UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASILDisciplina: Filosofia da Religião. Acadêmicos: Vilson Professor: Paulo Augusto Seifert. Data: 28/04/2006Assunto:trabalho sobre Filosofia da religião. |
RESPOSTAS
1. Explique se e quais são as diferenças e semelhanças entre a filosofia da religião e a teologia?
R. A teologia e a filosofia da religião tem coisas em comum. A diferença, podemos dizer que, a teologia é ciência de Deus, que estuda sobre Deus, que entende pela fé, o que é Deus, o que Ele faz e como faz. Mas a filosofia busca o conhecimento de Deus através da razão, tenta entender racionalmente questões divinas.
2. “Deus pode fazer tudo que é possível”. Explique esta expressão, relacionando-a com os conceitos de onipotência absoluta, onipotência lógica, e bondade de Deus.
R. É impossível querer avaliar racionalmente a onipotência em apenas um aspectos. Para isso é preciso que este atributo enquadre em outros conceitos. Segundo o conceito da onipotência absoluta, Deus tudo pode, em sua totalidade, desde que as idéias possíveis de se realizar não sejam contraditórias. No conceito de onipotência lógica Deus Por exemplo: Deus é capaz de fazer uma pedra tão pesada que ele mesmo não consiga carregar? Logicamente isso é impossível. E no conceito sobre a bondade de Deus, afirma-se que realmente Deus tudo pode, mas que este seja no caráter do bem. Por Deus ser bondoso ele não é capaz de fazer o mal. Por isso ele é onipotente somente em questões que se referem a fazer o bem.
3. Explique e análise sucintamente um argumento moral a favor da existência de Deus.
R. Não há como provar através de um argumento moral se Deus existe ou não existe. Deus é um ser sobrenatural que está além da nossa mente humana e por isso não está no alcance do conhecimento humano (razão). Por mais que se tente provar a existência pela razão, será improdutivo. O que se deve fazer é crer que Deus existe (fé), e não ficar questionando através de argumentos que não levam a lugar nenhum.
4. Fale sobre o problema do mal em algum clássico de sua escolha (Agostinho, Aquino, Lutero, est.).
R. O grande problema do mal, Agostinho conseguiu apresentar uma explicação que se tornou ponto de referência durante séculos e ainda hoje conserva a sua validade. Se tudo provém de Deus, que é o Bem, de onde provém o mal? Depois de ser vítima da explicação dualista maniquéia, ele encontra em Plotino a chave para resolver a questão: o mal não é um ser, mas deficiência e privação de ser.
Agostinho aprofunda ainda mais a questão, examinando o problema do mal em três níveis: a) metafísico – ontológico; b) moral; c) físico.
Do ponto de vista metafísico – ontológico, não existe o mal no cosmos, mas apenas graus inferiores de ser, em relação a Deus, graus esses que dependem da finitude do ser criado e dos diferentes níveis dessa finitude. Mas mesmo aquilo que parece “defeito”, na realidade, na ótica do universo, desaparece.
O mal moral é pecado. Esse depende da nosso má vontade. E a má vontade não tem “causa eficiente”, e sim muito mais “causa deficiente”. Por sua natureza, a vontade deveria tender para o Bem supremo. Mas como existem muitos bens criados e finitos, a vontade pode vir a tender a eles e, subvertendo a ordem hierárquica, preferir a criatura a Deus, optando por bens inferiores, em vez dos bens superiores. Sendo assim, o mal deveria do fato de que não há um único bem, e sim muitos bens, consistindo precisamente o pecado na escolha incorreta entre esses bens. O mal moral, portanto, é “Aversio a Deo” e “conversio ad creaturam”. O fato de se ter recebido de Deus uma vontade livre é para nós de grande bem. O mal é o mau uso desse grande bem.
O mal físico, como as doenças, os sofrimentos e a morte, tem significado bem preciso para quem reflete na fé: é a conseqüência do pecado original, ou seja, é conseqüência do mal moral. A corrupção do corpo que pesa sobre a alma não é a causa, mas a pena do primeiro pecado.
5. Alguns filósofos construíram o argumento do mal usando três elementos: a onipotência de Deus, a bondade de Deus e o fato do mal. Porque isto é insuficiente, e é preciso acrescentar a onisciência de Deus?
R. Muitos questionam o porque Deus permite o mal e chegam a conclusão de que Deus deveria usar a onipotência para acabar com o mal. E da mesma forma, muitos perguntam por que Deus permite tanto mal se ele é tão bom? Para responder a essas questões, não podemos deixar de lado, a onisciência de Deus. Deus é Onisciente, logo tudo sabe. Deus sabe a respeito do mal, e se ele permite o mal é porque tenha alguma finalidade que só Ele sabe, não cabe aos humanos saber disso, isso é o Deus Abscôndito. Somente pela onipotência e bondade fica difícil responder o problema do mal é preciso a onisciência estar juntos.
6. Explique a diferença entre argumentos a priori e argumentos a posteriori da existência de Deus.
R. A priori são argumentos que tem como base os fundamentos conceituais, nas idéias, isto é, nas coisas que até podemos imaginar, mas não podemos provar.
A posteriori são argumentos que tem como base a reflexão empírica, ou seja, que se guia pela experiência, não possuindo conhecimentos teóricos.
7. Explique de que forma, se há alguma, a idéia de uma vida após a morte (imortalidade, ressurreição) pode ajudar na resolução do problema do mal.
R. A ressurreição (vida após a morte) é a conseqüência desse mundo, significa que as duas etapas da vida esteja ligadas entre si. O mundo agora é mal, por isso a ressurreição tem a necessidade de transforma o que é mal em algo bom. A matéria (corpo) que é mal será transformado em algo bom, puro e belo. Mas e os que serão condenados? Nessa pergunta já dá a entender que o mal existe e por isso nem precisa comentar.
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