Perícopes para o 13º Domingo após Pentecostes – 11/09/2011
1º Leitura Salmo 103.1-12
1) Títulos:
- Hino à bondade de Deus – NTLH.
- A misericórdia de Deus – ARA.
- Louva ao Senhor, ó minha alma – Lutero.
2) Contextualização:
O texto hebraico traz como título: “Salmo de Davi” Ele convoca todas as criaturas humanas e animais para louvar a Deus. Num hino solene de profundo respeito para com o santo nome de Deus é entoado o louvor. Este louvor parte da verdade de que Deus é inimigo do pecado, mas amigo do pecador. Assim todo louvor tem por motivação a graça infinita de Deus.
3) Conteúdo do texto:
O texto medita sobre as misericórdias de Deus e convoca para o louvor com todas as forças do corpo e da alma. Ele menciona dois motivos especiais para louvar a Deus.
1º Os benefícios com os quais somos agraciados por Deus e que não podem ser esquecidos. VS. 1-5.
a) “O Senhor perdoa todos os meus pecados” Vs. 3a.
b) “cura todas as minhas doenças;” Vs. 3b. Obs. Enfermidades físicas.
c) “Ele me salva da morte” Vs. 4a. Obs. Livra da morte prematura e por mão de inimigos.
d) “me abençoa com amor e bondade.” Vs. 4b. Contempla a existência com coisas boas, revigora as forças dos cansados.
e) “assim eu continuo jovem e forte como a águia.” Vs. 5b. Obs. Concede habilidade para prosseguir na jornada vitoriosa.
2º Os benefícios que o povo de Israel experimentou ao longo de sua história – Vs. 6-12.
a) “O Senhor Deus julga a favor dos oprimidos e garante os seus direitos.” Vs.6 – Obs. Deus julgou os egípcios pela opressão imposta ao povo de Israel.
b) “Ele revelou os seus planos a Moisés...” Vs.7a. Obs. Deus orientou a Moisés no procedimento correto para libertar o povo.
c) “deixou que o povo de Israel visse os seus feitos poderosos.” Vs. 7b. Obs. Israel viu a morte dos primogênitos egípcios; e a passagem pelo mar vermelho!
d) “O Senhor é bondoso e misericordioso,” Vs.8 Obs. Não foi por merecimento de Israel que foram libertos da escravidão egípcia, mas por exclusivo ato do amor divino.
e) “... a sua ira não dura para sempre.” Vs.9. Obs. Deus não tem prazer em castigar, mas sim, de perdoar os filhos arrependidos.
f) “Assim como é grande a distância entre o céu e a terra, assim é grande o seu amor por aqueles que o temem.” Vs. 11. Obs. Deus é amor. Amor que não conhece limites. Amor que desafia ao louvor.
4) Sugestão de tema:
Louvai ao Senhor, porque:
1 – Ele nos criou para seu louvor!
2 – Ele perdoa todo pecado!
3 – Ele dirige a nossa vida!
4 – Ele escreve a história dos povos!
2º Leitura Gênesis 50.15-21
1) Títulos:
- Final da história de José – NTLH.
- A magnanimidade de José para com seus irmãos – ARA.
- A generosidade de José – Lutero.
2) Contextualização:
O texto relata o final feliz da história de José. Seus irmãos temem por vingança da parte de José, após a morte do pai Jacó. A consciência ainda não está em paz por causa da maldade praticada. Sabiam que José possuía motivos e condições para vingar-se. Porém, o amor falou mais alto. José age em acordo com o amor de Deus, não dá ouvidos ao coração ferido pelo ódio. José confia no governo de Deus,acredita que tudo quanto lhe sucedeu fazia parte dos planos do Altíssimo.
3) Conteúdo do texto:
O texto relata o pedido de perdão por parte dos irmãos de José. Pedido que foi adiado por longo tempo, porém atormentava a consciência deles. Chegou o momento de encarar a realidade, o texto enfoca dois momentos:
1º A morte do pai Jacó, deixou desprotegida a retaguarda dos irmãos de José- Vs. 15-17. O relato diz:
a) “Depois da morte do pai,” Vs. 15a.
b) “Talvez José tenha ódio de nós e vá se vingar de todo o mal que lhe fizemos.” Vs.15b. Obs. Assim falou a voz da consciência.
c) “Antes que o seu pai morresse, ele mandou que pedíssemos a você o seguinte: Vs.16-17. Obs. Há quem duvida deste pedido de Jacó, pode ser um recurso emocional? Tanto faz, o importante é o pedido de perdão.
d) “Por favor, perdoe a maldade e o pecado dos seus irmãos, que o maltrataram.” Pedido do recém falecido pai.
e) “Portanto, pedimos que perdoe a nossa maldade, pois somos servos do Deus do seu pai.” Obs. O pedido de perdão vem endossado por Deus e pelo Pai Jacó.
