ULBRA - UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Disciplina: Lógica
Professor: Paulo Seifert
Alunos: Leocir M Dalman, Vilson Welmer, Delmar A. Kopsell
Data: 29/ 06/ 2005
RACIOCÍNIO INDUTIVO
O que é Raciocínio Indutivo?
É o raciocínio que não envolve a pretensão de que suas premissas proporcionem provas convincentes da verdade de sua conclusão, mas de que somente forneçam algumas provas disso. Os raciocínios indutivos podem ser avaliados como melhores ou piores segundo o grau de probabilidade que as premissas conferem às suas respectivas conclusões.
Divisão do raciocínio em dedutivo e indutivo
O processo raciocinativo, através de um antecedente a fornecer uma conclusão de evidência virtual, se dá de duas maneiras, - a dedutiva e a indutiva.
A estrutura exata ou precisa, destas duas modalidades de raciocinar somente se esclarece com uma exposição relativamente longa, a ser efetuada logo a seguir. Mas, desde o inicio se consegue observar e descrever características notórias de uma e outra modalidade de racionar.
A dedução
partindo de proposições mais universais, extrai como virtualmente contida nas mesmas, uma conclusão menos universal.
O exemplo mais singelo é o dos círculos sucessivamente menores: se o círculo maior contém o círculo médio, e se o círculo médio contém o menor, é claro que o círculo menor está contido no maior.
A indução
Partindo de proposições menos universais (fatos singulares), alcança uma outra mais universal (a natureza, ou lei), também virtualmente contida.
Funda-se a indução, como oportunamente explicaremos, no princípio de que cada indivíduo de uma espécie e realiza em si todo o ideal da mesma. Basta conhecer um indivíduo, para, virtualmente ter o conhecimento da espécie a que pertence, ou das leis a que se subordina.
Dedução e indução
Formaram-se do verbo latino ducere (= levar, guiar). Com os sufixos de – in – lembra que o raciocínio leva a um objeto conhecido para outro, isto é, para uma conclusão. De acordo com a tendência, do mais universal, para o menos, cabe dedução; do menos para a mais, indução.
Define-se a indução
Como operação mental, que descobre, em dados singulares, por análise, o que é essencial à espécie a que estes pertencem. Equivale a dizer, com mais alguns detalhes: a indução é um raciocínio que, do singular suficientemente conhecido, infere um conhecimento universal. Ou: a indução desvenda algo no indivíduo singular, que o prende a uma espécie ideal.
Caráter significativo da indução
Como operação raciocinativa analítica da mente, a indução foi sempre muito praticada e por isso até com alguma espontaneidade, apesar de seus procedimentos não estarem sempre assegurados contra o erro.
Para que serve?
A argumentação é o modo como é exposto um raciocínio, na tentativa de convencer alguém de alguma coisa. Quem argumenta, por sua vez, pode fazer uso de diversos tipos de raciocínio. Às vezes, são empregados raciocínios aceitáveis do ponto de vista lógico, já, em outras ocasiões, pode-se apelar para raciocínios fracos ou inválidos sob o mesmo ponto de vista.
Um bom raciocínio, capaz de resistir a críticas, precisa ser dotado de duas características fundamentais: ter premissas aceitáveis e ser desenvolvido conforme as normas apropriadas.
Dos raciocínios mais empregados na argumentação, merecem ser citados a analogia, a indução e a dedução. Dos três, a analogia é o menos preciso, ainda que um meio bastante poderoso de convencimento, sendo bastante usado pela filosofia, pelo senso comum e, particularmente, nos discursos jurídico e religioso; a indução é amplamente empregada pela ciência e, também, pelo senso comum e, por último a dedução é tida por alguns como o único raciocínio autenticamente lógico, por isso, o verdadeiro objeto da lógica formal.
A maior ou menor valorização de um ou de outro tipo de raciocínio dependerá do objeto a que se aplica, do modo como é desenvolvido ou, ainda, da perspectiva adotada na abordagem da natureza e do alcance do conhecimento.
A maioria das nossas inferências cotidianas é feita por indução. A indução constitui o fundamento da maior parte dos nossos raciocínios comuns, na qual, a partir de experiências passadas procuramos discernir o que nos reservará o futuro.
Quais os tipos de Raciocínio Indutivo?
Indução por enumeração
Uma indução por simples enumeração é frequentemente usada para estabelecer conexões causais, diferindo de um argumento por analogia apenas quando tem uma conclusão mais geral. O princípio da indução se estende também ao campo dos números. O que é essencial a este número 1, é essencial a todos os números 1 que ocorrerem ou forem citados. Ocorre o mesmo caso que em: o que é essencial a este metal, é essencial e qualquer outro metal das mesmas condições.
· Um certo número de pessoas contraiu a febre amarela depois de mordidas por mosquitos que anteriormente haviam picado doentes de febre amarela, podemos inferir, por simples enumeração, que a mordedura de tal mosquito causa a febre amarela.
· João passou debaixo da escada e cortou o braço, o que foi azar. Pedro passou debaixo da escada e depois perdeu a carteira, o que foi um azar. Joaquim passou debaixo da escada e depois torceu o pé, o que foi azar. Portanto, passar debaixo da escada causa azar.
Indução analógica
A argumentação por analogia é uma espécie de indução cuja conclusão é apenas provável, concluindo o argumento do particular para o particular. Se raciocinar é passar do desconhecido ao conhecido, é partir do que se sabe em direção àquilo que não se sabe, a analogia (aná = segundo, de acordo + lógon = razão) é um dos caminhos mais comuns para que isso aconteça. No raciocínio analógico, compara-se uma situação já conhecida com uma situação desconhecida ou parcialmente conhecida, aplicando a elas as informações previamente obtidas quando da vivência direta ou indireta da situação-referência.
Normalmente, aquilo que é familiar é usado como ponto de apoio na formação do conhecimento, por isso, a analogia é um dos meios mais comuns de inferência. Se, por um lado, é fonte de conhecimentos do dia-a-dia, por outro, também tem servido de inspiração para muitos gênios das ciências e das artes, como nos casos de Arquimedes na banheira (lei do empuxo), de Galileu na catedral de Pisa (lei do pêndulo) ou de Newton sob a macieira (lei da gravitação universal). No entanto, também é uma forma de raciocínio em que se cometem muitos erros. Tal acontece porque é difícil estabelecer-lhe regras rígidas. A distância entre a genialidade e a falha grosseira é muito pequena. No caso dos raciocínios analógicos, não se trata propriamente de considerá-los válidos ou não-válidos, mas de verificar se são fracos ou fortes. Segundo Copi, deles somente se exige “que tenham alguma probabilidade” (Introdução à lógica, p. 314).
Exemplos
· Bebida alcoólica em excesso faz mal aos adultos; logo, com muito mais razão fará às crianças.
· Manuel tomou um copo de leite e depois chupou dez mangas e passou mal; logo, Joaquim que fez o mesmo passará mal.
Indução pela melhor hipótese
É o tipo de indução na qual o indivíduo incorre, indutivamente, em escolher a melhor das hipóteses existentes em determinadas situações cotidianas. A estratégia para promover a transformação do senso-comum para o conhecimento científico deve prever as seguintes etapas: exposição clara e precisa do senso-comum; sua crítica; apresentação da concepção ou teoria cientifica, enfatizando os seus antagonismos conceituais e, por fim, a demonstração das vantagens da teoria científica sobre o senso-comum, mostrando que ela, também, é capaz de explanar fatos que ele explica e, que indo mais além, esclarece aqueles fatos que o senso-comum não consegue elucidar.
Exemplos:
Genivaldo preferiu casar-se no verão, pois caso casasse no inverno, passaria frio na noite de núpcias.
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