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30 julho 2010

ACONSELHAMENTO PASTORAL CENTRADO EM CRISTO

ACONSELHAMENTO PASTORAL CENTRADO EM CRISTO

Há seis tipos de pessoa que existe dentro de nós (Os Seis "Eu's"):
Existe um eu que eu penso que eu sou;
Existe um eu que o outro pensa que eu sou;
Existe um eu que eu penso que o outro pensa que eu sou;
Existe um eu que eu sou;
Existe um eu ideal;
E existe um eu que Deus sabe que eu sou, que Deus conhece.
Você não pode não ser um conselheiro. Você sempre é um conselheiro. Existem conselheiros feitos, mas que ainda precisam de treinamento.
Quando nós agimos como pastores que somos, nós não podemos nos esquecer que somos agentes de Deus.
É importante destacar que estamos falando de Aconselhamento Pastoral Centrado Em Cristo!
No culto, dar tempo para reflexão é ser conselheiro. Sacramentos = Evangelho visível.
Tudo o que fazemos precisamos lembrar da oração, também no aconselhamento. A oração é ponto-chave do aconselhamento.
Repertório = Assim é o aconselhamento pastoral, vai aprendendo e formando um repertório, vai aumentando nosso repertório. O centro do repertório é a palavra de Deus. Estamos sempre ligados com Deus também através da oração. O aconselhamento pastoral nos faz aprender cada vez mais.
Psico-neuro-linguística = Usamos três áreas: áudio, visual, sinestésica. Áudio = Uma grande qualidade de um bom conselheiro é saber ficar quieto. Precisamos saber escutar. É melhor ouvir mais e falar menos. Visual = Quando eu vejo tenho uma idéia do que estou falando. Nosso sermão pode ser descritivo apelando para o visual, isto é, ao ponto de as pessoas verem o que estou falando (ex.: "vejo o Salvador..."). Sinestésico = O sinestésico apela para a emoção ("Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?").
Como fazer sermão? Lei X Evangelho. A Bíblia tem muito evangelho (Gn 3.15). Todo sermão precisa ter os três aspectos, para atingir as mais diversas pessoas, porque o sermão, apresentando as três áreas, toca a pessoa de alguma forma. O que "eu" sou primeiro das três áreas? O que "eu" recebo melhor, com mais facilidade? O que "eu" mais gosto? Precisamos conhecer as áreas para compreender melhor as pessoas e descobrir a área delas. E isto também vale para nós mesmos, pois não é fácil aconselhar corretamente.
Fp 3.8-14 = Que conceitos de aconselhamento que tiramos do texto? Versículo 9: divisão entre lei e evangelho. Versículo 12: ninguém é perfeito, nem mesmo o conselheiro.
O uso do "nós" no aconselhamento e não "você" e "eu" é importante, pois "você" e "eu" dá um ar de superioridade e o "nós" de humildade.
O Ouvir Ativo ("abrir os ouvidos e abrir os olhos") = para, olhar, ouvir, perguntar (reagir). Mnemônica: PARE = P = parar. A = atender. R = responder. E = explicar. É importante parar, olhar, ouvir, reagir / procurar, assentar, responder, explicar. STOP (parar), LOOK (olhar, ver), LISTEN (escutar, ouvir), QUESTION (questionar), PARAPHRASE (parafrasear), REFLECT (refletir).
O conselheiro precisa saber escutar antes de tirar conclusões. Nunca deve dizer "eu sei o que você está passando, sei qual o seu problema." Em aconselhamento fica-se com a boca fechada o máximo que puder e nunca se interrompe a pessoa.
Comunicação = emissor... processo realizado por códigos (palavra, imagem, mensagem...)... canal (voz...)... barulhos / ruídos... decodificar mensagem emitida... receptor... manda de volta... ruído... decodificar... Três meios de comunicação: áudio, visual, sinestésico.
Existe um conflito entre o verbal e o não-verbal. Dá-se preferência ao não-verbal. Atenção é muito importante.


Comunicação entre duas pessoas (%):
7% da comunicação é feita através da palavra / verbal
55% pelo rosto / face
38% pela entonação da voz



7% diálogo
93% não verbal
55% no rosto e o restante pela voz (você diz muito e pega muita coisa apenas olhando)
Quatro temperamentos = melancólico, neurótico, 
A oração pode ser uma terapia. A medida em que vai se falando nos assuntos, ora-se por eles. A oração não é um sermão! É uma conversa com Deus e não um dizer como uma pessoa deve viver. Contra as coisas que vêm do mal, precisa-se usar o sangue de Jesus. No silêncio da oração buscamos, em Deus, ajuda para os nossos problemas.
Sine Ceres = os artistas romanos escreviam isto (sincerely / sinceridade). Precisamos ser sinceros, honestos, nós mesmos.
Cada vez mais em nosso conhecimento nós estamos abrindo a janela e deixando que os outros conheçam nossa área desconhecida.
É importante conhecermos a nós mesmos. Conhecer a si mesmo é crescer.
Defensivo = Quando alguém diz "não gosto de você, pastor", nunca respondemos defensivamente (ex.: "não gosto de você também".)
Não importa quem seja a pessoa que iremos cuidar, devemos ter amor pelas pessoas. Não podemos fazer distinção de pessoas (ex.: prostitutas, drogados, criminosos...). Deus não ama o pecado, mas o pecador. Assim nós devemos agir (Jo 3.16).
Empatia (pessoa empática) = é uma maneira de ser. Empatia é a tendência para sentir o que sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas por outra pessoa. Relacionamento empático = ao conversar, quando se fala exatamente o que a pessoa está sentindo, se estabelece uma relação empática.
Você, fisicamente e psicologicamente, trata com a pessoa, você entra no barco da outra pessoa e desce o rio com ela e experimenta o que aquela pessoa experimenta. Você tenta captar as emoções desta pessoa. É mais que ouvir, é ser ativo. Acompanhar a pessoa o mais próximo possível. Quando a pessoa começa a falar, você vai procurar por "mensagens coloridas". Escute e veja as mensagens verbais e não verbais da pessoa, respondendo em sentenças curtas. Falar menos que a pessoa que está se aconselhando. Dar o mínimo de respostas e ver o que está acontecendo. Não responder de forma que a pessoa se sinta prostrada. Colocar pequenas perguntas ao fim. Isto mantém o caminho do diálogo aberto. Sua resposta empática vai trazer a continuação da conversa. À medida que você navega com a pessoa você entra em águas mais profundas. Existe o perigo de entrar profundo demais, de tal forma que não consigamos voltar (ex.: perigo de fazer uma pessoa se apaixonar por nós – ex.: uma mulher mal amada). Este é um perigo freqüente, tanto no início quanto no fim do aconselhamento.
Transference / Transferência = 
Precisamos observar bem a pessoa para saber onde ela está e então começarmos o aconselhamento. Devemos observar bem para fazer nosso julgamento com precisão. Não adiante a conclusão, deixe a pessoa chegar ao final. Ouça a pessoa ao máximo. Não oferecer ajuda antes de ouvir a pessoa.
Objetivos do aconselhamento:
Imediato (immediate) = começar a entender onde está a pessoa e descobrir quais os caminhos para ajudar, para facilitar a solução de seus problemas (ex.: como descascar uma banana).
Mediato (mediate) = ir passando as camadas (ex.: assim como se tira as camadas de uma cebola)
Longo prazo (long range) = 
De tudo que nós fizermos, o amor de Deus deve estar sobre isto, é o guarda-chuva sobre tudo o que fazemos. 1Co 13; Jo = A figura do guarda-chuva é o amor "agape".