2º José prova que conhece o amor de Deus – Vs. 17b -21: Vejamos as informações do texto:
a) “Quando recebeu essa mensagem, José chorou.” Obs. O texto não identifica o motivo do choro; foi de alegria? Foi de choro? Foi de tristeza?
b) “Não tenham medo; eu não posso me colocar no lugar de Deus.” Todas as ações são julgadas por Deus, ele é o juiz de vivos e de mortos.
c) “É verdade que vocês planejaram aquela maldade contra mim,” Obs. Vocês foram os instrumentos do mal.
d) “mas Deus mudou o mal em bem para fazer o que hoje estamos vendo, isto é, salvar a vida de muita gente.” Obs. Salvar a vida dos malfeitores! Toda honra e glória a Deus.
e) “Não tenham medo. Eu cuidarei de vocês e dos seus filhos.” Este não é o momento para acertar contas, para vinganças, mas para amar e proclamar o amor de Deus.
f) “Assim, ele os acalmou com palavras carinhosas, que tocaram o coração deles.” Obs. José da provas de que o amor de Deus está presente em seu coração.
4) Sugestão de tema:
O poder do perdão!
1 – Perdoar é um ato divino que só pode ser praticado por aquele que foi perdoado por Deus.
2 – Vingança é um ato que procede do pecado e é praticado por pessoas cujo coração é dominado pelo mal.
3º Leitura Romanos 14.1-12
1) Títulos:
Não julgue os seus irmãos na fé - NTLH
A tolerância para com os fracos na fé – ARA
Fracos e fortes na fé – Lutero
2) Contextualização:
O texto ensina o relacionamento correto entre pessoas que vivem unidas pela fé em Cristo Jesus. A Congregação de Roma era formada por pessoas e etnias diferentes. Eram cristãos de origem judaica e de não-judeus. O problema surgido dizia respeito ao uso de alimentos puros e impuros, bem como da observância de dias sagrados. Paulo lembra que a partir da fé em Cristo, “vivemos para o perdão e morremos para a impiedade.”
3) Conteúdo do texto:
O texto chama a atenção dos leitores para o correto discernimento entre o que é essencial e o que não é essencial para a fé salvadora.
1º O que é essencial para a vida de fé?
a) Não é essencial o comer, ou deixar de comer carne – Vs. 2
b) Não é essencial observar determinados dias festivos, ou deixar de observá-los. Vs. 5
Observações:
1º O Senhor Jesus ensinou no evangelho: “Não é o que entra pela boca que faz com que alguém fique impuro” Mt 15.11.
2º O amor cristão não admite criticar, ou condenar opiniões divergentes em assuntos que não dizem respeito a fé em Jesus Cristo. O amor exige respeito pelas opiniões diferentes.
3º Mesmo se a origem da carne a ser comida for duvidosa talvez faz parte do sacrifício pagão.
4º “Quem come de tudo faz isso para honrar o Senhor, pois agradece a Deus o alimento” Vs. 6a. A oração santifica o alimento.
5º Quem evita comer carne e só come legumes: “faz isso para honrar o Senhor e dá graças a Deus.” Vs. 6b. Não faz com o propósito de vangloriar-se perante o irmão.
6º No que diz respeito a observar dias festivos. Deus não ordenou tal prática. Quem os observa faz bem! Quem não os observa não está pecando! “Cada um deve estar bem firme nas suas opiniões.” Vs.5b. Cada um tem a liberdade de servir a Deus, segundo a voz de sua consciência.
2º O que é necessário para a vida de fé em Cristo Jesus? Diz o texto:
a) “Porque nenhum de nós vive para si mesmo e nenhum de nós morre para si mesmo.” Vs. 7.
b) “Assim, tanto se vivemos como se morremos, somos do Senhor.” Vs 8.
c) “nós estaremos diante de Deus para sermos julgados por ele.” Vs.10.
Observações:
1º Não fomos chamados para julgar os irmãos, mas sim para anunciar a vida que Cristo preparou para todos.
