Mantendo o equilíbrio: buscando a unidade na diversidade[1]
1. Conflitos sobre diversidade não são novos
Houve uma época de tensão e desunião na confissão da fé Luterana. Mas também de superação e definições. Isto foi no tempo e auge da Reforma. Depois houve uma época de conflitos e confusões dentro do próprio movimento confessional, até entre os confessores. Nova pressão foi lhes imposta. Havia desacordo em como lidar com novas situações e a unidade confessional foi manchada.
Havia os Filipistas, que tinham uma posição mais moderada, mas cuja atitude foi interpretada como sendo de unionismo, se não sincretista. Os Gnésio-luteranos, seguindo Flacius, permaneceram com os luteranos fiéis. Havia os Osiandristas e os Cripto-Calvinistas, os Majoristas e os Sinergistas. E o que fazer, ou mesmo dizer, sobre os adiáforos em matéria de culto? Era só uma questão de estilo, ou havia questões substanciais em jogo?
Trinta anos depois do marco histórico da Confissão de Augsburgo, o Luteranismo pareceu bem mais dividido do que unido. Mesmo assim, em torno de 1580, a Fórmula de Concórdia restaurou a unidade, concórdia e consenso. Mas a Fórmula não foi simplesmente um compromisso entre reivindicações contrárias, foi um brando e amplo jeito de trazer todo mundo de volta. Além disso claramente definiu e distinguiu quais foram realmente os erros dentro do movimento confessional. E o consenso que resultou da Fórmula de Concórdia serviu para reunir o que tinha se tornado um front dividido e incerto, em meio aos erros teológicos daqueles dias, prevenindo os reformadores luteranos de futuras divisões em facções.
Na década de 70 a LCMS viveu outro momento de pressão. Nós sempre soubemos que desde Heráclito nós não pisamos dentro das mesmas águas históricas mais de uma vez. As correntes de água na teologia e missão parecem mudar e congelar perpetuamente, mesmo quando certos temas parecem ser bastante constantes e consistentes. No século XVI, havia várias frentes de batalha e repletas de erros e corretivos extremos circundando as lacunas existentes (ou seja, tentava se corrigir um erro, indo ao outro extremo).
Havia uma série de outras questões. Mas a fundamental estava focalizada sobre a real autoridade da Escritura, incluindo uma apropriada metodologia, hermenêutica e uma multiplicidade de questões relacionadas: Reducionismo do Evangelho, princípios formal e material, antinomismo. Em muitas formas, o Sínodo de Missouri estava finalmente sendo apresentado ao modernismo (estava conhecendo) e seus efeitos na interpretação bíblica. O racionalismo, o reducionismo, historicismo e todos os aspectos “críticos” sobre o método histórico-crítico tornaram-se uma parte presente no ambiente acadêmico e a LCMS estava lutando para encontrar seu lugar num mundo mais amplo da educação e dos membros da igreja. E ambos os lados reivindicavam ser escriturísticos e confessionais. Foi uma questão de “interpretação”.
Certamente, o contexto contemporâneo tem mudado na última geração e um novo grupo de circunstâncias e pressões agora confrontam os confessores. Na atual geração, as linhas da “concórdia” são desenhadas em círculos diferentes. Por alguns anos, as questões sobrepunham-se em diferentes maneiras. Ultimamente, linhas de divisão parecem ser reconhecidas de maneira mais clara. Enquanto algumas questões permanecem as mesmas, está-se lidando com um novo contexto, uma nova geração, algumas novas situações. Lutamos para encontrar o nosso lugar num mundo mais amplo, um mundo que é mais complexo e confuso do que antes vimos em nossa história. Comparações podem aliviar, mas nós não somos estranhos a conflitos. Assim como nos 1550s, também houve os 50s em Corinto. Eles também lidaram com problemas de uma cultura pagã, em como interagir com ela e como afetá-la, sem ser afetado por ela. Havia aqueles de Paulo – os missionários pragmáticos; aqueles de Apolo –os de Cefas – talvez eram os chamados tradicionais e claro havia aqueles que simplesmente diziam, “eu sigo a Cristo, ele em primeiro lugar”, é isso que interessa.
