neste estudo, por isso, pretendemos dar uma visão panorâmica de Apocalipse. Será, tão somente, um esboço com pequenas explicações e referências ao texto. Este material poderá ser utilizado em um encontro de Estudo Bíblico ou simplesmente para leitura por parte do líder e dos componentes do grupo de estudos, como uma preparação individual para essa atividade. Para um maior aprofundamento no estudo de Apocalipse, recomendamos o comentário do Dr. Johannes H. Rottmann, Vem, Senhor Jesus, da Concórdia Editora.

O Conteúdo de Apocalipse

O Apocalipse tem como tema principal a revelação de Jesus, como o vitorioso Senhor, que conduz sua Igreja à vitória.

Capítulos l a 3.

Os cinco primeiros capítulos do livro são uma introdução à profecia, que segue do capítulo 6 em diante. No capítulo l, Jesus se apresenta a João e lhe ordena escrever (veja os estudos de número 2 e 3). Nos capítulos 2 e 3, estão as cartas às sete igrejas da Ásia (veja os estudos de número 4 a 10, específicos a respeito).

Capítulo 4

Temos aqui uma visão do céu, onde Deus é adorado pelos anjos e pela Igreja triunfante (aqueles que morreram na fé). Em volta do trono, há vinte e quatro anciãos (4.4). Os números em Apocalipse são simbólicos. Como doze é o número que normalmente designa os eleitos de Deus (12 tribos de Israel; 12 apóstolos), este número parece referir-se a todos os eleitos, em todos os tempos. Os quatro seres (4.6) parecem ser uma referência à criação de Deus, que também lhe canta louvor.

Capítulo 5

João vê, nas mãos de Deus, um livro fechado, todo escrito. Este livro, que contém o destino da humanidade, é inacessível a qualquer ser humano -ninguém é digno de tomar este livro das mãos do Deus todo-poderoso (veja Ap 5.3,4). O destino da humanidade não está nas mãos de nenhum homem, por mais poderoso que possa parecer. É então que Jesus, o Cordeiro que morreu e ressuscitou e que subiu aos céus, glorioso, toma este livro das mãos do Pai, porque é digno para tanto (veja Ap 5.5). É consolador, para nós, saber que o destino da humanidade e, especialmente, da Igreja, está nas mãos de nosso amado Salvador.

Começa, então, no capítulo 6, a profecia propriamente dita. Antes de olharmos o texto, é preciso estarmos a par da maneira como Apocalipse relata a história. Neste livro, os acontecimentos que vão desde a ascensão de Jesus até sua segunda vinda, são relatados, diversas vezes, de maneiras diferentes, desde o capítulo 6 até o capítulo 20. Assim, os sete selos (Ap 6.1 - 8.5) tratam da mesma história que as sete trombetas (8.6 - 11,19) e que os sete flageles - as sete taças da cólera de Deus (15.5 -16.21). Por isso, não precisamos nos admirar de que o fim do mundo é relatado mais de uma vez (por exemplo, em 6.12-17; 11.15-19; etc).

Capítulo 6

No início do capítulo 6, temos os quatro primeiros selos, que introduzem quatro cavalos com seus cavaleiros, que representam fatos que ocorrem neste mundo, em uma manifestação da maldade humana e do juízo de Deus: guerras, fome, calamidades. O quinto selo (6.9-11) mostra os cristãos que já morreram, cujas almas já estão no céu e aguardam o dia da ressurreição. O sexto selo (6.12-17) mostra o fim, com o julgamento dos ímpios.

Capítulo 7

A ira de Deus tem rumo certo: os ímpios. Ela não cai sobre o povo de Deus. Isso é mostrado de forma figurada no início do capítulo 7 (7.1-8) com Deus colocando um selo nos cristãos. O texto fala em 144.000. Não devemos tomar os números do Apocalipse de forma literal, mas simbólica. Este número simboliza todos os cristãos - a Igreja de Cristo neste mundo. O número exato só Deus sabe (2 Tm 2.19a). Nos versículos 9 a 17, temos diante de nós a Igreja triunfante, aqueles que morreram na fé em Cristo e, com ele, já desfrutam alegria sem comparação (veja Ap 7.16,17).

Capítulo 8

A abertura do sétimo selo introduz as sete trombetas. Mais uma vez (conforme explicamos acima), o texto se refere à história da humanidade, desde a ascensão de Jesus até sua segunda vinda. Nas quatro primeiras trombetas, temos tribulações que ocorrem na natureza (terra, mar, rios, sol), como sinal da ira de Deus sobre o pecado.

Capítulo 9

A quinta trombeta mostra, de forma figurada, as forças do mal que invadem a terra para tormento espiritual dos homens. Note que Deus usa o mal até mesmo para seu propósito de juízo. É importante observar que esse juízo divino nunca é sobre seu povo (veja Ap 9.4), mas sobre os ímpios. O povo de Deus passa por tribulação (Ap 7.14), mas é preservado para a vida eterna. A sexta trombeta fala de guerras que vêm sobre a humanidade. O final deste capítulo é muito importante (veja Ap 9.20,21): todos estes juízos de Deus sobre a humanidade têm a intenção de chamar os homens ao arrependimento, mas estes, ao menos na sua maioria, continuam rebeldes contra Deus.

Capítulo 10

João vê um anjo forte com um livrinho. João deve comer o livro, que é doce na boca, mas amargo no estômago. Então o apóstolo recebe ordem de profetizar (isto é, proclamar a palavra de Deus). Assim, antes de chegar a sétima trombeta (que fala do fim do mundo e Juízo Final), é tempo de proclamação do evangelho. Ele é mensagem doce de salvação; mas traz consigo o amargo das perseguições e provações.

Capítulo 11

João deve medir o santuário. Este representa a Igreja (o povo de Deus), cuja medida (número) Deus conhece muito bem. As duas testemunhas representam a Igreja militante, que dá testemunho de Cristo neste mundo e até sofre por causa disto, mas não morre eternamente. Os quarenta e dois meses (l l .2), o mesmo que mil duzentos e sessenta dias (11.3) correspondem a três anos e meio, a metade de sete - o número completo. Não devemos tomar esses números em sentido literal, mas simbólico, representando o tempo de perseguição sobre a Igreja, que é um tempo limitado, debaixo do controle de Deus. Durante esse tempo, a Igreja poderá testemunhar o evangelho. É então soada a sétima trombeta, que anuncia o fim. Note que, por um lado, o fim é terrível para os maus; por outro, é tempo de galardão (recompensa) para os cristãos (veja Ap 11.17,18).

Capítulo 12

Neste capítulo, três personagens são os principais. A mulher representa a Igreja; o filho é Cristo; e o dragão, Satanás. Satanás tenta destruir Jesus, mas, não conseguindo, volta sua fúria contra a Igreja, que é protegida por Deus. De certa forma, este capítulo reflete o que Deus diz em Gn 3.15, anunciando o conflito entre Satanás (a serpente) e a humanidade, especialmente aquele descendente da mulher (Jesus), que vence Satanás. Os números (1260 dias - v. 6; um tempo, tempos e metade de um tempo = 3 anos e meio - v. 14) são simbólicos, como já vimos, do tempo em que a Igreja é perseguida, mas não é derrotada. É o tempo que estamos vivendo entre a obra de Jesus e sua segunda vinda.

Capítulo 13

Um dos capítulos do Apocalipse que gera mais curiosidade. Quem serão as bestas que vêm do mar e da terra? São "auxiliares" do dragão (Satanás). Assim, são forças anticristãs que atacam a Igreja, tentando impedir que o evangelho seja pregado. Aqui podemos ver, por exemplo, as perseguições feitas aos cristãos por impérios pagãos durante toda a história do mundo. No contexto em que o Apocalipse foi escrito, no tempo de João, certamente o império romano seria lembrado na figura da besta. Mas isso continua por toda a história, seja com violência, seja com deboche à mensagem cristã. Aqui também são representados os falsos profetas, que (parecendo ovelhas, mas sendo lobos - Mt 7.15; Ap 13.11), procuram enganar os cristãos com ensino falso. O número da besta - 666 (13.18)- como os números em geral no Apocalipse, não deve ser entendido literalmente. É simplesmente uma maneira figurada de falar do mal (já que o número 7 é usado para a relação entre Deus e o seu povo, o 6 representa, neste contexto, imperfeição).

Capítulo 14

O capítulo anterior mostra as terríveis forças que Satanás utiliza com a finalidade de destruir a Igreja. O capítulo 14, porém, mostra que o vitorioso é um só - o Cordeiro, Jesus e, com ele, a sua Igreja. Seguem-se, então, quatro vozes, anunciando a palavra de Deus, que percorre a terra, chamando as pessoas ao arrependimento e à fé: a queda da Babilônia (símbolo de toda a perversidade que há no mundo); a condenação dos que seguem Satanás e seus enganos; e a morte bendita daqueles que morrem crendo em Cristo. Ao final do capítulo, há uma visão do Juízo Final, representado por uma grande colheita. A mensagem principal é esta: o diabo e as forças do mal tentam ao máximo obter vitória, mas é em vão - Cristo é o vencedor. E todo o que crê nele é vitorioso também.

Capítulo 15

Nos capítulos 15 e 16, são relatados os sete flageles - castigos de Deus sobre a humanidade pecaminosa. É importante lembrar, novamente, que, nestes dois capítulos, é mostrado mais uma vez o que acontece no mundo desde a ascensão de Jesus até sua segunda vinda. O capítulo 15 prepara a cena. E fundamental observar que os cristãos - os vencedores da besta - não são afetados pelo juízo de Deus, mas cantam louvor a Deus, reconhecendo sua justiça (15.2-4).

Capítulo 16

Os seis primeiros flagelos representam atos de julgamento de Deus, antes do Juízo Final. São como que um anúncio do terrível juízo que virá. Na história humana, muitas vezes, parece que o mal vence, que os ímpios prosperam e são felizes (SI 73). Mas o Apocalipse nos mostra que Deus está no controle da história do mundo. O sexto flagelo vem sobre o rio Eufrates, que simboliza as forças pagas no mundo. O diabo, com todos os seus aliados, ainda tenta derrotar a Igreja (16.13,14). Eles se reúnem em "Armagedom", que significa "monte de Megido" (16.16). Este nome é simbólico e lembra lugares do Antigo Testamento, onde ocorreram batalhas entre o povo de Deus e povos pagãos (Jz 5.19; 2Rs 23.29). Aquelas batalhas, onde Deus vencia pelo seu povo, eram como que antecipações da grande batalha final, que marcará a vitória definitiva de Deus contra as forças do mal, a favor do seu povo. Isso é representado pelo sétimo flagelo: "Feito está!" (16.17).

Capítulo 17
Nos capítulos 17 e 18, João nos relata sua visão do julgamento e destruição das forças do mal. O capítulo 17 nos mostra uma mulher, a grande meretriz, que é chamada de Babilônia. No Antigo Testamento, Babilônia era cidade dos povos pagãos, que constantemente ameaçava o povo de Deus. Há quem pense que aqui, em Apocalipse, ela represente Roma, cidade do imperador que perseguia os cristãos no tempo de João. Ela também representa as forças deste mundo que perseguem a Igreja de Cristo, seja com violência, seja com zombarias, seja com ideologias anticristãs. Ela está associada à besta (representante de Satanás). Sobre os versículos 8 a 13 existem as mais diversas interpretações, sobre quem seria os reinos e reis ligados à besta. Ao que parece, representam todos os impérios e governos que, na história do mundo, têm se sucedido, e que perseguem o povo de Deus. Mais uma vez, porém, o Apocalipse nos mostra que não há por que os cristãos temerem, pois são vencedores com Cristo (leia (17.14).

Capítulo 18

Aqui o texto nos mostra a queda da Babilônia, ou seja, a derrota final dos poderes maléficos deste mundo. Isso é mensagem de lei (que no tempo de hoje chama os pecadores ao arrependimento); mas é mensagem de consolo (evangelho) para os filhos de Deus (veja 18.20).

Capítulo 19

Há alegria no céu pela vitória de Cristo sobre os poderes do mal deste mundo (representados pela grande meretriz). O livro de Apocalipse nos permite ver, com João, o culto no céu. Este é comparado a uma festa de casamento (veja 19.9), onde Cristo é o noivo e a Igreja, a noiva. Jesus, então, é apresentado como um cavaleiro glorioso sobre um cavalo branco (veja 19.11,13,16). Vale a pena ressaltar novamente que o livro de Apocalipse não traz - como alguns pensam - uma men­sagem de terror para todo o mundo. Para os que crêem em Cristo, é uma mensagem de consolo, mostrando-nos o nosso Salvador vitorioso por nós.

Capítulo 20

Inicia-se aqui mais um ciclo do relato de Apocalipse. Como durante todo o livro, não devemos ver aqui uma ordem cronológica dos acontecimentos. Cada uma das partes de Apocalipse trata de toda a história do mundo, desde a primeira até a segunda vinda de Jesus. Aqui, em uma linguagem simbólica, é mostrado que Satanás (o dragão) foi vencido pela obra de Cristo. No final, ele será solto por um pequeno espaço de tempo, mas logo virá o juízo de Deus sobre ele. (Veja estudo sobre o texto, adiante).

Capítulos 21,22
Os capítulos finais nos mostram a nova Jerusalém, a cidade celestial, onde habitaremos com o Senhor. (Veja estudo sobre estes capítulos adiante).

A mensagem de Apocalipse é de orientação para todos os que o lêem. Para aqueles que vivem sem Cristo, é mensagem séria de juízo, que chama ao arrepen­dimento. Mas para aqueles que, pela graça de Deus, crêem em Cristo e dele recebem perdão, vida e fortalecimento pela palavra e sacramentos, para estes é mensagem de consolo. É mensagem que produz uma expectativa alegre, mesmo em meio a provações, perseguições e problemas. Afinal, Jesus, o mesmo que se entregou por nós na cruz e ressuscitou, é vitorioso. E com ele somos também. Por isso, oramos com João: "Vem, Senhor Jesus." Amém.

Gerson Luís Linden
São Leopoldo, RS

























ESTUDO
2


Introdução ao Livro de Apocalipse - Apocalipse 1.1-8

Introdução

O livro do Apocalipse coloca um desafio para nós. E um livro normalmente considerado misterioso, com uma série de figuras estranhas e uma mensagem que, para muita gente, causa medo. Assim, ao iniciarmos o estudo do livro, é importante que lembremos:

1° - O Apocalipse é Escritura Sagrada. É livro de Deus para o seu povo. Como toda a Escritura, também este livro tem como primeiro propósito "tornar-nos sábios para a salvação pela fé em Cristo Jesus" (2 Tm 3.15).

2° - É feliz (bem-aventurado) aquele que lê este livro e todos quantos o ouvem e meditam em suas palavras (Ap 1.3). Ou seja, seu propósito não é amedrontar ou causar dúvidas nos cristãos, mas trazer-nos consolo e felicidade.

3° - O livro, já desde o seu início, nos coloca diante daquele "que nos ama e pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados", Jesus, o nosso amado Salvador. Ele tem palavras de orientação, de fortalecimento, de amparo para nós.

Com esse ponto de partida, queremos ler o Apocalipse, suplicando que Deus Espírito Santo nos dirija graciosamente. Amém.

Leitura do Texto

Leia o texto indicado para este estudo (Apocalipse 1.1-8).

Tomando Contato com os Detalhes do Texto

A partir da leitura, procure, com o grupo, responder às seguintes questões:
l. O que significa o nome que dá título ao livro - "Apocalipse"?
2. É possível encontrar uma referência ao Deus Triúno neste texto? Onde?
3. A qual das três Pessoas da Trindade o texto se refere mais? Há alguma razão para isso?
4. O que significa cada uma das três designações de Jesus no v. 5?

A Mensagem do Texto

O livro de Apocalipse se propõe "revelar". O nome "Apocalipse" significa "revelação" (a primeira palavra do livro). Mas não é verdade que há muitas coisas difíceis de entender neste livro? Há figuras estranhas - selos, flageles, bestas, etc. Mas, sim, Apocalipse quer nos revelar algo. É possível que diversos detalhes nos causem certa dificuldade. Para isso, se faz necessário o estudo sério do livro (como de toda a Bíblia). No entanto, o livro de Apocalipse nos revela aquilo que é fundamental para nossa salvação e nossa vida com Deus neste mundo e na eternidade. O que é realmente fundamental para nossa vida? (O grupo pode debater)


Não devemos, portanto, ler este livro por mera curiosidade. Ele nos conclama a "ler", "ouvir" e "guardar" a mensagem firme no coração (Ap l .3). Você já notou que muita gente lê o Apocalipse simplesmente por curiosidade, para encontrar (e até se divertir com) algumas coisas "estranhas" que o livro traz?