2º Julgar alguém significa colocar-se em lugar de Deus, lugar que não nos pertence.
3º Todos somos pecadores, por isso todos precisamos cair de joelhos perante Deus e clamar por misericórdia.
4º Todos precisamos prestar contas a Deus. Ele que é santo e justo. Só seremos bem sucedidos se o sangue de Jesus nos purificar de toda culpa e pecados.
5º Por esta razão o apóstolo exorta: “ Aceitem entre vocês quem é fraco na fé sem criticar as opiniões dessa pessoa.” Vs.1; E, ainda: “Ele vai vencer porque o Senhor pode fazê-lo vencer.” Vs. 4b; E por último: “ Cristo morreu e viveu de novo para ser o senhor tanto dos mortos como dos vivos.” Vs.9.
4) Sugestão de tema:
Não julguem e não serão julgados!
1 – Em que casos podemos ter opiniões diferentes!
2 – Em que casos não pode haver opinião diferente!
4º Leitura Mateus 18.21-35
1) Títulos:
- O empregado mau – NTLH
- Quantas vezes se deve perdoar a um irmão
A parábola do credor incompassivo. – ARA
- O empregado perverso – Lutero
2) Contextualização:
O capitulo 18 do evangelho de Mateus trata o tema perdoar. A verdade principal é: somos perdoados para perdoar. Somos chamados para procurar a ovelha perdida; somos informados de que o perdão de é ilimitado. Deus perdoa primeiro e espera de seus servos que se tornem seus imitadores.
3) Conteúdo do texto:
O texto ensina como Deus perdoa as dividas de seus servos e o procedimento que ele espera do servo perdoado. O texto destaca três ênfases:
1º A introdução: Quantas vezes devo perdoar? Vs. 21 e 22.
a) “Então Pedro chegou perto de Jesus e perguntou: — Senhor, quantas vezes devo perdoar o meu irmão que peca contra mim? Sete vezes?” Pedro tenta entender a lição do Mestre, já que a tradição dos rabinos judeus, mandava perdoar três vezes, ele propõe o limite de sete vezes.
“ — Não! — respondeu Jesus. — Você não deve perdoar sete vezes, mas setenta e sete vezes.” Com tais palavras Jesus ensina que o perdoar por ele ensinado é ilimitado, devemos perdoar sempre. O evangelista Lucas relata, que quando os discípulos ouviram este ensino do Mestre, pediram: “Senhor, aumenta a nossa fé. Lucas 17.5
2º Como é administrado o perdão no reino do céu? Vs. 23-27.
a) “Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu fazer um acerto de contas com os seus empregados.” Vs.23. Obs. O rei, é o Senhor Deus, ele fez acerto de contas individualmente com cada empregado.
b) “Logo no começo trouxeram um que lhe devia milhões de moedas de prata.” Vs. 24. Obs. No acerto de contas com Deus só existem grandes devedores, servos incapazes de pagar a divida.
c) “ Mas o empregado não tinha dinheiro para pagar. Então, para pagar a dívida, o seu patrão, o rei, ordenou que fossem vendidos como escravos o empregado, a sua esposa e os seus filhos e que fosse vendido também tudo o que ele possuía.” Vs. 25. Obs. O castigo é terrível e inevitável, todos os bens que o empregado possuía são insuficientes para saldar a dívida. Isto quer dizer: “por obras próprias ninguém pode salvar-se.
d) “Mas o empregado se ajoelhou diante do patrão e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu pagarei tudo ao senhor.” Vs.26. Obs. Este era o único recurso que restava, a saber: pedir clemência, pedir perdão da divida, reconhecer sua culpa.
e)” — O patrão teve pena dele, perdoou a dívida e deixou que ele fosse embora.” Vs.27. Obs. O patrão perdoa a dívida. Assim não se procede no mundo dos negócios. Só no Reino do céu se perdoa toda a dívida. Por isso confessamos: “Creio na remissão dos pecados”
3º Que espera o Senhor Deus do pecador perdoado? Vs.28-35.