2. Encontrando nosso caminho além do conflito
O apóstolo Paulo tinha algumas palavras bem duras para a congregação de Corinto. Ele procurou evitar o espírito partidário e até trabalhou contra esta postura. E nem por isso ele adoçou as palavras ao lidar com os erros. Mas ele manteve o coração pastoral e o espírito evangélico, tudo em favor da missão de Cristo.
Olhando para o tempo da Fórmula de Concórdia, muitas das características do processo aparecem: a Fórmula não foi uma nova confissão, mas uma reafirmação das verdades ensinadas, direta ou indiretamente, nos documentos confessionais anteriores. Contudo, ficou claro que havia uma necessidade para clarificar alguns assuntos à luz de mal-entendidos e de novas situações.
A Fórmula trouxe consenso e afirmação, embora tenha sido um ponto culminante de um longo processo de estudo e debate. Cada um tinha sua posição e alguns até tomaram posições mais firmes, mas a vitória veio pelo trabalho duro de teólogos acompanhando os textos, lendo, sublinhando, estudando e antes da digestão interna, engolindo um pouco do orgulho e da arrogância.
Hoje também, encontrar uma unidade em meio à diversidade exige um pouco de trabalho duro, reflexão clara e cuidadosa. Pensamento teológico crítico que ouve e entende, bem como articula e afirma. Isto começa pelo reconhecimento de dois problemas simples:
a. Há erros. Nós podemos facilmente cair num erro, mesmo tentando defender a fé e avançar na missão. Algumas vezes o erro surge diante de um novo contexto, uma situação desafiadora. Outras vezes o erro acontece pelo excesso de paixão com as novas idéias. Pula-se dentro do último vagão teológico sem a devida reflexão crítica. O erro também pode acontecer ao simplesmente se descuidar e perder as referências e o equilíbrio que o diálogo pode proporcionar em termos de correção e confiança – a mútua consolação dos irmãos.
b. Nem sempre um ponto de diferença é um erro. Pode haver uma diversidade legítima, não além dos limites das autoridades primária e secundária, às quais subscrevem os pastores no voto da ordenação, mas dentro dessas fronteiras. De fato, a constituição do Sínodo [LCMS] reconhece que um objetivo é “encorajar congregações a lutar pela uniformidade nas práticas da igreja, mas também desenvolver uma apreciação por uma variedade de práticas responsáveis e costumes que estão em harmonia com nossa profissão de fé comum”. O Artigo VII da Confissão de Augsburgo estabelece o Evangelho e os Sacramentos administrados puramente como o princípio norteador da unidade cristã e que para esta unidade não há necessidade que se observem cerimônias uniformes instituídas pelos homens [Livro de Concórdia, p. 31.2-4].
Algumas gerações atrás a maioria das paróquias e pastores pareciam ser iguais. Eles agiam do mesmo modo, talvez até se vestiam de maneira parecida, cantavam os mesmos hinos e até muitos tinham os mesmos nomes. Agora nós temos novos nomes, influência de uma nova cultura, alguns cantam hinos novos, há algumas novas aparências. Isto é bom. Mas nós não agimos da mesma maneira, não nos vestimos igual, não cantamos igual e nós não estamos certos se isto é uma coisa boa. Talvez perdemos a referência de unidade. Quem sabe não sabemos lidar tão bem com o diferente e não aprendemos a apreciar a diversidade.
Se a Fórmula encontrou unidade em meio à diversidade, podemos almejar o mesmo na situação atual? Como podemos resolver essas questões? Alguns dizem que as decisões deveriam vir “de cima”. A direção nacional proporcionar e prover decisões e práticas que gerem o sentido de unidade. Ou talvez tomar decisões em Convenções da Igreja. Quem sabe seja de fato bem mais fácil resolver questões pelo voto do que pelo trabalho duro e imersão em questões mais complexas.
3. Contribuição deste ensaio
O objetivo original deste trabalho apresentado em simpósio na LCMS foi explorar as tendências atrás dos debates atuais e não levantar a bandeira de alguma das posições e nem declarar um ganhador e um perdedor. Um alvo deste ensaio é desenhar alguns traços iniciais a fim de que estes produzam reflexões mais profundas sobre a questão da unidade em meio à diversidade também em nossas congregações e IELB.