ÍNDICE ISAGOGICO DO NT


EVANGELHO SEGUNDO MATEUS
Quem? segundo os pais da igreja antiga, Mateus, um dos apóstolos (9.9-13).

Para quem? Mt escreve a cristãos de fala grega, possivelmente de origem judaica. Ele se preocupa com o cumprimento do AT (65 referências; conferir as 09 citações de cumprimento: 1.22-23; 2.15;2.17-18; 2.23; 4.14-16; 8.17; 12.17-21; 13.35; 27.9-10), a genealogia de Jesus vai até Abraão (1.1-17); não explica costumes judaicos (no que difere de Mc); faz uso da terminologia judaica ("reino dos céus", 32 vezes; "reino de Deus", 4 vezes); enfatiza Jesus como o "Filho de Davi" (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30-31; 21.9,15; 22.41-45). (Isto não impede que Mt tenha um enfoque universal: 1.5; 2.1-12; 8.11-12; 28.16-20).

Por quê? Provar aos leitores judaicos que Jesus Cristo é Messias deles.

Quando e onde? Alguns argumentam que Mt foi escrito por volta de 50 A.D. Outros, que pensam que Mt fez uso de Mc, dizem que este evangelho foi escrito mais tarde, depois de 70 A.D. Trata-se de uma questão histórica que não afeta necessariamente a autoria apostólica.
Quanto ao lugar, alguns sugerem a Palestina; outros. Antioquia da Síria.

Estrutura - Mt pode ser visto como organizado em torno de 05 discursos de Jesus: 5-7; 10; 13; 18;24-25. Cada discurso termina com o mesmo refrão (cf. 7.28; 11.1;13.53;19.1; 26.1)

Particularidades - Único evangelho a trazer a palavra "igreja" (3 vezes, Mt 16.18 e 18.17). 10 parábolas e 3 milagres são peculiares a Mt. Textos exclusivos: 27.5-10; 27.25; 27.62-66; 28.11-15; 27.51,52.

EVANGELHO SEGUNDO MARCOS


Quem? Segundo a tradição, João Marcos (At 12.22; 12.25; 13.5,13; 15.36-40; Fm 24; Cl 4.10,11; 2 Tm 4.11). Segundo Papias (140 A.D), Mc foi o "intérprete" de Pedro e escreveu acuradamente aquilo de que Pedro se lembrava. Pedro se refere a ele em 1 Pe 5.13. Há algumas referências a Pedro que somente Mc tem: 1.36; 8.33;11.21; 16.7.

Para Quem? A igreja de Roma ou, ao menos, leitores de origem gentílica. Mc explica costumes judaicos (7.2-4; 15.42); traduz termos aramaicos (3.17; 5.41; 7.11,34; 15.22; cf. 12.42 e 15.16), e parece ter especial interesse em temas como perseguição e martírio (8.34-38; 13.9-13).

Quando? Pode ter sido escrito por ocasião da perseguição da igreja por Nero em 64-67 A.D. Outros pensam que foi escrito na década anterior.

Por quê? Apresentar Jesus como o "Servo de Deus" (Is 40,61). Por isso enfatiza os feitos de Jesus (18 milagres, apenas 04 parábolas)

Característica - Relato simples e seco do ministério de Jesus. Nem genealogia, nem narrativa da infância. Em extensão, é o mais breve dos sinóticos; onde tem paralelos em Mt e Lc, tende a ser mais longo, pois apresenta , mais detalhes. Mais de 40 vezes aparece a advérbio "logo" ("imediatamente"). O "segredo messiânico" (1.34,44; 3.12; 5.43; 7.36-37; 8.26,30; 9.9. A "virada" em Mc 8.31. Sofrimento e discipulado: 1.12-13; 3.22,30; 8.34-38; 10.30,33-34,45; 13.8,11-13. Ênfase nas emoções de Jesus: sua compaixão - 1.41; 6.34; 8.2; sua indignação - 3.5; 8.2;10.14; sua aflição e tristeza - 14.33,34. Duas vezes diz que Jesus suspirou - 7.34 e 8.12. Mc 16.9-20 não faz parte do original grego (cf. BLH)

EVANGELHO SEGUNDO LUCAS


Quem? Lucas, que também escreveu o livro de At. Cf. Cl 4.10-14, Fm 24, 2 Tm 4.11. Lc provavelmente era um não-judeu (Natural de Antioquia? ou e Filipos?), educado na cultura grega, médico, companheiro de Paulo a partir da 2ª viagem missionária (At 16.11).

Para quem? Ao "Excelentíssimo" Teófilo (1.3), talvez um oficial romano ou ao menos uma pessoa da alta sociedade que patrocinou a publicação do texto de Lc. Agora, Teófilo é antes de tudo um "catecúmeno" (1.4).

Por quê? Mostrar a Teófilo e outros que o ingresso de gentios ou não-judeus no reino de Deus se baseia no ensino de Jesus. Lc apresenta Jesus como o Salvador de toda a humanidade, como se pode ver em Lc 2.30-32; 3.23 ss; 4.25-27; 10.25; 17.16.

Quando e onde? Duas datas são sugeridas: 59-63 A.D e depois de 70 A.D. Quanto ao lugar onde foi escrito, Roma, Éfeso e Cesaréia são candidatas. Onde morava Teófilo? Antioquia? Éfeso?

Características - Vocabulário amplo e rebuscado. Seu estilo por vezes se aproxima do grego clássico (1.1-4) e em outros momentos tem um sabor semítico, parecido com a Septuaginta (tradução grega do AT). Num certo sentido, é o evangelho mais completo, começando pelo nascimento de Jesus, e concluindo com a sua ascensão. Seus temas característicos são: universalidade da salvação (19.10 é o texto chave); oração; alegria face ao evangelho (1.47 e 24.52-53; 6.21,23; 15.23,32); o Espírito Santo (17 referências). Lc dá ênfase aos marginalizados sociais: pobres, pecadores, mulheres. Lc tem 18 parábolas de Jesus que são exclusivas e estas aparecem especialmente na parte central conhecida como "narrativa da viagem" (9.51 a 19.27).

EVANGELHO SEGUNDO JOÃO


Quem? O Apóstolo João, filho de Zebedeu e Salomé (?), ex-pescador, geralmente identificado como o "discípulo amado" (13.23; 19.26; 20.2; 21.7,20,24). cf. At 3.1; 4.19;8.14; Gl 2.9.

Onde e quando? Talvez em Éfeso no final do 1º século (90 A.D) - este é o ponto-de-vista tradicional - ou antes de 70 A.D. (cf. 5.2)

Por quê? Para evangelizar (20.31). Outras sugestões: apresentar uma versão do evangelho que cativasse pessoas de cultura grega; complementar os sinóticos; combater determinada heresia; refutar os seguidores de João Batista.

Características - Ênfase na divindade de Jesus. Indica que o ministério de Jesus foi mais longo do que os sinóticos dão a entender (2.13; 5.1 (?); 6.4; 13.1). Ênfase na atividade de Jesus na Judéia. Nº reduzido de milagres, chamados de "sinais", que vem seguidos de discurso. ( A multiplicação dos pães, Jo 6, é o único milagre relatado nos 04 evangelhos.) O verbo "crer" ocorre 99 vezes. Os inimigos de Jesus são "os judeus" (68 vezes) (cf. 4.22). Temas destacados: vida (toma o lugar do reino nos sinóticos), amor (3.16; 3.35; 15.9; 13.1), luz, verdade, testemunho. Mais interpretativo do que narrativo. É o "evangelho espiritual" (Clemente de Alexandria).

João e os sinóticos - Concordam com 10% do texto (maior paralelismo aparece na narrativa da paixão). Maiores diferenças: João não traz dados sobre a infância de Jesus, seu batismo e tentação, a transfiguração (todo o ministério é revelação de sua Glória!), cura de endemoniados e leprosos, parábolas (10.6), a instituição da Santa Ceia (Jo 6), a agonia no Getsêmani (12.17), o grito de abandono na cruz e a ascensão (12.32). Em relação aos três primeiros evangelhos, Jo "tem a mais" o seguinte: o ministério de Jesus na Judéia no início de sua carreira, o milagre em Caná, os diálogos com Nicodemos e a Samaritana, o cego de nascença, a ressurreição de Lázaro, o lava-pés, os discursos de despedida, e detalhes da narrativa da Paixão.



ATOS DOS APÓSTOLOS


Quem? Lc, companheiro de Paulo e testemunha de parte dos acontecimentos (16.10-17; 20.5; 21.18; 27.1; 28.16).

Quando? 63 A.D, isto é, pouco depois de ter acontecido o que é relatado no final do livro, ou mais tarde (depois de 70 A.D).

Por quê? 1) fazer um relato histórico. 2) Fazer uma apologia ou defesa junto a judeus (4.8-12) e gentios (25.8-11), com vistas à conversão. 3) Mostrar o triunfo do Cristianismo apesar das perseguições (At 5.35-39).

Importância - É ponte entre o que Jesus "começou a fazer e ensinar" (1.1) e o que Ele continuou a fazer e ensinar através dos apóstolos (Pedro e Paulo) e da igreja (Estêvão, Filipe, Barbante, Timóteo, Silas, Lídia e outros). (Lc e At é uma só obra, que poderia ser intitulada; Os atos de Jesus. Outra possibilidade: Atos do Espírito Santo. )Fornece um relato das atividades de Paulo que ajuda a entender as cartas deste. Relata os primeiros 30 anos da vida da igreja em sua expansão geográfica (de Jerusalém para Roma 1.8) e teológica (de pequena comunidade judaico-cristã à uma igreja que é majoritariamente de origem gentílica).

Características - Rigor histórico, ou seja, exatidão naquilo que é relatado. ( A arqueologia tem mostrado que Lc usa os termos adequados à época e ao lugar descrito. 13.7; 16.20; 17.6) Bom grego, especialmente a partir de At 13. ( Nos primeiros 12 capítulos, ambientados na palestina, há maior presença se semitismos.) Ação e dramaticidade ( 27 é obra prima. ) Objetividade, ou seja, também os problemas são mencionados (6.1; 15.2; 15.39; 21.20-21).

Esboço - Sete partes, cada uma historiando um período de uns 05 anos e concluindo com uma frase padronizada ( 6.7; 0.31; 12.24; 16.5; 19.20; 28.31).


ROMANOS


Quem, Quando e onde? Paulo escreveu por volta do ano 57 A.D, quando estava em sua "3º viagem missionária" (At 20.2-3), pronto para voltar a Jerusalém com a oferta levantada pelas igrejas por ele fundadas (15.25-27). Rm 15.26 dá a entender que Paulo já tinha recebido os donativos das igrejas da Macedônia e da Acaia e, portanto, estava ou recém tinha partido de Corinto. Outro detalhe: Gaio, o hospedeiro de Paulo (16.23), provavelmente era de Corinto (1 Co 1.14). É bem possível que a carta tenha sido levada em mãos por Febe (16.1).

Para quem? Os cristãos da igreja de Roma (1.7), que eram na sua maioria de origem gentílica ( 1.13; 11.13,26-31). Um grupo considerável, embora minoritário, era de convertidos do judaísmo ( 4.1; capítulo 9-11).

Por quê? Paulo escreve apresentando o plano de salvação a uma igreja que ele não tinha fundado. Paulo entende que seu trabalho na parte oriental do Império Romano estava concluído. Tem planos de ir para a Espanha ( 15.22-29), passando por Roma (chegaria lá como prisioneiro - At 28.15). Paulo aproveita para explicar o relacionamento entre judeus e gentios no plano salvífico de Deus. Tudo indica que os cristãos de origem judaica eram desprezados pela maioria de origem gentílica (11.1-6). O respeito pela "rocha de que foram cortados" (Is 51.1) ou pela raiz m que foram enxertados (11.18) era importante para a questão da coleta que Paulo estava levando à Judéia.

Características? "Esta epístola é o escrito mais importante do NT e o mais puro evangelho". (Lutero) A mais sistematizada das cartas de Paulo./ Ênfase na doutrina crstã. Temas de destaque: pecado, salvação, graça, , justiça, justificação, santificação, redenção, morte e ressurreição./ O tema aparece em 1.16-17./ Uso freqüente do AT./ Paulo parece estar debatendo com um interlocutor invisível.

1 CORÍNTIOS

Quem, quando e onde? Paulo escreveu por volta de 55 A.D, em Éfeso (16.5-9; At 20.31).


Para quem? A igreja que estava em Corinto, fundada por Paulo em sua "2ª viagem missionária" (At 18.1-18). Corinto era a principal cidade grega de então. A cidade tinha uma população de 250 mil livres, mais uns 400 mil escravos. Era ponto de passagem de viajantes e mercadores (dois portos). Famosa por sua imoralidade: O templo de Afrodite/ Vênus chegou a abrigar mil prostitutas cultuais; o verbo "corintianizar" significava "praticar imoralidade sexual". Sobre o status social dos membros da congregação, 1.26-31; 7.20-24; 11.21-34.


Por quê? De diferentes fontes Paulo tinha recebido informações sobre a situação na igreja de corinto: pessoas da casa de Cloe (1.11; cf. 16.17) tinham trazido notícias; uma carta tinha sido escrita (7.1; 8.1; 12.1; 16.1). A conduta cristã dos Coríntios era tudo, menos exemplar (capítulos 5-6), apesar de Paulo já ter-lhes escrito anteriormente (5.9-10). (1 Co é a "segunda" carta aos Coríntios. 2 Co é a quarta carta aos Coríntios.) Paulo escreve para: a) instruir e levar a igreja a resolver problemas de desunião (1.10-4.21), imoralidade (cap. 5; 6.12-20), processos em tribunais do mundo (6.1-8), abuso da ceia do Senhor (11.17-34); b) refutar doutrinas errôneas quanto à ressurreição (cap. 15); c) instruir quanto à oferta para os pobres de Jerusalém.


2 CORÍNTIOS

Quem, quando e onde? Paulo escreveu esta carta poucos meses depois de 1 Co (55 A.D, antes do começo do inverno). 2 Co 2.13 e 7.5, dão a entender que escreveu na Macedônia (Filipos?).

Para quem? Para a igreja em Corinto e os cristãos em toda a Acaia (a província romana que englobava o território da Grécia ao sul da Macedônia, 2 Co 1.1).

Por quê? Falsos mestres que tinham se infiltrado na congregação de Corinto estavam atacando a integridade de Paulo e sua autoridade apostólica. Paulo quer que os Coríntios se preparem para a visita dele, terminando a coleta que tinham iniciado no ano anterior e enfrentando aqueles que estavam perturbando a igreja em Corinto.

Estrutura - A carta tem três partes: 1) Paulo explica o motivo da mudança de itinerário (1-7); 2) estimula os Coríntios a terminarem a coleta, preparando-se assim para a chegada dele (8-9); 3) Paulo enfatiza que de fato irá visitá-los, que é uma apóstolo autêntico e que está disposto a aplicar disciplina, se isto for necessário (10-13). ( Há quem argumente que os últimos 04 capítulos façam parte da carta das "muitas lágrimas" ( 2.4; 7.8) escrita antes de 1 Co. No entanto, desde a igreja antiga esses 04 capítulos são parte de 2 Co. Quanto à carta mencionada em 2.4, pode perfeitamente se 1 Co).

Características - Ao lado de Gl, umas das cartas mais pessoais de Paulo. Mesmo sem ser uma obra essencialmente doutrinária, nela aparecem algumas das mais elevadas doutrinas cristãs. Merecem destaque os capítulos 3-5.

GÁLATAS

Quando e para quem? A data da carta tem muito a ver com a definição de Galácia que Paulo tem em vista (1.2). Há 2 teorias: 1) Paulo escreveu a carta para igrejas ao norte da Galácia (região no centro da Ásia Menor onde hoje é a Turquia), onde gauleses tinham se instalado no terceiro século a.C. Paulo teria visitado esta região em sua 2ª viagem (não há registro em At). A data seria entre 53 e 57 A.D, e o local, Éfeso ou a Macedônia. 2) Outros acham que Paulo escreveu às igrejas do sul da província romana da Galácia, a saber, Antioquia, Icônio, Listra e Derbe, fundadas durante a 1ª viagem. A data seria 48-49 A.D, após a 1ª viagem e antes de "concílio" (At 15), e o local, Antioquia da Síria.

Por quê? Cristãos judaizantes, que acreditavam que parte da lei cerimonial do AT ainda valia para a igreja do NT, haviam se infiltrado nas igrejas da Galácia e insistiam com os convertidos do paganismo a que observassem certos ritos do AT, em particular a circuncisão. O motivo por trás dessa insistência dos judaizantes pode ter sido o desejo de escapar à perseguição dos zelotes (6.12). Os judaizantes argumentavam que Paulo não era um apóstolo de verdade e que, para tornar o evangelho mais atraente aos gentios, tinha eliminado de sua mensagem algumas exigências legais. Paulo reage, estabelecendo sua autoridade apostólica e fundamentando o evangelho pregado por ele. Ao adicionarem as "obras da lei", os adversários e Paulo tinham pervertido o evangelho da graça e estavam se encaminhando ao legalismo. A pessoa é justificada por graça pela fé somente, e é por fé somente que ela precisa viver sua nova vida na liberdade do Espírito.

Características - tom severo ( 1.8,9; 4.19; 5.12), motivado pelo amor aos Gálatas. Ausência da costumeira ação de graças (1.6). " A justificação pela fé é explanada em Rm e definida em Gl".

EFÉSIOS

Quem, quando e onde? O autor se apresenta como Paulo (1.1; 3.1; cf. 3.7,13; 4.1; 6.19-20). Há quem questione a autoria paulina à base da falta de saudações pessoais (Ef 6.21-23) e da semelhança verbal com colossenses. No entanto, Ef provavelmente é uma carta circular (1.1 BLH) escrita da prisão (3.1; 4.1; 6.20) e, Roma por volta de 60 A.D, na mesma época em que escreveu Colossenses (Ef 6.21 e Cl 4.7).

Éfeso - Centro comercial e a mais importante cidade da parte oeste da Ásia Menor. Lá ficava o templo à deusa Diana/ Artemis (At 19.23-31), uma das 07 maravilhas do mundo antigo (127x73 m; colunas de 10m). Paulo ficou ali 03 anos (At 19.10). (cf. Ap 2.1-7).

Mensagem - Ao contrário das outras cartas de Paulo, Efésios não ataca nenhum problema específico nem refuta uma heresia em particular. Paulo a escreveu para alargar o horizonte de seus leitores, para que entendessem melhor as dimensões de eterno propósito de graça de Deus e para que valorizassem mais os sublimes objetivos que Deus tem em vista para sua igreja.

Características - Ênfase na igreja. / "Em Cristo", a frase característica d Paulo ocorre em Ef mais vezes do que nas outras epístolas (35 vezes). / "Famosa é a tábua dos deveres" no cap. 5. / A armadura de Deus é o destaque do cap. 6. Ef 1-3 foi descrito como o mais profundo documento teológico jamais produzido. A carta se divide em duas partes: uma, doutrinária (1-3), outra, exortativa (4-6). O apóstolo usa 3 figuras para a igreja: a de um corpo, do qual Cristo é o cabeça (1.22-23); a de um edifício, do qual Cristo é a pedra fundamental (2.20-21); e a de um casal, no qual a igreja é a esposa, e Cristo o esposo (5.25-32).

FILIPENSES

Quem, para quem, quando? Paulo aos filipenses, da prisão (1.7, 13,19-26), provavelmente em Roma (4.22), lá por 61 A.D. Sobre a fundação da igreja, na "2ª viagem" de Paulo, cf. At 16.9-40. Discute-se a data e o local da composição: uns sugerem Éfeso (53-55 A.D), outros Cesaréia (57-59 A.D), mais a maioria prefere Roma (cf. At 28.14-31).

Filipos - O nome vem de Filipe II da Macedônia, pai de Alexandre Magno (330 a.C.). Situada junto à Via Egnatia, a principal rodovia que ligava o oriente e ocidente, Filipos era próspera colônia romana (At 16.12). O status de colônia romana significava que não estava sujeita à administração provincial, tinha uma estrutura governamental semelhante à de Roma, e seus habitantes eram cidadãos da cidade de Roma (cf. At 16.21 e Fp 3.20-21). Muitos dos filipenses eram militares reformados. Parece que não havia ali judeus em nº suficiente para estabelecer uma sinagoga (At 16.13).

Propósito - O propósito maior é agradecer aos filipenses pelo auxílio recebido (1.5; 4.10-19; cf. 2 Co 11.8,9). Paulo aproveita para: 1) relatar sobre sua situação (1.12-26; 4.10-19); 2) encorajá-los a ficarem firmes em meio à perseguição (1.27-30; 4.4); 3) exortá-los à humildade e unidade (2.1-11; 4.2-5); 4) Recomendar Timóteo e Epafrodito (2.19-30); 5) Alertar sobre os judaizantes (legalistas) e antinomistas (libertinos ) (Fp 3).

Destaques - É a carta de agradecimento de um missionário relatando o andamento do trabalho. A "marca registrada" é alegria, que ocorre, em diferentes formas (alegria, regozijo, etc.) umas 16 vezes. (Outros termos freqüentes são: sentir ou pensar o mesmo (10 vezes) e evangelho (9 vezes). Contém uma das mais profundas passagens cristológicas do NT: Fp 2.5-11. Interessante é que Paulo inclui este texto para fins ilustrativos. Paulo não cita o AT.

COLOSSENSES


Quem? Paulo. Apenas a partir do século XIX alguns começaram a duvidar disso, por acharem que a heresia combatida no cap. 2 é o gnosticismo do séc. II d.C.

Onde e Quando - Na prisão (4.3, 10,18), provavelmente em Roma entre 59-61 A.D. (ou em Cesaréia na mesma época).

Para quem? Aos cristãos de Colossos, cidade da Ásia Menor, a 160 Km de Éfeso. (Colossos era menor que Hierápolis e Laodicéia - Cl 4.13). Durante os três anos da permanência de Paulo em Éfeso, (At 19.10,26) o evangelho foi levado a Colossos por Epafras (1.4,7,9; 2.1). A carta foi enviada através de Tíquico e Onésimo (Cl 4.7-9; Fm 10).

Por quê? 1) Refutar a heresia (doutrina falsa) em Colossos, a respeito da qual Paulo provavelmente foi informado por Epafras (1.8). 2) Transmitir informações sobre a vida cristã.

A heresia colossense - Paulo não faz uma exposição detalhada do que pensavam os hereges. Temos que deduzir os contornos dessa heresia das palavras de Paulo. Entre o que se enfatizava está o seguinte: 1) Cerimonialismo (2.16-17; 2.11; 3.11). 2) Ascetismo (2.21; cf. 2.23). 3) Culto a anjos (2.18). 4) Diminuição de Cristo (1.15-20; 2.2-3,9). 5) Conhecimento secreto (2.18 e 2.2-3). 6) Apelo a sabedoria e tradições humanas (2.4,8). Temos aí uma mistura de ênfases judaicas e gnósticas. Tudo isso era enfatizado não como algo que substituísse e evangelho, e sim como uma complementação ao evangelho.

Destaques - A carta apresenta uma visão da soberania de Cristo em paralelos na extensão e profundidade. Cl 1.13-20, um hino que enaltece o Cristo como cabeça do universo, dá o tom a toda a epístola. Ef trata da igreja, o corpo de Cristo; Cl trata de Cristo, o cabeça da igreja.

1 TESSALONICENSES

Quem, quando , onde? Paulo escreveu por volta de 50 A.D. (1 Ts é a 1ª epístola escrita por Paulo, a menos que Gl tenha sido escrita antes), em Corinto (At 18.5), onde permanece 18 meses durante a sua "2ª viagem missionária".

Para quem? 1 Ts 1.1. Tessalônica ( hoje Salônica era a capital provincial e a cidade mais populosa da Macedônia (200 mil), governada por "politarcas" (At 17.6), com boa presença de judeus. Porto, centro comercial, localizada na junção da Via Egnatia com a estrada que levava ao norte, à região do Danúbio. Sobre a fundação da igreja, cf. At 17.1-9. A maioria dos cristãos era de origem gentílica (1 Ts 1.9; 2.14; At 17.4). Preocupado com os tessalonicenses, Paulo enviou Timóteo (1 Ts 3.1-5). Na sua volta, Timóteo encontrou Paulo em Corinto, trazendo boas notícias (1 Ts 3.6).

Objetivos - 1) Expressar gratidão diante das noticias trazidas por Timóteo. 2) Estimular a que continuassem firmes na fé (3.3-5). 3) Instruir sobre a vida cristã (4.1-8) e estimular alguns a não deixarem de trabalhar (4.11-12). 4) Esclarecer a situação daqueles que morrem antes da volta de Cristo (4.13-18).

Característica - Cada capítulo termina com referência a última vinda de Cristo. Os 3 primeiros capítulos dão um quadro vivo de um pastor em ação numa nova igreja gentílica e mostram como a palavra de Deus pode crescer em solo pagão. 2.1-12 é uma espécie de "manual" do pastor. 5.12-13 aponta para a existência de líderes (presbíteros) desde a fundação da igreja.

2 TESSALONICENSES

Quem, quando, onde - Escrita por Paulo, provavelmente alguns meses depois de 1 Ts, ainda em Corinto. Neste século alguns teólogos começaram a duvidar da autoria paulina, alegando diferenças de vocabulário, estilo (aparentemente formal), e ensino (a doutrina do "homem da iniquidade" não aparece em outras cartas). No entanto, nada disso é convincente e a maioria fica com a autoria paulina.

Por quê? O propósito é semelhante ao de 1 Ts: 1) Encorajar os cristãos perseguidos (1.4-10). 2) Exortar os cristãos à firmeza na fé e ao trabalho (2.13-3.15). 3) Corrigir alguns mal-entendidos quanto à volta gloriosa de Cristo (2.1-12).

Relação com 1Ts - 2 Ts geralmente é lida à luz de 1 Ts, pois se supõem que a ordem canônica seja a ordem cronológica. Neste caso, por exemplo, 2 Ts 2 estaria corrigindo uma interpretação errônea de referência à " repentina destruição" em 1 Ts 5.3. No entanto, há quem sugira que 2 Ts seja a 1ª carta escrita aos tessalonicenses. Embora este seja um ponto-de-vista minoritário, é possível ler as cartas em ordem invertida. Neste caso, o que muda é, não o ensino das cartas, mas a reconstrução histórica.

Tema central - Escatologia. A vinda de Cristo é mencionada mais vezes no NT do que qualquer outra doutrina (318 vezes). Em 2 Ts, 18 dos 47 versículos (38%) tratam desse assunto.

2 Ts 2.1-12 - É o lugar clássico do "anticristo". As Confissões Luteranas o identificam com o papado. Mueller (Dogmática Cristã, II, 260-64) explica: 1) A apostasia é religiosa (não política). É causada pela operação do erro (v.11), em que se dá crédito à mentira. 2) A apostasia tem lugar dentro da igreja, o santuário de Deus (v.4; cf. 1 Co 3.16. 1 Tm 3.15). 3) Oposição a Deus e sua palavra (v.4). Reclama para si mesmo autoridade suprema em religião. 4) Mantém-se na igreja pela eficácia de Satanás (v.9). 5) Será destruído no juízo final (v.8). 6) Seu aparecimento é juízo sobre todos os que perecem (v.10-12).

1 TIMÓTEO

As Pastorais - 1 Tm, 2 Tm, Tt têm esse nome desde o século XVIII. Foram escritas a delegados do apóstolo (Timóteo e Tito) com instruções sobre a ministério, a organização da igreja, e com advertências contra heresias. 2 Tm, embora contenha elementos pastorais, é basicamente uma carta pessoal. Mais que pastorais, 1 Tm e Tt são cartas oficiais endereçadas também às igrejas.

Quem? Paulo, embora muitos coloquem isto em dúvida por causa de vocabulário e estilo próprios (ex.: "fiel é a palavra", apenas em 1.15; 3.1; 4-9; 2 Tm 2.11; Tt 3.8 / "piedade", 8 vezes em 1Tm, 1 vez em 2 Tm, 1 vez em Tt e só.)

Quando? Geralmente colocada após At 28, entre 63-65 A.D. Nesta hipótese, Paulo foi solto após dois anos de prisão em Roma e fez uma "4ª viagem missionária", passando pela Espanha (Rm 15.24,28), Creta (Tt 1.5), Mileto (2 Tm 4.20), Éfeso (1 Tm 1.3), Macedônia/ Filipos (1 Tm 1.3), Nicópolis (Tt 3.12), chegando a Roma onde foi martirizado. Há quem defenda (Bo Reicke, por ex.) uma data anterior, durante a "3ª viagem " (54-58 A.D.).

Para quem? Timóteo, colaborador ou espécie de "representante apostólico" de Paulo. Maiores dados sobre ele em At 16.1-3; 1 Tm 1.2; 2 Tm 1.5; 3.15. Co-remetente de 06 cartas paulinas ( 1 Ts, 2 Ts, 2 Co, Cl, Fp, Fm).

Propósito - Reforçar o encargo dado a Timóteo (1.8) para refutar doutrinas falsas (1.3-7; 4.1-8; 6.3-5, 20.21) e supervisionar a organização da vida da igreja (culto, 2.1-15; eleição de líderes, 3.1-13; 5.17-25).

Passagens marcantes - 1.15; 2.1-7; 3.16; 6.6-8.

2 TIMÓTEO

Quem, quando e onde - Paulo escreve à Timóteo, da prisão, ao que tudo indica em Roma (65-68 A.D.). )Outra possibilidade é Cesaréia, lá pelo ano de 60 A.D.) Paulo está quase que abandonando (4.11) e entende que completou a carreira (4.6-8). J.A. Bengel: " Esta epístola é o testemunho de Paulo e seu "canto de cisne". (Última manifestação antes da morte).

Por que - 1) Somente Lucas estava com Paulo e por isso ele pede a presença de Timóteo (1.4; 4.9,21). 2) Paulo está preocupado com o bem-estar das igrejas num tempo de perseguição e por isso admoesta Timóteo a guardar o evangelho (1.14), perseverar nele (3.14), continuar a pregá-lo (4.2) e, se necessário, sofrer por ele (1.8; 2.3). 3) Paulo queria escrever à igreja de Éfeso através de Timóteo (4.22).

Descrição do conteúdo - "Uma interpretação de sentimentos pessoais e de política administrativa, de reminiscência e instrução, de tristeza e confiança". (TENNEY, O NT: Origem e Análise, 359)

Estrutura - Não é rígida, mas pode ser esboçada como segue: I. Saudação (1.1-5). II. Exortação à fidelidade e prontidão para o sacrifício no serviço da igreja (1.6-2.13). III. Instruções sobre a atitude adequada em relação a falsos mestres (2.14-4.8). IV. Conclusão ( 4.9-22).

Destaques - 1.7; 1.10; 2.2; 3.15-17; 4.7.

Ênfases nas pastorais - 1. É visível a crescimento da heresia. 2. Ênfase num credo formulado (1 Tm 1.15; 2.2-5; 3.16; 4.10; 2 Tm 1.10; 2.8; 3.16). 3. A expressão "sã doutrina" (1 Tm 1.10; 6.3; 2 Tm 1.13; 4.3; Tt 1.3; 2.1; 2.8).

TITO

Quem e quando - Esta epístola tem muito em comum com 1 Tm quanto a propósito e conteúdo. Foi escrita por Paulo na mesma época em que escreveu 1 Tm.

Para quem - Tito, cristão convertido do paganismo e colaborador de Paulo. Tito não aparece em At, mas é mencionado 13 vezes no NT (Gl 2.1-3; 2 Co 2.13; 7.6,13; 8.6; 12.18; Tt 1.5; 2 Tm 4.10).

Por que - Paulo tinha deixado Tito em Creta e agora escreve para lembrar-lhe de sua missão 91.5), encorajá-lo para o trabalho (2.15) e fazer alguns pedidos (3.12-13). No meio disso Paulo inclui as qualificações para o ministério, denuncia e previne contra falsos mestres, exalta a graça salvífica de Deus e dá instruções sobre a vida cristã nos diferentes estados. Tudo indica que a carta foi levada por Zenas e Apolo (3.13).

Esboço - I. Saudação (1.1-4). II. Presbíteros (1.5-9). III. Falsos mestres (1.10-16). IV. Os diferentes grupos na congregação (cap. 2). V. Aos cristãos em geral (3.1-80. VI. A atitude diante de falsos mestres (3.9-11). VII. Conclusão (3.12-15).

Características - A citação do poeta Epimênides (sec. VI a.C.) e, 1.12 (cf. At 17.28). (Na literatura grega, "cretanizar" era mentir.) / Ênfase em "boas obras" (1.16; 2.7,14; 3.1,8,14). / Resumos da fé cristã (credos) em 2.11-14; 3.4-7. / A divindade de Cristo em 2.13 (cf. Rm 9.5). / A doutrina do batismo em 3.5-7.

FILEMOM

Quem, onde e quando - Paulo (vs. 1,9) escreve da prisão (v. !), na mesma época em que escreveu Ef e Cl. O ponto de vista tradicional é de que isto se deu entre 59-61 A.D., em Roma. Outra possibilidade é um pouco mais cedo, em Cesaréia.

Para quem - Filemom, membro da igreja de Colossos, proprietário de escravos. (A carta não diz que Filemom morava em Colossos, mas pode-se deduzir isto à partir do seguinte: 1) Arquipo (Fm 2) era pastor em Colossos (Cl 4.17). 2) Onésimo, escravo de Filemom, era colossense (Cl 4.9) Filemom provavelmente foi convertido por intermédio de Paulo (v. 19) e na casa dele se reunia uma igreja doméstica (v. 2).

Por que - Onésimo, nome que significa "útil" (v. 11), era um escravo do Filemom (v. 16) que fugiu, chegou até Paulo e acabou convertido (v. 10). Paulo o tinha em alta estima (v. 12, 16; cf. Cl 4.9). Paulo manda Onésimo de volta à Filemom e escreve com vistas à reconciliação entre senhor e escravo.

Como - Paulo usa de muito tato para pleitear a favor de Onésimo. Apresenta como argumentos para que Filemom receba Onésimo, a sua autoridade apostólica, sua idade, sua prisão, o seu relacionamento com Onésimo e Filemom, sua oferta para pagar o que Onésimo devia a Filemom, a sua esperança de que Filemom alegraria o coração do apóstolo. Na verdade, o apelo de Paulo (4-21) segue as convenções da oratória clássica: captar a benevolência (4-10), persuadir a mente (11-19), mover os sentimentos (20-21). O nome de Onésimo só aparece ao final da 1ª seção (v. 10) e o apelo somente aparece no final da 2ª (v. 17).

Característica - Quando poderia ordenar, Paulo pede (vs. 8-10), dando um grande exemplo de tato. / O que Paulo propõe não ataca a instituição de escravatura de frente, mas faz com que esta imploda de dentro para fora. O evangelho derreteu as correntes da escravatura pelo fervor do amor cristão. Cf Gl 3.28.

HEBREUS

Quem - O autor não se identifica, embora o texto grego de Hb 11.32 deixe claro que se trata de um homem e não de uma mulher. Hb 2.3 parece sugerir que o autor não foi testemunha ocular. Por 1.200 anos (400 - 1600 A.D.) foi atribuída a Paulo. Tertuliano (200 A.D.) sugeriu Barnabé. Lutero sugeriu Apolo. Segundo Orígenes, só Deus sabe.

Para quem - Mui provavelmente leitores cristãos de origem judaica, pois nada é dito sobre circuncisão, igualmente de gentios e judeus na igreja, ou outro tema semelhante. Já houve quem sugerisse pessoas que eram do grupo dos "muitíssimos sacerdotes (que) obedeciam à fé" (At 6.7). Outra sugestão é uma das igrejas domésticas de Roma (cf. 13.24). O título "aos hebreus" só aparece por volta de 200 A.D.

Quando - O mais provável é que tenha sido escrita antes da destruição de templo de Jerusalém e, 70 A.D., pois o autor usa o tempo presente quando fala do templo (5.1-3; 7.23,27; 8.3-5; 9.6-9,13,25; 10.1,3-4,8,11; 13.10-11).

Por que - Exortar os cristãos a reter a fé. Eles tinham dado provas de fé e de amor no passado (6.10; 10.32-34) e o autor os exorta a "guardar firme a confissão da esperança sem vacilar" (10.23).

Tema - A absoluta supremacia a suficiência de Jesus Cristo como revelador e mediador da graça de Deus. A superioridade de Cristo é ressaltada mais de 10 vezes. Ele é o Filho, não um anjo, é o grande sumo sacerdote, etc.

Características - Hb usa mais de 20 títulos para falar dos atributos e feitos de Jesus. / Hb poderia ser chamada "a epístola das coisas 'mais excelentes'", pois os termos "melhor" e "superior" aparecem 15 vezes (cf. 1.4). / Mais textos básicos são o Sl 8 (Hb 2), Sl 95 (Hb 3.4), Sl 110 (Hb 5,7) e Jr 31 (Hb 8). / Hb relaciona símbolos, tipos e profecias do AT com seu cumprimento do AT. / Ninguém destaca tanto a humanidade de Cristo quando Hb (cf. 5.7).

TIAGO

Quem - Cf. 1.1. É bem provável que esse Tiago seja o irmão do Senhor (cf. Jo 7.5; 1 Co 15.7; At 12.17; 15.13 ss.; Gl 1.19; 2.9). Morreu como mártir em 62 A.D.

Para quem - por ser dirigida a um grupo maior de leitores (1.1), é contada entre as epístolas "católicas" ou gerais. Tiago se dirige a cristãos (2.1; 5.7-8) de origem judaica que foram dispersos após a morte de Estêvão (At 8.1; 11.19). Isto explicaria a referência às provações (1.2).

Quando - Há indícios de que a carta tenha sido escrita antes de 50 A.D.: 1) o caráter judaico; 2) organização da igreja não tem sofisticação (5.14; 3.1); 3) nenhuma referência á controvérsia sobre a circuncisão dos gentios; 4) a igreja é chamada de sinagoga (2.2). Tiago pode ser o mais antigo escrito do NT. Defende-se uma data posterior á base da excelência do grego de Tg.

Características - Tg é um escrito exortativo ou parenético, que se aproxima mais de um tratado ou sermão do que de uma epístola. / O livro é predominantemente impessoal. / Em certos trechos se assemelha às cartas paulinas ( 1 Ts 4.1-12; Rm 12.13; Cl 3,4). / O estilo e o conteúdo ligam-se aos livros de sabedoria do AT, como Provérbios. / A ênfase central é o cristianismo prático (1.22; 2.17-18). / Segundo Lutero, "Tg. apelando para a lei, procura alcançar o que os apóstolos conseguem estimulando o povo ao amor cristão". / Há muitas alusões ao sermão do monte (1.5 - Mt 7.7; 1.22 - Mt 7.24-27; 2.5 - Mt 5.3; 3.10-12 - Mt 7.15-20; 3.18 - Mt 5.9; 4.11ss - Mt 7.1; 5.2-3 - Mt 6.19-20; 5.12 - Mt 5.34-37).

Tiago e Cristo - Cristo aparece apenas em 1.1 e 2.1. Não se fala da obra redentora nem da ressurreição. Dos 108 versículos, 54 são mandamentos. Lutero, comparando-a com Rm, chamou-a de "epístola de palha". Na igreja antiga foi um dos livros de canonicidade contestada ("Antilegômena"). Embora isoladamente Tg não nos dê uma idéia completa da mensagem cristã, tem seu lugar ao lado dos outros livros do NT.

1 PEDRO

Quem - O apóstolo Paulo (1.1), por meio de Silvano (5.12). Esta última passagem ajuda a explicar o excelente grego da epístola.

Para quem - 1.1. Eram cristãos de origem gentílica ( 1.14,18; 2.9s; 4.3) vivendo na Ásia Menor (Turquia).

Onde e quando - Talvez tenha sido escrita em Roma (cf. 5.13 e Ap 17.5) por volta do ano 65 A.D.

Por que - Admoestar e confirmar a fé dos cristãos (5.12) em meio à hostilidade do mundo pagão e face às calúnias de que eram alvo ( 1.6; 4.12-15; 3.14-16). Pedro quer evitar a apostasia (5.8-10; cf. 2.12,19-24).

Tema central - Sofrimento, uma palavra que se repete 15 vezes ( cf. 2.12,19-21, etc.). Este sofrimento era decorrente, não tanto de perseguição oficial, com prisões, martírios, etc, mas do deboche e calúnia dos pagãos ( 4.4,5; 4.14,15). Em tal situação é-se tentado a amoldar-se ao mundo (2.11,12,16; 4.1-5).

Características - Ênfase em Jesus como o Servo do Senhor (Is 53) em 2.21-25. Mc, o evangelho petrino, destaca este tema, que também aparece nos discursos de Pedro na abertura de Atos dos Apóstolos. (Outros temas de 1 Pe que aparecem em discursos de Pedro em At: a imparcialidade de Deus (1.17 - At 10.34) e a Pedra rejeitada pelos construtores (2.7-8 - At 4.10-11) / Revela familiaridade com as epístolas do cativeiro de Paulo: 1.1-3 e Ef 1.1-3; 2.18 e Cl 3.22; 3.1-6 e Ef 5.22-24. / Já houve quem visse na parte inicial ( 1.3 - 4.11) um sermão dirigido a pessoas recém-batizadas. / Há ecos dos ensinamentos de Jesus em 3.14 ( Mt 5.10), 5.6 (Lc 14.11) e 5.7 (Mt 6.25).

Trechos marcantes - 1.3-7; 1.18.19; 2.1-10; 3.18ss; 5.1-4 .

2 PEDRO

QUEM - O autor apresenta-se como Simão Pedro (1.1; cf. 1.14 em comparação com Jo 21.18-19). A referência a uma epístola anterior (3.1) pode ter em vista 1 Pe.

Para quem - O endereçamento é muito geral (1.1), mas 3.1 autoriza que se pense nos mesmos endereçados de 1 Pe.

Onde e quando - Talvez Roma, por volta de 66 A.D. (Alguns se apegam a 3.4 e 3.15,16 para sugerir uma data posterior.)

Por que - Avisar e exortar contra falsos mestres ( cap. 2), bem como responder à questão da demora da última vinda de Cristo (cap. 3). Pode-se ver naquela heresia uma forma de pré-gnosticismo, que enfatizava e tendia à imoralidade (2.11,12,17-22; 3.5,16). Pedro combate a heresia nos seus próprios termos, ou seja, enfatiza o tema do conhecimento que aparece umas 18 vezes (1.2,3,5,6,8; 2.20,21; 3.18).