No evangelho, Jesus conta um exemplo negativo, a saber: como um pecador perdoado não deve agir!
a) “O empregado saiu e encontrou um dos seus companheiros de trabalho que lhe devia cem moedas de prata...” Vs.28. Obs. O empregado tinha a receber um valor insignificante, se comparado com o volume da dívida que lhe foi perdoada. Apesar do grande beneficio recebido, exigiu o pagamento! Diz a seu companheiro: “Pague o que me deve!”Vs.28.
b) “— Então o seu companheiro se ajoelhou e pediu: “Tenha paciência comigo, e eu lhe pagarei tudo.” Vs. 29. Obs. O empregado perdoado não aceita o pedido de perdão, exige a execução do devedor.
c) “— Mas ele não concordou. Pelo contrário, mandou pôr o outro na cadeia até que pagasse a dívida. Quando os outros empregados viram o que havia acontecido, ficaram revoltados e foram contar tudo ao patrão. Aí o patrão chamou aquele empregado e disse: “Empregado miserável! Você me pediu, e por isso eu perdoei tudo o que você me devia. Portanto, você deveria ter pena do seu companheiro, como eu tive pena de você.” Vs 30-33. Obs. Nós fomos perdoados por Deus para perdoar os que pecam contra nós. Esta é uma maneira de confessar que o amor de Deus habita e governa o nosso Coração.
d) “— O patrão ficou com muita raiva e mandou o empregado para a cadeia a fim de ser castigado até que pagasse toda a dívida.” Vs. 34. Obs. O Rei anulou o perdão anteriormente concedido. E assim declarou o empregado indigno do amor de Deus. Pois ele não entendeu a lição do amor de Deus e se excluiu a si mesmo do reino do céu.
e) “E Jesus terminou, dizendo: — É isso o que o meu Pai, que está no céu, vai fazer com vocês se cada um não perdoar sinceramente o seu irmão.” Vs. 35. Obs. É assim que o Pai do céu educa e ensina os seus filhos a viver a lição do seu amor.
4) Sugestão de tema:
Os filhos do Reino recebem e dividem amor!
1- Deus lhes perdoa toda dívida!
2 – Perdoando os irmãos estão proclamando o amor de Deus.
Sermão de Romanos 14.5-9
No Salvador Jesus que perdoa todo pecado e nos chama para ministrar o perdão, caros irmãos e irmãs na fé!
Nós somos de Cristo! Ele nos amou e por seu sangue nos comprou para Deus! Por isto, o apóstolo aponta em nosso texto para a verdade: “Se vivemos para o senhor vivemos” “se morremos para o Senhor morremos”
Esta é a melhor notícia que um ser humano pode ouvir, porque todos nascemos em pecado; todos possuímos uma natureza corrompida pelo pecado; todos temos prazer no pecado; ninguém consegue viver de modo perfeito, sem nunca pecar.
Por isso, agora que pelo Santo Batismo nascemos como filhos ou filhas de Deus; agora que o Espírito Santo habita em nós, para guiar-nos a toda verdade; agora que Cristo vive em nós! Como vamos praticar esta fé? Como vamos viver o amor de Deus, no relacionamento com o próximo?
Em nosso texto o apóstolo ensina que nós somos perdoados para perdoar!
As quatro leituras bíblicas para este domingo destacam o perdão que Deus dá a seus filhos e os envia ao mundo para oferecer o Perdão a todo povo:
a) No Salmo, Davi convoca sua alma para louvar a Deus, baseado no fato de que Deus perdoa todo o pecado.
b) Na leitura do Antigo Testamento, somos informados sobre o perdão que José, concedeu aos irmãos que tentaram prejudicá-lo, vendendo-o como escravo. Ele diz aos irmãos que não está no lugar de Deus para julgar os erros que eles cometeram. E, acrescenta que Deus usou a maldade deles, para trazer grandes benefícios para muita gente. Ou seja: “Deus escreve certo por linhas tortas.”
c) No Evangelho Jesus ensina sobre o perdão amplo, sem limites.
O apóstolo Pedro conhecia o ensino que os professores do Antigo Testamento praticavam. Ensinavam perdoar três vezes! Pedro quer ampliar esta marca para sete vezes! Jesus ensina perdoar sempre! E ilustra seu ensino com a parábola do servo do rei, que obteve perdão total de sua dívida, e não perdoa a seu companheiro uma dívida insignificante. Este servo representa a cada um de nós, queremos diariamente o perdão de Deus, mas temos dificuldades para perdoar nossos companheiros.
d) Na epístola, o apóstolo Paulo ensina a prática do perdão na convivência da comunidade cristã!
Nunca houve duas pessoas com o mesmo grau de fé em Cristo seu Senhor. Nunca houve pessoas com igual consagração ao Senhor. Por isso o apóstolo ensina o respeito mútuo e não o desprezo para com o mais fraco.