Certamente a idéia é oferecer algumas reflexões, ao levantar alguns tópicos e problemas e assim talvez possibilitar uma discussão teológica árdua, debater e até discordar. Mas não necessariamente clarificar os tópicos em discussão, ou encontrar consenso e um sentido artificial de concórdia, mas iniciar uma discussão sobre como se tem agido ou lidado com a diversidade em torno da unidade.
Qual é a autoridade que alicerça a unidade e a diversidade entre nós? A unidade deveria ser clara, alguém poderia pensar. E se for assim, o que está gerando a diversidade? Há um outro nível de autoridade, forças, tendências ou lentes pelas quais algumas questões são olhadas? Como isto se encaixa em nosso princípio bíblico e confessional?
4. Unidade sob a autoridade bíblica e confessional: limitando a diversidade
O problema parece ser e deve ser esse, a clareza e entendimento na primária e autoridade secundária, Escrituras e Confissões. Há alguém que não desejaria ser escriturístico e confessional? Todos os que assumem esta verdade no voto da ordenação, são bíblicos e confessionais? Há pastores que abertamente discordam das Confissões Luteranas? Há problemas na interpretação da Bíblia em nossos círculos, coisas do tipo “essa é minha interpretação”? Quem sabe sim.
Por isso talvez seja necessário esclarecer coisas das primeiras coisas, Escritura e Confissões. Primeiro, as Confissões são a fiel exposição da palavra de Deus [quia]. Ainda que interpretações nem sempre sejam fáceis ou óbvias, é também verdade que textos não podem ser tratados para atender a gostos pessoais e interpretações subjetivas. Há questões inegociáveis. Assim o assunto da unidade e diversidade tem um limite, pois as Confissões não só afirmam, mas elas também rejeitam.
Nós sabemos que na Física cada ação tem uma reação igual e oposta. Na igreja, muitas vezes, para cada ação há uma reação um pouco mais forte. Ao invés de se discutir, debater, estudar o assunto, pode-se ir à uma direção contrária e o que deveria ser tratado equilibradamente resulta em passos extremados e distanciadores. Alguns exemplos:
a. Ministério Feminino/ não aceitar o envolvimento feminino nas atividades da congregação em conexão ao Ministério Feminino [voto feminino, dirigir estudos bíblicos];
b. Comunhão totalmente aberta na Santa Ceia – para todos os batizados/ comunhão absolutamente fechada, mesmo para luteranos;
c. Por causa do Batismo, todos estão incluídos no Sacerdócio Universal dos cristãos e por isso com direito a administrar os meios da graça publicamente/ Só os pastores estão autorizados a evangelizar, ministrar cultos, pregar...;
d. Substituir o ensino da profissão de fé, por outro recurso para alguém se tornar membro/ proceder com a excomunhão em motivos aparentemente solucionáveis;
e. Conectar o estilo de culto e liturgia às preferências pessoais dos membros/ somente a liturgia e hinos do hinário são marcas da verdadeira confessionalidade;
f. Afirmar os métodos evangelísticos como caminho do crescimento da igreja/ como Deus Espírito Santo opera a conversão, basta pregar, não precisamos de métodos;
g. Na igreja pode haver somente o órgão como instrumento musical/ o órgão deve ser descartado, e investir em bandas musicais.
O fato é que muitas vezes esses assuntos são discutidos nos extremos e ambos os lados tendem a ir cada vez mais longe, o que impossibilita um diálogo positivo, franco e conciliador. Ouvir, dialogar, debater e estudar. Essas são atitudes corajosas e que visam responder por quês, entender e manter o equilíbrio, a fim de que também se aprenda a conviver com a diversidade.
Quando se investe apenas em seu lado, muitas vezes acaba-se focando mais em críticas ao outro lado e assim descartando a possibilidade de se reconsiderar o assunto. Olhar com mais atenção e confiança para o que significa ser confessional e bíblico, pode ser o caminho para reter e reinvestir no equilíbrio de nossas ações e pensamentos. Ser teologicamente corajosos renderá frutos para a missão incumbida à igreja.