Já nos versículos 4 a 6, temos a saudação de João que, na verdade, vem do próprio Deus Triúno. "Aquele que é, que era e que há de vir" - é Deus Pai, o nosso Criador. Jesus Cristo é o Filho de Deus, que se encarnou a fim de nos salvar. E os "sete Espíritos" são, na verdade, uma forma diferente de se referir ao Espírito Santo, o Senhor e Doador da Vida, nosso Santificador. Talvez estranhemos que o Espírito Santo seja chamado de "sete Espíritos". Notemos, porém, que o Apocalipse foi escrito primeiro para "sete igrejas" - congregações - (Ap 1.4, 11) na Ásia. O número sete, na designação do Espírito Santo, combina com o número de congregações a quem o livro é enviado. Isso quer mostrar que a existência da Igreja no mundo, e de cada igreja (congregação) depende do Espírito Santo. Afinal, o Espírito Santo cria a Igreja e está com ela, fortalecendo a fé, por meio da pregação da palavra e dos sacramentos (Batismo e Santa Ceia).

Jesus é apresentado como "fiel testemunha". De fato, Jesus veio ao mundo e nos revelou fielmente Deus e sua vontade. Quando cremos em Jesus, estamos crendo no único Deus verdadeiro.

Ele é também "o primogênito dos mortos" - Ele venceu a morte, pela ressurreição. Ele é também a garantia de que nós ressuscitaremos. "Primogênito" quer dizer "primeiro". Nós, os que cremos, seremos os seguintes.

Jesus ainda é chamado de "o soberano dos reis da terra". Pela ressurreição, Jesus foi demonstrado ser o Filho de Deus e Senhor de tudo. Ele governa o mundo de tal modo que sua Igreja possa existir, apesar de todos os problemas e possa proclamar o evangelho da salvação.
As pessoas da época de João ouviam muitas mentiras a respeito de assuntos es­pirituais e estavam sujeitas à morte por causa da sua fé e ameaçadas por reis terre­nos. Como essa designação de Jesus se apli­cou a essas pessoas? Como se aplica a nós?

A mensagem deste livro vem com um selo de afirmação de sua veracidade. O próprio Pai diz: "Eu sou o Alfa e o Ômega". São a primeira e a última letras do alfabeto grego. Deus é o princípio e o fim; é eterno. Nele podemos confiar plenamente. Por isso, quando perguntados sobre o Apocalipse, queremos testemunhar que, nesse livro, encontramos consolo e direção, por Jesus, aquele que morreu por nós, que nos ama e voltará para nos dar a vitória completa.
Em nossa sociedade tão mal-informa-da a respeito da palavra de Deus, há mui­tas opiniões erradas sobre o Apocalipse. O que nós, como Igreja, podemos fazer para ajudar as pessoas a verem nesse livro o que ele realmente é - palavra de exortação e de consolo de Deus para seu povo?!

Gerson Luís Linden
São Leopoldo, RS








ESTUDO
3


A Visão do Cristo Glorif içado -Apocalipse 1.9-20

Leitura do Texto

Leia Apocalipse l .9-20

Questões para Abrir o Debate sobre o Texto

l. Onde estava João, quando recebeu a revelação de Deus? Por que estava lá?
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2. O que João quer dizer com "achei-me no espírito, no dia do Senhor"?
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3. Qual a parte que mais lhe chama a atenção na descrição de Jesus?
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4. Que parte do texto nos deixa claro que quem fala com João é Jesus mesmo?
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5. Há algo importante na posição das estrelas e dos candelabros, na visão que João teve?
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A Mensagem do Texto

O apóstolo João foi levado à ilha de Patmos, como lugar de exílio, a mando do imperador romano, pelo fato de que ele era testemunha de Jesus. Era considerado uma ameaça para o império romano.

Felizmente, em nossos dias, em nosso país, temos liberdade para sermos cristãos e propagarmos nossa fé. As perseguições hoje são diferentes, apesar de que existem. De que forma elas se apresentam em nossos dias?

João foi tomado pelo Espírito Santo para lhe ser revelada visão importante. Isso ocorreu no "dia do Senhor". Na época de João, esta expressão era usada para o domingo (a palavra em Português também significa "dia do Senhor"), o dia em que os cristãos se reuniam para adorar o Senhor, ouvir sua palavra e receber a Santa Ceia (l Co 16.2; At 20.7). Era o dia que lembrava a ressurreição de Jesus (Mt 28.1).

Jesus apareceu a João de uma forma gloriosa. João já o havia visto de uma forma semelhante na transfiguração (Mt 17.1,2). A forma como o texto nos mostra Jesus (w. 13-16) ressalta duas coisas: sua santidade e seu poder. Diante do poderoso e santo Deus, o ser humano só pode cair, assim como João (como também aconteceu na transfiguração de Jesus - Mt 17.6). Você não acha que falta às pessoas de hoje um pouco mais de temor e reverência no que se refere a Deus? Diante de Deus em sua  glória, nós, pecadores, somos fulminados!

No entanto, Jesus não quer se apresentar para impor medo a João. Logo, vem a ele de forma consoladora (veja novamente os w. 17,18). Ao falar de sua morte e ressurreição, não resta dúvida: é o mesmo Jesus, o Mestre, que havia andado com João e os discípulos por três anos. Ele, agora, se apresenta vitorioso sobre a morte e todos os poderes do mal isto que quer dizer o final do v. 18). Que mensagem consoladora para cristãos que vivem em um mundo ameaçador. Tal visão de Jesus não nos permite sermos pessimistas! Podemos olhar para nossa vida com realismo, sabendo que o nosso Senhor é vencedor e, com ele, também nós o seremos. Neste mundo, ainda estamos sujeitos a tentações, dores e fraqueza. Mas em Cristo temos uma promessa graciosa.

No v. 20, Jesus mesmo explica que os candelabros representam as sete igrejas a quem o livro foi dirigido inicialmente. O número sete é, também, um número usado com simbolismo dentro de Apocalipse. Representa algo completo. É o número da Igreja de Cristo, que está espalhada por todo o mundo. A visão nos mostra Jesus no meio das igrejas. Sim, Jesus é aquele que está conosco, nós que somos sua Igreja hoje. Ele mesmo prometeu isto (Mt 18.20; 28.20). E nós, como Igreja, somos comparados a candelabros, isto é, um castiçal usado para colocar luminárias (velas). A Igreja, que tem Jesus em seu meio por palavra e sacramentos, é luz para o mundo!

As sete estrelas representam os "anjos das sete igrejas". A palavra "anjo", na Bíblia, pode se referir aos seres espirituais (como o anjo Gabriel); mas também pode significar "mensageiro", referindo-se, então, a uma pessoa que Deus coloca como seu mensageiro. No caso do texto que estamos estudando (e também nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse), são os pastores daquelas congregações. Os "sete anjos" são, portanto, o ministério da palavra. Cristo tem o ministério da palavra na sua mão direita. O ministério pertence a Jesus. Veja bem: nem ao próprio pastor, nem à congregação pertence o ministério pastoral. Pertence a Cristo. Ele instituiu o ministério e o envia, dá à Igreja, para proclamar o evangelho e administrar os sacramentos.

Temos, assim, uma visão de Jesus que acentua diversos aspectos importantes: 1) Sua glória, majestade, santidade; 2) Sua graça (ao vir carinhosamente para junto dos seus); 3) a verdade da sua morte e ressurreição, que nos garante ser ele o Senhor vitorioso; 4) Sua ligação com a Igreja e com o ministério pastoral. Qual desses aspectos você acha que deveria ser mais enfatizado em nossos dias? Por quê?

Gerson Luís Linden
São Leopoldo, RS













ESTUDO
4


Cana à igreja em Éfeso -Apocalipse 2.1-7

INICIANDO A REUNIÃO

1 - Sugestão de hino a ser cantado: 396 do Hinário Luterano.

2 - Oração: Senhor Jesus, agradecemos-te porque nos trouxeste para dentro de tua Igreja. Somos os teus filhos amados. Isto enche nossos corações de alegria. Reconhecemos  os  nossos pecados. Reconhecemos que temos abandonado o primeiro amor. Também em nossas vidas, as boas obras, o entusiasmo e a disposição para servir têm diminuído.  Levanta-nos, Senhor, e ajuda-nos a voltar à prática das primeiras obras. Em teu nome. Amém.

3 - Leitura do texto: Apocalipse 2.1-7

4 - Localizar, no mapa, a cidade de Éfeso.

INTODUÇÃO

A cidade

A cidade de Éfeso estava situada às margens do mar Mediterrâneo. Na época do Novo Testamento, foi a capital da província da Ásia. Era uma cidade portuária, situada também no entron­camento de várias estradas de produção, o que facilitava o comércio. O grande templo da deusa Diana situava-se no centro da cidade e era uma das maravilhas do mundo antigo. Muitas pessoas viviam do comércio que se instalou em torno do culto à deusa Diana. Havia muitos ourives que faziam e vendiam réplicas da deusa e do templo (At 19.23-40).

A igreja

A igreja em Éfeso foi resultado do trabalho missionário do apóstolo Paulo e seus companheiros(At 18-19). Paulo permaneceu lá por aproximadamente três anos (At 20.31). Éfeso tornou-se uma das principais igrejas do Novo Testamento.

RECUPERANDO O PRIMEIRO AMOR

Os cristãos que moravam em Éfeso eram muito parecidos com nossa congregação, com você e comigo. Eram pessoas que tinham qualidades, mas também tinham defeitos. Esse é o assunto desta carta de Jesus para os cristãos de Éfeso.

Falar de qualidades é fácil. É um tema interessante, principalmente quando as qualidades observadas são as nossas. Porém, falar sobre falhas e defeitos é um pouco diferente. Quando as falhas são dos outros até que não é tão ruim. Mas quando as falhas são nossas...nem é bom pensar. Sendo assim, vamos conhecer as qualidades e os defeitos de nossos irmãos de Éfeso.

l - Ler Ap 2.2-3

Os cristãos de Éfeso foram bons conhecedores dos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos. Conheciam tão bem que ninguém os enganava. Naquele tempo, apareceram alguns dizendo-se apóstolos, mas em Éfeso foram desmascarados.

A maioria de nós passou alguns anos estudando a palavra de Deus antes da confirmação. Chegamos ao ponto de decorar o Catecismo Menor. Podemos não saber tanto quanto os cristãos de Éfeso, mas não é qualquer um que consegue nos enganar. Pensando bem, dentro das devidas limitações, somos merecedores do mesmo elogio dado aos efésios. Todavia, os cristãos de Éfeso mostraram seu valor durante as perseguições. Apesar das dificuldades, não deixaram a fé. Nisto temos que reconhecer: eles mereciam mais elogios do que qualquer um de nós.

2 - Abandonaram o primeiro amor

No entanto, Jesus viu um defeito neles. Confira Apocalipse 2.4: Eles abandonaram o primeiro amor. Perderam o entusiasmo, a vontade, a dedicação que tiveram em outros tempos.

Aos nossos olhos, isso não parece ser um problema tão grave. Estamos acostumados a ver isso acontecer. Ninguém mantém o mesmo ritmo, o mesmo entusiasmo. Já que falamos em amor, no namoro e no casamento acontece algo parecido. A lua-de-mel fica para trás. Porém isto não significa que o amor tenha terminado. Podemos dizer que, após um período de entusiasmo inicial, as coisas chegam ao lugar, ao normal. Isto não quer dizer que o amor tenha acabado, que se tenha abandonado o primeiro amor. O amor continua, agora dentro daquilo que é esperado, dentro da normalidade, às vezes, com altos e baixos, mas continua.
Pensando bem, será que poderíamos dizer que perder o primeiro amor seja um defeito? Parece que Jesus está sendo exigente demais. E, ainda que seja um defeito, será que as qualidades dos cristãos de Éfeso não eram maiores? Se colocássemos os defeitos de um lado da balança e as qualidades do outro, acho que as qualidades pesariam mais. Todavia, Jesus não julga desta forma. Além disso, existe um perigo muito grande escondido dentro do pequeno defeito da perda do primeiro amor.

Para o cristão, perder o primeiro amor significa matar a fé aos poucos. Quando, numa congregação, os cristãos abandonam o primeiro amor, nada funciona por muito tempo. Tudo vai parando, vai morrendo aos poucos. No caso dos cristãos de Éfeso, as qualidades de outros tempos já estavam desaparecendo. Tanto que Jesus diz que eles estão caídos (2.5).

3 - Observando nossa realidade

Abandonar o primeiro amor pode ser algo normal e sem maiores perigos em várias situações da vida, menos para os cristãos. Será que isso acontece entre nós? Acontece também e, infelizmente, estamos acostumados e ver isso como se fosse algo normal e comum.

Vejamos: Quantas coisas começaram bem em nossa congregação e foram morrendo aos poucos! Pare e pense nisso. Faça uma lista das coisas que começaram bem e, aos poucos, foram se acabando. Procure responder: por quê? Podem aparecer desculpas, porém a verdade é que as pessoas abandonaram o primeiro amor!

Já reparamos que alguns sofrem deste mal mais do que outros. Pode ser que alguns que começaram, rnais uma vez, a participar dos estudos bíblicos, dos cultos e trabalhos da igreja, hoje já não estejam mais presentes. Por quê? Pode haver motivos. Mas, será que já não é o caso de terem abandonado o primeiro amor?

Contudo, vamos deixar os outros de lado. Vamos olhar para nós mesmos. Quantas obras cristãs já deixamos de fazer simplesmente porque abandonamos o primeiro amor? Certamente já abandonamos algumas atividades em nossa congregação, como por exemplo: participação nos departamentos, em comissões, nos estudos, deixamos de fazer visitas e devoções em família. E, se nos perguntarem a razão do nosso afastamento, o que respondemos? Não será porque abandonamos o primeiro amor?

4 - Volta à prática das primeiras obras

Temos o mesmo defeito dos cristãos de Éfeso. Assim como eles caíram, freqüen­temente, também estamos caindo. Nosso amor vai esfriando, ao ponto de não termos mais interesse em continuarmos sendo cristãos. O abandono ao primeiro amor mata, e nós estamos morrendo.

No entanto, Jesus não quer que isso aconteça; por isso ele está falando, também conosco. Por isso, ele nos repreende. Ele diz: "Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras" (v.5).

O caminho para recuperar o entusiasmo do primeiro amor não é um caminho desconhecido. Ao contrário. É algo bem conhecido, tanto que Jesus diz: "Lembra-te". O caminho está nas coisas que deixamos de fazer e que devem voltar a ser realizadas.

Voltar à prática das primeiras obras é, antes de mais nada, voltar a Jesus, de quem vem a motivação para todas as obras cristãs. É voltar ao evangelho. É voltar à Santa Ceia. As obras são frutos da fé.

Se você abandonou a prática de obras cristãs; se você abandonou trabalhos e atividades em sua congregação, volte correndo a fazer isso.

Reveja, também, aquela lista de coisas que pararam de funcionar em sua congregação. O que você pode fazer para que elas voltem a funcionar?

Konrad do Nascimento
Teófilo Otoni, MG

















ESTUDO
5


Carta à igreja em Esmirna -Apocalipse 2.8-11

INICIANDO A REUNIÃO

1 -Sugestão de hino a ser cantado: 320 do Hinário Luterano.

2  - Oração:   Senhor Jesus! Tu és o primeiro e o último. Morreste para salvar toda a humanidade, mas ressuscitaste ao terceiro dia. Estiveste morto, mas agora vives e governas sobre todas as coisas. Assim como consolaste a igreja de Esmirna, consola-nos também com a certeza de tua presença constante em nossa vida. Concede-nos a graça de continuarmos fiéis, mesmo em meio aos sofrimentos desta vida. Amém!

3 - Ler o texto de Apocalipse 2.8-11.

4  - Localizar, no mapa, a cidade de Esmirna.

INTRODUÇÃO

A cidade

A cidade de Esmirna se localizava a 45 km ao norte da cidade de Éfeso. Possuía um porto importante, que contribuiu para que ela se tomasse um centro comercial importante da região. Era uma cidade esplêndida, que recebeu o apelido de "a glória da Ásia". Esmirna existe ainda nos dias de hoje e é a terceira maior cidade da Turquia, com aproximadamente 250 mil habitantes.

Não se sabe exatamente como e quando teve início a igreja de Esmirna. Pro­vavelmente foi fundada pelo apóstolo Paulo, ou por seus colaboradores, quando esteve em Éfeso (At 19.10), trabalhando na região por um período de aproxima­damente dois anos.

A igreja

A igreja de Esmirna sofreu muitas perseguições. Um exemplo disso é a história de Policarpo. Ele foi um dos chamados "pais da Igreja". Tinha sido discípulo do apóstolo João e, mais tarde, foi bispo da igreja de Esmirna. Tornou-se um dos mais conhecidos mártires da Igreja Cristã. Ele foi morto no ano de 155 d.C. porque, depois de 80 anos de fidelidade ao Senhor, negou-se a oferecer sacrifícios ao imperador. Ele transformou-se numa tocha humana. Morreu queimado, no estádio da cidade, servindo de espetáculo ao povo, mas não negou sua fé.

AS PRINCIPAIS MENSAGENS DO TEXTO BÍBLICO

l - Quem fala
Em cada uma das sete cartas, Jesus se apresenta de forma diferente, concedendo-se títulos diferentes, que trazem consolo para os filhos de Deus.

1.1-            Como Jesus se apresentou nesta carta? (Ler a resposta no versículo 8).

1.2 - O que representa para nós saber que Jesus é o primeiro (Jo 1.1-3) e o último, que esteve morto, mas ressuscitou e vive?

1.3 - Jesus sofreu e morreu, mas ressuscitou! Ele venceu os sofrimentos e a morte. Isso trouxe grande consolo para os cristãos de Esmirna que estavam sofrendo perseguições e, até, a morte.

Nós também vivemos num mundo onde ainda há sofrimentos e tudo leva para a morte. No entanto, a ressurreição de Jesus e a garantia da nossa ressurreição ( Jo 14. 19) enchem o nosso viver de esperança, mesmo que ainda tenhamos sofrimentos e a morte pela frente.

2 - Pobreza e riqueza

A igreja de Esmirna foi chamada de "pobre igreja rica", enquanto que a igreja de Laodicéia (Ap 3.14-22) recebeu o título de "a rica igreja pobre".

Jesus disse: "Eu sei o que vocês sofrem" (v. 9 - BLH). Há grande consolo no fato de Jesus conhecer todos os nossos problemas e necessidades. Mesmo que, às vezes, nos sintamos sós em nossos problemas e sofrimentos, Jesus conhece tudo o que se passa conosco.

Jesus também conhecia os sofrimentos dos cristãos de Esmirna. Ele cita tribulação, pobreza e blasfêmia.

2. l - Tribulação: Refere-se a todos os sofrimentos que eles experimentaram como seguidores de Cristo, por causa de sua fé.

2.2 - Pobreza: Aparece entre tribulação e blasfêmia. Isso parece indicar que a pobreza material foi uma conseqüência das perseguições que sofreram. É possível que trabalho, proteção comercial ou crédito lhes eram negados, exatamente por serem cristãos.

Será que, nos dias de hoje, cristãos ainda sofrem esse tipo de tribulação?

Mas Jesus, que afirmou conhecer a pobreza dos cristãos de Esmirna, imediatamente acrescentou: "mas tu és rico". Em que consistia a riqueza da igreja de Esmirna? (Tiago 2.5 ajuda a responder a pergunta).

2.3 - Blasfêmia: Trata-se da difamação dos seguidores de Cristo. Eram malfalados por serem seguidores de Jesus. De que maneira esse sofrimento atinge os filhos de Deus ainda hoje ?

3 - Não tenha medo dos sofrimentos

"O diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós" (v. 10). Pedro e João (At 4.3) foram os primeiros a experi­mentarem a prisão por causa do testemunho de Cristo. Também Paulo e muitos outros, em todos os tempos, passaram pela prisão por causa do nome de Jesus.

O diabo é o causador desses sofri­mentos. Também os cristãos de Esmirna seriam provados com prisões. Aqui vale lembrar a diferença entre tentação e provação. Deus não tenta ninguém (Tg 1.13). O diabo tenta para o mal, para enganar e destruir. Mas Deus, quando permite o mal, ele põe nossa fé à prova, não para destruí-la, mas sim, para fortalece-la. Nesse contexto, podem ser bem entendidas as palavras de Paulo aos romanos (8.28): "Sabemos que todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus".

Vamos conversar sobre a questão: Como reagimos, quando somos provados na fé?

Jesus consola os cristãos de Esmirna, dizendo que esta tribulação será de dez dias, ou seja, será por um tempo determinado. Não será para sempre. Eles podem ter a certeza de que Jesus, que é "o Primeiro e o Último", colocará um ponto final em todos estes sofrimentos.

4 - Sé fiel até a morte

Deus é fiel. Ele cumpre suas promessas e está ao lado dos que sofrem por causa do seu nome. Por isso, ele encoraja seus filhos carinhosamente: "Sê fiel até a morte".

A fidelidade é dinâmica. Ela deve estar em processo de crescimento, tornar-se sempre mais forte, até a medida em que possa sofrer, inclusive, a morte por causa de Cristo.

5 - O vencedor, de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte

Quem é o vencedor? No caso de Esmirna, é aquele que perseverou firme na fé, através de todas as tribulações e perseguições que sobrevieram à Igreja. É aquele que, como Policarpo, não negou Jesus, preferindo a morte. É aquele que "olha firmemente para Jesus, o Autor e Consumador da fé" (Hb 12.1-3).

Esse não sofrerá dano da segunda morte! Para entender o que é a segunda morte, ler Ap 20.14 e 21.8. O vencedor receberá a "coroa da vida", que foi conquistada por Aquele que esteve morto, mas tornou a viver!

Esperar com fidelidade a Deus é permanecer firme na fé, mesmo em meio às tentações e sofrimentos.

Reinaldo M. Lüdke
Porto Alegre, RS

















ESTUDO
6



Carta à igreja em Per gamo -Apocalipse 2.12-17

INICIANDO A REUNIÃO

l - Sugestão de hino a ser cantado: 384 do HL (melodia 331).

2-Oração: Senhor Jesus, conserva-nos firmes e fiéis na hora dos sofrimentos e das tentações.
Não permitas, Senhor, que as tentações do diabo, do inundo e da nossa carne pecaminosa nos enganem e nos levem ao erro. Conserva-nos fiéis na fé e na doutrina. Livra-nos de ensinamentos contrários à tua santa palavra. Ajuda-nos a admoestar e disciplinar os que estão no erro e, finalmente, consola-nos com tuas muitas promessas. Amém!

3 -Ler o texto de Apocalipse 2.12-17.

4  - Localizar, no mapa, a cidade de Pérgamo.

INTRODUÇÃO

A cidade

A antiga cidade de Pérgamo chama-se, hoje, "Bergama". Não é uma cidade muito grande. Tem aproximadamente 15.000 habitantes. Mas era uma das cidades mais importantes da região da Ásia nos dias do apóstolo João. Foi notável como centro de artes e literatura. Ali foi inventado o pergaminho, couro de cabrito, que era "trabalhado" de tal maneira que podia ser
usado como material para escrever, superior ao papiro, que era usado normalmente. Mais tarde, textos da Bíblia, tanto do Antigo como do Novo Testamento, foram copiados no pergaminho.

A cidade possuía uma grande biblioteca que, no seu auge, tinha mais de 200.000 volumes. Ela também era conhecida por sua superstição, pelo culto à deusa Vênus e a Esculápio, o deus da magia e da medicina.

A igreja

Sobre a igreja de Pérgamo, sua funda­ção e desenvolvimento, nada sabemos. As únicas notícias que temos sobre ela estão nesta carta, que o próprio Senhor Jesus mandou escrever.

RESUMO DA CARTA

A impressão que temos é que a igreja de Pérgamo se encontrava dividida. Havia cristãos fiéis, que ficaram firmes no testemunho do nome de Cristo mesmo nas adversidades e não negaram sua fé. Na época, era exigido culto a César, imperador romano. Isso trouxe conflitos e perseguições aos cristãos. Antipas, um dos líderes, pagou caro pelo seu testemunho, pois foi morto.

Mas, parece que Satanás, que instalou o seu trono ali, mudou de tática, procurando levar os cristãos ao mundanismo, a uma vida cristã irresponsável. É que havia no meio deles alguns poucos que aderiram às doutrinas diabólicas de Balaão e dos nicolaítas. Os defensores da "doutrina de Balaão" (Números 22-24), pelo que podemos compreender, ensinavam, na igreja de Pérgamo, que não seria tão mau assim se os cristãos participassem das festas dos pagãos nos seus santuários; festas que normalmente terminavam com a prática da prostituição, na forma de culto. Já os nicolaítas defendiam a tese de que todos os pecados devem ser experi­mentados. O pastor da igreja de Pérgamo manteve-se fiel, mas, tanto ele como a igreja, falharam na disciplina cristã. Houve muita tolerância com o erro. Jesus chamou a igreja ao arrependimento e à luta. A arma era a palavra de Deus.

APLICAÇÕES PRÁTICAS

l - A espada afiada, de dois gumes

É assim que Jesus se apresenta nesta carta, como sendo aquele que tem a grande espada, a espada afiada, a espada que tem dois gumes.

Ler os textos de Ap l .16, Hb 4.12 e Ef 6.17 e responder: O que significa a espada afiada, de dois gumes?

A palavra de Deus, que sai da boca de Jesus, salva e consola os que crêem, mas também julgará e condenará os incrédulos, os que não se arrependem e promovem o erro e o engano.

Todo aquele que rejeita a palavra de Deus será julgado e condenado por esta mesma palavra.

Em resumo, a palavra de Deus é defesa e salvação para o crente, mas juízo e con­denação para o incrédulo e impenitente. Ela deve ser usada para consolar, mas também para identificar o erro e combatê-lo.

2 - A disciplina cristã

Um dos problemas na igreja de Pérgamo foi a falta de disciplina cristã. A impressão que fica é que o líder espiritual não promoveu a disciplina cristã, antes foi tolerante com o erro, especialmente com a chamada "doutrina de Balaão" que, ao que parece, defendia a idéia de que os cristãos, além de praticarem sua fé, também podi­am participar dos cultos aos deuses pagãos. Dessa maneira, o erro e o engano se infiltravam na igreja, confirmando as pa­lavras do apóstolo Paulo: "Um pouco de fermento leveda a massa toda" (Gl 5.9).

Com base nesse exemplo, vamos con­versar sobre o assunto, tomando por base a realidade da igreja dos nossos dias. Se­guem algumas questões que podem servir de base para o diálogo:

2. l - Qual é a finalidade da disciplina cristã?

2.2  - Quem deve ser disciplinado e quem deve disciplinar?

2.3 - Qual é o instrumento a ser usado na disciplina cristã?

2.4 - Quais são, no entender do grupo, os principais perigos (falsas doutrinas) que" ameaçam a Igreja hoje?

2.5 - Será que os problemas da igreja de Per gamo se fazem sentir ainda hoje ?
Em Mateus 18.15-20 e em lCo5.1-13, encontramos subsídios e respostas para essas questões.É interessante notar que os cristãos de Pérgamo suportaram fortes perseguições e não negaram a fé. Mas, por outro lado, o diabo enganou muitos deles, levando-os para a imoralidade.

3 - Ao vencedor

Jesus faz três promessas ao vencedor, aquele que, com a espada do espírito, que é a palavra de Deus, vai vencendo as tentações e provações, perseverando até o fim (Mc 13.13):

3.1  - Lhe darei do maná escondido. Refere-se ao alimento celestial, ao pão da vida, àquela grande festa que está preparada no céu para os "vencedores", quando eles comerão o maná eterno e "to­marão lugares à mesa com Abraão, Isaque e Jacó no reino dos céus" (Mt 8.11). O "maná escondido" é aquilo que "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam" (l Co 2.9).

3.2 - Lhe darei uma pedrinha branca. A interpretação mais provável parece ser esta: Quando os reis antigos davam uma festa, seus convidados ilustres recebiam uma pedrinha branca, geralmente um dia­mante, que lhes dava o direito de entrarem na festa. Assim também os vencedores re­cebem "uma pedrinha branca", corno sinal de sua vitória (branco é a cor simbólica da vitória), dando-lhes acesso à festa celestial.

3.3 - Um novo nome (escrito sobre a pedrinha). No novo céu e na nova terra, tudo o que é velho terá passado, tudo será novo. Já no Antigo Testamento, o profeta Isaías afirmou que a Igreja, a noiva de Cris­to "será chamada por um novo nome, que a boca do Senhor designará" (Is 62.2 + 65.15). Esse novo nome está relacionado com Jesus que, em nosso lugar, lutou e venceu.

Como será este novo nome? Talvez "fi­lho de Deus"!

Que expectativa maravilhosa para os filhos de Deus! O destaque: CRISTO PARA TODOS - Esperando com fideli­dade a Deus, nos faz olhar com alegria e coragem para todas estas promessas mara­vilhosas que são feitas para os vencedores.

Reinaldo M. Lüdke
Porto Alegre, RS
















ESTUDO
7


Carta à igreja em Tiatira - Apocalipse 2.18-29

INICIANDO A REUNIÃO

1  - Sugestão de hino a ser cantado: 397 do Hinário Luterano.

2 - Oração: (pelo líder).

3 - Ler o texto de Apocalipse 2.18-29.

4  - Localizar, no mapa, a cidade de Tiatira.

INTRODUÇÃO

A cidade

Não há muitas informações sobre a ci­dade de Tiatira. Era uma cidade pequena, mas famosa pelos seus produtos manufaturados e por sua arte de tingir com púrpura. Sabemos que Lídia, vendedora de púrpura, era natural de Tiatira e foi con­vertida para o cristianismo por Paulo, em Filipos (At 16.14,15). Hoje, é uma cidade com aproximadamente 50.000 habitantes.

A igreja

Também não há informações sobre a igreja de Tiatira, além desta carta. Prova­velmente, a igreja foi fundada pelo após­tolo Paulo por ocasião de sua estada em Éfeso (At 19).

DESCONHECENDO AS DOUTRI­NAS DE SATANÁS

Todos já ouviram o ditado que diz: as aparências enganam. Esse ditado pode ser aplicado para os cristãos da cidade de Tiatira. Mas alguém pode responder que os fofoqueiros são, sempre à busca de al­guma coisa para falar, que dizem isso. É verdade, na maioria das vezes, são eles que mais fazem uso desse ditado. No entanto, em nosso texto, não é um fofoqueiro que está falando. É Jesus Cristo. Ele tem um recado para os cristãos de Tiatira e para nós também. De certa forma, ele está di­zendo que as aparências enganam as pes­soas, mas nunca o Senhor, porque ele é aquele que sonda mentes e corações...(Ap 2.23). Mas será que Jesus pode dizer para nós que as aparências enganam? Vejamos o texto mais de perto e teremos a resposta.

l - Eu conheço

Em todas as cartas às igrejas, ocorre sempre a expressão: conheço! Você já deve ter reparado nisso. Jesus é o único que pode falar desta forma, pois, sendo Deus, sabe todas as coisas, conhece tudo. Ele jamais se deixa enganar por aparências. Por outro lado, as pessoas se deixam enganar por aquilo que vêem. Assim sendo, vamos fa­zer uma visita imaginária à cidade de Tiatira a fim de conhecer os cristãos. O melhor lugar para se conhecerem os cristãos de alguma localidade é indo ao seu local de reuniões. Em Tiatira, vamos ter uma surpresa agradável. Os cristãos daquele lugar são muito ativos. Em suas reuni­ões, tudo funciona bem. Funciona tão bem que o próprio Jesus faz largos elogios a tudo que é feito por eles (Ap 2.19). Salta aos olhos o elogio: "vocês estão fazendo mais agora do que no princípio". Sem dú­vida, um grupo de cristãos que fez muito mais do que qualquer um em nossas con­gregações. Como seria bom conviver com cristãos assim!

2 - A influência de Jezabel

Contudo, é neste ponto que somos en­ganados pela aparência. Quando os cris­tãos de Tiatira estavam reunidos em seu local de cultos, tudo estava muito bem. Porém, as coisas passam a ser diferentes, quando eles se encontram em grupos me­nores, talvez fora do convívio com os ir­mãos na fé. Não eram reuniões oficiais da congregação. Mas aqueles encontros entre amigos para conversar, trocar idéias. Às vezes, encontros comuns entre os membros de uma mesma família. Nesses encontros é que estava o problema dos cristãos de Tiatira. Nessas ocasiões, entra em cena Jezabel. É pouco provável que João esteja se referindo a uma mulher com esse nome. Possivelmente, o nome está mais relacio­nado com as atitudes de Jezabel, esposa do rei Acabe. (Mais tarde, em casa, conheça sua história, lendo l Rs 16 e seguintes). Jezabel foi a grande responsável pela infi-delidade a Deus, ensinando às pessoas a adorarem o deus Baal. Ela defendeu e sus­tentou os sacerdotes de Baal. Foi inimiga do profeta Elias. Enquanto Elias queria reconduzir as pessoas a Deus, Jezabel se esforçava em desviá-los.

Em Tiatira, alguns estavam imitando a Jezabel, confira Ap 2.20. Estavam levan­do as pessoas a conhecer as coisas de Sa-tanás. Enquanto o pastor de Tiatira se es­forçava para manter as pessoas no cami­nho da fé verdadeira, Jezabel conduzia as pessoas para a morte. Imãginem que gran­de confusão!

De fato, as aparências enganam. Enga­nam as pessoas, mas não conseguem en­ganar o Senhor, porque eu sou aquele que sonda mentes e corações...(Ap 2.23). Será que existe alguma semelhança entre nós e os cristãos de Tiatira? Será que o Senhor pode nos dizer que as aparências enga­nam? Talvez, nossa primeira reação seja dizer que não merecemos os mesmos elo­gios dados aos cristãos de Tiatira. Assim, as aparências já vão revelar que alguma coisa não vai bem. Continuando nossa de­fesa, diríamos que não existe nenhuma Jezabel entre nós. Com certeza, ensinando dentro da igreja ou em nossas reuniões ofi­ciais, é claro que não. Mas o que acontece em nossos encontros entre amigos? Às ve­zes, as pessoas ensinam e aconselham al­gumas coisas estranhas: Alguém ensina alguma simpatia, outro recomenda a leitu­ra do horóscopo. Um conta como um ami­go foi visitar um curandeiro, ou milagreiro, e ficou curado. Outro diz que ouviu coisas interessantes numa reunião espírita. E vai por aí afora. Quanta bobagem as pessoas ensinam umas às outras! Quanta gente tem feito o papel de Jezabel!

3-Um exemplo

Entretanto, na minha opinião, a nossa maior Jezabel tem espaço garantido, vá­rias horas por dia em nossa casa. Quando ela fala, todo mundo cala, ouve t aprende. Estamos falando da nossa televisão. Al­guém pode reclamar que falar contra a TV é coisa de "crente" fanático. Por favor, não sejamos precipitados. A TV ensina muitas coisas que não concordam em nada com o que Deus nos ensina. Hoje, as pessoas fa­zem aquilo que está, digamos assim, televiosionalmente correto. É a TV que impõe costumes, ensina a maneira "correta" de viver. Por causa da TV, as pessoas não confiam mais no que a Bíblia ensina. Sexo e casamento já não são mais vividos conforme o desejo do Senhor. A TV nos levou para longe. Alguns chegam a dizer que a Bíblia precisa ser interpreta­da de uma maneira mais moderna, atual. A TV Jezabel persegue aqueles que defen­dem os ensinamentos de Deus. Você tam­bém acha que a nossa TV Jezabel fala e ensina, e nós ouvimos e aprendemos?

O erro dos cristãos de Tiatira foi tole­rar essa Jezabel (veja Ap 2.20). Jezabel ti­nha toda liberdade para ensinar, e ninguém procurava impedir. A mesma coisa acon­tece em nossos dias. Esse é o nosso erro também. Os pastores procuram ensinar os caminhos de Deus. Dentro do templo, tudo parece normal. Porém, quantos Jezabel já seduziu? O que se passa na cabeça dos cris­tãos luteranos? Quantos têm os horósco­pos como conselheiros? Nos momentos de dificuldade, quantos buscam ajuda junto a cartomantes, magos e outros do mesmo gênero? Nossa maneira de viver está de acordo com a vontade de Deus, ou faze­mos aquilo que é televisionalmente corre­to ? E os nossos filhos, no que acre-ditam ? Como vivem sua sexualidade?
4 - Reação aos ensinos de Jezabel
O grande adversário de Jezabel foi Elias. Jesus quer que cada um de nós seja um Elias a enfrentar a Jezabel de nossos tempos. A Jezabel de hoje é muito forte. Ela ameaça todos os que se levantam con­tra ela. Contradizer o que ela diz causa medo. Sentimo-nos fracos. Elias também teve medo e fraquejou (veja l Rs 19.1-3, 10,14,15,18). A nossa força também vem do Senhor. Quem destruiu Jezabel foi o Senhor, l Rs 21.23; l Rs 9.30,36. Quem destruirá a Jezabel de Tiatira e a Jezabel dos dias de hoje, também é o Senhor, (Ap 2.21-23). Além disso, nem tudo está per­dido. Em Tiatira, muitos não haviam caí­do, confira Ap 2.24. Hoje, muitos são fi­éis, mas outros tantos se desviaram.

Portanto, você e eu somos Elias. Jesus espera que Jezabel não seja tolerada entre nós. Não perca as oportunidades de ensi­nar a verdade. Desligue sua TV. Reúna seus amigos e vizinhos para estudar a Bíblia. Faça devoções com a sua família. Não dê espaço para Jezabel. Os cristãos esperam com fidelidade a Deus, desconhecendo as doutrinas de Satanás!

Konrad F, Do Nascimento.
 Teófilo Otoni, MG























ESTUDO
8


Carta à igreja em Sardes - Apocalipse 3.1-6

INICIANDO A REUNIÃO

1 - Sugestão de hino a ser cantado: 390 do Hinário Luterano.

2 - Oração: Senhor Jesus, livra-nos da indiferença e da frieza espiritual. Sabemos que Satanás é astuto e quer afastar-nos da tua palavra. Conserva-nos na fé, reno­va-nos o vigor espiritual e lembra-nos constantemente da tua lei e do precioso evangelho. Não retires de nosso meio a tua palavra salvadora e concede-nos a graça de vencermos todas as tentações e de ter­mos os nossos nomes registrados no livro da vida. Amém.

3 - Ler o texto de Apocalipse 3.1-6.

4  - Localizar, no mapa, a cidade de Sardes.

INTRODUÇÃO

Sardes já foi uma das grandes cidades da antigüidade. Os gregos a consideravam como a maior cidade conhecida. Suas moedas, as mais antigas até hoje conheci­das, tiveram como inscrição: "Sardes, a primeira metrópole da Ásia, da Lídia e dos helenos." Mas Sardes passou por muitas guerras, sendo dominada pelos reis de di­ferentes nações, até ser anexada ao Império Romano em 190 a.C.

No ano 17 da era cristã, Sardes foi destruída por um terremoto. Apesar de ser reconstruída, tornou-se uma cidade sem importância. No século 14 da era cristã, foi completamente destruída pelos turcos. Hoje só restam algumas choupanas de pastores de cabras entre as poucas ruínas da antiga metrópole. Nenhum cristão vive lá hoje.

Quando o apóstolo João enviou esta carta à igreja de Sardes, a cidade estava em plena decadência. O mesmo estava acontecendo com a Igreja de Cristo naquela cidade. Sobre a igreja em Sardes não existe nenhuma notícia. A única vez que a Bíblia se refere a ela é neste texto de Ap 3.1-6. Provavelmente foi fundada pelo apóstolo Paulo e seus colaboradores.

RESUMO DA CARTA

O Dr. Johannes Rottmann, no seu livro "Vem, Senhor Jesus", fala da igreja de Sardes como sendo "uma igreja morta numa cidade que está morrendo". Ele resume assim o conteúdo da carta: "A igreja de Sardes está morrendo e, na sua maior parte, já está morta. Apresentou obras, mas elas não tinham valor, porque lhes faltava o fundamento, a fé verdadeira. Apesar de continuar a pregação, esta não trouxe frutos para a grande maioria dos membros. Eles se tornaram indiferentes com respeito à salvação. Enquanto a organização (estrutura funcional e admi­nistrativa da igreja) ficou intacta, sua vida espiritual morreu. A igreja de Sardes é um exemplo de uma igreja secularizada. Por isso, não havia perseguição por parte do mundo. Ela contaminou sua vestidura com os pecados do mundo ao seu redor. A ver­dadeira Igreja de Cristo se concentrou em alguns poucos de seus membros, que fica­ram fiéis ao seu Salvador. A igreja de Sardes, como tal, não será lembrada por Cristo no Juízo Final. Os nomes no rol dos membros serão apagados do livro da vida. Um exemplo lamentável de igreja!" (pp. 116 e 122).

AS PRINCIPAIS LIÇÕES DA CARTA

l - As aparências enganam

"Tens nome de que vives e estás morto". A igreja de Sardes tinha aparência de igreja, mas já não o era mais. Ainda conservava a estrutura, a organização de igreja, mas não tinha mais força e vida espiritual. Perante o mundo, ainda tinha o título de igreja "cristã" mas, na prática, não era mais o evangelho de Cristo que a dirigia. Certamente os "cristãos" de Sardes celebravam cultos e realizavam obras religiosas, mas faltava-lhes o único fundamento verdadeiro para todas as obras: a fé, o amor e uma vida em comunhão com Deus. Jesus não achou íntegras as suas obras. Fé morta produz somente obras mortas diante de Deus! A igreja de Sardes era o que podemos chamar de "igreja secularizada", ou seja: conservava o nome de igreja, ainda conservava a palavra de Deus, mas em seu meio dominava o "espírito do mundo".

l.l - O que caracteriza uma igreja viva? Freqüentar cultos? Realizar obras? O texto bíblico de João 15.1-7 serve de orientação para este diálogo e oferece res­postas.

1.2-O que Jesus diria da nossa igreja ou da nossa congregação?

2 - Uma palavra de esperança

Jesus se apresenta à igreja de Sardes como "aquele que tem os sete Espíritos de Deus, e as sete estrelas". Esta é uma mensagem de evangelho, de consolo para uma igreja que está morrendo. Só o poder do Espírito Santo pode avivar uma igreja que está morrendo. O "sete Espíritos de Deus" não se refere a pessoas, a servos de Deus, mas é uma maneira simbólica de falar da ação do Espírito Santo na igreja. (Sete é o número simbólico da igreja).

"As sete estrelas" referem-se aos pastores das igrejas (Ap 1.20), que receberam o ministério da palavra e a incumbência de promover a pregação da palavra, pela qual o Espírito Santo age, dando vida à igreja.

Jesus conhece a igreja de Sardes. Não se esqueceu dela. Quer dar-lhe vida. Isso é consolador!

3 - Acorda!

Deus não quer a condenação do pecador. Deus quer que ele viva (Ez 33.11).

Por isso, ele prescreve aos pecadores de Sardes o único remédio que pode salvá-los: "Arrepende-te, acorda, torna-te vigilante"! É necessária uma mudança radical, total.

Questões para o diálogo:

Mas, para que isso seja possível, segue outra advertência: "Lembrem-se do quê aprenderam e ouviram" (BLH-v.3). Esse lembrar deve ser contínuo: Um deve lem­brar ao outro a misericórdia de Deus. O pastor deve pregar continuamente, lem­brando a vontade de Deus. Juntos devem lembrar-se de como, no início, receberam a mensagem pregada pelos mensageiros de Deus. O pastor deve continuar lembrando, com a lei e o evangelho, a necessidade de arrependimento.

Deus ainda não retirou seu evangelho da igreja de Sardes. Ainda é tempo! Mas ele também adverte: Cuidado! Pode chegar a hora em que será tarde demais para esse arrependimento. Deus já advertiu através do profeta Amos 8.11-12: "Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não só de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor. Andarão de mar a mar, e do norte até ao oriente; correrão por toda a parte, procurando a palavra do Senhor, e não a acharão".

Questões para o diálogo:
3.1- Qual é o principal consolo, conti­do nesta carta, para a igreja de Sardes e para nós ?

3.2 - Como é o processo de ensino da palavra de Deus em nossa congregação ? Todos estão sendo envolvidos? Todos es­tão sendo lembrados daquilo que aprende­ram e ouviram? O Espírito Santo tem, exata-mente, a função de ensinar-nos to­das as coisas e lembrar-nos de tudo o que Jesus disse (conferir Jo 14.26). E isso deve ser algo contínuo.

4 - Uns poucos vitoriosos

São poucos os que permaneceram fiéis e que "não contaminaram as suas vestiduras". Jesus os conhece. Eles são os vencedores.

É verdade que esses cristãos não sofreram perseguições, não enfrentaram tribulações e nem sofreram com falsos ensinamentos. Mas esses não são os únicos perigos da fé cristã. Alguns cristãos de Sardes venceram a indiferença, o sono espiritual, as tentações e conservaram a fé. Eles são vencedores, pois, como afirma o apóstolo, "esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (l Jo 5.4).

Quais são as tentações, provações ou problemas que representam maior amea­ça para nossa fé hoje ?

As promessas maravilhosas de Jesus aos vencedores da igreja de Sardes consolam e animam os cristãos de todas as épocas e os encorajam a esperarem com fidelidade a Deus (cf. v. 5):

4. l - Será vestido com vestiduras brancas. O branco simboliza a perfeição e a vitória. O próprio Senhor Jesus lhe dará essas vestes.

4.2 - Não apagarei o seu nome do livro da vida.

4.3 - Confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante de seus anjos (Mt 10.32 e Lc 12.8).

Reinaldo M. Lüdke
Porto Alegre, RS








ESTUDO
9


Carta à igreja em Filadélfia -Apocalipse 3.7-13

INICIANDO A REUNIÃO

1  - Sugestão de hino a ser cantado: 298 do Hinário Luterano.
2 -Oração: (pelo líder).

3 - Ler o texto de Apocalipse 3.7-13.

4  - Localizar, no mapa, a cidade de Filadélfia.

Introdução

A cidade

A cidade de Filadélfia foi fundada no ano 150 antes de Cristo. Recebeu este nome por causa do seu fundador, Áttalus Filadelfus, rei de Pérgamo. Foi destruída várias vezes por terremotos, mas, sempre de novo, reconstruída. Ela existe até os dias de hoje, com o nome de Alasher e conta com aproximadamente 12.000 habitantes.

A igreja

Da igreja em Filadélfia nada mais é conhecido, além dos dados e fatos mencionados nesta carta. Jesus só tem elogios para ela e nenhuma repreensão. É uma congregação pequena, fiel e missionária.

Conservando o que temos

Ao estudarmos as cartas às Sete Igrejas, percebemos que Jesus reconhece qualidades e defeitos nos cristãos. Os defeitos, aparentemente pequenos, colocam em risco todas as qualidades. Quando olhamos as outras cartas do Novo Testamento, percebemos algo parecido. Por todo lado, os cristãos têm qualidades e defeitos. E os defeitos quase sempre ameaçam anular as qualidades. Mas será que pode existir uma igreja, um grupo de cristãos que não tem defeitos? Leia mais uma vez o texto indicado. Temos diante de nós uma igreja que não tinha defeitos, ou melhor, uma igreja à qual Jesus não dirige nenhum tipo de repreensão. O que será que temos de fazer afim de sermos iguais a eles?

l - Pouca força...Porta aberta

A igreja de Filadélfia era uma igreja sem defeitos. Você concorda comigo? Se você prestou atenção à leitura, não vai concordar. Basta ler Ap 3.8 no lugar onde diz ...que tens pouca força... Aos nossos olhos, ter pouca força, ou melhor ser fraco é um defeito. Quem é fraco não consegue fazer o que precisa. Quem tem pouca força não supera dificuldades. Força, poder, capacidade são qualidades indispensáveis. Sempre foi assim. Para vencer é preciso ser forte, ter poder. Quanto mais força, poder, capacidade e habilidade tanto melhor, tanto mais chances de alcançar o objetivo. Portanto o que é que se pode esperar de uma congregação fraca, de pouca força? Muito pouco ou quase nada.

Vamos apurar um pouco mais nosso senso crítico. Os cristãos de Filadélfia tinham um desafio. Jesus colocou diante deles uma porta aberta... Porta aberta não é uma passagem, mas significa uma grande oportunidade para o trabalho. O apóstolo Paulo usa uma expressão semelhante para falar sobre a grande oportunidade de trabalhar em Éfeso (confira l Co 16.8,9). Logo, ao que tudo indica, Jesus havia confiado aos cristãos de Filadélfia um desafio, uma oportunidade missionária. Apenas eles foram privilegiados entre todas as igrejas. Uma porta aberta, um grande desafio justamente para uma igreja que tem pouca força. Um desafio que os fracos não podem superar.

Diante de tudo o que foi visto, vocês reforçaram ainda mais seu ponto de vista de que os cristãos de Filadélfia tinham um defeito. Aos nossos olhos, Ap 3.8 deveria sofrer esta "correção:" eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar. Tenho, porém, contra ti, que tens pouca força... Afinal de contas, o que se pode fazer com um grupo de cristãos fracos? Nada. Ninguém quer trabalhar com eles, porque ninguém pode contar com eles. No momento em que se precisa, eles simplesmente falham. Na nossa congregação, ninguém espera muita coisa daqueles que têm pouca força. Na sua congregação, deve ser mais ou menos assim também. Trabalha mais quem é mais forte, quem tem mais poder, capacidade e habilidade. Por outro lado, quem tem pouca força fica completamente esquecido. Esse erro não cometemos. Os mais fracos não recebem os maiores desafios. Ninguém vai abrir uma porta só para eles.

2 - Fortes no Senhor

Entretanto, por maior que seja nossa vontade de acrescentar o já conhecido tenho, porém, contra ti... aos irmãos da igreja de Filadélfia, não podemos fazer isso. Se Jesus não fez isso, nós é que não podemos fazer, de maneira alguma, conforme Ap 22.18,19. Logo, vamos ter que rever nossa opinião. Para Jesus, a fraqueza, a pouca força destes cristãos não era nenhum defeito. Isso parece um absurdo para a nossa maneira de pensar, mas para Deus as coisas são um pouco diferentes. Quando Deus mandou Samuel ungir um dos filhos de Jessé para ser o novo rei de Israel, foi escolhido aquele que, aparentemente, não tinha condições (veja l Sm 16.5-12). Naquele momento, Davi era considerado o filho mais fraco. Tão sem expressão que nem foi convidado para o sacrifício. Samuel também teve que aprender que o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém, o Senhor, o coração. (l Sm 16.7). Essa é uma lição que temos de aprender.

Perante Deus, as coisas são diferentes. Paulo fala sobre isso em l Co 1.26-29. Portanto, Jesus viu a pouca força dos cristãos de Filadélfia. Nela estava a sua maior virtude, sua maior qualidade, o maior elogio. Vamos compreender melhor esse assunto, quando lermos o que Paulo fala sobre poder em 2 Co 12.9,10. Deus diz: a minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Paulo então conclui: porque quando sou fraco, então é que sou forte.

Foi isso que os cristãos de Filadélfia aprenderam e colocaram em prática. Eles não foram fracos acomodados. Sabiam o que tinham de fazer, tanto que eles buscavam a sua força, poder e capacidade na palavra. Os cristãos daquele lugar guardavam a palavra, (Ap3.8,10). Guardar significa, conforme o texto original, se­gurar bem firme entre as mãos.



3-E nós?
Jesus vê que a pouca força desses cristãos não é um defeito. Diante da porta aberta, eles estavam fazendo tudo certo. Por outro lado, o que estamos fazendo com as portas abertas colocadas por Jesus diante de nós? A nossa resposta vai depender daquilo que pensamos sobre nós mesmos. Ao contrário dos cristãos de Filadélfia, não queremos nos considerar fracos. Não queremos ter pouca força. Às vezes, nos achamos tão fortes, que nem precisamos ler a Bíblia todos os dias. Nos consi­deramos tão fortes, que não precisamos ir aos cultos todos os domingos. Somos tão fortes, que não precisamos participar da Santa Ceia. Somos tão fortes, que não precisamos ficar nos reunindo para estudos em grupo. Somos tão fortes, que podemos nos orgulhar de sermos a "Igreja herdeira da Reforma". Temos orgulho da nossa força. Tanto orgulho que não somos como os outros, fracos e fanáticos, que estudam a Bíblia cada vez mais e melhor, fazem visitas de casa em casa, distribuem folhetos e estão sempre se encontrando e convidando os outros para reuniões. Isso é coisa de fraco. Fortes como eu e você já não fazem mais nada disso.

Somos tão fortes, que nos orgulhamos do nosso poder e da nossa força. E quando paramos para perguntar sobre os poucos resultados de nossa "poderosa congre­gação" e da Igreja do Brasil, então nossas respostas e desculpas também são fortes: A culpa é dos fracos, dizemos, daqueles que têm pouca força. Eles não fazem nada, não podemos confiar neles. Quando alguém pergunta sobre quem são esses fracos, a nossa resposta vai para o lado daqueles que não participam. Vai para o lado daqueles a quem chamamos de "congregações acomodadas", dos "pastores acomodados". A culpa é de todos, menos dos poucos fortes que fazem tudo. Ainda bem que existem os fortes como você e eu. Se não, as coisas seriam bem piores.

Normalmente, não é assim que pensamos? Porém, voltemos ao que Paulo escreve em 2 Co 12.9,10. Não nos consi­deramos cristãos de pouca força, nem fracos. Sendo assim, vamos substituir, trocar as palavras "forte", "poder" e "fraqueza". É assim que temos de ler: ...porque a fraqueza se aperfeiçoa no poder. Quando sou forte então é que sou fraco. Eis a verdade diante de nossos olhos. Quando nos julgamos fortes, então é que somos totalmente fracos. Além disso, a graça de Deus passa a ser insuficiente para nós. Jesus disse: Os sãos não precisam de médico, e, sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim, pecadores ao arrependimento. (Lc 5.31,32). Os fortes são saudáveis, não precisam do médico. Por isso, não têm necessidade de guardar a palavra nem a confissão de Jesus.

Por isso, conseguimos tão pouco diante da porta aberta. Não somos fortes, mas fracos. Fracos e doentes que precisam do médico Jesus. Este médico transforma fracos em fortes. Transformou os fracos de Filadélfia de tal maneira que Jesus fez questão de manter a porta aberta. Está na hora de sermos fracos, tão fracos para nos apegarmos ao que temos: o estudo da Bíblia, o perdão em cada culto, a Santa Ceia. Quando formos fracos, então seremos fortes, porque o poder de Deus se aperfeiçoa em nossa fraqueza.

Não tenha vergonha de ser um fraco que sempre vai aos cultos, que participa da Santa Ceia e dos estudos bíblicos. Ser fraco significa esperar com fidelidade a Deus, conservando o que temos!

Konrad do Nascimento
Teófilo Otoni, MG






ESTUDO
10


Carta à igreja em Laodicéia - Apocalipse 3.14-22

INICIANDO A REUNIÃO

1 - Sugestão de hino a ser cantado: 394 do Hinário Luterano.
2 - Oração: (pelo líder).

3 - Leitura do texto de Apocalipse 3.14-22.

4 - Localizar, no mapa, a cidade de Laodicéia.

INTRODUÇÃO

A cidade
A cidade de Laodicéia recebeu este nome por causa de Laodice, mulher de um dos reis da Síria. Era uma das cidades mais ricas de toda a Ásia e o centro bancário mais importante da época, onde também eram cunhadas (fabricadas) as moedas . Muitos judeus viviam lá. A cidade também tinha uma escola de medicina, onde foi descoberto um pó (colírio) para a cura de doenças nos olhos. Perto da cidade, havia um grande número de fontes de águas termais (mornas), desagradáveis para beber e que levavam ao vômito quem as bebesse assim. As ovelhas, criadas na região, produziam a lã mais fina conhecida na época, na cor preta. A partir dela, eram feitos vestidos luxuosos e tapetes.

A igreja

Sobre a igreja de Laodicéia, temos, além desta carta, mais algumas infor-mações na carta de Paulo aos Colossenses (2. l e 4.13-16). Parece que Epafras, colaborador de Paulo, era um dos líderes da igreja de Laodicéia. Mais tarde, no ano 361 d.C., Laodicéia foi a sede de um dos grandes concílios da igreja antiga, no qual foi esta­belecido (definido) o "Cânon"do Novo Testamento. Hoje não há mais cristãos na cidade, que é dominada pelos muçulmanos.

BREVE RESUMO DA CARTA

A igreja de Laodicéia tornou-se indi­ferente para com o Senhor Jesus, insincera, morna. Tornou-se uma igreja orgulhosa e satisfeita consigo mesma. Toda sua rique­za, porém, é ilusão; nada vale diante de Deus. Ela precisa ouvir a ameaça do juízo divino: "...estou a ponto de vomitar-te da minha boca". No entanto, o Senhor Jesus tem paciência. Dá a ela, ainda, um tempo de graça. E no fim, o vencedor, também nessa igreja, recebe uma das mais glorio­sas promessas que uma pessoa na terra pode receber: a glória eterna no céu!

AS PRINCIPAIS MENSAGENS DA CARTA

Ao ler a carta, notamos que Jesus fala em riqueza, em compras, fala em vestiduras, em colírio para os olhos; fala tam­bém em ser morno, frio ou quente. Ou seja, Jesus se utiliza de coisas comuns da vida dos moradores de Laodicéia para fazer com que eles entendam a sua mensagem.

l - Estou rico e abastado...és infeliz, pobre, cego, nu.

Havia fartura em Laodicéia. Não se ouve falar em pobreza, em miséria, ou em perseguições. Isso proporcionou certa tranqüilidade aos laodicenses. Parece que essa tranqüilidade, essa despreocupação, essa indiferença também tomaram conta da igreja naquela cidade. A realidade era esta: Nós temos tudo. Nada nos falta. Tudo está tranqüilo.

1.1- Comparar a atitude dos laodi­censes com o exemplo registrado em Lucas 12.15-20.

l .2 - O que Jesus disse, tanto à igreja de Laodicéia, quanto ao homem que construiu celeiros novos?

l .3 - Onde está a verdadeira riqueza dos filhos de Deus? Qual é o conselho de Jesus à igreja de Laodicéia? O que Jesus recomenda que eles comprem dele, conforme o versículo 18?

(O comprar, sem dinheiro, refere-se ao arrependimento sincero e fé. O ouro refinado é o perdão de todos os pecados, conquistado por Cristo. As vestiduras brancas são as vestes da salvação, oferecidas por Jesus e recebidas por fé. E o colírio é o evangelho, a palavra de Deus, a única que pode curar a cegueira espiritual).

l .4 - Na verdade, a igreja de Laodicéia estava iludindo-se. Por causa da aparente segurança material, tornaram-se mornos espiritualmente. Não negaram a fé, mas também não assumiram a condição de testemunhas de Cristo. Queriam ser membros da igreja, mas, ao mesmo tempo, não queriam ser incomodados. Queriam ser auto-suficientes. Seus olhos não estavam voltados para Cristo, mas sim, para o seu bem-estar. Como esses problemas se manifestam na igreja hoje?

2 - Estou a ponto de vomitar-te.

Jesus não tem elogios para a igreja de Laodicéia. Suas palavras são duras, mas, ainda, carregadas de misericórdia. Ele não diz: "Vou vomitar-te!". Mas sim: "Estou a ponto de vomitar-te...". O Senhor ainda está agindo. Ele tem nojo, ele quase não pode mais suportar essa indiferença e auto-suficiência da igreja de Laodicéia. Mas ele ainda espera, ele tem paciência, ele ainda quer dar conselhos (v. 18). Ele deseja a salvação de todos e não sua perdição.

2.1  - Um dos problemas nas congrega­ções luteranas é o grande número de pes­soas "mornas", que querem ser contadas como membros da igreja, mas que não as­sumem sua condição de testemunhas de Cristo e estão voltadas para sua segurança e progresso material. Qual é o conselho de Jesus (v.18) para elas?   Como a igreja (cada cristão individualmente) deve agir com essas pessoas?

2.2 - Na minha opinião, o texto bíblico também nos ensina que devemos ter cuidado para não sermos apressados no julgamento dos "momos", mas devemos investir no ensino, para que os conselhos de Jesus (evangelho) cheguem aos seus corações e abram os seus olhos.

2.3 - Será que existem apenas alguns dentro da congregação (os que não partici­pam ativamente dos cultos, por exemplo) que podem ser classificados de "mornos", ou será que todos nós somos contados en­tre eles?
3 - Eu repreendo e disciplino a quantos amo...arrepende-te.

Jesus mostra misericórdia para com os "cristãos mornos" de Laodicéia, mas não deixa de repreendê-los e discipliná-los. A repreensão e a disciplina são atitudes de amor, que têm por objetivo levar o cristão, constan­temente, ao arrependimento e à mudança de atitude. Arrependimento não é um ato iso­lado, mas é uma atitude contínua!

Para entender melhor a maneira e os objetivos de Deus ao disciplinar os que ele ama, ler Hebreus 12.4-13.

4 - Estou à porta e bato

Mais uma vez, estamos diante de palavras de Jesus que expressam toda a sua misericórdia. Para cristãos desinteressados" e acomodados, Jesus está a dizer: "Eis que estou à porta e bato". A porta é o coração bem fechado, endurecido e tranqüilo dos laodicenses.

Infelizmente, Jesus ficou do lado de fora de suas vidas! Esse era o problema deles. Mas, em sua misericórdia, ele não se cansa de bater. É um bater contínuo, com a palavra e com os sacramentos, para que a porta se abra: "Se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo".

Reinaldo M. Lüdke
Porto Alegre, RS





























ESTUDO
11

A prisão de Satanas por mil anos - Apocalipse 20.1-15

O MILÊNIO

Introdução
Na visão relatada no capítulo 20.1-10, temos o segundo resumo de todo o livro de Apocalipse, a segunda visão cósmica que abrange toda a história do Novo Testamento, chamado também de o "último tempo, o tempo do fim."

O resumo é apresentado em quatro quadros. O primeiro quadro (20.1-3) mostra a situação do dragão (de Satanas), acorrentado durante mil anos, o período do Novo Testamento. O segundo quadro (20.4-10) mostra o que acontece à igreja durante esse período, seu florescimento, seus mártires e sua luta. O terceiro quadro (20.11) mostra o fim do mundo. O quarto quadro (20.12-15) mostra detalhes do Juízo Final.

O início do Milênio, 20.1-3
Os primeiros versículos do capítulo vinte constituem um dos trechos mais consoladores do livro de Apocalipse. O apóstolo João recebe uma visão impressionante. Deus revela verdades celestiais por meio de símbolos e de figuras, que devem ser interpretadas conforme a analogia da fé, isto é, em harmonia com os evangelhos e cartas dos apóstolos.

Infelizmente, este quadro belíssimo é um dos trechos mais desinterpretados do Novo Testamento. Vamos analisá-lo.

Satanás é amarrado

Quem é o anjo que vem do céu? Não sabemos. À base da palavra (l .8), Jesus se apresenta como o Alfa e o Ômega, muitos julgam que o anjo aqui é Jesus. Até pode­ria ser. Mas, provavelmente, é um anjo que age em nome de Jesus. Dois fatos levam a essa interpretação. Primeiro, o termo sim­ples "anjo" nunca é aplicado a Jesus, A Jesus é aplicado o termo "Anjo do Senhor, Anjo da Aliança" (Êx 3.2; Ap 12.7). Em segundo lugar, a "chave" é dada ao anjo. O anjo não estava exercendo sua própria au­toridade, mas agia em nome do seu Senhor.

O que significam as palavras: "Ele se­gurou o dragão ... e o prendeu por mil anos ... para que não mais enganasse as nações?"

Estamos diante de uma visão. Numa leitura superficial, muitos imaginam que Jesus colocou o diabo fora de ação e, em conseqüência disso, há na terra paz por mil anos. Tempo esse denominado de milênio. Será? Isso iria contra os ensinos bíblicos a respeito da exaltação de Cristo, do reino de Cristo, do tempo da graça, da ação de Satanas e do Juízo Final. O que significam então as palavras: "O prendeu por mil anos?" É preciso interpretar essas palavras em harmonia com toda a Escritura. Veja­mos.

Lemos em Judas: "Os (anjos) que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande dia"(Jd 6). Interessante, Satanás foi algemado logo após sua queda e está sendo guardado em trevas até o grande dia. Esse grande dia é o dia do Juízo Final. Até lá, ele está em alge­mas e em trevas. Que algemas e trevas são essas? Pois nós o vemos agindo com mui­ta força durante todo o tempo do Antigo Testamento, mesmo estando em algemas. Satanás está em algemas, mas ele não está morto. Seu poder foi limitado, mas ele atua. Ele não é o Senhor absoluto, por mais que tente sê-lo, dizendo mentirosamente a Jesus: "Tudo isso te darei, se prostrado me adorares" (Mt 4.9). Deus tem as rédeas em suas mãos. Satanás está algemado em trevas. Que trevas? As trevas infernais, as trevas do pecado. Ele gostaria de ter acesso à luz divina, mas não tem. Por isso, ele procura enganar e arrastar todos para as trevas. Ele conseguiu semear trevas entre nações. Mas eis que Jesus veio e venceu o diabo. Tirou-lhe o poder. Que poder? O poder de nos acusar à base da lei e nos reclamar para si, por sermos pecadores. Na cruz, Deus triunfou sobre Satanás (Cl 2.15; Hb 2.14,15; l Jo 2.1-3).