Os conflitos na comunidade de Roma, visados pelo apóstolo Paulo em nosso texto, referiam-se a observância de dias festivos, talvez o sábado e outros do Antigo Testamento, bem como, se referiam aos tipos de alimentos que o cristão poderia usar.
Paulo ensina, que não servimos a Deus por observâncias desta ordem. Deus não está interessado no dia da semana, do mês, do ano que a ele santificamos, mas sim, na adoração que lhe apresentamos. A este respeito Jesus ensina: “Não é o que entra no homem que o contamina, mas o que dele sai! Mc.7.18ss. Dois princípios importantes são recomendados pelo apóstolo: 1º “Cada um deve estar bem firme nas suas opiniões” ; 2º “Agradecer a Deus pelos alimentos é uma maneira de santificar o seu uso!” Assim, nada justifica os conflitos! É preciso deixar o amor falar mais alto, não nossas opiniões pessoais, ou divergentes.
Ninguém de nós é uma ilha para viver isolado no mundo! O apóstolo ensina: “Nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si mesmo” Todos estamos a serviço do mesmo Senhor, o qual é Cristo. Ele deu a sua vida por nós na cruz. Ele perdoa o pecado de todos quantos nele crêem. Ele nos deu um novo mandamento: “Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”
Cristo é o Senhor! Não eu, não você, ninguém além de Cristo! A nossa vida está em suas mãos! E, a vida de meu próximo também! Eu não tenho o direito, para impunemente, decidir se vou, ou não perdoar a meu irmão. Cristo diz, quem não perdoa o irmão perde o perdão de Deus! Eu não estou em lugar de Deus para julgar os erros dos outros. A minha própria casa está suja demais, eu preciso de Cristo para limpá-la, não posso limpar a casa dos outros. Ou, a trave que está no meu olho, me impede de tirar o cisco no olho do irmão.
Assim Deus nos está chamando, pelos textos do domingo, para avaliarmos o nosso modo de viver.
1º Ouvimos, como Deus repetidas vezes fala na Escritura Sagrada do perdão que ele oferece ao pecador arrependido. Ele o faz no Santo Batismo, na Santa Ceia, na pregação do Evangelho, porque não deseja a perdição do pecador. É importante perguntar o que muda em minha vida a partir do perdão que Deus me dá.
2º Aprendemos hoje que o perdão recebido precisa ser repartido! Jesus diz no Evangelho que Deus irá tratar-nos do mesmo jeito, como o rei tratou o empregado que não quis perdoar a seu companheiro, a saber o condenou a prisão perpétua.
Porque Deus assim trata seus filhos e filhas, Jesus nos mandou orar: “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores!
3º E, ainda mais uma colocação: Quem se nega de repartir o perdão recebido perde o perdão que recebeu! Isto significa que se não perdoamos, deixamos de ser filhos de Deus, deixamos de ser herdeiros do céu. É preciso ter muito cuidado para não atender aos enganos de Satanás, que incentiva ao ódio, ao orgulho e assim nos fecha as portas do céu. O apóstolo Paulo tem uma palavra clara e conclusiva sobre este assunto, ao dizer: - “No que depender de vocês, façam todo possível para viver em paz com todas as pessoas” – Romanos 12.8
Não deixamos que a porta do céu se feche para nós porque não queremos perdoar!
Não deixamos que Satanás determine nossas ações, mas que Cristo sempre seja o Senhor. Que possamos amar a todos, também aqueles que nos ofendem. Que o amor de Cristo habite em nosso coração. Amém.
Sermão de Mateus 18. 21-35
Em Cristo Jesus, os Senhor da Igreja e Senhor de nossas almas, caros irmãos e irmãs na fé!
Todo presente que a gente dá, ou recebe, tem uma razão de ser. Ninguém dá um presente sem objetivo. O presente pode significar: uma expressão de gratidão, pode virar um estímulo, ou representar um sinal de estima.
O Pai do céu presenteou-nos com perdão dos pecados pelo sangue de seu filho, Jesus Cristo. Este presente tem um objetivo bem definido. Ele visa transformar o coração pecaminoso, o coração cheio de ódio e inveja, num coração que se torna uma fonte geradora do amor divino. Visa transformar-nos em mensageiros da paz para um mundo que vive na prática do ódio, da inveja, e da vingança.
