UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Disciplina: Princípios de Interpretações Bíblicas Professor: Vilson Scholz
Acadêmico: Éderson André Vorpagel
Data: 06-06-05
Trabalho: Questões
Mt. 18.23-35. A parábola do credor incompassívo
1. Segmentação.
Cena 1 – O rei que cobra de seu servo o valor que este lhe deve, mas mediante súplicas, lhe perdoa a dívida.
Cena 2 – O servo encontra seu conservo e lhe cobra o que este lhe deve, porém, o conservo não tem com o que lhe pagar, suplica, mas é lançado na prisão.
Cena 3 – O rei fica sabendo do acontecido, chama o servo ao qual perdoara a dívida, e lhe entrega a atormentadores, até este pagar sua dívida.
Cena 4 – Nos é dito que Deus fará o mesmo aos que não perdoarem de coração aos que lhe ofendem.
2. Textura – linguagem de elementos atípicos.
Um grande contraste que pode ser observado é que o primeiro devia dez mil talentos ao rei e foi perdoado. E o devedor deste que foi perdoado pelo rei, lhe devia apenas cem denários, uma soma muito menor, porém, não foi perdoado.
Uma palavra pouco usada encontramos no versículo 34, atormentadores. Não sei certo o que poderia significar, mas a NTLH diz que foi entregue para ser castigado, os atormentadores provavelmente seriam os que castigam.
A outra forma seria o talento, que devia de ser uma moeda existente na época, pois a NTLH diz serem moedas de prata.
3. Por que parábola?
Esta seria uma parábola no sentido estrito, pois compara o reino de Deus ao reino comandado por um rei. Deve ser considerada uma parábola porque possui três personagens, o diálogo é sempre entre dois, em um ponto entram personagens secundários, mas que logo saem de cena, como os servos do rei que lhe falam da atitude de seu outro servo, o qual teve sua dívida perdoada, mas perdoou a dívida do seu próximo. No fim, não aparece o motivo das dívidas. A mensagem mais importante fica por final, de que se nós perdoamos nosso próximo, Deus também nos perdoa.
4. Contexto literário (moldura).
Encontra-se num contexto onde se discute sobre o perdão, de quantas vezes devemos perdoar o próximo. Então Jesus conta esta parábola, onde mostra o rei perdoa uma grande quantia em dinheiro ao seu servo, mas mostra o servo não querendo perdoar uma quantia muito menor ao seu conservo.
5. Contexto cultural e histórico.
O texto se encontra num contexto cultural onde existia a escravidão, pois primeiramente a família do servo seria vendida para quitar a dívida. Era uma época onde não havia democracia, pois havia um rei que provavelmente não era escolhido por voto popular. Vemos que a moeda usada é o talento. Um talento equivalia a seis mil denários ou o salário recebido por seis mil dias de trabalho. Dez mil talentos equivaliam a sessenta milhões de denários.
6. Intertextualidade.
Esta é uma parábola que é citada somente no evangelho de Mateus e não tem referências no Antigo Testamento. Ela somente dá continuação ao tema que era abordado anteriormente, quando Jesus é interrogado de quantas vezes devemos perdoar ao irmão.
7. Ponto de comparação.
O ponto de comparação seria o rei representando Deus, os servos somos nós, e nossos muitos pecados são as dívidas dos servos, e assim como o rei perdoa a seu servo, nós também somos perdoados por Deus, porém, se agirmos como o servo agiu, não perdoando a dívida de seu conservo, também não somos perdoados por Deus, pois se quisermos ser perdoados por Deus, devemos nós também perdoar os pecados que nosso irmão comete contra nós.
8. Lei e Evangelho.
A lei se encontra nesse texto na parte onde o rei cobra seu servo, e como este não tem com o que pagar, deveria ter sua família vendida, então vem o evangelho, onde o rei perdoa a dívida do seu servo mediante suas súplicas. Porém, como este não perdoa seu conservo, ele também não é perdoado, e é entregue aos atormentadores. A lei seria que se não perdoarmos os erros do nosso irmão, nossos pecados também não são perdoados por Deus. O evangelho seria que se perdoarmos os erros de nosso irmão, também nossos pecados são perdoados por Deus.
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