Para compreender esse acorrentar a Satanás, precisamos da luz das profecias e dos evangelhos. Por isso, perguntamos: Há um tempo caracterizado na Bíblia do qual podemos dizer: Aqui iniciou um novo tem­po, uma bênção bem especial e visível? Sim! Aqui temos de apontar, com todas as profecias do Antigo Testamento e os dizeres de Jesus, para o tempo apostólico, o tempo do Novo Testamento. O que dizem as profecias sobre a vinda de Cristo e sua obra? O que dizem os evangelhos e os apóstolos a respeito de Jesus e sua obra? Vejamos. Eles apontam para o tempo do Messias que trará uma bênção sem igual sobre todas as nações. Essa bênção é a libertação do poder de Satanás. O patriarca Jacó disse que o Messias trará paz (Gn 49.10). O rei Salomão fala do reino do Messias (SI 72). Quando Jesus iniciou o seu ministério, ele disse: "O tempo está cumprido e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho" (Mc 1.15). Por isso, Jesus disse a seus discípulos: "Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem. Pois em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejavam ver o que vedes, e não viram; e ouvir o que ouvis, e não ouviram (Mt 13.;16,17). Este período continuará por todo o tempo da graça do Novo Testamento até a vinda de Cristo em glória para julgar vivos e mortos. "E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim" (Mt 24.14). É o período que começou com Cristo e se estende até a sua volta em glória.

Apocalipse 20 descreve este período da graça em quatro quadros: 1) Satanás é amarrado; 2) O julgamento é dado aos san­tos; 3) O reino de Cristo e seus santos; 4) A primeira ressurreição.

Satanás é amarrado. Será isso uma ação bem especial no período dos mil anos ou uma ação que dura por todo o tempo messiânico? Na primeira promessa de um Salvador, Deus disse que o descendente da mulher "esmagará a cabeça da serpente" (Gn 3.16; SI 91.13; Is 61; Os 13.14). O que aconteceu ao diabo quando Jesus veio? Na tentação, Jesus venceu o diabo e lhe disse: "Retira-te, Satanás" (Mt 4.10). Em Marcos, lemos: "Também expulsou muitos demônios, não lhes permitindo que falassem, porque sabiam quem ele era" (Mc 1.34; Lc 13.32). Em João, lemos: "O príncipe deste mundo já está julgado" (Jo 16.11). E: "Para isto se manifestou o Filho de Deus, para destruir as obras do diabo" (l Jo 3.8). Quando começou este tempo? O apóstolo Paulo afirma: "(Jesus) despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz" (Cl 2.15). "Chegou o momento de ser julgado este mundo e agora o seu príncipe será expulso" (Jo 12.31). "Tendo chamado seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir" (Mt 10.1). "Para que (Jesus), por sua morte, destruísse aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo" (Hb 2.14).

Agora perguntamos: O que diz o capítulo 20 sobre o "amarrar a Satanás"? Novamente, todas as profecias têm isto em comum: A vitória do Messias sobre Satanás e a expansão do reino de Deus, pela pregação do evangelho. Será que esse trecho de Apocalipse, do acorrentar a Satanás, diz algo mais do que as profecias e os evangelhos? Não! Ao longo do tempo da graça, a igreja agradece a Jesus Cristo pela libertação do poder de Satanás e por Deus nos receber no reino de seu Filho.

Vamos resumir. Quando Satanás foi amarrado? A Escritura responde: por oca­sião de sua vinda na carne, por seu minis­tério aqui na terra, por sua morte e ressur­reição, Jesus amarrou Satanás (Mc 3.27; Jo 12.31-33; l Jo 3.8). O versículo três mostra em que sentido Satanás foi amarra­do: "Para que não mais enganasse as na­ções." Satanás continua lutando, "como leão que ruge" (l Pé 5.8), mas ele não tem poder para impedir que o evangelho seja pregado a todas as nações (Mt 24.14; At 14.16; 17.30). Cristo edifica sua igreja, e as portas do inferno não prevalecerão con­tra ela (Mt 16.18). Satanás está limitado por mil anos, isto é, até que se complete o tempo da graça determinado para sua igre­ja levar o evangelho a todas as nações.

Por mil anos

O que significam as palavras: "Por mil anos"? Deus Espírito Santo não nos deu a explicação. Devemos interpretar os mil anos literalmente? Ora, o quadro que João viu é uma visão. O Novo Testamento não menciona um tempo de paz material para a igreja aqui na terra. Pelo contrário, diz que "por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus" (At 14.22). E Cristo, quando voltar, voltará em glória para julgar vivos e mortos (Mt 28.20; l Co 15.57,58). Portanto, precisamos interpretar o número simbolicamente. O número mil simboliza um longo, mas limitado tempo (l0xl0xl0=1000. Tempo completo). Esse é o significado. O profeta Isaías e também Jesus chamam o tempo da graça do Novo Testamento de "o ano aceitável do Senhor" (Lc 4.19). O Novo Testamento chama o "tempo da graça," de "o tempo de paz" (Jo 14.19), "o tempo da restauração" (At 3.21), após o que virá o Juízo Final. Isto nos leva a concluir que os mil anos não são outra coisa do que o tempo da graça do Novo Testamento.

A primeira ressurreição

Os versículos 4-6 descrevem a primeira ressurreição. O versículo 4 diz que as almas dos mártires fiéis e de todos "quantos não adoraram a besta, viverão e reinarão com Cristo durante mil anos." E no verso 5 e 6, lemos que esta é a primeira ressurreição. Sobre aqueles que têm parte na primeira ressurreição, a segunda morte não tem poder. Esses versículos afirmam que há duas mortes e duas ressurreições. Os versículos 13 e 14 mostram que a primeira morte é a morte do corpo e a segunda morte é a morte eterna. Mas o que é a primeira e a segunda ressurreição? O versículo 6 mostra que a primeira ressurreição liberta as pessoas da segunda morte. Isso indica que a "primeira ressurreição" é o dom da vida eterna, o oposto da "segunda morte." Quem tem parte na primeira ressurreição, torna-se um sacerdote de Deus (v.6) e tem seu nome inscrito no livro da vida (v. 15). Ter parte na primeira ressurreição é ter ressuscitado para uma vida nova. Isto é, recebeu vida nova, o renascimento pela fé em Cristo que o Espírito Santo opera pela palavra de Deus e o batismo. (Jo 3.3-5,36; 5.24-25). A segunda ressurreição é a ressurreição do corpo no último dia (w. 11-15). Todos participarão dessa ressurreição, também os espiritualmente mortos.

Somente os fiéis em Cristo têm parte na primeira ressurreição; na segunda res­surreição, todos, fiéis e infiéis, terão parte.

Satanás será solto (vv.7-10)

"Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos qua­tro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-los para a peleja."

Muitos imaginam aqui que a igreja cris­tã se reunirá num determinado lugar. Para uns, este lugar será a cidade de Jerusalém e lá acontecerá a grande batalha. Buscam, para tanto, auxílio na profecia de Ezequiel (39.4). São vãs imaginações. O acampa­mento dos santos não é outra coisa do que a santa igreja cristã, a comunhão dos san­tos aqui na terra. Em todo o lugar onde o evangelho está sendo pregado e os sacra­mentos administrados conforme a ordem de Cristo, ali está o acampamento dos san­tos. Ali está a cidade querida. Ali o Deus triúno habita no meio dos seus. Jesus dis­se: "Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele morada"( Jo 14.23).

Precisamos acrescentar, ainda, que to­dos os cristãos, não importa onde se en­contram, à medida que se apegam à pala­vra de Deus e confessam sua fé, formam o monte de Israel. E onde quer que se confesse a palavra de Deus, ali Satanás é derrotado.

Mas no final do milênio, do tempo da graça, no final dos tempos, pouco antes do Juízo Final, Satanás será solto. Será solto para seduzir as nações. Ele terá grande êxito. Multidões deixarão seduzir-se e o seguirão.

A cristandade, enjoada do evangelho, será leviana em relação à palavra de Deus. Satanás enviará multidões de falsos profetas. O saber se multiplicará, afirmou o profeta Daniel (Dn 12.4). As tentações serão muitas. Muitas terão forma de pie­dade, mas negarão o poder da fé. Haverá grande apostasia (Mt 24.22-28; 2 Ts 3.1-9). Como a igreja cristã está espalhada por todo o mundo, Satanás também tem seus servos em toda a parte.

Ele reúne os inimigos. Isso é figurativo. Ele não os reúne num determinado lugar, mas para um determinado propósito, para combater os cristãos. Reúne-os sob dois nomes: Gogue e Magogue. O que o após­tolo João quer dizer com esses nomes? Não sabemos. Gogue era chefe de Mesaque e Tubal (Êx 38), na terra de Magogue. Magogue era o filho de Jefté (Gn 10.2). Parece que Gogue e Magogue representam pessoas e povos que têm o nome de cristãos, mas não o são. Eles lideram os inimigos de Cristo na luta contra a igreja. A história mostra que os maiores e mais fer­renhos inimigos de Cristo sempre surgiram de cristãos decaídos. Por conhecerem as Es­crituras, sabem enganar e confundir, usan­do, para tanto, a própria palavra de Deus.

Também não devemos imaginar esse grande exército como um exército unido no meio do qual reina a paz. Não! Satanás reúne os mais diferentes inimigos de Cristo. Inimigos que se odeiam e divergem entre si. Mas, num propósito, estão unidos: Na luta contra Cristo. Assim encontramos ali o anticristo e os falsos profetas. Aqueles que têm a Bíblia na mão, mas a interpretam erradamente e aqueles que arrasam com a Bíblia; aqueles que lutam por vida santificada e confiam em obras e aqueles que vivem a nova moral. Ensinos bíblicos e filosofias, lado a lado. Satanás domina alguns com pecados crassos e, diante de ou­tros, se transforma em anjo de luz e ministro da justiça. Farão grandes sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Co 11.14,15; 2 Tm 3.1-9).

Caiu fogo do céu

"Desceu, porém, fogo do céu e os consumiu"(v.9). Satanás reúne os diferen­tes inimigos para uma ofensiva decisiva e final contra a igreja cristã, a fim de varrê-la da terra. Será que Satanás tentará fazê-lo como no tempo dos Césares, por uma grande perseguição aos cristãos? Pode ser que aqui e acolá o faça. Provavelmente, não o fará em âmbito mundial. Essa experiên­cia não deu certo. Parece que Satanás con­tinuará a usar sua arma predileta: Seduzir e enganar. É o que vemos em nossos dias. Para isso, vale-se, especialmente, dos mei­os de comunicação. O profeta Daniel já profetizou: "Nos últimos dias, o saber se multiplicará" (Dn 12.4). Os homens rejei­tam a revelação divina e buscam a plena liberdade para pensar, experimentar e in­ventar. Julgam que o saber trará a solução para todos os problemas da humanidade.

Freud e outros julgaram que a maioria dos males da humanidade se deve às restrições e padrões de moral impostas pelas religi­ões, em especial pela igreja cristã, e que o libertar-se dessas amarras trará a felici­dade para as pessoas. Assim surgiu a edu­cação emancipada e a nova moral, o avan­ço desenfreado para pecados cada vez mais horrendos na busca do prazer. Afirmam: "Você tem o direito de ser feliz!" cada qual a seu modo. Os resultados estão aí. O caos e a corrupção em quase todas as áreas. Esta é a luta que Satanás trava neste tempo fi­nal, levando à apostasia. E quando Sata­nás conseguir reunir os inimigos, convo­cando-os para a batalha final, então chega­rá o fim. Virá fogo do céu. Jesus virá em grande majestade e glória para o Juízo Fi­nal. Satanás nem conseguiu dar, por assim dizer, o primeiro tiro nesta batalha final
Portanto, não precisamos esperar gran­des modificações na história da humanida­de. Os acontecimentos são suficientemente claros. Cabe-nos vigiar e orar (Mc 13.35-37).

Conforto deste capítulo

Que conforto especial o capítulo vinte oferece aos fiéis? O apóstolo João escre­veu este livro pelo ano de 95 AD, durante o reinado do imperador Domiciano. Na­quele tempo, as igrejas da Ásia Menor so­freram perseguições e foram devastadas por falsos mestres (2.2). Alguns judeus das sinagogas também perseguiram os cristãos (2.9; 3.9). Muitos foram martirizados por causa de sua fé (2.13; 6.9; 20.4). Muitos fiéis se perguntavam desesperadamente: O que será da igreja? Pereceremos? Parece que as portas do inferno estão prevalecendo.

Para eles e para nós, João escreve este capítulo confortador. Cristo, o Cordeiro de Deus, que foi morto em nosso favor, é o Se­nhor vitorioso sobre Satanás. Satanás está amarrado, limitado e não prevalecerá nem poderá impedir a pregação e expansão do evangelho. Contrariamente à razão e à expe­riência, os cristãos, mesmo perseguidos, se multiplicarão mais e mais e herdarão a vida eterna. Mesmo o martírio não poderá roubar aos fiéis a vida eterna. Mas, antes do Juízo Final, por um pequeno período, Satanás será solto. Ele tentará reunir todos os inimigos de Cristo para lançá-los contra a igreja cristã. Mas antes que consiga dar, por assim dizer, o primeiro tiro, Cristo virá em glória para julgar vivos e mortos.

Que mensagem confortadora para a igreja militante de nossos dias. "Os céus nos são deixados."

A condenação de Satanás
"O diabo, o sedutor deles, foi lançado dentro do lago de fogo ... pelos séculos dos séculos" (v. 10). O juízo deles foi descrito no capítulo 19. Aqui vemos a execução da sentença.

Fim do mundo - Juízo Final

No versículo 10, o apóstolo relata so­bre o fim dos inimigos de Cristo. Agora passa a descrever o Juízo Final. Nessa des­crição, o apóstolo não segue uma ordem cronológica. O quadro do Juízo Final deve ter sido algo muito impressionante.
João vê um trono que desce do céu. Tro­no é símbolo de poder e juízo. Diante da presença do trono - não é necessário des­crever quem está no trono - terra e céu fogem. Eles foram contaminados pelo peca­do e aguardam a redenção (Rm 8.20-22).

"Vi os mortos, escreve João, grandes e pequenos." Ninguém escapará. Todos te­rão de comparecer diante do tribunal de Cristo.

Livros são abertos e, também, o livro da vida. Também isto é simbólico. O livro da vida é a própria mão de Jesus. Ali estão os nomes dos salvos, dos filhos de Deus. "Nas palmas das minhas mãos te gravei" (Is 49.16). Eles comparecem diante do tro­no, mas não entram em juízo. Seus peca­dos foram perdoados. Suas obras resplan­decem límpidas. Eles estão vestidos com o manto branco da justiça de Cristo (Is 60.10). Eles ouvirão de Jesus as palavras: "Vinde, benditos de meu Pai! entrai na posse do reino que vos está preparado des­de a fundação do mundo" (Mt 25.34).

Após a visão do julgamento, o apósto­lo descreve alguns detalhes. João descre­ve o julgamento dos mortos, grandes e pe­quenos. Ninguém escapará. "Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além entregaram os mortos que neles estavam" (v. 13). O mar é mencionado por ter sido para os orientais o grande desconhecido. Muitos morreram no mar. A morte aniqui­lou muitos, não deixando nem vestígios. Agora a morte e o além (o inferno) terão que devolver todos os mortos, e ninguém faltará.

"Então, a morte e o inferno serão lan­çados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo". Muitos sonham em vão com a total extinção dos ímpios e do inferno. Isso não acontecerá. A morte, que ganhou o poder pela lei, e o inferno, onde sofriam as almas dos ímpios, serão lançados no lago de fogo, que é o inferno eterno. A morte é o último inimigo a ser vencido (l Co 15.26). A morte agia na terra devido ao pecado. Agora é lançada no lago de fogo, chamada de segunda mor­te, porque é eterna. Não pode mais agir fora do lago de fogo, onde há sofrimento eter­no. Quão absurdos são os objetivos mate­riais diante deste quadro. Não deveríamos todos jubilar na vitória de Cristo (l Co 15.54) e proclamá-la? Que Deus nos con­ceda forças para tanto.

Portanto, não nos deixemos enganar por falsas promessas. A Escritura só co­nhece uma volta gloriosa de Cristo por oca­sião do Juízo Final. A Escritura só conhe­ce uma ressurreição do corpo, por ocasião do Juízo Final. E, até lá, a igreja cristã é um reino de paz nos corações, mas ainda sob a cruz.

Questões para Reflexão:

1. A afirmação sobre o "milênio" deve ser interpretada literal ou simbolicamen­te? Por quê?

2. O que é a primeira ressurreição e o que é a segunda ressurreição? Quem so­mente participará das duas ressurreições?

3.  Céu e terra serão destruídos ou re-fundidos para o novo céu e a nova terra?

Horst Kuchenbecker
Porto Alegre, RS





ESTUDO
12

Novo Céu e Nova Terra - Apocalipse 21 e 22

Novo Céu e Nova Terra

Chegamos ao fim do tempo da graça. A peregrinação da igreja cristã nesta terra chega ao fim. Jesus conduz sua noiva, a igreja, triunfalmente para o lar celestial, a verdadeira terra prometida.

Os capítulos 21 e 22 dirigem nossos olhos para além do tempo, para a eternidade e nos mostram a igreja cristã em sua glória celestial.

Esta terra prometida e esta glória, os profetas, Jesus e os apóstolos anunciaram amplamente (Is 65.17; 66.22; Mt 25.34; 2 Pé 3.12; Tt 2.13). Jesus chamou este momento de "regeneração!" (Mt 19.28). Deus revelou esta glória futura por visões, procurando mostrar um pouco da glória celestial que aguarda os fiéis. Mas nossa mente, corrompida pelo pecado, tem dificuldade em captar e imaginar esta felicidade. Ao contemplarmos esta glória, nossa alma enche-se de saudade do céu. "Eia, estivesse eu lá." Esta luz celestial nos concede forças para continuarmos nossa jornada e suportarmos as tribulações com paciência. Certos de que, como todas as profecias, também essa se cumprirá.

A primeira terra passou (v.l) O apóstolo João vê "novo céu e nova terra." Seu coração deve ter pulsado de alegria. É a nova morada que Deus preparou para os seus. Ali habita justiça
(2 Pé 2.13).

Com palavras simples, o apóstolo diz: "O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe" (v.l). A primeira terra, com sua história, seus povos, suas construções, passou. A primeira terra que, devido ao pecado, estava sob a maldição divina (Gn 1.17), "maldição" que, civilização após civi­lização, sempre com novas esperanças, tentaram, em vão, consertar e melhorar, esse mundo passou. Passou o sol, a lua, as estrelas. Não existem mais (Ap 21.23; 22.5; SI 72.7; 102.27; Jó 14.12). Eles estavam manchados pelo pecado, estavam sob a maldição de Deus; tinham que perecer. Os fiéis não a lembrarão mais (Is 66.17).

Ataviada e Adornada (v.2)

Mas a igreja não passou. Ela foi adornada e ataviada. Ela foi purificada pelo sangue de Cristo e enfeitada pelo manto branco de Jesus (Is 61.10). Ela é chamada de "A Nova Jerusalém" (Hb 12.22). Agora ressuscitada e unida; tanto os que já estavam no céu como os que foram transformados, encontram-se como uma família e vão ao encontro do seu noivo, Cristo, que a recebe.

O apóstolo João, ao contemplar este quadro, ouviu uma grande voz que lhe disse: "Eis o tabernáculo de Deus..." (v.3).

A voz descreve o estado bem-aventurado em que os eleitos de Deus habitarão. Deus habitará no meio deles. Habitação da qual o tabernáculo do Antigo Testamento era uma pequena sombra (Êx 13.11-12). Agora Deus habita no meio dos fiéis em toda sua plenitude, e eles se alegram plenamente em Deus. Ele fez tudo novo. "Tudo está feito" (v.6). O que a palavra de Deus afirma é absolutamente certo. Ao lermos isso, temos um desejo imenso de provar esta vida. Nós a temos agora, em fé. Em breve, beberemos da fonte da vida para vivermos eternamen­te. Mas ainda estamos na igreja militante. A água da vida está reservada aos vence­dores. Os vencedores são aqueles que per­maneceram fiéis na fé, servindo a Deus.

Mas, os que não se mantiveram na fé, os que voltam a amar o mundo, os que rejeitam a palavra de Deus e permanecem escravos de Satanás, não terão parte na herança dos santos. Serão condenados a sofrimentos eternos.

A esposa do cordeiro (v.9)

Então "veio um dos anjos que têm as sete taças cheias dos últimos flagelos (17.1), e falou comigo, dizendo: "Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro ..." (v.9). O anjo mostrou a nova Jerusalém. Sabemos quem é, a santa igreja cristã. Mostrou a festa de casamento, mostrou também a nova e eterna morada da igreja cristã. Visão semelhante foi dada ao pro­feta Ezequiel (Ez 40.2). O apóstolo vê, em primeiro lugar, a grande glória que envol­ve a cidade (v. 11). Vê, depois, (v. 12-13) a cidade. Tudo aqui é simbólico. Doze por­tas, diante das quais havia anjos. São os apóstolos que foram ao mundo pregar o evangelho e convidar as nações, dizendo: "Vinde que tudo está preparado" (Lc 14.17). E nas portas, inscritos os nomes das doze tribos de Israel. Porque todos os que entram por ali têm fé igual à de Abraão, também os gentios que entram por ela. Eles formam o único Israel de Deus, a santa igre­ja cristã. A muralha da cidade tinha doze fundamentos. A igreja está edificada so­bre a doutrina dos apóstolos e profetas, da qual Cristo é a pedra angular (Ef 2.20; Hb 11.10).

O anjo mostra as medidas ao apóstolo João. As medidas indicam que a cidade está completa. Não falta um milímetro. Não falta ninguém. O número dos eleitos está completo. As pedras preciosas, o ouro a prata e a pedra de jaspe, mostram que tudo nela é precioso. Não há templo no meio dela. Não há mais necessidade dos meios da graça, da palavra e dos sacramentos. Deus está pessoalmente ali e todos o vêem e têm comunhão com ele. Não há sol. Eles não precisam mais de fonte de energia e de vida. A vida é espiritual. "Nela nunca mais penetrará cousa alguma conta­minada." Tudo é perfeito. Não estão mais sujeitos às tentações e quedas. O mal foi definitivamente banido.

Em face dessa visão gloriosa, notamos como são fúteis as coisas materiais, tanto as dores como as alegrias. Saudade imensa invade nossa alma. Oh! estivesse eu lá.

O rio de água viva (cap. 22)

O capítulo 22 é continuação do capítulo anterior. Continua a descrição da plenitude da igreja cristã, livre de todos os males e adornada com glória celestial.

O anjo mostrou ao apóstolo João "o rio da água da vida." Isso lembra os rios do paraíso perdido (Gn 2.10). Simboliza o Espírito Santo que emana do Pai e do Filho, que enche os fiéis de alegria contínua. Nós já a experimentamos aqui, pelos meios da graça (Jo 35; Jo 4.14; 7.38). Nos sacra­mentos, temos uma amostra desta paz. Mas lá no céu a teremos em toda sua plenitude. Aqui temos as primícias, lá a teremos em abundância, aqui em fé, lá no ver. "É água cristalina." Nada mais a poderá perturbar ou turvar. Lá teremos plena paz, plena alegria, plena felicidade.



A árvore da vida (v.2)

"No meio da praça ... está a árvore da vida." Pelo evangelho, recebemos esta vida. Mas na eternidade a teremos em abundância. Lá seremos nutridos espiri­tualmente pela árvore da vida, sempre com novos dons e sabores. Seremos saciados. É o amor de Cristo que nos nutre e sacia com alegrias renovadas.

"Nunca mais haverá qualquer mal­dição" (v.3). Os malditos foram separados e lançados no inferno. Os santos foram to­talmente purificados e não há nada conde­nável neles. Está cumprida a profecia do apóstolo João: "Amados, agora, somos fi­lhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quan­do ele se manifestar, seremos seme-lhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é" (l Jo 3.2). Assim como os santos anjos vêem incessantemente a face de Deus (Mt18.10), nós o veremos. "Então já não ha­verá mais noite" (v.5). Nada de escuridão ou sombra de pecado, de tristeza e de mor­te. Raiou o dia da clara justiça de Deus, da bem-aventurança, da vida em abundância. A glória de Cristo ilumina e perpassa tudo. E, lembrando esta verdade, o salmista ex­clama: "A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei e me verei pé-rante a face de Deus?" (SI 42.2). O amor de Deus envolve tudo eternamente (l Co 13.13).

PALAVRAS FINAIS (vv. 6-21)

Aqui temos as palavras finais do livro. Não são simples palavras finais do livro de Apocalipse. São palavras finais de todo o livro da Bíblia. Aqui, em parte, fala o anjo e, em parte, o próprio Salvador.
"Estas palavras são fiéis e verdadeiras" (v.6). Estas palavras, a saber, de todo o livro da Bíblia são fiéis e verdadeiras. "Bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a guardam" (Lc 11.28).

O apóstolo João se prostrou e queria adorar o anjo. Mas este o impediu de fazê-lo e lhe disse: "Eu sou conservo teu, dos teus irmãos, dos profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. Adora a Deus " (v.9).

Por todo o Novo Testamento, passam as palavras: "Venho sem demora. O tempo está próximo"(v. 10). Aqui na terra, a igre­ja cristã é invisível a nossos olhos. Oculta sob muitas fraquezas, em meio a seitas e falsas doutrinas. Mas, em breve, Jesus virá para julgar os vivos e os mortos e separar o joio do trigo. E bem-aventurados os que fizeram de sua palavra "lâmpada para os seus pés" (SI 119.105) e creram em Jesus Cristo (l Jo3.23;Jo3.16).

O Espírito Santo que nos converteu e nos mantém na fé, nos certifica da adoção de filhos e nos ensina a orar. Vem! (v. 17). Esse Espírito é o que gera em nós profunda saudade pelo reino celestial. Não temos aqui morada permanente nem nossa pátria. Mesmo os melhores dias aqui não podem ser comparados com a glória por vir a ser revelada nos filhos de Deus. Por isso, temos sempre saudades do lar celestial.

As palavras deste livro
Desde o início, Deus advertiu seus fiéis a não se desviarem de suas palavras. Não existe tentação nem perigo maior do que este: de alguém se desviar da palavra de Deus. Por isso, o que Deus enfatizou em toda sua palavra é repetido tão enfaticamente no final da Bíblia. Ai daque­le que lhe fizer acréscimo ou dela dimi­nuir alguma coisa. Temos, aqui, um insis­tente convite à fidelidade à sua Palavra (Êx 3.5; Dt 4.2; Pv 30.6; Ml 4.4).

Muitos, infelizmente, acrescentam suas próprias revelações, sonhos e opiniões à palavra. Outros riscam da Bíblia o que não lhes agrada. Ainda outros a interpretam com sua própria razão e não permitem que a palavra interprete a palavra, ou melhor, que Deus lhes fale. Esses terão seu pagamento. Mas bem-aventurados os que se apegam à palavra e não se desviam dela nem para a direita, nem para a esquerda (Js l .7), e deixam a Escritura interpretar a Escritura.

Venho sem demora

"Certamente venho sem demora." Essa afirmação perpassa todo o Novo Testamento. Conclama os cristãos a estarem sempre prontos para receber Jesus. Enquanto Deus os deixar aqui no mundo, enquanto o tempo da graça perdurar, consolados e fortalecidos pela palavra, certos da presença de Cristo, cumprem fervorosamente sua missão. Isto é, proclamam ao mundo a graça do rei Jesus. Até a que ele venha. Amém. Vem, Senhor Jesus. Amém.

Questões para Reflexão:

1.  Qual o simbolismo das pedras preciosas na nova Jerusalém?

2. Aqui na terra, vivemos intimamente relacionados com incrédulos: familiares, vizinhos, amigos, cole­gas de trabalho. A separação radical na eternidade deles nos entristecerá?