No texto sagrado que antecede ao evangelho de hoje, Jesus destaca o amor com o qual devemos tratar a um irmão que vive em pecado. Jesus ensina que devemos ajudar a este irmão, no sentido que ele reconheça o seu pecado, arrependa-se do mesmo e volte à comunhão do povo de Deus.
No presente evangelho, Jesus avança em seu ensino e passa a instruir sobre como agir com pessoas que nos ofendem e rejeitam o amor de Cristo. O apóstolo Pedro, como bom aluno de Cristo, percebeu que Jesus não concordava com a lei do povo judeu, a qual determinava perdoar três vezes ao irmão faltoso. Por isto ele propõe elevar o limite de três, para sete vezes. Jesus porém não aprova a proposta de Pedro. Porque ele veio ensinar a prática do amor sem limites, semelhante ao amor de Deus, o qual perdoa abundante e diariamente todos os nossos pecados. Ouvindo tal ensino, os discípulos exclamaram: “Senhor aumenta-nos a fé” Lc 17.5. Perdoar e ser perdoado é uma questão de fé. É o resultado da ação do Espírito Santo, que ilumina, que guia o coração humano na prática do amor que procede de Deus.
Jesus ilustra o seu ensino com a parábola do credor incompassivo: Um rei decide acertar as contas com os seus servos. Um dentre eles, lhe deve dez mil talentos, é um valor muito elevado, que ultrapassa qualquer possibilidade de pagamento. Ao servo não restava outra alternativa do que apelar para a misericórdia ou compaixão do rei. E o rei num gesto de amor e bondade perdoa toda dívida.
Assim apresenta Jesus o relacionamento entre Deus e o homem nascido em pecado. Todos somos pecadores. Todos ofendemos ao Senhor nosso Deus com inúmeras desobediências. A nossa dívida para com Deus é tão grande que jamais poderemos pagar. Todos somos dependentes do amor perdoador do Senhor nosso Deus, revelado em seu Filho, Cristo Jesus. Este amor, Deus nos oferece no evangelho, gratuitamente, como presente do céu, para eliminar o pecado que nos separa de Deus.
A ilustração de Jesus continua: O servo perdoado encontra um companheiro que lhe devia um pequeno valor. Era de se esperar que motivado pelo perdão de sua grande dívida, igualmente iria perdoar. Mas o inverso acontece: Ele exige o pagamento imediato da dívida. Não aceita prorrogação, muito menos dá perdão. O presente que recebera do rei não atingiu seu objetivo, não mudou em nada seu coração, não quebrou seu orgulho, não lhe ensinou amar ao próximo.
É esta a ênfase de Jesus: Quem recebe o perdão de Deus, precisa perdoar ao próximo. Jesus conclui a parábola, dizendo que o rei mandou chamar o servo ingrato, anulou o perdão da dívida que ele havia concedido e ordenou que fosse castigado pela falta de pagamento da mesma. E então acrescenta: “Assim também meu Pai celeste vos fará, se do intimo não perdoardes cada um ao seu irmão.”
Este ensino de Cristo é forte e decisivo. Exige de nós que avaliemos constantemente o nosso relacionamento com as demais pessoas. É o nosso relacionamento em amor, em perdão, ou em ódio e vingança?
Ainda mais: Nós conhecemos o amor de Deus, sabemos que pelo amor de Cristo, Deus perdoa abundante e diariamente todos os nossos pecados. Que estamos fazendo para divulgar esta mensagem de amor divino? Para conduzir outros a vida eterna? O amor de Cristo já quebrou o orgulho do nosso coração? A felicidade de sermos filhos de Deus já é uma realidade em nossa vida? Ou, ainda continuamos semelhantes ao servo do rei, que quis ser perdoado, mas não quis perdoar? Que quis ser sozinho servo perdoado do rei, mas não repartir o perdão com os outros.
Amigos e amigas! Não esqueçamos: perdoar é um presente, um presente que tem que sua origem em Deus, que não custa nada, que não dói, que se manifesta pelo amor. Diz o apóstolo João: “ Nós amamos porque Ele nos amou primeiro.” Com base no evangelho de hoje podemos dizer: “Nós perdoamos, porque Ele nos perdoou primeiro.” Portanto, vivamos alegres porque nós somos os servos perdoados pelo rei; vivamos praticando o perdão em relação ao nosso próximo e assim a pratica de Cristo habitará entre nós. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário