ESTER
A jovem rainha
Leia Ester 1 a 10
A época desta história é algum período da segunda metade do século V a.C. O local é a pequena cidade de Susã (ou Susa), uma das três capitais do poderoso Império Persa, formado por 127 províncias, espalhadas desde a Índia até a Etiópia – cerca de 1.500 quilômetros. O rei era Assuero (ou Xerxes) e a rainha era Vasti, que “era muito bonita” (1.11).
No terceiro ano do seu reinado (cerca de 480 a.C.), Assuero ofereceu um grande banquete. Os convidados eram os príncipes das províncias e a alta sociedade. A festança durou 180 dias! (1.4) Depois, aconteceu um segundo banquete, menor, de sete dias, para o povo de Susã.
No sétimo dia da grande festa, o rei, que “já havia bebido bastante vinho e estava muito alegre” (1.10), “ordenou que fosse trazida a rainha Vasti, para que que os nobres e os outros convidados admirassem a sua beleza.” (1.11) Por alguma razão, Vasti se recusou a atender à ordem de Assuero. Sua atitude irritou o rei. Havia sido desobedecido e humilhado diante dos povos e dos príncipes. A rebeldia de Vasti não poderia ficar impune. Uma ordem de Assuero a destituiu do título de rainha e ela foi proibida de ir à presença do rei (1.19).
Uma nova rainha
Passado algum tempo, Assuero decidiu escolher uma nova rainha. Ela teria que ser escolhida a dedo por todas as províncias do reino (2.3). Seus atributos necessários: ser moça virgem, de boa aparência e formosa (2.2).
A escolhida de Assuero foi uma jovem chamada Ester. Ela era uma moça órfã judia “bela, de boa aparência” (2.7). Tinha, também, o nome de Hadassa. Sendo órfã, foi educada por Mordecai, também judeu, seu primo, que a adotou como filha. A Bíblia diz que o rei “gostou dela mais do que de qualquer outra moça, e ela conquistou a simpatia e a admiração dele como nenhuma outra moça havia feito. Ele colocou a coroa na cabeça dela e a fez rainha no lugar de Vasti” (2.17).
Por cerca de 5 anos, houve paz. Entra então na história Hamã, um homem brilhante, porém, ambicioso. Ele era o chanceler de Assuero. Certo dia, ordenou que os empregados da corte se curvassem diante dele. O primo e protetor da jovem rainha Ester, Mordecai, se recusou a fazer isso. Como judeu, só se curvaria diante do Deus de Israel. Enfurecido com a recusa, Hamã resolveu matar Mordecai e todos os judeus no império.
Os judeus ficaram abalados e atemorizados (4.3). O que aconteceria agora? Seria o fim? O que fazer? Mordecai pensou rápido: a única solução viável seria a intervenção da rainha, a jovem Ester, pois também era judia. Ele foi até Éster e disse:
– Vai ter com o rei, teu marido, e pede-lhe a sua ajuda, para salvar o teu povo.
O teu povo! Isso significaria que teria de revelar sua origem judaica! Qual seria a reação de Assuero quando soubesse disso? Ele também odiava os judeus como Hamã? Havia também um segundo problema: ninguém estava autorizado a apresentar-se diante do rei sem ser chamado ou convidado para tanto, nem mesmo a rainha (4.16). Quem o fizesse correria risco de vida. O que fazer? Interceder ou não pelo povo? Sua decisão seria, certamente, para a vida ou para a morte. O futuro do povo judeu estava nas mãos da jovem rainha Ester.
Ester decidiu: “... irei falar com o rei, mesmo sendo contra a lei, e, se eu tiver de morrer por causa disso, morrerei” (4.16). Ela arriscou a sua posição, a sua vida e o seu futuro pelo seu povo. Já diante do rei Assuero, ela falou com coragem:
– A única coisa que quero é que o senhor salve a minha vida e a vida do meu povo. Pois o meu povo e eu fomos vendidos para sermos destruídos e mortos...(7.3,4).
Deus, que “está sempre vigiando tudo o que acontece no mundo” (2 Crônicas 16.9), em pronta intervenção, agiu maravilhosamente: o rei Assuero mandou tirar Mordecai da forca, colocou-o no cargo de Hamã e anulou o decreto de extermínio dos judeus (10.2,3). Assim, o dia que Hamã tinha marcado para ser de tristeza, de dor, de luto, tornou-se um dia de alegria, que ainda hoje é lembrado e festejado pelos judeus. É o dia da Festa do Purim (9.16-32).
Brilhar
O nome “Ester” significa “estrela”, “astro reluzente, luminoso”. Ester brilhou intensamente quando a situação previa a escuridão dos judeus, trazendo-lhes a luz, a vida. Ela poderia ter agido de outra forma. Diante da situação de conflito, seria mais fácil e mais cômodo ficar calada. Seria mais prudente não arriscar a vida, pois era, afinal, uma rainha. Ela, contudo, amava a Deus e o seu povo. Por isso, fez tudo para salvá-lo. Foi um ato de coragem, de amor e de fé na providência de Deus.
O apóstolo Paulo diz (Filipenses 2.15,16) que os cristãos devem brilhar como luzeiros neste mundo, como estrelas cintilantes na noite, preservando a palavra da vida. Os que são de Deus brilham como o sol (Juízes 5.31). Brilham, pois nos passado eram escuridão e, agora, tocados por Deus, são luzes do Senhor e devem andar como filhos da luz (Efésios5.8). Brilham, também, para despertar os que dormem na escuridão do pecado, na morte, para que Cristo os ilumine (Efésios 5.14), para que a graça do Senhor brilhe sobre todo o mundo (Apocalipse 22.5) e para que todos as pessoas, numa só voz, confessem: “o Senhor Deus é a minha luz e a minha salvação”. (Salmos 27.1)
Jovem, você é luz do mundo (Mateus 5.14). Faça, pois, brilhar a luz da sua fé.
PARA REFLETIR E DEBATER
1. Qual é a prova que fica evidente pelo fato de Ester ter arriscado a sua própria vida para salvar seu povo? Que lições podemos tirar?
2. O que mais impressiona a respeito do caráter e da atitude da jovem Ester?
3. Que outras mulheres recebem destaque na história do povo de Deus?
4. O que você pensa sobre os movimentos machistas e feministas, tão em moda?
5. Quais são, na Igreja e no lar, as atribuições específicas que Deus indica?
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