É possível ser escriturístico e confessional e ainda assim discordar? Ao invés de se distanciar, talvez seja preciso clarificar e reafirmar a verdade. Parece fácil concordar com algumas verdades bíblicas. A Escritura como palavra inspirada de Deus, inerrante e infalível; a centralidade da justificação somente por graça, pela fé em Jesus Cristo , único nome para salvação de todas tribos, povos e raças. Sola Gratia, Sola Fide, Sola Scriptura.
Mas será que há essa mesma concordância a respeito de alguns textos chaves da Escritura? O fato é de que não se precisa reinventar a roda, mas promover o contínuo estudo das Escrituras, pois elas são a autoridade primária em termos de fé, doutrina e vida. Também é preciso contínuo estudo das Confissões, não como um substituto do estudo na Bíblia, nem para o cuidado pastoral diário, mas porque as Confissões permanecem como nossa autoridade secundária.
Alguns dos textos em debate: Mt 28.18-20 – a grande comissão foi dada só para o Ministério Eclesiástico ou o Ofício Pastoral, ou para todos os cristãos? Ef 4.11-12 – onde colocar a vírgula e que diferença isso faria? 1 Pe 2.9-10 – onde ou como é exercido o sacerdócio universal dos cristãos? Gl 3 e 1 Tm 2 – é possível defender a idéia de que estes textos poderiam se excluir? 1 Co 12 – como lidar com os dons e sua diversidade? [a propósito tem um documento “Dons Espirituais”- Série Teologia para hoje].
Além disso, como interpretar o artigo VII da Confissão de Augsburgo, especialmente quando menciona ritos e cerimônias? O que a Fórmula de Concórdia [artigo X] diz e o que ela não diz sobre os adiáforos?
É preciso parar, trabalhar, promover novas reflexões. Pode ser que viajamos e esquecemos de completar o tanque com a melhor gasolina e assim temos que abastecer com gasolina comum em posto sem bandeira, ao invés de Teologia Bíblica Confessional “Supra”. A outra até pode funcionar também, mas por que não refletir juntos e teologicamente todas essas questões que de uma ou de outra maneira afetam a nossa igreja e que nos abasteceriam para novos desafios?.
5. Reconhecer uma diversidade legítima dentro da unidade sob Autoridade
Sola Scriptura significa voltar sempre de novo às Escrituras. Um dos pontos mais fortes da teologia luterana é se firmar em cima desta autoridade. Ainda que possamos esbarrar no item “interpretação”, pois quando há interpretações diferentes é porque geralmente o sentido do texto não é óbvio, ler a Bíblia cuidadosa e corretamente é um caminho inicial a seguir.
Tendo como preocupação o estudo das Escrituras com uma orientação hermenêutica saudável, há espaço para reafirmar interpretações tradicionais? Com certeza. Há novas reflexões, informações e aprofundamento na pesquisa bíblica. Por exemplo, Mt 18. Lembrado muitas vezes como um texto para embasar a excomunhão de membros, recentemente tem sido usado para reanimar comunidades a buscar insistentemente o irmão afastado do convívio horizontal, para não haver prejuízos na dimensão vertical [Gibbs e Kloha, Concordia Journal, Janeiro 2003].
6. Lidando com a diversidade dentro da unidade Escriturística e Confessional
Como já foi notado acima, podem existir dois problemas: há equívocos sendo praticados e que ameaçam a unidade e, nem sempre uma diferença é um erro que ameaça a unidade. Como lidar com essa diversidade dentro das fronteiras teológicas das Escrituras e Confissões?
Ø O primeiro passo é uma boa exegese e fazer teologia tendo como referência a justificação por graça, pela fé em Jesus Cristo , como o princípio material da Escritura. Isto é evangélico e missionário.
Ø Não cabe à igreja [Faculdade de Teologia] o direito exclusivo da interpretação das Escrituras, mas isso não significa que eu tenho o direito em afirmar que esta é a “minha interpretação”.
Ø Também não posso me conceder o direito de “ir sozinho”, sem uma reflexão teológica saudável [novos estilos de culto, métodos evangelísticos].
Ø Trabalhar em conjunto significa respeito, confiança e comunhão, mesmo com idéias discordantes.
Ø O segredo é o equilíbrio, a “mútua consolação” e administrar eventuais tensões.
