DAR O BRAÇO A TORCER
Ilustração
Há uma porta antiga exposta na Catedral São Patrick, em Dublin, Irlanda. A porta de madeira bruta tem um buraco retangular no centro. É chamada de “A Porta da Reconciliação”, e dá origem à expressão “dar o braço a torcer”.
Em 1492, duas famílias irlandesas nobres, os Ormonds e os Kildares, viviam em grande inimizade que acabou em briga feroz. Quando o Conde de Kildare, Gerald Fitzgerald, atacou o Conde de Ormand, James Butler, este refugiou-se com sua família na capela da catedral São Patrick, trancando-se lá dentro.
Ao cercar a capela, porém, o Conde de Kildare concluiu que a briga era tola, pois, como poderiam duas famílias que adoravam o mesmo Deus, na mesma igreja, que moravam no mesmo país, tentar matar uma à outra? Assim ele pediu que o Conde de Ormand viesse para fora, assegurando-lhe que, em vez de vingança, queria a paz. Mas o Conde de Ormand estava desconfiado de que isso era uma proposta falsa e se recusou a sair da capela.
Então o Conde de Kildare, com sua lança, abriu um buraco na porta, e enfiou o seu braço para dentro. Houve um momento de tensão, até que a sua mão foi agarrada por outra mão do lado de dentro da capela. A porta foi aberta e os dois homens se abraçaram, encerrando, assim, o longo conflito.
Deste gesto nobre de Gerald Fitzgerald veio a expressão: “dar o braço a torcer”.
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