2 Pe e Judas - Há muitas semelhanças entre 2 Pe e Judas (comparar 2 Pe 2 com Jd 4-18), embora também haja diferenças. É possível que um tenha copiado do outro, ou então, que ambos se basearam numa 3ª fonte. Se um "tomou emprestado" do outro, quem copiou de quem? Embora muitos insistam que Judas usou de Pedro, é mais lógico supor que o texto mais longo (Pedro) incorpora grande parte do mais curto (Judas). Esse tipo de "empréstimo" era comum no mundo antigo.

Temas clássicos - 1.20,21; cap. 3.

Canonicidade - "A autoria, a data e o destino da 2ª epístola de Pedro são questões extremamente incertas. Nenhum escrito do NT teve mais dificuldade em ser aceito no cânon." (Bíblia Vida Nova).

1 JOÃO

Quem - Diferentemente da maioria das cartas do NT, esta não traz o nome do autor. Os pais eclesiásticos, a começar por Irineu (140-203 A.D.), atribuem o texto a João, filho de Zebedeu (Mc 1.19-20). O estilo da carta é semelhante ao do evangelho: grego simples e uso de antíteses (luz - trevas; vida - morte; amor - ódio). Também existem expressões semelhantes, como nas passagens que seguem: 1 Jo 1.1 - Jo 1.1,14; ! Jo 1.4 - Jo 16.24; 1 Jo 1.6-7 - Jo 3.19-21; 1 Jo 2.7 - Jo 13.34-35; cf. o pé-de-página de ARA.

Para quem - De 2.12-14,19; 3.1; 5.13 se deduz que foi escrita a cristãos. É possível que tenha sido uma carta circular, enviada às igrejas da província da Ásia.

Quando - Geralmente se indica uma data próxima ao ano 100. Base para tanto é o depoimento de pais eclesiásticos (Irineu e Clemente de Alexandria) e a suposição de que alguém que se dirige a seus leitores em termos de "filhinhos" é um ancião.

Por que - Dois motivos principais: 1) Desmascarar falsos mestres (2.26); 2) Dar aos cristãos a certeza da vida eterna (5.13).

Os hereges - Representantes de uma forma de pré-gnosticismo que surgiu dentro da própria igreja (2.19). Enfatizavam o conhecimento (2.4; 4.8,20). Negavam a encarnação, a messianidade de Jesus e sua filiação divina (2.22; 4.1,15; 5.5,10-12).

Características - A repetição de temas, numa aparente falta de progressão lógica. (Trata-se de lógica hebraica, não grega.) O argumento progride em forma de espiral, com círculos cada vez mais amplos, até tudo estar completo.

2 e 3 JOÃO

Quanto a estas cartas, a melhor introdução é a leitura do texto. O leitor passa a admirar Gaio, fica angustiado com Diótrefes e esperançoso de que "João", com sua visita, consiga resolver os problemas.

JUDAS

Quem - O autor se identifica como "Judas (forma grega de Judá, servo de Jesus Cristo, irmão de Tiago" (v.1). O v. 17 dá a entender que não se tratava de apóstolo. É bem provável que seja Judas, irmão de Jesus (Mc 6.3; Mt 13.55).

Para quem - Os "chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo" (v.1). É outra das epístolas católicas, dirigida em 1ª instância à toda a igreja.

Quando - Uma sugestão é 65 A.D. ( Se Judas serviu de base à 2 Pe, então é preciso manter a data posterior.)

Por que - Judas desejava escrever um tratado sobre a salvação, mas se viu obrigado a escrever contra os falsos mestres e os seus ensinos (v.3). Judas exorta os cristãos a batalharem diligentemente pela fé e ameaça os hereges. Estes, ao que parece, procuravam convencer os cristãos de que liberdade cristã era, não liberdade do pecado, mas liberdade para o pecado. Por estas características, tratava-se de uma forma embriatória de gnosticismo. Tais falsos mestres atuavam dentro da igreja, participando inclusive das festas de fraternidade ("ágapes", v.12). Negavam o único Soberano e Senhor (v.4) e pecavam contra a vida santificada.

Canonicidade - Judas foi colocado por Eusébio (265-340 A.D.) na lista dos livros canônicos contestados ("antilegômena"). Muitos tiveram dificuldades em aceitar o livro porque, além da semelhança com 2 Pe 2, faz uso da literatura apócrifa os vv. 9 e 14. No v. 9, 2ª os Pais Eclesiásticos, Judas estaria citando o apócrifo " A Ascensão de Moisés" (um livro que não chegou até nós). O v. 14, incorpora uma citação do livro apócrifo de Enoque. Quanto a isto, duas coisas: 1) O fato de não ser inspirado não significa que não seja verdadeiro. 2) A citação de partes de um texto não inspirado não confere o status de inspirado a esse texto como um todo.


APOCALIPSE

Quem - Por 04 vezes o autor se identifica ) 1.1,4,9; 22.8) e desde o 2º século se diz que este João é o apóstolo. O texto indica que o autor era um jovem judeu, profundo conhecedor do AT (umas 285 alusões ao AT; nenhuma citação), um líder da igreja bastante conhecido na Ásia Menor, e um cristão plenamente convencido de que a fé cristã em breve triunfaria sobre as forças demoníacas atuantes no mundo. No sec. III o bispo africano Dionisio concluiu, à base da forma e do conteúdo do livro, que o autor não poderia ser o mesmo do evangelho e das epístolas de João. Muitos hoje pensam como Dionisio, mas a evidência externa favorece o ponto-de-vista tradicional.

Quando - Num período em que a igreja estava começando a ser perseguida. Há 2 possibilidades: o final do reinado de Nero (54-68 A.D.) e o final do reinado de Domiciano (81-96 A.D.). A maioria prefere 95 A.D.

Por que - João encoraja os cristãos a resistirem às pressões do culto do imperador. Informa que a batalha final entre Deus e Satanás está próxima. Os fiéis foram selados e serão vitoriosos quando da vinda de Cristo. O autor não quer ajudar a calcular a data do fim do mundo, e sim dar esperança e coragem a seus leitores.

Como - O último livro da Bíblia é um apocalipse (= revelação), gênero este que prima pelo uso de símbolos e que floresceu num período de perseguição (200 a.C. - 100 A.D.). O próprio livro fornece pistas para a interpretação (1.20; 17.1,5,18; 21.9-10). O nº 07 (símbolo do pacto entre Deus e os homens?) aparece 52 vezes. Acifra "três e meio" está sempre associada às forças do mal que se opõem à igreja. 12 é o nº da igreja. 10 parece ser o nº da totalidade.

Interpretação - Há 04 sacolas de interpretação: 1) preterista (o livro valeu para aquela época); 2) historicista (descrição do período que vai de Patmos até o Fim); 3 futurista (refere-se aos tempos do fim); 4) idealista (enuncia verdades atemporais como a vitória do bem sobre o mal). A interpretação historicista é a mais preferível. No entanto, cada ciclo de visões abrange todo o período entre o ministério terreno de Jesus e sua última vinda, ou seja, as 07 visões são paralelas. No entanto, há progresso, pois à medida que as visões se sucedem, o fim é descrito com maior riqueza de detalhes (cf., a "espiral joanina").