3. Qual a finalidade dessa visão?

4. Os versículos 22.18,19 se referem só ao livro de Apocalipse ou a toda a Bíblia?

Horst Kuchenbecker
 Porto Alegre, RS


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MULLER CHAVE BÍBLICA CHRISTIAN HOFFMANN CHURRASCO CHUVA CIDADANIA CIDADE CIFRA CIFRAS CINZAS CIRCUNCISÃO CL 1.13-20 CL 3.1-11 CLAIRTON DOS SANTOS CLARA CRISTINA J. MAFRA CLARIVIDÊNCIA CLAÚDIO BÜNDCHEN CLAUDIO R. SCHREIBER CLÉCIO L. SCHADECH CLEUDIMAR R. WULFF CLICK CLÍNICA DA ALMA CLOMÉRIO C. JUNIOR CLÓVIS J. PRUNZEL CODIGO DA VINCI COLÉGIO COLETA COLHEITA COLOSSENSES COMEMORAÇÃO COMENTÁRIO COMUNHÃO COMUNICAÇÃO CONCÓRDIA CONFIANÇA CONFIRMACAO CONFIRMAÇÃO CONFIRMANDO CONFISSÃO CONFISSÃO DE FÉ CONFISSÕES CONFLITOS CONGREGAÇÃO CONGRESSO CONHECIMENTO BÍBLICO CONSELHO CONSTRUÇÃO CONTATO CONTRALTO CONTRATO DE CASAMENTO CONVENÇÃO NACIONAL CONVERSÃO CONVITE CONVIVÊNCIA CORAL COREOGRAFIA CORÍNTIOS COROA CORPUS CHRISTI CPT CPTN CREDO CRESCENDO EM CRISTO CRIAÇÃO CRIANÇA CRIANÇAS CRIOULO CRISTÃ CRISTÃOS CRISTIANISMO CRISTIANO J. STEYER CRISTOLOGIA CRONICA CRONOLOGIA CRUCIFIXO CRUZ CRUZADAS CTRE CUIDADO CUJUBIM CULPA CULTO CULTO CRIOULO CULTO CRISTÃO CULTO DOMESTICO CULTO E MÚSICA CULTURA CURSO CURT ALBRECHT CURTAS DALTRO B. KOUTZMANN DALTRO G. TOMM DANIEL DANILO NEUENFELD DARI KNEVITZ DAVI E JÔNATAS DAVI KARNOPP DEBATE DEFICIÊNCIA FÍSICA DELMAR A. KOPSELL DEPARTAMENTO DEPRESSÃO DESENHO DESINSTALAÇÃO DEUS DEUS PAI DEVERES Devoção DEVOCIONÁRIO DIACONIA DIÁLOGO INTERLUTERANO DIARIO DE BORDO DICOTOMIA DIETER J. JAGNOW DILÚVIO DINÂMICAS DIRCEU STRELOW DIRETORIA DISCIPLINA DÍSCIPULOS DISTRITO DIVAGO DIVAGUA DIVÓRCIO DOGMÁTICA DOMINGO DE RAMOS DONS DOUTRINA DR Dr. RODOLFO H. BLANK DROGAS DT 26 DT 6.4-9 EBI EC 9 ECLESIASTES ECLESIÁSTICA ECUMENISMO EDER C. WEHRHOLDT Ederson EDGAR ZÜGE EDISON SELING EDMUND SCHLINK EDSON ELMAR MÜLLER EDSON R. TRESMANN EDUCAÇÃO EDUCAÇÃO CRISTÃ EF 1.16-23 EF 2.4-10 EF 4.1-6 EF 4.16-23 EF 4.29-32 EF 4.30-5.2 EF 5.22-33 EF 5.8-14 EF 6.10-20 ÉFESO ELBERTO MANSKE Eleandro ELEMAR ELIAS R. EIDAM ELIEU RADINS ELIEZE GUDE ELIMINATÓRIAS ELISEU TEICHMANN ELMER FLOR ELMER T. JAGNOW EMÉRITO EMERSON C. IENKE EMOÇÃO EN ENCARNAÇÃO ENCENAÇÃO ENCONTRO ENCONTRO DE CRIANÇA 2014 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2015 ENCONTRO DE CRIANÇAS 2016 ENCONTRO PAROQUIAL DE FAMILIA ENCONTROCORAL ENFERMO ENGANO ENSAIO ENSINO ENTRADA TRIUNFAL ENVELHECER EPIFANIA ERA INCONCLUSA ERNI KREBS ERNÍ W. SEIBERT ERVINO M. SPITZER ESBOÇO ESCATOLOGIA ESCO ESCOLAS CRISTÃS ESCOLÁSTICA ESCOLINHA ESCOLINHA DOMINICAL ESDRAS ESMIRNA ESPADA DE DOIS GUMES ESPIRITISMO ESPÍRITO SANTO ESPIRITUALIDADE ESPÍSTOLA ESPORTE ESTAÇÃODAFÉ ESTAGIÁRIO ESTAGIÁRIOS ESTATUTOS ESTER ESTER 6-10 ESTRADA estudo ESTUDO BÍBLICO ESTUDO DIRIGIDO ESTUDO HOMILÉTICO ÉTICA EVANDRO BÜNCHEN EVANGELHO EVANGÉLICO EVANGELISMO EVERSON G. HAAS EVERSON GASS EVERVAL LUCAS EVOLUÇÃO ÊX EX 14 EX 17.1-17 EX 20.1-17 EX 24.3-11 EX 24.8-18 EXALTAREI EXAME EXCLUSÃO EXEGÉTICO EXORTAÇÃO EZ 37.1-14 EZEQUIEL BLUM Fabiano FÁBIO A. NEUMANN FÁBIO REINKE FALECIMENTO FALSIDADE FAMÍLIA FARISEU FELIPE AQUINO FELIPENSES FESTA FESTA DA COLHEITA FICHA FILADÉLFIA FILHO DO HOMEM FILHO PRÓDIGO FILHOS FILIPE FILOSOFIA FINADOS FLÁVIO L. HORLLE FLÁVIO SONNTAG FLOR DA SERRA FLORES Formatura FÓRMULA DE CONCÓRDIA Fotos FOTOS ALTO ALEGRE FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2010 FOTOS CONGRESSO DE SERVAS 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇA 2012 FOTOS ENCONTRO DE CRIANÇAS 2013 FOTOS ENCONTRO ESPORTIVO 2012 FOTOS FLOR DA SERRA FOTOS P172 FOTOS P34 FOTOS PARECIS FOTOS PROGRAMA DE NATAL P34 FP 2.5-11 FP 3 FP 4.4-7 FP 4.4-9 FRANCIS HOFIMANN FRASES FREDERICK KEMPER FREUD FRUTOS DO ES GÁLATAS GALILEU GALILEI GATO PRETO GAÚCHA GELSON NERI BOURCKHARDT GENESIS GÊNESIS 32.22-30 GENTIO GEOMAR MARTINS GEORGE KRAUS GERHARD GRASEL GERSON D. BLOCH GERSON L. LINDEN GERSON ZSCHORNACK GILBERTO C. WEBER GILBERTO V. DA SILVA GINCANAS GL 1.1-10 GL 1.11-24 GL 2.15-21 GL 3.10-14 GL 3.23-4.1-7 GL 5.1 GL 5.22-23 GL 6.6-10 GLAYDSON SOUZA FREIRE GLEISSON R. SCHMIDT GN 01 GN 1-50 GN 1.1-2.3 GN 12.1-9 GN 15.1-6 GN 2.18-25 GN 21.1-20 GN 3.14-16 GN 32 GN 45-50 GN 50.15-21 GRAÇA DIVINA GRATIDÃO GREGÓRIO MAGNO GRUPO GUSTAF WINGREN GUSTAVO D. SCHROCK HB 11.1-3; 8-16 HB 12 HB 12.1-8 HB 2.1-13 HB 4.14-16 5.7-9 HC 1.1-3 HC 2.1-4 HÉLIO ALABARSE HERIVELTON REGIANI HERMENÊUTICA HINÁRIO HINO HISTÓRIA HISTÓRIA DA IGREJA ANTIGA E MEDIEVAL HISTÓRIA DO NATAL HISTORINHAS BÍBLICAS HL 10 HL 164 HOMILÉTICA HOMOSSEXUALISMO HORA LUTERANA HORST KUCHENBECKER HORST S MUSSKOPF HUMOR IDOSO IECLB IELB IGREJA IGREJA CRISTÃ IGREJAS ILUSTRAÇÃO IMAGEM IN MEMORIAN INAUGURAÇÃO ÍNDIO INFANTIL INFERNO INFORMATIVO INSTALAÇÃO INSTRUÇÃO INTRODUÇÃO A BÍBLIA INVESTIMENTO INVOCAÇÕES IRINEU DE LYON IRMÃO FALTOSO IROMAR SCHREIBER IS 12.2-6 IS 40.1-11 IS 42.14-21 IS 44.6-8 IS 5.1-7 IS 50.4-9 IS 52.13-53-12 IS 53.10-12 IS 58.5-9a IS 61.1-9 IS 61.10-11 IS 63.16 IS 64.1-8 ISACK KISTER BINOW ISAGOGE ISAÍAS ISAQUE IURD IVONELDE S. TEIXEIRA JACK CASCIONE JACSON J. OLLMANN JARBAS HOFFIMANN JEAN P. DE OLIVEIRA JECA JELB JELB DIVAGUA JEOVÁ JESUS JN JO JO 1 JO 10.1-21 JO 11.1-53 JO 14 JO 14.1-14 JO 14.15-21 JO 14.19 JO 15.5 JO 18.1-42 JO 2 JO 20.19-31 JO 20.8 JO 3.1-17 JO 4 JO 4.5-30 JO 5.19-47 JO 6 JO 6.1-15 JO 6.51-58 JO 7.37-39 JO 9.1-41 JOÃO JOÃO 20.19-31 JOÃO C. SCHMIDT JOÃO C. TOMM JOÃO N. FAZIONI JOEL RENATO SCHACHT JOÊNIO JOSÉ HUWER JOGOS DE AZAR JOGRAL JOHN WILCH JONAS JONAS N. GLIENKE JONAS VERGARA JOSE A. DALCERO JOSÉ ACÁCIO SANTANA JOSE CARLOS P. DOS SANTOS JOSÉ ERALDO SCHULZ JOSÉ H. DE A. MIRANDA JOSÉ I.F. DA SILVA JOSUÉ ROHLOFF JOVENS JR JR 28.5-9 JR 3 JR 31.1-6 JUAREZ BORCARTE JUDAS JUDAS ISCARIOTES JUDAS TADEU JUMENTINHO JUSTIFICAÇÃO JUVENTUDE KARL BARTH KEN SCHURB KRETZMANN LAERTE KOHLS LAODICÉIA LAR LC 12.32-40 LC 15.1-10 LC 15.11-32 LC 16.1-15 LC 17.1-10 LC 17.11-19 LC 19 LC 19.28-40 LC 2.1-14 LC 23.26-43 LC 24 LC 24.13-35 LC 3.1-14 LC 5 LC 6.32-36 LC 7 LC 7.1-10 LC 7.11-16 LC 7.11-17 LC 9.51-62 LEANDRO D. HÜBNER LEANDRO HUBNER LEI LEIGO LEIGOS LEITORES LEITURA LEITURAS LEMA LENSKI LEOCIR D. DALMANN LEONARDO RAASCH LEOPOLDO HEIMANN LEPROSOS LETRA LEUPOLD LIBERDADE CRISTÃ LIDER LIDERANÇA LILIAN LINDOLFO PIEPER LINK LITANIA LITURGIA LITURGIA DE ADVENTO LITURGIA DE ASCENSÃO LITURGIA DE CONFIRMAÇÃO LITURGIA EPIFANIA LITURGIA PPS LIVRO LLLB LÓIDE LOUVAI AO SENHOR LOUVOR LUCAS ALBRECHT LUCIFER LUCIMAR VELMER LUCINÉIA MANSKE LUGAR LUÍS CLAUDIO V. DA SILVA LUIS SCHELP LUISIVAN STRELOW LUIZ A. DOS SANTOS LUTERANISMO LUTERO LUTO MAÇONARIA MÃE MAMÃE MANDAMENTOS MANUAL MARCÃO MARCELO WITT MARCIO C. PATZER MARCIO LOOSE MARCIO SCHUMACKER MARCO A. CLEMENTE MARCOS J. FESTER MARCOS WEIDE MARIA J. RESENDE MÁRIO SONNTAG MÁRLON ANTUNES MARLUS SELING MARTIM BREHM MARTIN C. WARTH MARTIN H. FRANZMANN MARTINHO LUTERO MARTINHO SONTAG MÁRTIR MATERNIDADE MATEUS MATEUS KLEIN MATEUS L. LANGE MATRIMÔNIO MAURO S. HOFFMANN MC 1.1-8 MC 1.21-28 MC 1.4-11 MC 10.-16 MC 10.32-45 MC 11.1-11 MC 13.33-37 MC 4 MC 4.1-9 MC 6.14-29 MC 7.31-37 MC 9.2-9 MEDICAMENTOS MÉDICO MELODIA MEMBROS MEME MENSAGEIRO MENSAGEM MESSIAS MÍDIA MILAGRE MINISTÉRIO MINISTÉRIO FEMENINO MIQUÉIAS MIQUÉIAS ELLER MIRIAM SANTOS MIRIM MISSÃO MISTICISMO ML 3.14-18 ML 3.3 ML NEWS MODELO MÔNICA BÜRKE VAZ MORDOMIA MÓRMOM MORTE MOVIMENTOS MT 10.34-42 MT 11.25-30 MT 17.1-9 MT 18.21-45 MT 21.1-11 MT 28.1-10 MT 3 MT 4.1-11 MT 5 MT 5.1-12 MT 5.13-20 MT 5.20-37 MT 5.21-43 MT 5.27-32 MT 9.35-10.8 MULHER MULTIRÃO MUSESCORE MÚSICA MÚSICAS NAAÇÃO L. DA SILVA NAMORADO NAMORO NÃO ESQUECER NASCEU JESUS NATAL NATALINO PIEPER NATANAEL NAZARENO DEGEN NEEMIAS NEIDE F. HÜBNER NELSON LAUTERT NÉRISON VORPAGEL NILO FIGUR NIVALDO SCHNEIDER NM 21.4-9 NOITE FELIZ NOIVADO NORBERTO HEINE NOTÍCIAS NOVA ERA NOVO HORIZONTE NOVO TESTAMENTO O HOMEM OFERTA OFÍCIOS DAS CHAVES ONIPOTENCIA DIVINA ORAÇÃO ORAÇAODASEMANA ORATÓRIA ORDENAÇAO ORIENTAÇÕES ORLANDO N. OTT OSÉIAS EBERHARD OSMAR SCHNEIDER OTÁVIO SCHLENDER P172 P26 P30 P34 P36 P40 P42.1 P42.2 P70 P95 PADRINHOS PAI PAI NOSSO PAIS PAIXÃO DE CRISTO PALAVRA PALAVRA DE DEUS PALESTRA PAPAI NOEL PARA PARA BOLETIM PARÁBOLAS PARAMENTOS PARAPSICOLOGIA PARECIS PAROQUIAL PAROUSIA PARTICIPAÇÃO PARTITURA PARTITURAS PÁSCOA PASTOR PASTORAL PATERNIDADE PATMOS PAUL TORNIER PAULO PAULO F. BRUM PAULO FLOR PAULO M. NERBAS PAULO PIETZSCH PAZ Pe. ANTONIO VIEIRA PEÇA DE NATAL PECADO PEDAL PEDRA FUNDAMENTAL PEDRO PEM PENA DE MORTE PENEIRAS PENTECOSTAIS PENTECOSTES PERDÃO PÉRGAMO PIADA PIB PINTURA POEMA POESIA PÓS MODERNIDADE Pr BRUNO SERVES Pr. BRUNO AK SERVES PRÁTICA DA IGREJA PREEXISTÊNCIA PREGAÇÃO PRESÉPIO PRIMITIVA PROCURA PROFECIAS PROFESSORES PROFETA PROFISSÃO DE FÉ PROGRAMAÇÃO PROJETO PROMESSA PROVA PROVAÇÃO PROVÉRBIOS PRÓXIMO PSICOLOGIA PV 22.6 PV 23.22 PV 25 PV 31.28-30 PV 9.1-6 QUARESMA QUESTIONAMENTOS QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PLANILHA QUESTIONÁRIO TEXTO QUINTA-FEIRA SANTA QUIZ RÁDIO RADIOCPT RAFAEL E. ZIMMERMANN RAUL BLUM RAYMOND F. SURBURG RECEITA RECENSÃO RECEPÇÃO REDENÇÃO REENCARNAÇÃO REFLEXÃO REFORMA REGIMENTO REGINALDO VELOSO JACOB REI REINALDO LÜDKE RELACIONAMENTO RELIGIÃO RENATO L. REGAUER RESSURREIÇÃO RESTAURAR RETIRO RETÓRICA REUNIÃO RICARDO RIETH RIOS RITO DE CONFIRMAÇÃO RITUAIS LITURGICOS RM 12.1-18 RM 12.1-2 RM 12.12 RM 14.1-12 RM 3.19-28 RM 4 RM 4.1-8 RM 4.13-17 RM 5 RM 5.1-8 RM 5.12-21 RM 5.8 RM 6.1-11 RM 7.1-13 RM 7.14-25a RM 8.1-11 RM 8.14-17 ROBERTO SCHULTZ RODRIGO BENDER ROGÉRIO T. BEHLING ROMANOS ROMEU MULLER ROMEU WRASSE ROMUALDO H. WRASSE Rômulo ROMULO SANTOS SOUZA RONDÔNIA ROSEMARIE K. LANGE ROY STEMMAN RT 1.1-19a RUDI ZIMMER SABATISMO SABEDORIA SACERDÓCIO UNIVERSAL SACERDOTE SACOLINHAS SACRAMENTOS SADUCEUS SALMO SALMO 72 SALMO 80 SALMO 85 SALOMÃO SALVAÇÃO SAMARIA Samuel F SAMUEL VERDIN SANTA CEIA SANTIFICAÇÃO SANTÍSSIMA TRINDADE SÃO LUIS SARDES SATANÁS SAUDADE SAYMON GONÇALVES SEITAS SEMANA SANTA SEMINÁRIO SENHOR SEPULTAMENTO SERMÃO SERPENTE SERVAS SEXTA FEIRA SANTA SIDNEY SAIBEL SILVAIR LITZKOW SILVIO F. S. FILHO SIMBOLISMO SÍMBOLOS SINGULARES SISTEMÁTICA SL 101 SL 103.1-12 SL 107.1-9 SL 116.12-19 SL 118 SL 118.19-29 SL 119.153-160 SL 121 SL 128 SL 142 SL 145.1-14 SL 146 SL 15 SL 16 SL 19 SL 2.6-12 SL 22.1-24 SL 23 SL 30 SL 30.1-12 SL 34.1-8 SL 50 SL 80 SL 85 SL 90.9-12 SL 91 SL 95.1-9 SL11.1-9 SONHOS SOPRANO Sorriso STAATAS STILLE NACHT SUMO SACERDOTE SUPERTIÇÕES T6 TEATRO TEMA TEMPLO TEMPLO TEATRO E MERCADO TEMPO TENOR TENTAÇÃO TEOLOGIA TERCEIRA IDADE TESES TESSALÔNICA TESTE BÍBLICO TESTE DE EFICIÊNCIA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ Texto Bíblico TG 1.12 TG 2.1-17 TG 3.1-12 TG 3.16-4.6 TIAGO TIATIRA TIMÓTEO TODAS POSTAGENS TRABALHO TRABALHO RURAL TRANSFERENCIA TRANSFIGURAÇÃO TRICOTOMIA TRIENAL TRINDADE TRÍPLICE TRISTEZA TRIUNFAL Truco Turma ÚLTIMO DOMINGO DA IGREJA UNIÃO UNIÃO ESTÁVEL UNIDADE UNIDOS PELO AMOR DE DEUS VALDIR KLEMANN VALDIR L. JUNIOR VALFREDO REINHOLZ VANDER C. MENDOÇA VANDERLEI DISCHER VELA VELHICE VERSÍCULO VERSÍCULOS VIA DOLOROSA VICEDOM VÍCIO VIDA VIDA CRISTÃ VIDENTE VIDEO VIDEOS VÍDEOS VILS VILSON REGINA VILSON SCHOLZ VILSON WELMER VIRADA VISITA VOCAÇÃO VOLMIR FORSTER VOLNEI SCHWARTZHAUPT VOLTA DE CRISTO WALDEMAR REIMAN WALDUINO P.L. JUNIOR WALDYR HOFFMANN WALTER L. CALLISON WALTER O. STEYER WALTER T. R. JUNIOR WENDELL N. SERING WERNER ELERT WYLMAR KLIPPEL ZC ZC 11.10-14 ZC 9.9-12