Ø Não podemos criar tensão [Teologia ou Missão, por exemplo] onde não pode e nem deve haver tensão. Cada discípulo fiel de Jesus Cristo, também é fiel nos ensinos deixados pelo Senhor, “batizar e ensinar” [Mt 28].
7. Teologia ou Missão?
No caso da Teologia e/ou da Missão, pode-se suspeitar ou especular que não há nem clareza nem um pensamento unânime sobre o assunto. Os que buscam “aperfeiçoar e zelar pela doutrina” são chamados de teólogos ou confessionais. Os mais pragmáticos e dizem que o que importa é “o amor pelas pessoas” e assim focalizam sobre as verdades principais de Jesus Cristo, recebem o título de missionários.
Será que existe essa distinção em nosso meio? E se ela existir, ela é justa e real? Pode haver teologia pura sem amor pelas pessoas?
De acordo com Martin Kähler, há uma conexão tão íntima entre igreja e missão, a ponto dele afirmar que “a missão é a mãe da teologia”.[2] A teologia era gerada pela situação emergencial da igreja indo ao mundo e proclamando o Evangelho de Cristo. O livro de Atos dos Apóstolos mostra isso. A aplicação desta reflexão para os dias de hoje pode estar relacionado ao fato de que a teologia feita na Academia e no front da missão, deve ser feita com a igreja indo ao mundo e tendo como alvo as pessoas. O Evangelho de Cristo foi confiado a todos os que foram chamados por Deus, para se empenharem em reflexões teológicas, seja na Academia ou no front, tendo como alvo principal as pessoas que vivem como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36; Zc 10.2).
Também não há como romper entre Teologia e Missão, ou entre teoria e prática. Primeiro, porque não há como ser bíblico/confessional, sem ser missionário; nem ser missionário sem ser bíblico/confessional. Segundo, o próprio mundo pluralista nas crenças e escolhas, força-nos a perceber a teologia e missão como força única na proclamação do Evangelho do Senhor Jesus Cristo.
Na avaliação de Johanes Blaw[3], missões não são subprodutos da teologia, mas elas precisam ser refletidas bíblica/teologicamente, a fim de que não apenas igreja e missão sejam aproximadas, mas também teologia e pensamento missionário. Para ele, a influência separatista da missão e da Teologia, é percebida também nas conferências missionárias, quando são tratados predominantemente temas missionários práticos e de liderança missionária.
Não podemos fazer a teologia das gavetas, estudar as diferentes áreas da teologia sem ter como alvo a missão. A área bíblica investiga a base para a tarefa apostólica da Igreja na Missio Dei, o chamado de Israel para ser luz para as nações [Is 49.6] e a grande Comissão de Jesus Cristo [Mt 28, Mc 16, Lc 24]. O estudo histórico da expansão da Igreja Cristã deve promover reflexões sobre suas estratégias missionárias e impacto causado nas diferentes culturas e sociedades. A teologia sistemática busca solidificar o pensamento e conseqüente clareza na aplicação da Cristologia, Soteriologia e Escatologia na missão e a interação da fé cristã com o mundo secular. A teologia prática deve fomentar o debate sobre estratégias e métodos para a implementação da Missio Dei no mundo.
Conclusão
A Fórmula de Concórdia encontrou o caminho do consenso. Isto não foi trabalho que aconteceu da noite para o dia, mas de estudo teológico guiado pelas Escrituras e suas afirmações confessionais. Assim eles confrontaram novas situações, reafirmaram verdades, clarificaram posições, energizados pelo Espírito Santo através do Evangelho do Senhor Jesus. Eles obtiveram clareza em necessidades mutáveis, preservando as imutáveis verdades bíblicas e confessionais.
[1] Baseado em artigo do Dr. Andrew Bartelt, “Mantendo nosso equilíbrio: preservando unidade num mundo [e igreja] de diversidade”. Concordia Journal, July 2004, Volume 30, Number 3, pp.137-155.
[2] Bosch, David J. Missão Transformadora. Geraldo Korndörfer e Luís M. Sander, tradutores, São Leopoldo: EST/Sinodal, 2002, p.34 e 584.
[3] Blaw, Johanes. A Natureza Missionária da Igreja. Jovelino Pereira Ramos, trad. São Paulo: ASTE, 1966, Introdução ao livro.
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